Pelo menos sete mortos em acidente em mina na China

[dropcap]P[/dropcap]elo menos sete mineiros morreram e três ficaram feridos na sequência de um acidente, no sábado, numa mina localizada no sudoeste da China, informou hoje a agência oficial de notícias Xinhua.

O acidente ocorreu por volta das 18h00, em Chongqing, o maior e mais populoso dos quatro municípios chineses, de acordo com as autoridades chinesas. As minas chinesas, especialmente as de carvão – a principal fonte de energia país -, estão entre as mais perigosas do mundo, embora nos últimos anos se tenha verificado um significativo decréscimo no número de mortes.

No início de Agosto, 13 mineiros morreram em resultado de uma explosão numa mina no sul da China. Em 2017, apenas nas minas de carvão chinesas foram registados 219 acidentes que causaram 375 mortos, um decréscimo de 28,7% cento em relação a 2016 e quase 20 vezes menos do que no início da década passada, quando se verificavam sete mil mortes todos os anos.

16 Dez 2018

Fotojornalista Gonçalo Lobo Pinheiro distinguido em prémio

[dropcap]O[/dropcap] fotojornalista Gonçalo Lobo Pinheiro, radicado em Macau há oito anos, foi distinguido em duas categorias dos prémios Chromatic Photography, tendo ficado em segundo lugar na categoria de Arquitectura – com a foto Glitz and Grit – e em terceiro lugar na categoria de Retrato – com a imagem Hope and Belief.

Gonçalo Lobo Pinheiro foi a concurso com duas fotografias que fizeram parte do ensaio fotográfico (com texto de Matthew Keegan) publicado no jornal britânico The Guardian em Outubro passado e intitulado “Multibillion-dollar Macau: a city of glitz and grit – photo essay”.

O trabalho revela “os contrastes e as desigualdades sociais cada vez maiores em Macau que, de acordo com o Fundo Monetário Internacional, será a cidade mais rica do mundo em 2020”, aponta um comunicado.

16 Dez 2018

MAM acolhe exposição que mostra estilo da “Escola de Xangai”

[dropcap]I[/dropcap]naugura esta terça-feira a exposição “Escola de Pintura de Xangai – Colecções do Museu do Palácio”, que ficará patente no Museu de Arte de Macau (MAM).

De acordo com um comunicado, estarão expostas cerca de 90 obras que vão mostrar ao público “a partir de uma perspectiva tridimensional os elementos artísticos diversificados da ‘Escola de Xangai’”.

Os visitantes poderão, assim, conhecer 20 representantes desta corrente artística, tal como “Os Quatro Ren”, “Os Três Xiong”, Wu Changshuo, Zhao Zhiqian e Xu Gu. Esta iniciativa parte de uma cooperação entre o Instituto Cultural, Direcção dos Serviços de Turismo e Museu do Palácio de Pequim, entre outras entidades.

16 Dez 2018

Chefe do Executivo reúne com Xi Jinping para balanço

[dropcap]O[/dropcap] chefe do Governo, Chui Sai On, encontra-se em Pequim para fazer um balanço da ação governativa de 2018 e uma antecipação do seu último ano à frente do Executivo. Na capital chinesa, Chui Sai On tem encontro marcado com os dirigentes do país, de acordo com um comunicado.

Em declarações à imprensa antes da partida, no aeroporto de Macau, o líder afirmou que o Governo “continua firme no trajecto de desenvolvimento económico e na melhoria do bem-estar social”, sendo estes os princípios orientadores da ação governativa, refere a mesma nota.

Já em antecipação do próximo ano, Chui Sai On prometeu continuar a trabalhar para acelerar o posicionamento do território como “Centro mundial de turismo e lazer” e uma “Plataforma de serviço comercial entre a China e os países da língua portuguesa”.

Na apresentação das Linhas de Acção Governativa (LAG) para 2019, em meados de Novembro, Chui Sai On já sublinhara que o reforço de cooperação económica e cultural com os países lusófonos é uma das prioridades para o próximo ano, o seu último na chefia do executivo de Macau.

Por outro lado, Macau quer corresponder “ao grande projecto nacional de desenvolvimento”, integrado em estratégias regionais. Neste sentido, vai continuar a participar na iniciativa nacional “Uma Faixa, uma Rota” e na construção da “Grande Baía”, acrescentou.

Nas LAG para o próximo ano, constam aumentos nos apoios sociais e redução de impostos.

16 Dez 2018

Delegação do Vaticano está na China para discutir acordo

[dropcap]U[/dropcap]ma delegação do Vaticano encontra-se na China para discutir a implementação de um acordo histórico sobre a nomeação de bispos, uma viagem que especialistas dizem ser um passo para o restabelecimento das relações bilaterais.

De acordo com o jornal chinês Global Times, a delegação está na China para conversar com “funcionários da igreja e do Governo” e trabalhar em “medidas práticas” para implementar o acordo provisório celebrado em Setembro, disse ao jornal o director da assessoria de imprensa da Santa Sé, Greg Burke.

Em Setembro, o Governo chinês e o Vaticano assinaram um acordo provisório sobre a nomeação de bispos, principal causa de conflito entre as duas partes. Nesse sentido, o papa Francisco anulou a excomunhão de sete bispos nomeados pelo Governo chinês, reconhecendo-os e abrindo caminho para a normalização das relações diplomáticas.

A Santa Sé e Pequim não mantêm relações diplomáticas desde 1951 e cerca de 12 milhões de católicos chineses estão divididos entre uma igreja cujo o clero é aprovado pelas autoridades chinesas, e uma Igreja clandestina que apenas reconhece a autoridade do papa.

