Hoje Macau SociedadeNova expansão do terminal de passageiros do aeroporto arranca no início do próximo ano [dropcap]O[/dropcap] projecto de design e construção da extensão sul do terminal de passageiros do Aeroporto Internacional de Macau (AIM) vai ser lançado no início do próximo ano. O objectivo passa por aumentar a sua capacidade para o patamar de 10 milhões de passageiros por ano. O projecto vai ocupar uma área de 5.700 metros quadrados, com a extensão de três andares do existente edifício do terminal de passageiros para uma área total de 17.100 metros quadrados, indicou na segunda-feira a Companhia do Aeroporto de Macau (CAM) em comunicado. Após concluído, a capacidade global do terminal de passageiros vai aumentar para 10 milhões de passageiros por ano, sublinhou a CAM, dando conta de que o projecto prevê uma nova zona de partidas, de escritórios, bem como comercial e de restauração, entre outros. A ampliação do lado sul do terminal de passageiros tem lugar depois de a CAM ter dado como concluída, no início do ano, a expansão da zona norte. O Aeroporto Internacional de Macau recebeu, no passado, 7,16 milhões de passageiros, um valor recorde em 22 anos de operação.
Hoje Macau PolíticaDSAJ e Associação Geral das Mulheres promovem Constituição Chinesa [dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ) vai cooperar, no próximo ano, com a Associação Geral das Mulheres de Macau (AGMM) para criar uma plataforma de promoção da Constituição da China, da Lei Básica. e das leis de Macau. Em Janeiro começa o recrutamento de voluntários, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau. Lo Cheng Peng, chefe do departamento de divulgação jurídica e relações públicas da DSAJ, referiu que são precisos anos para os trabalhos de divulgação da Constituição e da Lei Básica. A mesma responsável apontou que perante o desenvolvimento tecnológico e com o evoluir dos tempos, as autoridades têm de arranjar formas diferentes de incentivar particularmente os jovens, tendo criado, entretanto, uma página no Instagram.
Hoje Macau China / ÁsiaChina promete agir de forma célere para estancar guerra comercial com os EUA [dropcap]A[/dropcap] China prometeu ontem agir de forma célere sobre os “pontos de consenso” alcançados com os Estados Unidos, de forma a estancar a guerra comercial entre os dois países. “A China começará a implementação de pontos específicos sobre os quais um consenso foi alcançado, quanto mais cedo melhor”, disse o Ministério do Comércio em comunicado. Pequim vai “promover activamente a consulta”, acrescentou. Os dois países estabeleceram uma trégua comercial, que vai adiar por 90 dias o aumento das taxas alfandegárias norte-americanas impostas sobre importações chinesas, depois de Donald Trump e Xi Jinping chegaram a acordo durante um jantar, no final da cimeira do G20, que decorreu entre sexta-feira e sábado, em Buenos Aires. A administração norte-americana tinha anunciado que as taxas alfandegárias sobre importações chineses no valor de 200 mil milhões de dólares iam aumentar de 10% para 25% no início do próximo ano e Trump estava a considerar alargar o número de bens chineses que iriam sofrer esse aumento. A Casa Branca acrescentou que se os dois lados não chegarem a acordo no prazo de 90 dias, então o aumento das taxas alfandegárias será aplicado. O lado de Trump O Presidente dos EUA, Donald Trump, não exclui a possibilidade de estender para além de 90 dias a trégua comercial estabelecida com a China. “As negociações com a China já começaram, a menos que sejam prorrogadas, terminarão 90 dias depois do nosso maravilhoso e acolhedor jantar com o Presidente Xi, na Argentina”, escreveu ontem Donald Trump na rede social Twitter. Esta afirmação do Presidente dos EUA deixa em aberto a possibilidade de o prazo de tréguas comerciais com a China durar para lá do acordado limite de 90 dias. Por outro lado, Trump esclarece que esse período de tréguas já começou, depois de a Casa Branca ter dito, na segunda-feira, que o prazo apenas teria início em Janeiro de 2019. Trump esclareceu ainda que o negociador do lado dos EUA será Bob Lightizer, um elemento adepto de uma posição dura perante a China.
Hoje Macau China / ÁsiaMarcelo Rebelo de Sousa visita China em Abril [dropcap]O[/dropcap] Presidente português anunciou ontem a assinatura de um memorando de entendimento bilateral sobre a iniciativa chinesa de investimento em infra-estruturas “Uma Faixa, Uma Rota” e uma visita à China no próximo ano, também nesse quadro. Marcelo Rebelo de Sousa falava no Palácio de Belém, após um encontro com o Presidente chinês, Xi Jinping, que adiantou depois que o chefe de Estado português irá estar presente na segunda edição do fórum “Uma Faixa, Uma Rota” e fará uma visita de Estado à China, em Abril. O Presidente português considerou que a sua deslocação à China em 2019, “correspondendo a convite acabado de formular” por Xi Jinping, e “a assinatura de um memorando de entendimento” sobre a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” simbolizam a parceria entre os dois Estados. “Simbolizam bem a parceria que desejamos continuar a construir, com diálogo político regular e contínuo, a pensar no muito que nos une”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações conjuntas com o Presidente chinês aos jornalistas, sem direito a perguntas. Sobre a cooperação económica e financeira entre a China e Portugal, o chefe de Estado português descreveu-a como “forte”, acrescentando: “E queremos que seja sustentável e duradoura no futuro”. No seu entender, também “pode e deve avançar” a cooperação luso-chinesa “na comunidade que fala português, até porque a língua portuguesa é uma das mais faladas no globo e porventura a liderante no hemisfério sul”. Por outro lado, Marcelo Rebelo de Sousa saudou a “cooperação cultural, universitária, científica, tecnológica”, dizendo que “cresce de dia para dia”. O Presidente português considerou que esta visita de Estado de Xi Jinping a Portugal “pode fazer história” e referiu que acontece “quase 40 anos depois” do estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping em Portugal | Marcelo dá como certa aliança luso-chinesa contra alterações climáticas [dropcap]O[/dropcap] Presidente português considerou ontem que as relações entre Portugal e a China vivem talvez o momento “melhor de sempre na história” e deu como certa uma aliança luso-chinesa numa “luta activa” contra as alterações climáticas. “Tenho a certeza de que verei Portugal e China unidos numa luta activa e determinada pelo meio ambiente e no respeito pelos compromissos do combate às alterações climáticas”, afirmou. Marcelo Rebelo de Sousa falava no jantar oficial que ofereceu em honra do Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, e da sua mulher, Peng Liyuan, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa. Nesta ocasião, o chefe de Estado reiterou que gostaria de ver Portugal e China “com uma cooperação internacional em defesa dos valores do multilateralismo, do direito internacional, do Estado de direito, da paz, do desenvolvimento e dos direitos humanos”, mensagem que já tinha deixado ontem à tarde, quando recebeu Xi Jinping no Palácio de Belém. No discurso de cerca de sete minutos que fez neste jantar oficial, divulgado na página da Presidência da República na internet, Marcelo Rebelo de Sousa disse também que “gostaria de ver aumentar mais o comércio entre os dois países”. “Ambos ganharíamos”, defendeu. “Gostaria de ver Portugal e China com uma troca de investimentos que dê continuidade ao esforço iniciado poucos anos atrás”, acrescentou. O Presidente português manifestou ainda a vontade de ver os dois países “mais próximos no conhecimento dos seus povos, na educação, na ciência, na cultura”, salientando que pela parte portuguesa é rejeitada “uma visão mercantil” das relações bilaterais. No seu entender, este momento preciso das relações luso-chinesas é, “porventura, o melhor de sempre na história” e antevê-se um “futuro promissor”. Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, a China e Portugal mantiveram “um relacionamento exemplar no passado”, que é “novamente exemplar no presente”. Macau, o elo de ligação Relativamente a Macau, sustentou que “foi sempre um elo de ligação” e “nunca um motivo de separação ou desentendimento” entre os dois países, “por nunca ter sido uma possessão colonial, mas sim o resultado de um entendimento sereno que portugueses e chineses sempre souberam respeitar”. O chefe de Estado português declarou que Portugal se orgulha de “ser o país do hemisfério ocidental com a relação ininterrupta mais longa com a China” e de “nunca Portugal e China terem tido um único conflito militar”. “Nem sempre estivemos de acordo, mas sempre soubemos dialogar, na diferença de opiniões, valorizando o que mais nos unia e relativizando o que nos separava. São raros os exemplos do mundo de duas nações com uma história comum tão antiga e, simultaneamente, tão amistosa”, realçou. Marcelo Rebelo de Sousa falou a Xi Jinping do “fascínio especial e profundo” que a China exerceu sobre os portugueses, desde logo, no mundo literário, recorrendo a excertos de obras de Fernando Pessoa e de Eça de Queiroz. Mais à frente, para expressar “confiança no futuro,” citou frases de Confúcio – “Transmito, não invento nada. Confio e respeito o passado” – e de Lu Xun – “Crê apenas nos que têm dúvidas” e novamente de Eça: “Tudo tem havido na China, nestes últimos dez mil anos mais chegados – excepto um pessimista”. No final, pediu a todos que se juntassem num brinde pelo Presidente Xi Jinping e pela sua mulher, “pela prosperidade dos povos de Portugal e da China, e pelo constante desenvolvimento da amizade e da parceria luso-chinesa”.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping em Portugal | PR chinês sublinha “pontos de convergência e interesses comuns” [dropcap]O[/dropcap] Presidente chinês voltou a destacar ontem à noite os “pontos de convergência e interesses comuns” entre Portugal e a China, no discurso do jantar oficial oferecido pelo seu homólogo português e que decorreu no palácio da Ajuda. “Os pontos de convergência e os interesses comuns no aprofundamento das relações bilaterais estão a aumentar constantemente, e a amplitude e a profundidade da nossa cooperação são inéditas”, sublinhou na intervenção, ao lado de Marcelo Rebelo de Sousa. No início do discurso, uma versão escrita a que a Lusa teve acesso, e após os agradecimentos formais, o líder chinês destacou a “história e civilização longa” a “herança cultural rica” de Portugal, e definiu o povo português como “trabalhador, sábio, aberto e inclusivo” com espírito empreendedor e pioneiro”, contribuindo “para o progresso da humanidade e ao intercâmbio entre as culturas orientais e ocidentais”. Xi Jinping recordou a chegada dos portugueses à China, recordou Tomás Pereira “que introduziu na China estudos e conhecimentos ocidentais”, José de Espinha, que “ocupou o cargo de director do departamento de astronomia durante a dinastia Qing” ou a introdução na Europa, pelos portugueses, da “porcelana com heráldica”. O líder chinês assinalou ainda a importância do estabelecimento das relações diplomáticas bilaterais em 1979, a forma como os dois países, em 1999, “resolveram de forma apropriada a questão de Macau através de consultas amigáveis”, ou o estabelecimento pelos dois países em 2005 da Parceria Estratégica Global. No seu discurso, o chefe de Estado chinês congratulou-se com o “enriquecimento do conteúdo estratégico das relações sino-portuguesas”, existência de uma “confiança política mútua” e uma “cooperação pragmática” em vários domínios. Xi Jinping, após citar um provérbio chinês e fazer referência às “mil e uma maneiras de cozinhar bacalhau” em Portugal, enfatizou a “capacidade de aceitar e aprender tudo que é bom e inovar com base nisso” e que “está nos genes das culturas chinesa e portuguesa”, uma “força motriz originar que os chineses e portugueses dispõe para criar um futuro brilhante”. Ao recordar os 40 anos de relações diplomáticas que se celebram em 2019, o Presidente da China desejou “um bom uso dessa oportunidade” pelo “reforço da confiança política mútua”, uma “maior sinergia entre as estratégias de desenvolvimento na perspectiva do projecto “Uma Faixa e Uma Rota” e que perspectiva uma “nova jornada de desenvolvimento” na Parceria estratégica bilateral. O discurso terminou com um brinde “à prosperidade da República Portuguesa”, à “amizade entre os povos de Portugal e China”, à “saúde” do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa e à de “todos os amigos presentes”.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping em Portugal | Marcelo defende trabalho conjunto pelo multilateralismo e direitos humanos [dropcap]O[/dropcap] Presidente português defendeu ontem que China e Portugal podem trabalhar em conjunto pela valorização do direito internacional, desde logo, nas Nações Unidas, pelo multilateralismo e pelos direitos humanos. Marcelo Rebelo de Sousa falava na Sala das Bicas do Palácio de Belém, após um encontro com o Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, que iniciou ontem uma visita de Estado a Portugal, concentrada em Lisboa, que termina hoje. O chefe de Estado referiu que os dois países estão “longe em termos geográficos” e têm “aliados muito diferentes”, mas defendeu: “Isso não nos impede de trabalharmos em conjunto para a valorização do papel do direto internacional, das organizações internacionais, a começar nas Nações Unidas”. “Nem de defender o multilateralismo, os direitos humanos, a resolução pacífica dos conflitos. Nem de apoiarmos o livre comércio e as pontes de entendimento entre Estados e povos. E estarmos em permanência atentos ao ambiente e às alterações climáticas”, acrescentou. Em nome de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa saudou Xi Jinping e disse-lhe: “Esta sua primeira visita de Estado a Portugal pode fazer história. Contribuirá mesmo para a felicidade dos nossos dois povos. Sinta-se em sua casa, tal como nós nos sentimos”. Sem perguntas Nestas declarações conjuntas com Xi Jinping aos jornalistas, sem direito a perguntas, o Presidente português considerou que “o mundo de hoje exige que os povos e os Estados superem as naturais diferenças de história, de cultura, de visão da sociedade e criem condições para mais paz, mais segurança, mais justiça”. No quadro global, descreveu Portugal como um país situando num “estratégico canto da Europa e que dele e das ilhas do Atlântico olha para as Américas e para África, com comunidades importantes em todo o universo”. Marcelo Rebelo de Sousa referiu ainda que Portugal está “presente através dos seus melhores em posições de liderança nas Nações Unidas, na Organização Internacional das Migrações (OIM), na União Europeia e na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)”. “Estamos longe em termos geográficos, temos instituições e também aliados muito diferentes, pertencemos a realidades regionais diversas. Isso não nos impediu de conviver harmoniosamente em Macau há cinco séculos e de estreitarmos, no passado, como no presente, frutuosos conhecimento e amizade”, disse. Marcelo Rebelo de Sousa recebeu ontem Xi Jinping e a sua mulher, Peng Liyuan, à entrada do Palácio de Belém pelas 16h05, após uma cerimónia de boas-vindas na Praça do Império, em Lisboa. Seguiu-se um encontro a três, depois alargado às delegações portuguesa e chinesa, e pelas 17h15 os dois presidentes fizeram cada um uma declaração perante a comunicação social, nas respectivas línguas, sem direito a perguntas dos jornalistas. Xi Jinping assumiu a presidência em 2013 e é o quarto chefe de Estado da China a visitar Portugal, depois de Hu Jintao, em 2010, de Jiang Zemin, em 1999, e de Li Xiannian, em 1984.