Macau e Hong Kong são os únicos locais em toda a China onde a autoridade papal na Igreja Católica Romana é aceite.

16 Dez 2018

Mike Pompeo condena detenção de dois canadianos pela China

[dropcap]O[/dropcap] chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Mike Pompeo, considerou ontem “inaceitável” a detenção na China de dois canadianos, que ocorreu após a prisão no Canadá de uma responsável de uma empresa chinesa a pedido de Washington.

Num contexto em que a administração norte-americana é suspeita por diversos observadores de pretender utilizar o caso de Meng Wanzhou, directora-executiva do gigante chinês de telecomunicações Huawei, nas negociações comerciais com Pequim, Mike Pompeo assegurou que os Estados Unidos respeitam “o Estado de direito” e apelou à libertação dos dois canadianos.

As declarações de Pompeo foram emitidas após ter mantido, juntamente com o secretário da Defesa Jim Mattis, uma reunião com os respetivos homólogos canadianos.

Na sequência deste encontro, a ministra dos Negócios Estrangeiros do Canadá, Chrystia Freeland, assinalou que Pompeu concordou que a política deve estar excluída no caso da executiva chinesa detida no Canadá a pedido dos Estados Unidos.

O Governo de Pequim confirmou na quinta-feira que os cidadãos canadianos Michael Kovrig e Michael Spavor, detidos na China na sequência da prisão de Meng Wanzhou, estão a ser investigados por alegado envolvimento em “actividades que põem em perigo” a segurança nacional.

“Estas duas pessoas são suspeitas de levar a cabo actividades que prejudicam a segurança nacional da China”, afirmou ontem o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Lu Kang, em conferência de imprensa. Lu afirmou que as autoridades tomaram medidas de acordo com as leis e regulamentos chineses.

Segundo o porta-voz, Kovrig foi detido na segunda-feira, pelo Gabinete de Segurança Nacional de Pequim, enquanto Spavor está sob custódia do Gabinete de Segurança Nacional da cidade de Dandong, na província de Liaoning, noroeste do país.

“Os dois casos estão sob investigação”, afirmou Lu, revelando que as autoridades notificaram a embaixada do Canadá sobre os detidos, cujos “direitos legítimos e interesses estão a ser salvaguardados”. O porta-voz recusou oferecer mais detalhes sobre o paradeiro dos canadianos, justificando-se com o acordo consular assinado entre os dois países.

O Governo do Canadá tinha já manifestado a sua preocupação com o desaparecimento de Spavor, o director do Paektu Cultural Exchange, e um dos poucos ocidentais que já se encontrou com o líder norte-coreano Kim Jong-un. O empresário organiza viagens turísticas e eventos desportivos na Coreia do Norte.

A confirmação sobre a sua detenção surge depois de, na quarta-feira, Lu Kang ter confirmado a detenção de Michael Kovrig, antigo diplomata do Canadá. Lu assegurou que a organização para a qual trabalha, a unidade de investigação International Crisis Group (ICG), “não está registada na China”.

As detenções ocorrem depois de as autoridades chinesas terem ameaçado Otava com “graves consequências” caso a responsável da Huawei, Meng Wanzhou, não fosse libertada imediatamente.

A imprensa oficial chinesa pediu na quinta-feira a Otava que rejeite a “hegemonia” de Washington e tome “decisões independentes”, apelando à libertação da directora financeira da Huawei.

16 Dez 2018

Conselho Islâmico da Tailândia proíbe o casamento com menores de 17 anos

[dropcap]O[/dropcap] Conselho Islâmico da Tailândia emitiu uma ordem que proíbe o casamento com menores de 17 anos, na sequência da controvérsia criada este ano pelo casamento de uma menina de 11 anos com um malaio de 41 anos. A decisão entrou em vigor após ter sido anunciada em todas as mesquitas do país durante a oração de sexta-feira, disse um membro do Conselho Islâmico da Tailândia.

A nova regra, que eleva em dois anos a idade mínima para o casamento, estabelece que as mesquitas não podem autorizar casamentos com menores de 17 anos, a menos que seja autorizado por um tribunal islâmico, permissão dos pais por escrito perante o comité provincial islâmico ou pela polícia.

A lei da Tailândia, um país de maioria budista, considera o casamento legal a partir dos 17 anos de idade com o consentimento dos pais ou a partir dos 15 anos de idade com autorização judicial.

Essa legislação não se aplica em quatro províncias de maioria malaio-muçulmana no sul do país, onde os tribunais islâmicos prevalecem sobre o código civil em questões de família e herança. A Malásia anunciou no mês passado reformas para endurecer os critérios para permitir casamentos com crianças.

O anúncio do governo da Malásia surgiu devido à controvérsia gerada em Julho, quando o muçulmano Che Abdul Karim Che Abdul Hamid, de 41 anos, vendedor de borracha, tomou a rapariga de 11 anos, que actualmente vive com os seus pais na Malásia, como sua terceira mulher na Tailândia, numa união que se tornou pública depois de uma das suas outras mulheres ter feito queixa junto da polícia.

Os homens muçulmanos na Malásia podem ter quatro esposas e as raparigas com menos de 16 anos, a idade legal para casar, podem faze-lo só com o consentimento do tribunal islâmico e dos pais.

A Sociedade Nacional dos Direitos Humanos da Malásia indicou que, segundo valores do Governo, existiam em 2010 cerca de 15.000 crianças casadas e apelou à criminalização do casamento infantil.