Hoje Macau SociedadeJorge Neto Valente reeleito presidente da Associação de Advogados de Macau [dropcap]O[/dropcap] advogado Jorge Neto Valente foi ontem reeleito presidente da Associação de Advogados de Macau (AAM), numas eleições às quais concorreu apenas uma lista e que registaram a maior participação de sempre. “Foi a maior votação de sempre, nunca houve tanta gente a votar”, afirmou à Agência Lusa o advogado, eleito para um novo mandato de dois anos à frente da AAM. Dos cerca de 400 advogados a exercer em Macau, um quarto dos quais portugueses, 242 votaram a favor, verificando-se ainda oito votos nulos. Ao lembrar que só concorreu uma lista, “o que leva a uma certa desmotivação”, Neto Valente acentuou que “os votantes foram aqueles que quiseram mostrar que queriam esta solução e não outra”. “Tecnicamente bastava um voto, mas apareceram mais de 200 pessoas que quiseram voluntariamente votar nas pessoas que se apresentaram, apesar de ser uma lista única”, disse o advogado português, a viver em Macau há 48 anos e que preside à associação desde 2002, depois de ter ocupado o cargo entre 1995 e 2000. Neto Valente aludia à intenção manifestada pelo advogado Sérgio Almeida Correia de entrar na corrida à presidência da AAM, da qual desistiu a 30 de Outubro passado, invocando que essa disponibilidade tinha gerado “um clima de receio” sobre as suas motivações. O presidente reeleito da AAM afirmou esperar que este seja o último mandato à frente da associação. “Se aparecer algum candidato que eu veja que reúne o consenso da classe, facilmente cedo o lugar. É preciso é que haja alguém que não divida a classe”, rematou. Entre as actividades previstas para 2019 destacam-se a realização de um congresso de advogados de Macau, um seminário sobre o papel de Macau na Mediação Civil e Comercial entre entidades da China e dos Países de Língua Portuguesa, a dinamização da União de Advogados de Língua Portuguesa (UALP), bem como o reforço da cooperação com as associações de advogados da região da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.
Hoje Macau PolíticaHierofante Púrpura – “Lânguida Luz” “Lânguida Luz” Essa força que me toma é de um Deus que nasceu dentro da flor Desabrochou em mim e se fez assim lânguida cor Uma mistura branca castanho e laranja cheirei devaneei nas curvas daquela fumaça azul que me completou me completou completo! Eu cogumelo fui sapo fui lobo via Lua vi Sol eu fui eu fui eu vi eu vi eu fui no topo da colina de pedras Magnéticas pedras. Hierofante Púrpura
Hoje Macau EventosDocumentário de tributo aos macaenses em competição no festival Sound&Image [dropcap]S[/dropcap]essenta anos separam as imagens documentadas em “Caminhos Longos”, uma “história de amor e encontros” e um tributo “a todos os macaenses”, em competição no festival Sound&Image de Macau, que arranca hoje. Com imagens de Macau, em 1957 e em 2017, o documentário, um dos 13 em competição na 9.ª edição do Sound&Image, é uma “história baseada na infância” do realizador António Lemos Ferreira, filho de pai português e mãe macaense, que voltou no ano passado à terra onde nasceu, mas onde “tudo está diferente”, declarou. “O nome é baseado no título de um filme de longa-metragem que o meu pai fez naquela altura, em Macau, quando eu tinha quatro anos. O primeiro e único durante muito tempo filmado a oito milímetros (8mm)”, lembrou, à margem da conferência de imprensa que antecedeu a inauguração do festival, já a decorrer no teatro D. Pedro V. Depois de anos emigrado em Moçambique e Portugal, o realizador voltou no ano passado a Macau e filmou “exactamente os mesmos sítios”, moldados pelo tempo e pelo próprio olhar. “É uma história de uma família de Macau, o encontro de várias culturas, uma história de amor, ao fim ao cabo” e é “dedicado a todos os macaenses”, descreveu. Sem apoios ou patrocínios, o documentário foi “feito em termos familiares” e filmado entre Portugal, com a camada mais “jovem da família”, e Macau com a “mais idosa”, detalhou. Um dia antes, é exibida a animação “Rácio entre dois volumes”, da portuguesa Catarina Sobral, um dos 84 trabalhos finalistas entre mais de quatro mil candidaturas. Com duas personagens verdadeiramente opostas, o filme é um “retrato irónico” de “dois extremos no modo de sentir e agir perante o mundo”, disse, na mesma ocasião, a artista portuguesa, com dez livros infantis publicados em 13 línguas. Trazer o filme a Macau é uma mistura daquilo que a própria sentiu ao visitar pela primeira vez o território: a presença portuguesa chegar tão longe e ser “tão profunda ainda”, afirmou, “é bom e simbólico”. Portugal é um dos países com maior representação no festival, que vai apresentar também trabalhos da Bélgica, Brasil, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Irão, Malásia, República Checa, Rússia, Síria, entre outros. O festival de curtas-metragens, que arrancou com o documentário “A vida aqui, está vista?”, do português Filipe Carvalho, termina no domingo, com a entrega dos prémios. O grande júri será presidido por Miguel Dias, um dos directores do Festival Internacional de Curtas de Vila do Conde, pelo diretor de informação e programas dos canais portugueses da TDM, João Francisco Pinto, e pelo realizador e produtor Detsky Graffam.
Hoje Macau EventosIFFAM | Projectos de Tracy Choi e Chao Koi Wang seleccionados para prémio [dropcap]D[/dropcap]uas produções de Macau, “Lost Paradise”, da autoria de Tracy Choi e “Wonderland”, de Chao Koi Wang, fazem parte do grupo de 14 projectos cinematográficos seleccionados para o prémio Project Market, integrado na terceira edição do Festival Internacional de Cinema de Macau (IFFAM, na sigla inglesa). De acordo com um comunicado oficial, as 14 produções, que ainda não estão finalizadas, são “promissoras”. Este ano a organização do IFFAM decidiu atribuir quatro prémios, no valor total de 40 mil dólares americanos, ao invés dos três que foram atribuídos nos anos anteriores. Na lista constam ainda produções de Singapura, Espanha, Argentina, China, Hong Kong e Reino Unido, entre outros.
Hoje Macau China / Ásia ManchetePresidente Xi Jinping inicia visita a Lisboa com agenda económica e política [dropcap]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, inicia hoje uma visita de dois dias a Lisboa, sendo recebido pelas três primeiras figuras do Estado português, com parcerias económicas em pano de fundo. Dois dias depois de ter participado na cimeira do G20, em Buenos Aires, e uma semana depois de uma visita a Espanha, Xi Jinping desloca-se hoje a Lisboa para uma visita de dois dias com uma agenda política e comercial para discutir ao mais alto nível do Estado português. O Presidente chinês já afirmou que Portugal é uma peça importante da estratégia de internacionalização da economia, pela relevância que ocupa no mapa da União Europeia e pela sua influência em África, especialmente junto dos países de língua oficial portuguesa. Xi Jinping começa a sua visita a Portugal ao início da tarde de hoje, na Praça do Império, em Lisboa, onde será acolhido pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para a fotografia oficial, numa cerimónia com honras militares. A poucos metros dali, Xi Jinping irá colocar uma coroa de flores no túmulo de Luís de Camões, no mosteiro dos Jerónimos, antes de se deslocar para o Palácio de Belém, onde assinará o Livro de Honra da Presidência da República e reunirá com Marcelo Rebelo de Sousa. À noite, Xi Jinping terá um jantar oficial oferecido pelo Presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio da Ajuda. Quarta-feira, o Presidente chinês e a sua delegação serão recebidos na Assembleia da República pelo seu Presidente, Eduardo Ferro Rodrigues, com honras militares. No Palácio Nacional de Queluz, Xi Jinping será recebido pelo primeiro-ministro português, António Costa, para um encontro bilateral, antes da partida do Presidente chinês, ao início da tarde.
Hoje Macau PolíticaLAG 2019 | Macau promete “actividades de grande escala” no ano da China em Portugal [dropcap]O[/dropcap] Governo prometeu ontem, a cerca de um mês do arranque do ano da China em Portugal, realizar “actividades promocionais de grande escala” em solo português, integradas nas celebrações culturais e diplomáticas entre os dois países. “Em sintonia com o ano da Cultura entre China e Portugal, serão realizadas actividades promocionais de grande escala em Portugal”, anunciou o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam. O secretário falava na Assembleia Legislativa, no primeiro dia da apresentação das Linhas de Ação Governativa (LAG) da sua tutela para 2019, ano em que se assinalam os 20 anos da transferência de administração de Macau de Portugal para a República Popular da China, em 20 de dezembro de 1999. No próximo ano, além dos 20 anos da Região Administrativa Especial de Macau, são assinaladas quatro décadas de relações diplomáticas entre a China e Portugal. No campo da educação, uma das prioridades para o próximo ano é “transformar Macau numa base de formação de quadros bilingues” nas línguas chinesa e portuguesa, com apoios aos alunos que frequentam cursos de tradução chinês-português e a ampliação do programa de ensino bilingue nas escolas primárias e secundárias. O executivo quer ainda afirmar Macau como “cidade criativa” e apostar no “design, cinema, gastronomia, literatura, música, artes de multimédia, artesanato, arte popular (…) e tecnologia de inovação”, detalhou Tam. Assim, à garantia de levar avante festivais recentes, juntou-se o anúncio de novos eventos artísticos para 2019. No próximo ano, vai realizar-se a 2.ª edição do “Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os países de língua portuguesa”, inaugurado em junho passado e descrito pelo Instituto Cultural (IC) como “um novo capítulo” no intercâmbio cultural e humanístico entre estes países. Para 2019, a novidade é o “Arte Macau”, que pretende “transformar a cidade numa nova plataforma asiática de intercâmbio artístico internacional”, destacou o responsável. “Não queremos promover apenas uma cidade gastronómica, mas todos os fenómenos da cultura e da arte”, declarou, numa alusão à entrada do território para a Rede de Cidades Criativas da UNESCO na área da Gastronomia, em outubro de 2017. Por outro lado, Alexis Tam afirmou ter sido alcançado “um consenso de cooperação com os grandes hotéis e ‘resorts’ de Macau para iniciar a realização simultânea de exposições de artes internacionais”. Na opinião do governante, o projeto irá contribuir para a “permanência dos turistas no território”. Macau recebeu mais de 28 milhões de visitantes nos primeiros dez meses do ano, mas o período médio de permanência dos visitantes não chega aos dois dias. Quanto ao plano de salvaguarda e gestão do centro histórico de Macau, Alexis Tam afirmou que o Governo terminou “a consulta pública da segunda fase do Plano de Salvaguarda e Gestão do Centro Histórico” da cidade e a classificação da zona dos 12 estaleiros navais de Lai Chi Vun, na ilha de Coloane, “está quase concluída”, disse. O secretário anunciou também que vão ser canalizados 8,5 mil milhões de patacas para melhorar os serviços médicos. O responsável destacou que 74% das despesas médicas são pagas pelo Governo e 26% pela população.
Hoje Macau China / ÁsiaBloco de Esquerda recusa participar nas cerimónias com Xi Jinping [dropcap]O[/dropcap] Bloco de Esquerda (BE) recusa participar nas iniciativas para que foi convidado no âmbito da visita de Estado a Portugal do Presidente chinês, alegando que o país continua a desrespeitar os direitos humanos, informou ontem fonte do partido. O Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, já está em Portugal para uma visita oficial que termina amanhã. Críticos do regime chinês, os bloquistas, já nas anteriores visitas, não participaram nas cerimónias oficiais. “As posições do BE mantêm-se, nada mudou desde 2010, continua o desrespeito pelos direitos humanos e a repressão e, por isso, o Bloco não estará presente” nas iniciativas para que foi convidado, disse à Lusa fonte oficial do BE. A líder do BE, Catarina Martins, foi convidada para o jantar oficial que será oferecido hoje, terça-feira, pelo chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, ao Presidente da República Popular da China, mas não estará presente. Contudo, neste caso, já é uma prática do BE não participar em jantares oficiais com chefes de Estado. Amanhã, quarta-feira, dia em que Xi Jinping se irá deslocar à Assembleia da República, o BE também não estará presente no encontro para o qual foi convidado pelo presidente do parlamento, Eduardo Ferro Rodrigues. Neste caso, tinham sido convidados o líder parlamentar, Pedro Filipe Soares, o vice-presidente da Assembleia da República José Manuel Pureza e o secretário da Mesa Moisés Ferreira. No poder desde 2013, esta será a primeira visita de Estado do Presidente Xi Jinping a Portugal. Em 2010, aquando da visita de Hu Jintao, o então líder bloquista, Francisco Louçã, justificou à Lusa a posição do partido afirmando que “seria muito hipócrita” aplaudir ou a participar em banquetes com “o representante de um regime político que despreza o direito de greve, o direito de opinião e de liberdade de imprensa”.