16 Dez 2018

Mundiais de natação em Hangzhou | João Vital qualifica-se para final de 400m estilos

[dropcap]O[/dropcap] nadador português João Vital qualificou-se ontem para a final da prova dos 400 metros estilos dos Mundiais de piscina curta, que decorrem em Hangzhou, na China, ao obter o oitavo melhor tempo nas eliminatórias.

João Vital foi o último nadador apurado para a final, que se disputou ontem, ao concluir a prova com o tempo de 4.06,93 minutos, superando por larga margem o seu máximo pessoal (4.09,19) e ficando muito perto do recorde nacional, de Diogo Carvalho, cifrado em 4.06,83.

Nos 200 metros estilos femininos, as duas representantes lusas falharam a presença na final. Victoria Kaminskaya, recordista nacional, obteve o 19.º tempo nas eliminatórias, com 2.12,82 minutos, enquanto Diana Durães terminou com a 28.ª marca, de 2.16,26, tendo a qualificação para a final ficado fechado em 2.07,78.

Ana Catarina Monteiro bateu o recorde pessoal nos 100 metros mariposa, com o tempo de 59,27 segundos, mas também não conseguiu apurar-se para as meias-finais da prova, uma vez que a última nadadora apurada obteve 58,22, tendo terminado com 24.º melhor registo, entre 46 inscritas.

16 Dez 2018

Incidente em voo entre Díli e Bali obriga passageiros a usar coletes salva-vidas

[dropcap]O[/dropcap]s passageiros do avião da companhia indonésia Sriwijaya que fez ontem a ligação entre Díli e Bali tiveram de fazer parte da viagem com os coletes salva-vidas postos, depois de problemas ainda não explicados pela empresa.

Passageiros que fizeram a viagem explicaram à Lusa que os incidentes começaram praticamente no momento da descolagem, quando se começaram a ouvir pancadas fortes na fuselagem.

“Tínhamos acabado de levantar e eu pensei que era o barulho das rodas a recolher, mas o barulho continuou”, disse Mafalda Magalhães, uma das muitas portuguesas que seguia a bordo.

“Até pensei que íamos voltar logo para Díli, mas continuámos viagem. Um passageiro viu fumo num dos motores e gritou fogo e uma das hospedeiras repetiu o alerta e mandou-nos vestir os coletes”, explicou.

Os passageiros permaneceram com os coletes “durante grande parte da viagem”, tendo já na segunda metade da viagem recebido instruções para os retirar. “O avião aterrou sem problemas”, disse.

A mesma passageira disse que, oficialmente, a empresa não deu explicações ainda que hospedeiras tenham informado os passageiros que se tratou de excesso de peso ou de problemas na armazenagem da bagagem.

Testemunhas relataram ontem um “caos” no processo de ‘check in’ dos dois voos para Bali, o da Sriwijay e o da Citilink, com longas filas e demoras, especialmente porque muitos dos passageiros tinham peso a mais.

No voo seguiam vários portugueses incluindo professores que terminaram a sua presença em Timor-Leste. Fotos dos passageiros com coletes dentro do avião e relatos dos incidentes estão a ser partilhados em grupos nas redes sociais em Timor-Leste.

16 Dez 2018

Judocas portuguesas não passam do primeiro combate no Masters de Guangzhou

[dropcap]A[/dropcap]s três judocas portuguesas que ontem combateram no Masters de Guangzhou foram eliminadas logo na primeira eliminatória da prova, que decorre na China e reúne 16 melhores praticantes mundiais de 2018 em cada categoria.

Telma Monteiro, a judoca lusa com mais titulada, com destaque para a medalha de bronze olímpica conquistada em 2016, no Rio de Janeiro, perdeu com a kosovar Nora Gjakova – que viria a conquistar a medalha de prata -, na categoria de -57 kg, por ‘waza-ari’, depois de já ter sido alvo de duas advertências.

Na categoria de -52kg, Joana Ramos foi eliminada no combate inaugural pelo mesmo método (‘waza-ari’) e igualmente após ter sofrido duas advertências, perante a suíça Evelyne Tschopp.

Catarina Costa, em -48 kg, também não conseguiu passar da primeira ronda, ao perder por ‘ippon’ frente à sérvia Milica Nikolic, após 2.42 minutos de combate e também depois de ter recebido duas advertências, por falta de combatividade e por falso ataque.

Apesar de igualar em Guangzhou a maior participação de sempre, registada no ano passado, com cinco judocas, Portugal teve uma entrada em cena modesta, procurando melhorar o desempenho no domingo, através de Anri Egutidze, na categoria de -81 kg, e de Jorge Fonseca, em -100 kg.

16 Dez 2018

Tribunal de Hong Kong adia sentença sobre líderes da revolta dos guarda-chuvas

[dropcap]U[/dropcap]m tribunal de Hong Kong adiou para 9 de Abril a leitura da sentença de nove activistas acusados de perturbar a ordem pública durante a “revolta dos guarda-chuvas” na cidade, em 2014.

De acordo com a cadeia local RTHK, antes de o tribunal distrital anunciar o adiamento da decisão sobre o caso, o director de acção penal, David Leung, afirmou que o tribunal não devia avaliar “o mérito” dos protestos e devia basear-se nos factos, incluindo a extensão e duração dos protestos e as dificuldades que causaram ao público.

No entanto, o advogado de defesa do deputado Shiu Ka-chun declarou que os réus não pediam ao tribunal para avaliar os méritos políticos ou sociais das exigências apresentadas em 2014, mas que os juízes tivessem em conta que um número razoável de residentes foi tolerante em relação ao impacto dos protestos, dada a importância das questões em causa.