Hoje Macau China / ÁsiaActivistas portugueses querem Tibete na agenda da visita de Xi Jinping [dropcap]O[/dropcap] Grupo de Apoio ao Tibete quer colocar a questão tibetana na agenda da visita do Presidente Xi Jinping a Portugal, apelando às autoridades para que declarem publicamente preocupação com a situação naquela região administrada pela China. Nesse sentido, o grupo, que integra uma rede mundial de activismo a favor do Tibete, enviou cartas ao Presidente da República (Marcelo Rebelo de Sousa), presidente da Assembleia da República (Eduardo Ferro Rodrigues) e primeiro-ministro (António Costa), pedindo-lhes atenção para o que consideram “a deterioração dos mais básicos direitos humanos e das liberdades culturais e religiosas do povo tibetano”. Alexandra Correia, coordenadora do Grupo de Apoio ao Tibete em Portugal, explicou, em declarações à agência Lusa, que a ideia é que seja “emitida uma declaração pública de preocupação” e que “ao longo da conversa com o Presidente da China seja abordada também a questão do Tibete”. Na carta, os activistas indicam também quais os temas que gostariam de ver abordados, apontando falhas à China na concretização de compromissos. “Há algo que está a falhar por parte da China desde 2013. Na altura asseguraram que iriam permitir visitas [diplomáticas e de organizações internacionais] e isso nunca aconteceu”, disse. Alexandra Correia não tem, contudo, grande expectativa de que as autoridades portuguesas venham a falar do Tibete publicamente durante a visita de Xi Jinping. “É a primeira visita que este Presidente chinês faz ao nosso país. Não podíamos não fazer nada, mas sei que o nosso país, infelizmente, está mais absorvido e controlado política e economicamente pelas autoridades chinesas”, afirmou. A activista explicou que, durante a permanência de Xi Jinping em Lisboa, não haverá qualquer protesto organizado porque, durante a última visita de um Presidente chinês, o grupo pediu autorização para fazer “uma manifestação pacífica” junto aos Jerónimos e foi enviado para a Torre de Belém. Ainda assim, Alexandra Correia apelou a todos os simpatizantes da causa para ações espontâneas nos actos públicos da visita. “Desde 2011, infelizmente, o apoio à causa esmoreceu porque os portugueses tiveram de se preocupar com questões que lhe diziam respeito em primeiro lugar”, lamentou. A coordenadora do Grupo de Apoio ao Tibete em Portugal considerou que a situação dos chineses e tibetanos se “deteriorou” com presidência de Xi Jinping, com o reforço da repressão. “É como se tivesse tornado uma espécie de super-ditador, um super-imperador da China. Há uma certa nostalgia, um querer regressar ao passado, quando a China era o grande Império do Meio. Tem utilizado meios extremamente repressivos, utilizando tecnologia muito avançada e inteligência artificial para fazer uma vigilância em massa no Tibete”, adiantou. O cada vez maior controlo dos movimentos dos tibetanos não impediu, segundo Alexandra Correia, que as pessoas se continuem a manifestar “da pior forma possível, através da imolação”. “Ainda no início de Novembro se imolou um jovem de 23 anos” em nome de um Tibete com liberdade, disse, adiantando que, desde 2009, houve pelo menos 150 imolações. Apesar do retrato traçado por Alexandra Correia, a causa tibetana parece cada vez mais afastada do espaço mediático, a que não será alheio, segundo a activista, o facto de a China estar a ganhar cada vez mais influência sobre as economias de alguns países. “É totalmente visível, especialmente com esta iniciativa ‘Belt and Road’. Sabemos que há movimentos de apoio aos tibetanos e a outras etnias que se manifestam contra, mas infelizmente os interesses económicos falam mais forte”, considerou. Para Alexandra Correia, apesar de muitos países europeus como a França ou a Alemanha se terem manifestado contra esta iniciativa chinesa, países “mais pobres e com menos poder político” como Portugal, Espanha e a Grécia “vão neste comboio”. Território maioritariamente budista, o Tibete é governado como uma província autónoma da China, que reivindica séculos de soberania sobre a região dos Himalaias, mas os tibetanos mantêm-se fiéis ao líder espiritual no exílio, Dalai Lama, que defende que o Tibete independente foi colonizado. Organizações internacionais vêm denunciando repetidamente violações de direitos humanos na região. Desde 2015, o Tibete foi listado pelo Freedom House, grupo de direitos internacionais, como o segundo pior lugar do mundo em termos de liberdades políticas e direitos civis, a seguir à Síria.