Três dos réus, Chan Kin-man, de 59 anos, professor de sociologia, Benny Tai, de 54, professor de direito, e Chu Yiu-ming, de 74 anos, ministro da Igreja Baptista de Chai Wan em Hong Kong, fundaram o movimento “Occupy Central” em 2013. Os restantes são a deputada Tanya Chan, os activistas Eason Chung, Raphael Wong e Tommy Cheung, e o antigo parlamentar Lee Wing-tat.

Os nove enfrentam várias acusações criminais, incluindo “incitação para cometer distúrbios públicos”, sendo que os três co-fundadores enfrentam uma acusação adicional de “conspiração para cometer distúrbios públicos” e podem ser condenados até sete anos de prisão.

Entre 28 de Setembro e 15 de Dezembro de 2014, centenas de milhares de pessoas paralisaram quarteirões inteiros para exigir o sufrágio universal na escolha do chefe do Executivo de Hong Kong, nomeado por uma comissão pró-Pequim. Mas as autoridades chinesas não recuaram.

Em 2014, a acção dos manifestantes, que treparam pelas barreiras metálicas e entraram na Civic Square, uma praça situada num complexo governamental, desencadeou manifestações mais importantes e dias mais tarde teria início o movimento pró-democracia, quando a polícia disparou granadas de gás lacrimogéneo para dispersar a multidão, que se protegeu com guarda-chuvas.

Desde então, vários activistas foram julgados pelo Ministério da Justiça, e alguns já se encontram a cumprir pena de prisão. Alguns foram proibidos de concorrer às eleições e outros foram desqualificados do Conselho Legislativo da região administrativa especial chinesa.

Recentemente, o cancelamento de eventos literários e artísticos e a recusa em permitir a entrada de um jornalista do Financial Times em Hong Kong reacenderam a preocupação com a liberdade de expressão naquele território administrado pela China.

16 Dez 2018

CPLP | Ex-secretária-executiva quer China como membro observador

[dropcap]A[/dropcap] ex-secretária-executiva da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa disse que a organização gostaria de ter a China na sua lista de países observadores associados, considerando ser “bem possível” que isso venha a acontecer.

“Todos temos assistido ao grande interesse que a China tem manifestado relativamente aos países de língua portuguesa. A China é hoje um parceiro extremamente importante para os países africanos de língua portuguesa, e não só”, disse, em entrevista à Lusa, Maria do Carmo Silveira, que a 31 de Dezembro termina o seu mandato como secretária-executiva da CPLP, sendo susbstituida pelo português Francisco Ribeiro Telles.

Quando questionada sobre uma eventual possibilidade de a China poder vir a ser um observador associado da CPLP, respondeu: “quem sabe… É bem possível. Acho que a CPLP veria com muitos bons olhos essa possibilidade. A China seria muito bem-vinda como observador associado”.

Sobre se a China já manifestou esse interesse, Maria do Carmos Silveira disse não ter ainda “qualquer indicação neste sentido”, mas acrescentou: “nunca se sabe quando é que as coisas podem aparecer”.

Actualmente, a CPLP tem 19 países como observadores associados. O Presidente da China prometeu, durante a sua visita a Portugal no início de Dezembro, o reforço dos projetos existentes com Portugal e defendeu o multilateralismo, o livre comércio e a paz, numa declaração conjunta com o primeiro-ministro português, António Costa.

“O funcionamento bilateral encontra-se no seu melhor momento histórico. Em 2019, quando se celebram 40 anos das relações bilaterais, vamos aprofundar a amizade e cooperação e levar a nossa parceria estratégica global para um novo patamar”, assinalou Xi Jinping no Palácio de Queluz, onde foi recebido pelo primeiro-ministro português, membros do Governo, empresários e académicos.

Na altura, afirmou ainda que “as duas partes vão empenhar-se na promoção e aprofundamento da parceria estratégica global entre a China e a Europa, reforçar o apoio à cooperação nas organizações internacionais, como a ONU, salvaguardar conjuntamente o multilateralismo, o livre comércio, promover a paz, desenvolvimento, estabilidade e prosperidade mundiais”.

Para 2019, quando se celebram 40 anos das relações bilaterais, Xi Jinping prometeu um aprofundamento da amizade e cooperação.

Outras formas de decisão

Maria do Carmo Silveira defendeu que a CPLP deveria evoluir para outras formas de decisão, pelo menos em algumas questões, como a da mobilidade de pessoas, e o seu secretário executivo deveria ter mais poder, defendeu a secretária-executiva da organização.

“A CPLP é um fórum multilateral e uma das limitações do multilateralismo é precisamente o facto de não se conseguir consensos para determinadas questões. Na CPLP, onde as decisões são tomadas por consenso, isto significa que todos os países têm de estar de acordo para que essa questão possa avançar e basta haver uma manifestação de reserva de um dos Estados-membros para que a questão não avance”, explicou Maria do Carmo Silveira.

A secretária-executiva referiu que “todos os Estados tem direito a veto”, mas admitiu que este facto pode ser uma pedra na engrenagem da CPLP.

“É uma forma de decidir, ou seja, os Estados são soberanos para decidir, o que tem o seu lado positivo que é todos os Estados, independentemente do seu poder económico ou do seu tamanho geográfico poderem participar plenamente nas decisões da organização”. Mas, considerou, “para algumas questões, como é o caso da mobilidade”, devia-se “evoluir para outras formas”, de decisão.

“Já dissemos que alguns países têm limitação [como é o caso de Portugal por pertencer ao espaço Shegen] naquela questão [a da mobilidade], mas provavelmente, a haver outro sistema de decisão, aqueles países que estão preparados, ou que estão dispostos a avançar, poderiam fazê-lo”, acrescentou.

Maria do Carmo Silveira defendeu que “este é um tema que merece alguma reflexão ao nível da CPLP, porque pode constituir um entrave a uma dinâmica mais agressiva ao nível da organização”.

Os obstáculos

Falando ainda de outros obstáculos que sentiu ao longo dos seus dois anos de mandato, que agora termina, a são-tomense considerou que as assimetrias entre os Estados-membros também não facilitam a atividade da organização.

“As assimetrias ao nível do desenvolvimento dos Estados fazem com que a capacidade de resposta de alguns seja inferior à de outros. E isso faz com que tenhamos de trabalhar por vezes a duas velocidades, mas é mesmo assim, faz parte do processo e temos que estar prontos e conscientes dessas dificuldades”, disse.

A responsável defendeu ainda que “o secretário-executivo tem que ter mais poder” porque o seu o âmbito de actuação “é limitado e isto também cria limitações”.

“Porque não havendo mecanismos de concertação rápida, dado que tudo tem de ser decidido por consenso [na CPLP], muitas vezes o secretário-executivo não pode avançar porque não tem o feedback dos Estados-membros. E isto cria algumas dificuldades em determinadas situações”, disse.

Apesar dos obstáculos, considerou, a CPLP tem vindo a assumir cada vez mais importância.

“Temos uma CPLP que se projeta cada vez mais no cenário internacional, e a prova disso é o crescente número de países que se têm associado à organização, assumindo o estatuto de observador [19]. E isso é o fruto de uma projeção internacional que a CPLP vem conquistando e do reconhecimento das pessoas de que cada vez mais a CPLP vem falando a uma só voz e que tem atraído a atenção dos outros. Só por isto a CPLP é uma organização com futuro, com muito futuro”, defendeu.

14 Dez 2018

João Morgado lança novo romance sobre o período da Inquisição

É lançado na próxima segunda-feira o novo romance do escritor João Morgado, um dos convidados do festival literário Rota das Letras de 2017. A obra chama-se “O Livro do Império” e tem a chancela da editora Clube de Autor

 

[dropcap]O[/dropcap] período da Inquisição em Portugal é o tema central do novo livro do escritor português João Morgado que será lançado na próxima segunda-feira em Lisboa. “O Livro do Império” tem a chancela da editora Clube de Autor e retrata Portugal numa fase em que o país “tem um império em declínio, com um rei destemido, mas influenciado por uma nobreza e clero corruptos”. Perante este cenário, a Inquisição “não hesita em prender, matar e destruir as mentes e as obras mais brilhantes”.

O romance do escritor que foi um dos convidados da sexta edição do festival literário Rota das Letras “narra a vida de um poeta arrependido e a história de Portugal em vésperas da batalha de Alcácer-Quibir”. Nessa altura, Espanha “observa a decadência de Portugal, joga com o poder e o apoio dos jesuítas, e mantém a esperança de voltar a dominar toda a península”.

Surge então um “trota-mundos sem eira nem beira”, apesar de levar uma vida de “prisões, putaria e inimigos poderosos”, decide “cantar as glórias desse povo num poema épico que lembra todos ‘aqueles que por obras valorosas’ se foram da ‘lei da morte libertando’”.

Contudo, “ao cantar uma estirpe de homens que se igualara a deuses, por contraste compunha também um libelo acusatório contra a depravação vigente”. O livro questiona, então “como foi possível que el-rei e o Santo Ofício tenham deixado publicar esta obra”.

Paixão histórica

Nascido em 1965, na Covilhã, João Morgado desde sempre esteve ligado ao romance histórico, tendo publicado o seu primeiro livro desse género em 2015, intitulado “Vera Cruz”, e que versa sobre a vida de Pedro Álvares Cabral, apresentando uma tese original sobre a descoberta do Brasil pelos portugueses.

Depois da obra inaugural, João Morgado partiu para um romance biográfico sobre Vasco da Gama, publicado em 2016. Posteriormente, foi reeditado o “Diário dos Infiéis”, que foi adaptado ao teatro, bem como “Diário dos Imperfeitos”.

Numa entrevista publicada no jornal Ponto Final, em Março do ano passado, João Morgado falou das diferenças deste novo livro face aos anteriores. “O terceiro romance já está escrito, mas ainda vai ficar em segredo porque não sei ainda quando é que o vou publicar. Mas vou falar de uma outra faceta, de uma outra fragilidade humana, certamente.”

14 Dez 2018

Medicina Tradicional Chinesa | Empresas da China querem investir em Macau

[dropcap]O[/dropcap] secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, esteve ontem reunido com representantes do Grupo Chia Tai, ligado à medicina tradicional chinesa, e com o presidente do grupo farmacêutico CP, Xie Bing.

De acordo com um comunicado do gabinete do secretário, ambos estão interessados em investir em Macau, estando atentos ao potencial do Parque Científico e Industrial de Medicina Tradicional Chinesa para a Cooperação entre Guangdong-Macau.

Xie Bing referiu que foi atingido “um consenso preliminar quanto à intenção de cooperação, estando a empenhar-se activamente nos trabalhos preparatórios de investimento e desenvolvimento das suas actividades” no parque científico.

14 Dez 2018

Ella Lei pergunta por inventário de bibliotecas

[dropcap]D[/dropcap]epois do Comissariado de Auditoria ter feito um relatório sobre o acervo das bibliotecas públicas, a deputada Ella Lei questionou se as conclusões da entidade fiscalizadora estão a ser seguidas.