Hoje Macau China / ÁsiaMarcelo Rebelo de Sousa defende que há uma “fraternidade insubstituível” entre Portugal e China [dropcap]O[/dropcap] Presidente da República salienta que Portugal “tem aliados tradicionais”, como Estados Unidos da América e Inglaterra, mas defende que com a China existe “algo muito especial”, uma “fraternidade que é insubstituível”. Marcelo Rebelo de Sousa expôs o seu pensamento sobre as relações luso-chinesas numa entrevista ao canal de televisão chinês internacional em língua inglesa CGTN, transmitida ontem. Nesta entrevista, gravada no dia 12 de Novembro, no Palácio de Belém, em Lisboa, e a qual à agência Lusa assistiu, o chefe de Estado manifesta-se convicto de que “é possível o diálogo” entre Estados Unidos da América e China, a propósito da Cimeira do G20, e diz que “tem de se compreender que cada um deles tem as suas próprias instituições e as suas próprias lógicas políticas”. Neste contexto, refere: “Os Estados Unidos da América são uma democracia, uma democracia forte, com eleições. E, portanto, muitas decisões são tomadas a pensar, não só no interesse do país, claro, o que é natural, mas também tendo em conta a perceção do eleitorado”. Pela parte chinesa, segundo o Presidente da República, “é também muito útil que a China explique, de certo modo, a sua percepção do mundo”, porque “este diálogo de percepções é muito útil”. De acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, no plano global deixou de haver “um só super poder” e há um novo quadro que “requer o multilateralismo”. Portugal, sustenta, “está em posição de ser muito bom nisso”. No que respeita às relações luso-chinesas, defende que “são de certo modo insubstituíveis”, porque existe uma complementaridade, e admite no futuro “um trabalho em parceria” através de “uma presença conjunta noutros países e continentes como a América do Sul ou África”. “Nós temos aliados tradicionais, claro, dentro da União Europeia, os Estados Unidos da América, o Canadá, e outros, começando pela Inglaterra, que foi o nosso primeiro aliado histórico. Mas com a China é algo muito especial”, defende, acrescentando: “No caso da China, somos complementares”. O caso de Macau Marcelo Rebelo de Sousa recorda que deu aulas em Macau, de direito, ciência política e administração, nos anos de 1980, e observa, dirigindo-se para a entrevistadora Liu Xin, que tem um programa diário com o seu nome na CGTN: “Sabe que Macau nunca foi considerada uma colónia portuguesa? Nunca, porque era chinesa”. “Nós sentimos que descobrimos, não hoje, mas há 500 anos, uma espécie de fraternidade, uma fraternidade convosco que é insubstituível. É diferente de tudo o que temos na nossa história e no nosso passado, presente e, estou certo, futuro”, reforça. Interrogado sobre os sectores em que espera um reforço da cooperação entre Portugal e a China, o Presidente da República aponta, em primeiro lugar, a educação, “porque é o futuro”, em segundo lugar, a cultura, “ponto-chave para o conhecimento mútuo”. Em terceiro lugar, Marcelo Rebelo de Sousa quer mais cooperação entre “movimentos sociais, instituições sociais, fundações de cuidados de saúde, fundações científicas, fundações tecnológicas, diferentes instituições cooperem”. Só depois menciona a economia. “Sim, em último, sabe porquê? Porque é o mais fácil”, justifica. O chefe de Estado destaca que há “presença chinesa no sector bancário, no sector dos seguros, no sistema de cuidados de saúde privado, também no importante sector da energia, nalgumas infra-estruturas”, ou seja, na “maioria dos sectores-chave da economia” portuguesa. “E isso aconteceu em menos de dez anos. É por isso que eu disse que é mais fácil trabalhar e cooperar económica e financeiramente do que é culturalmente, na educação e socialmente”, argumenta. Numa outra entrevista, à agência noticiosa oficial chinesa Xinhua, Marcelo Rebelo de Sousa descreve as relações luso-chinesas como “excepcionais” e congratula-se com o posicionamento da China face à União Europeia. “Devo reconhecer com satisfação que a China entende a União Europeia, percebe que a União Europeia é um protagonista fundamental na escala universal. Por isso, a China defende que a União Europeia deva ser unida, e não dividida, e que tenha um papel cada vez mais forte no mundo. Isso é positivo”, declara. Admitida “Uma Faixa, Uma Rota” no sector portuário português O Presidente da República admite que a iniciativa chinesa “Uma Faixa, Uma Rota”, de investimento em infra-estruturas, “podia atravessar Portugal” num dos seus “principais portos”, mas defende que se deve “equilibrar o investimento estrangeiro”. Em relação à iniciativa “Nova Rota da Seda”, também conhecida como “Uma Faixa, Uma Rota”, o chefe de Estado considera: “Podia atravessar Portugal, entrando num dos nossos principais portos. Sim, podia acontecer. Ao mesmo tempo, podíamos ter lá outros investidores de outros países”. “É possível que durante a visita do Presidente Xi a Portugal se venha a assinar o memorando de entendimento sobre este assunto? É. Estamos a negociar, estamos a trabalhar nisso. Portanto, é possível”, adianta. Marcelo Rebelo de Sousa considera que os investidores chineses de certa forma “anteciparam” a recuperação económica de Portugal, “essa é a lição dos factos”, e responde àqueles que dizem que “é de mais, que é quase uma invasão chinesa”, contrapondo: “Eu não vejo a questão assim”. “Quando olhamos para a nossa economia, temos sectores-chave nas mãos de empresas portuguesas, claro, mas também de empresas europeias: transportes, comunicações, algumas infra-estruturas cruciais, telecomunicações. E no sector bancário e noutras áreas temos uma presença europeia muito forte, muito forte. E também presença americana”, salienta, concluindo: “Eu penso que é bom para Portugal equilibrar o investimento estrangeiro”. “Agora, olhamos para o futuro e queremos mais investimento”, afirma. Neste contexto, o Presidente da República refere-se ao “principal projecto chinês, que atravessa o mundo”, a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, lançada em 2013, admitindo que “podia atravessar Portugal, a caminho da Europa, e podia ser útil para muitos, muitos países”, para a China, “mas também útil para a economia portuguesa”. De acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, pode-se “tirar vantagem da posição estratégica que Portugal tem na Europa, na Europa ocidental, perto de outros continentes”. No que respeita às relações económicas bilaterais, o chefe de Estado realça que Portugal também quer “estar mais na China”, com “empresas portuguesas lá, a trabalhar nas infra-estruturas, na energia também, nos setores industrial, comercial, cultural”. “Deve ser uma cooperação com dois sentidos, não somente com um sentido. Isso é muito importante para nós”, reforça. Ainda dirigindo-se àqueles que “não compreendem” a recente entrada de investimento chinês em Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa explica que “foi rápido porque a decisão de privatizar os setores foi tomada recentemente, por razões políticas, mas também devido à crise”. “Por que não vieram vocês, sendo europeus, sendo americanos, sendo bem-vindos de todas as partes do mundo, sendo árabes?”, pergunta. Mas logo ressalva: “Alguns deles vieram, e felizmente a nossa economia está a receber bastante investimento europeu, investimento americano, investimento árabe, investimento de outros países asiáticos”.
Hoje Macau China / ÁsiaChina quer integrar projecto “Air Center” nos Açores [dropcap]A[/dropcap] China tem vindo a manifestar interesse em cooperar com os Açores no âmbito do “Air Center” mas não integra “para já” o projecto, segundo fonte do Governo Regional. Fonte da secretaria regional do Mar, Ciência e Tecnologia dos Açores refere à agência Lusa que a China – cujo Presidente, Xi Jinping, visita Portugal esta terça-feira e quarta-feira – esteve representada na primeira reunião ‘Atlantic Interactions’, na ilha Terceira, em Abril de 2017, mas “não integra, para já”, o Air Center – Centro de Investigação Internacional do Atlântico. Elementos de uma comitiva do Ministério da Ciência e Tecnologia da China e da Academia de Ciência Chinesa estiveram, entretanto, nos Açores, em Dezembro de 2017, tendo sido anunciado em Maio, que o Governo português pretende desenvolver parcerias com a China e com a Índia no âmbito do “Air Center” e do programa espacial português. Segundo a mesma fonte, nesse contexto avançou em Novembro a criação do STARLab, um laboratório de investigação e desenvolvimento tecnológico para o espaço e para os oceanos e que é uma iniciativa conjunta de Portugal e a China. Na fundação do “Air Center” estão envolvidos os governos de Portugal, Brasil, Espanha, Angola, Cabo Verde, Nigéria, Uruguai, São Tomé e Príncipe, a par do Governo dos Açores. Prevê-se que venham integrar o “Air Center” a Nigéria, Angola, Namíbia e África do Sul, estando em curso o processo de seleção do CEO, que será concluído ainda este ano, para em 2019 proceder-se a seleção do CSO (Chief Scientific Officer), do CBO (Chief Business Officer) e da restante equipa operacional. O centro visa integrar as áreas do espaço, clima, oceanos, energia e ciência de dados através da cooperação entre os países do norte e do sul do Atlântico.