A deputada dos Operários enviou uma interpelação a questionar o Governo se está a ser cumprida a recomendação de fazer um inventário por ano de todas as obras das bibliotecas. Ella Lei quer também saber o que foi feito para implementar o relatório.

Por outro lado, questiona o que está a ser feito para haver uma análise quantitativa da popularidade dos livros, ou seja os mais requisitados e lidos, e se essa informação vai ser revelada publicamente.

14 Dez 2018

Portas do cerco | Terminal reabre este sábado depois de obras

[dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) anunciou ontem a reabertura do terminal de autocarros das portas do cerco já este sábado. De acordo com um comunicado oficial, nesta fase inicial de reabertura “um total de 13 carreiras de autocarros fazem escala no terminal e as restantes mantêm-se a funcionar de acordo com a disposição actual”.

Um total de sete carreiras vão usar o terminal como ponto de partido, sendo que as restantes cinco fazem apenas escala nas portas do cerco. Além disso, a carreira 3X só efectua no local a largada de passageiros e mantém a tomada dos mesmos na paragem “Itsmo F. Amaral”. As paragens criadas depois do encerramento do terminal rodoviário serão mantidas, continuando a seguir a actual disposição as carreiras que passam por estas paragens.

O terminal de autocarros teve de fechar temporariamente devido aos estragos causados pela passagem do tufão Hato no território. As obras concluíram no final de Novembro. As novas instalações “dispõem de três zonas de espera climatizadas do tipo fechado e de duas do tipo aberto”, estando equipadas “com novos aparelhos de ar condicionado, sistema de ventilação e exaustão de fumo, sistema de combate a incêndios, sistema eléctrico e instalações de filas de espera”.

Foi também feita uma optimização dos espaços destinados aos sanitários, gabinetes de trabalho e placas de refúgio para passageiros à espera de autocarros, com o objectivo de “aumentar o conforto nos espaços de descanso para motoristas e de espera para passageiros”.

13 Dez 2018

Fundação Oriente | Jornalista Sílvia Gonçalves vence prémio

[dropcap]A[/dropcap] jornalista Sílvia Gonçalves, editora do jornal Ponto Final, é a vencedora da edição deste ano do prémio Macau Reportagem, atribuído pela Fundação Oriente (FO). O trabalho distinguido foi uma reportagem sobre o tufão Hato, intitulada “Destruição e desalento, no dia em que o Hato sacudiu a cidade”, publicada no diário a 25 de Agosto do ano passado.

O júri escolheu este trabalho jornalístico por unanimidade, uma vez que se trata de um “tema de grande impacto para Macau do ponto de vista social e económico, proporcionando uma visão ampla e credível do acontecimento alvo da reportagem, visão essa que se encontra sustentada por testemunhos transversais e ilustrada por elementos fotográficos de manifesta expressividade”.

Além disso, “da perspectiva linguística, o trabalho sai ainda valorizado pela amplitude vocabular e por ser um texto estruturalmente sólido. Em suma, é um trabalho que respeita todos os princípios jornalísticos de uma boa reportagem”, considera a FO.

Salomé Fernandes e Viviana Chan, jornalistas do Jornal Tribuna de Macau, foram distinguidas com uma menção honrosa com a reportagem “Não residentes enfrentam entraves à maternidade”, publicada a 28 de Dezembro de 2017.

Para esta edição concorreram dez jornalistas que enviaram um total de 12 trabalhos. O prémio tem um valor de 50 mil patacas e visa “premiar o melhor trabalho jornalístico sobre Macau, nas vertentes cultural e sócio-económica, publicado em órgãos de comunicação social da RAEM e de Portugal”.

O júri é constituído pela coordenadora da delegação da FO em Macau, Ana Paula Cleto, e por mais quatro elementos: Harald Bruning, director do jornal “The Macau Post Daily”, Joaquim Ramos, director do Instituto Português do Oriente, Maria José Grosso, professora da Universidade de Macau e Rosa Bizarro, professora do Instituto Politécnico de Macau. O prémio é entregue em Janeiro do próximo ano.

13 Dez 2018

Imprensa oficial chinesa apela ao Canadá que rejeite “hegemonia” dos Estados Unidos

[dropcap]A[/dropcap] imprensa oficial chinesa pediu hoje a Otava que rejeite a “hegemonia” de Washington e tome “decisões independentes”, apelando à libertação da directora financeira da Huawei, detida no Canadá a pedido dos Estados Unidos.

“O Canadá concedeu liberdade condicional a Meng [Wanzhou], o que é positivo, mas ela merece total liberdade. Otava pode acabar agora mesmo com esta crise”, apontou o Global Times, jornal de língua inglesa do grupo do Diário do Povo, o órgão central do Partido Comunista Chinês.

Em editorial, o jornal lembra que as “obrigações” do Canadá para com a China “devem prevalecer”, face aos compromissos para com um terceiro país.

A directora da Huawei foi detida pelas autoridades canadianas, a pedido dos EUA, por suspeita de ter mentido sobre uma filial da empresa, para poder aceder ao mercado iraniano, violando sanções norte-americanas.

O Global Times considera que os EUA violaram o espírito do direito internacional, ao usar leis nacionais para estender a sua jurisdição, e apelou ao Canadá que actue como um “país independente e soberano, e não um Estado vassalo”.

O jornal evita ainda vincular a recente detenção do antigo diplomata canadiano Michael Kovrig, uma aparente retaliação pelo caso de Meng. O Governo chinês justificou já a detenção de Kovrig e assegurou que a organização para a qual trabalha, a unidade de investigação International Crisis Group (ICG), “não está registada na China”.

“Não há nada que evidencie uma ligação entre a detenção de Meng e a de Kovrig”, afirma o Global Times, lembrando que os dois casos são “muito diferentes”, já que Meng foi detida sem ter violado nenhuma lei do Canadá, e Kovrig foi detido pelas suas “actividades” na China.

Na quarta-feira, a ministra canadiana dos Negócios Estrangeiros, Chrystia Freeland, revelou suspeitar que outro cidadão do país foi colocado sob custódia pelas autoridades chinesas. Um funcionário do Governo canadiano revelou mais tarde à agência Associated Press, sob condição de anonimato, tratar-se de Michael Spavor, um dos poucos ocidentais que já se encontrou com o líder norte-coreano Kim Jong-un.

Um outro jornal oficial chinês acusou Washington de ter um plano “bem preparado” contra a Huawei e outras tecnológicas chinesas, visando expulsá-las do mercado norte-americano.

“A China está a conter-se no caso de Meng, para que não afete as fricções comerciais com os Estados Unidos, e está a fazer todos os esforços para aliviar as tensões”, afirmou o China Daily, lembrando que é “altura de a China se preparar para o próximo golpe dos Estados Unidos”.

O tribunal de Vancouver decretou esta semana a liberdade condicional de Meng, apesar de o advogado representante do Governo canadiano se ter oposto. As autoridades dos EUA suspeitam que o grupo chinês exportou produtos de origem norte-americana para o Irão e outros países visados pelas sanções de Washington, violando as suas leis.

Uma lei federal proíbe responsáveis governamentais e militares de utilizarem aparelhos fabricados pela Huawei e as suas alegadas ligações ao Partido Comunista chinês são frequentemente salientadas.

As autoridades norte-americanas têm 60 dias após a detenção para apresentar ao Canadá um pedido formal de extradição. Caso não o façam Meng será colocada em liberdade.

A ascensão ao poder de Donald Trump nos EUA ditou o despoletar de disputas comerciais, com os dois países a aumentarem as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um.

A liderança norte-americana teme perder o domínio industrial global, à medida que Pequim tenta transformar as firmas estatais do país em importantes atores em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.

Pequim e Washington anunciaram, no mês passado, uma trégua de 90 dias, para negociar um acordo que ponha o fim à guerra comercial.

13 Dez 2018

China confirma detenção de fotojornalista desaparecido há mais de um mês

[dropcap]A[/dropcap] mulher do fotojornalista chinês Lu Guang, desaparecido há mais de um mês na China, disse hoje à agência de notícias Associated Press (AP) que as autoridades chinesas confirmaram a sua detenção no país.

O premiado fotógrafo, que documenta delicadas questões sociais e ambientais no gigante asiático, foi preso na cidade de Kashgar, na região de Xinjiang, no oeste do país, disse à AP a mulher, Xu Xiaoli, que vive em Nova Iorque.

As autoridades entraram esta quarta-feira em contacto com alguns familiares, sem que tenha sido entregue qualquer aviso por escrito com as acusações, que permanecem dúbias, indicou Xu Xiaoli.

O fotojornalista desapareceu em 3 de Novembro, quando se encontrava na província de Xinjiang. Tinha um encontro marcado com um amigo na província de Sichuan, em 5 de Novembro, mas nunca chegou a aparecer.

Lu Guang venceu o prestigiado World Press Photo com uma reportagem sobre aldeões chineses, pobres, que contraíram HIV depois de terem vendido o próprio sangue. As suas fotografias abordam temas como a poluição e a destruição ambiental industrial – questões consideradas sensíveis pelo Governo e tradicionalmente evitadas pelos meios de comunicação social chineses.

Um aparelho de segurança sufocante tem sido imposto à região de Xinjiang nos últimos anos, numa altura em que o Governo combate aquilo a que chama de ameaças terroristas da população predominantemente muçulmana.

13 Dez 2018

Wall Street encerra em alta graças a alívio da tensão sino-norte-americana

[dropcap]A[/dropcap] bolsa nova-iorquina encerrou em alta na quarta-feira, com os investidores encorajados pelas notícias na frente do conflito comercial sino-norte-americano. Os resultados definitivos da sessão indicam que o selectivo Dow Jones Industrial Average avançou 0,64%, para os 24.527,27 pontos.

Por seu lado, o tecnológico Nasdaq progrediu 0,95%, para as 7.098,31 unidades, e o alargado S&P500 valorizou 0,54%, para as 2.651,07. “Os investidores fizeram um ‘uf’ de alívio, porque se obteve alguma clareza sobre as diferentes estratégias que se desenvolvem actualmente na Casa Branca”, indicou Adam Sarhan, da 50 Park Investment.

O secretário do Comércio, Wilbur Ross, congratulou-se pela decisão da China de reduzir as tarifas alfandegárias sobre a viaturas fabricadas nos Estados Unidos da América, confirmando, assim, uma informação divulgada pela imprensa. Em resultado, as ações da Ford subiram 1,17%, as da General Motors 2,85% e as da Fiat Chrysler 2,72%.

Um pouco antes, o Wall Street Journal tinha relatado que a China se preparava para abrir ainda mais o acesso da sua economia às empresas estrangeiras, o que provocou um movimento de euforia nos mercados.

Os investidores também reagiram à sentença de três anos de prisão pronunciada para Michael Cohen, antigo advogado do Presidente norte-americano, Donald Trump, pelo pagamento que fez a duas mulheres para que silenciassem alegadas relações com o multimilionário.