Hoje Macau InternacionalFrança | PM recebe partidos sobre crise dos “coletes amarelos” Após os distúrbios que marcaram o fim-de-semana em Paris, Édouard Philippe começou a receber os líderes dos partidos políticos em busca de uma solução para o conflito entre o Governo e os “coletes amarelos” que lutam contra o anunciado aumento de impostos sobre os combustíveis a partir de 1 de Janeiro [dropcap]O[/dropcap] primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, iniciou ontem uma ronda de reuniões para receber os chefes dos partidos políticos e procurar uma saída para a crise dos “coletes amarelos”, que continuam em protesto em diferentes partes do país. O primeiro a ser convocado para o Palácio de Matignon, residência oficial do primeiro-ministro, foi a presidente da câmara de Paris, a socialista Anne Hidalgo, que chegou poucos minutos antes das 08:30 locais. Era também esperado ontem no Palácio de Matignon a líder da formação de extrema direita União Nacional (antiga Frente Nacional), Marine Le Pen, o primeiro secretário do Partido Socialista, Olivier Faure, o presidente dos republicanos conservadores, Laurent Wauquiez, e Stanislas Guerini, o novo delegado geral do partido Em Marche!, do presidente Emmanuel Macron. Édouard Philippe planeia continuar a concertação esta terça-feira com representantes dos ‘coletes amarelos’, mas resta saber se tal será possível e em que formato, após o fiasco de uma reunião semelhante na sexta-feira passada. Decisões adiadas O fim de semana ficou marcado em França por violentos protestos do movimento dos “coletes amarelos”, sobretudo por desacatos em Paris e por actos de vandalismo no Arco do Triunfo. O monumento, que é símbolo emblemático de Paris e da própria França, foi pintado, o seu museu saqueado e uma estátua partida, à margem dos protestos. Os últimos dados sobre sábado indicam que 136 mil pessoas se juntaram à mobilização dos “coletes amarelos” e que houve 263 feridos. O porta-voz do governo, Benjamin Griveaux, não quis adiantar ontem de manhã qualquer informação sobre se o governo vai ceder ao que desde o início foi a primeira reivindicação dos coletes amarelos’: anular o aumento de impostos sobre os combustíveis (gasolina e especialmente diesel), agendado para 1 de Janeiro. “Não tomamos as decisões antes” das reuniões com os representantes desse movimento e das partes, já que “vamos recebê-las para conversar”, disse Griveaux ontem de manhã, em entrevista à emissora “France Inter”. Os “coletes amarelos” continuam com as suas acções de protesto em rotundas, estradas e acesso a complexos petrolíferos em várias partes do país, incluindo um bloqueio da fronteira com a Espanha em Le Perthus, que decorreu de madrugada durante várias horas. O prefeito do departamento dos Pirineus Orientais explicou, pouco antes das 8:00 locais, na sua conta no Twitter, que tinha levantado esse bloqueio. Na Bretanha, o prefeito de Finistère anunciou no domingo restrições à venda de combustível para lidar com os problemas de abastecimento devido aos bloqueios nos depósitos de distribuição em Lorient e Brest.
Hoje Macau China / ÁsiaTrump envia mensagem de louvor pessoal a Kim Jong-un [dropcap]O[/dropcap] chefe de Estado sul-coreano disse ontem que o Presidente norte-americano enviou uma mensagem de louvor ao líder norte-coreano, Kim Jong-un, na qual garantiu que vai cumprir o acordo com Pyongyang se houver desnuclearização. Moon Jae-in afirmou que Donald Trump lhe pediu, durante uma reunião na sexta-feira, em Buenos Aires, onde decorreu a cimeira do G20, que integra as 20 principais economias mundiais, para transmitir a mensagem pessoalmente a Kim Jong-un. “A mensagem é que o Presidente Trump mantém uma imagem amigável de Kim, de quem gosta pessoalmente, e que espera que Kim implemente o resto do acordo”, declarou Moon, citado pela agência oficial de notícias sul-coreana Yonhap. No sábado, também em Buenos Aires, Trump afirmou que espera voltar a reunir-se com o líder da Coreia do Norte “em Janeiro ou Fevereiro” e garantiu estarem em discussão “três locais” para esta segunda cimeira. “Creio que vamos ter um [encontro] muito em breve, em Janeiro ou Fevereiro”, disse Donald Trump aos jornalistas a bordo do avião Air Force One, na viagem de regresso de Buenos Aires. Em Setembro, Trump disse que queria programar uma segunda cimeira com Kim, mas o impasse nas negociações adiou a reunião, que daria continuidade ao histórico encontro de Singapura, em Junho passado.
Hoje Macau China / ÁsiaGreat Wall Motor quer vender veículos eléctricos na Europa [dropcap]O[/dropcap] maior fabricante de veículos todo-o-terreno urbanos (SUV) da China, a Great Wall Motor, planeia chegar ao mercado europeu em 2020 com a sua marca de eléctricos Ora, informou ontem o diário South China Morning Post. A Great Wall está a estudar formas de estabelecer o seu “sistema global de distribuição de veículos eléctricos”, com o objectivo final de vender na Europa, explicou o vice-presidente, Ning Shuyong. No entanto, Ning Shuyong não quis esclarecer se esta iniciativa faz parte da Spotlight Automotive, empresa lançada no passado mês de Julho – com um investimento total de 5,1 bilhões de yuans – para produzir veículos eléctricos com a empresa alemã BMW. “O nosso objectivo é tornarmo-nos líderes de mercado no segmento de veículos eléctricos na China. Os nossos carros são projectados e montados de acordo com padrões internacionais e, sem dúvida, colocamos os nossos olhos nos mercados internacionais, incluindo a Europa”, sublinhou o CEO da Ora. A nova marca lançou em setembro o seu primeiro modelo, o todo-o-terreno SUV iQ, com uma autonomia de 360 quilómetros e que já conta com mais de 10.000 pedidos. O próximo modelo da Ora vai estar pronto ainda este mês com o nome R1. O todo-o-terreno tem quatro lugares, 350 quilómetros de autonomia e um preço de cerca de 110 mil yuans. O governo chinês espera que os fabricantes nacionais produzam cerca de três milhões de veículos eléctricos por ano. A Great Wall quer alcançar números anuais de 450.000. A China já é o primeiro mercado mundial nos “novos veículos de energia”, com 777 mil vendidos em 2017, um aumento de 53% em relação ao ano anterior. Contudo, o mercado automóvel chinês está a passar por um mau momento, esperando-se uma queda nas vendas dos todo-o-terreno dos fabricantes nacionais pela primeira vez desde 1992.
Hoje Macau China / ÁsiaGoverno português quer “investimento produtivo” da China [dropcap]O[/dropcap] ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, disse ontem que a China é um “país parceiro amigo de Portugal”, desde logo pela aposta chinesa em empresas do país, mas salientou a necessidade de conseguir um “investimento produtivo”. “É um país parceiro amigo de Portugal e cuja relação Portugal preza. Somos um país bem integrado na União Europeia, membro da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte], mas que tem um relacionamento excelente com vários parceiros à volta do mundo e é nesse sentido que a relação que temos com a China tem sido muito importante”, disse o governante. Falando na conferência “Portugal-China, uma relação com futuro”, em Belém, Lisboa, Pedro Siza Vieira reforçou que este país é “um parceiro comercial muito significativo”, desde logo por ser o 13.º cliente de exportações, o 6.º fornecedor de bens e por as trocas comerciais estarem a crescer. Ainda assim, isso “reflecte-se, sobretudo, ao nível do investimento estrangeiro” em Portugal, referiu o responsável, aludindo às “significativas aquisições de empresas e de activos”, em áreas como as finanças, a energia e a comunicação social. Em causa estão companhias como a Global Media, a Fidelidade, a Rede Energéticas de Portugal (REN), a EDP, o BCP, a EDP e o grupo Superbock, cujos responsáveis estiveram ontem presentes na sessão. Relação sólida Relembrando que este encontro acontece na véspera da visita oficial do Presidente chinês, Xi Jinping, a Portugal, Pedro Siza Vieira afirmou que o executivo português quer aproveitar tal ocasião para “elevar a relação política e diplomática a um plano distinto”. “A ambição que ambos os países colocam nesta visita é significativa” e, do ponto de vista de Portugal, “gostaríamos de passar da aquisição de activos para um investimento produtivo”, vincou o governante, falando em “áreas a explorar” como os setores automóvel e da mobilidade eléctrica. Além disso, continuou, Portugal quer “fazer crescer as exportações para a China”, aumentando assim a “penetração das mercadorias e serviços” portugueses, bem como fomentar o turismo. Acresce o “investimento português [que será feito] no desenvolvimento das comunicações com o resto do mundo”, constituindo, assim, o país “como ponto de acesso [da China] para a Europa”, referiu o governante. “Isso terá de respeitar as regras europeias, mas seguramente haverá a possibilidade de continuarmos a crescer nessa ordem de ideias”, adiantou. Pedro Siza Vieira lembrou ainda que a relação entre Portugal e China “se foi consolidando nos últimos anos”, apesar de já ser antiga, e como exemplo assinalou o apoio dado por aquele país à candidatura de António Guterres a secretário-geral da Organização das Nações Unidas, em 2016. Presente na ocasião, o embaixador da China em Portugal, Cai Run, considerou que a visita de terça-feira e quarta-feira “será uma visita de sucesso e com resultados frutuosos”. Por seu lado, o presidente do Conselho de Administração do grupo Global Media, que organizou a conferência, disse que esta empresa de comunicação social está a “viver o sucesso dessa relação” com a China, desde logo por a empresa chinesa KNJ deter 30% do capital.
Hoje Macau SociedadeMuseu do Grande Prémio | Orçamento passa de 380 para 830 milhões [dropcap]O[/dropcap] orçamento para as obras de renovação do Museu do Grande Prémio aumentou significativamente, escreveu ontem o jornal Ou Mun, passando das actuais 380 milhões de patacas para 830 milhões. A directora dos Serviços de Turismo, Helena de Senna Fernandes, garantiu que este será o valor final do projecto. De acordo com o jornal de língua chinesa, Helena de Senna Fernandes adiantou que o orçamento apontado inicialmente será destinado apenas ao projecto de decoração e concepção do espaço. O aumento do orçamento foi estimado por uma empresa de consultadoria, de nome Multimedia Devices, sendo destinado para a instalação de aparelhos LED e outros que irão proporcionar uma simulação das corridas do Grande Prémio de Macau. De acordo com Helena de Senna Fernandes, o orçamento de 830 milhões é “ambicioso”.
Hoje Macau PolíticaFórum Macau | Gabinete de Apoio ao Secretariado prolongado até 2022 [dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo (CE) decidiu prolongar o Gabinete de Apoio ao Secretariado Permanente do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, conhecido por Fórum Macau, por mais quatro anos, até 2022. A medida foi publicada, ontem, no Boletim Oficial e foi justificada com “o carácter permanente do Secretariado”, e com “a necessidade de promover, de forma constante, o papel de Macau como plataforma de ligação entre a China e os países lusófonos, bem como de intensificar o intercâmbio e a cooperação económica e comercial com esses países”.
Hoje Macau PolíticaAssociações contra nova medida de contratação de quadros qualificados [dropcap]A[/dropcap] Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) e a Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau mostraram a sua oposição contra o programa de contratações de quadros qualificados no exterior anunciado pelo secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, no debate sobre o relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG). De acordo com o Jornal do Cidadão, este assunto foi debatido no último programa Fórum Macau da TDM, onde a deputada Ella Lei defendeu que a medida, que já existe em Hong Kong, serve apenas para contratar residentes e estagiários quando há vagas nas empresas, tendo como objectivo dar formação aos naturais de Hong Kong. Nesse sentido, a deputada frisou que há um programa semelhante em Macau. Ao invés de criar um novo modelo de contratação de quadros qualificados, a deputada defende que o Executivo deve aperfeiçoar as políticas de emprego existentes e o regime de atribuição de residência por investimento do Instituto de Promoção do Comércio e Investimento (IPIM), para garantir que são recrutados apenas os quadros necessários. A nova medida anunciada por Lionel Leong visa a atribuição de vistos de trabalho sem a necessidade de existência prévia de um contrato laboral e que a pessoa pode também abrir uma empresa no território. Ho Chio Iam, da Associação Nova Juventude Chinesa de Macau, entende que esse programa será semelhante ao que é desenvolvido pelo IPIM, pelo que pode não providenciar grande ajuda às empresas na falta de recursos humanos. Ho Chio Iam adiantou ainda que é necessária mais informação sobre a necessidade de recursos humanos por parte das empresas e maior empenhamento em termos de aconselhamento laboral. Samuel Tong, presidente da Associação de Estudo de Economia Política, sugere que antes de se avançar com o novo programa o Governo deve apurar primeiro quais os quadros que Macau precisa, bem como os sectores que poderão fomentar o desenvolvimento económico. Por sua vez, Loi Man Keong, vice-presidente do Centro da Política da Sabedoria Colectiva, entidade ligada à União Geral das Associações de Moradores de Macau, mostrou-se a favor do programa anunciado por Lionel Leong, uma vez que existem falta de profissionais na área da tecnologia. Na visão de Loi Man Keong, isso levou ao desenvolvimento lento do conceito de cidade inteligente.