“Cohen vai para a prisão por três anos. O caso está fechado de momento. Isto dá oxigénio aos investidores”, estimou Sarhan. A maior parte dos juristas parece, de momento, excluir uma acusação a Trump, por causa deste assunto, enquanto estiver na Casa Branca.

Acontecimento marcante na quarta-feira em Wall Street foi o início do serviço de música em linha do grupo tecnológico chinês Tencent, o Tencent Music. O grupo, que representa a segunda maior introdução em bolsa de uma empresa chinesa, valorizou 7,69%.

A empresa beneficiou também do optimismo que envolve o confronto comercial entre a China e os EUA, que aproveitou às empresas chinesas cotadas em Nova Iorque, como a JD.com, que valorizou 4,69%, e a Baidu, que progrediu 1,64%.

13 Dez 2018

Empresário canadiano desaparece na China em altura de tensões com Otava

[dropcap]U[/dropcap]m funcionário do Governo do Canadá revelou hoje que o canadiano que desapareceu na China, e que se suspeita ter sido detido, é o empresário Michael Spavor, que visita frequentemente a Coreia do Norte.

O desaparecimento ocorre numa altura de crescente tensão entre Pequim e Otava, face à detenção da directora financeira da empresa chinesa de telecomunicações Huawei, Meng Wanzhou, no Canada, a pedido dos Estados Unidos.

Spavor é o diretor do Paektu Cultural Exchange e um dos poucos ocidentais que já se encontrou com o líder norte-coreano Kim Jong-un. O empresário ajudou Pyongyang a organizar a visita ao país do antigo jogador norte-americano de basquetebol Dennis Rodman. A China deteve já um antigo diplomata canadiano, noutra aparente retaliação pela detenção de Meng.

Na quarta-feira, a ministra canadiana dos Negócios Estrangeiros, Chrystia Freeland, revelou suspeitar que outro cidadão do país foi colocado sob custódia pelas autoridades chinesas. Um funcionário do Governo canadiano revelou mais tarde à agência Associated Press, sob condição de anonimato, tratar-se de Michael Spavor.

A directora da Huawei foi detida por suspeita de ter mentido sobre uma filial da empresa, para poder aceder ao mercado iraniano, violando sanções norte-americanas. O tribunal de Vancouver decretou a liberdade condicional de Meng Wanzhou, apesar de o advogado representante do Governo canadiano se ter oposto.

As autoridades dos EUA suspeitam que o grupo chinês exportou produtos de origem norte-americana para o Irão e outros países visados pelas sanções de Washington, violando as suas leis.

Uma lei federal proíbe responsáveis governamentais e militares de utilizarem aparelhos fabricados pela Huawei e as suas alegadas ligações ao Partido Comunista chinês são frequentemente salientadas. Meng é filha do fundador da Huawei, Ren Zhengfei.

13 Dez 2018

Universidade de Macau lança plataforma de tradução online chinês-português-inglês

[dropcap]A[/dropcap] Universidade de Macau (UM) anunciou ontem ter lançado uma plataforma de tradução online chinês-português-inglês, de forma a ajudar os tradutores profissionais em vocabulários mais técnicos.

“A plataforma permite que tradutores profissionais estabeleçam conjuntos de vocabulário especializados relacionados com um determinado sector”, explicou a UM, em comunicado.

Além disso, sublinhou a UM, o sistema, UM-CAT, pode também identificar automaticamente textos usados anteriormente, sendo esta plataforma “adequada para escritórios governamentais e empresas que precisam de lidar com uma grande quantidade de tarefas de tradução multilíngue no seu trabalho diário”.

“O UM-CAT pode, não só traduzir textos genéricos, como também traduzir textos técnicos em diferentes campos profissionais”, referiu a UM.

Esta plataforma também integra várias outras funções, incluindo memória de tradução, gestão de terminologia, tradução colaborativa e inteligente e sugestão de segmentos de tradução.

O UM-CAT foi desenvolvido pelo Laboratório de Linguagem Natural da UM e pelo Laboratório de Tradução Automática Português-Chinês.

13 Dez 2018

Mundiais de natação em Hangzhou | Ana Catarina Monteiro superou-se com sexto lugar

[dropcap]A[/dropcap] nadadora portuguesa Ana Catarina Monteiro, sexta classificada na final dos 200 metros mariposa dos Mundiais de piscina curta, com recorde nacional, em Hangzhou, na China, disse ontem que a “superação marcou o dia”.

“Estou muito feliz só pelo facto de ter participado. Claro que o primeiro recorde nacional e um lugar na final e depois o segundo recorde com um sexto lugar na final deixam-me com uma alegria indescritível”, referiu a nadadora, admitindo que apesar do resultado não se sentia a 100%.

Ana Catarina Monteiro, que terminou a prova a 4,14 segundos da vencedora, a húngara Katinka Hosszu, fixou o novo máximo de Portugal em 2.05,74 minutos, superando por larga margem o recorde que tinha estabelecido nas eliminatórias realizadas durante a manhã, com o tempo de 2.06,49 minutos.

“Os recordes estavam nos meus planos até porque treino todos os dias com esse objectivo. Estes resultados motivam-me para continuar a traçar os objetivos que são os Jogos Olímpicos”, referiu nadadora, que chegou a admitir não participar devido a problemas com a adaptação à comida.

A nadadora do Fluvial Vilacondense chegou à final com o oitavo tempo das eliminatórias, depois de ter terminado no quarto lugar da sua série e superado o recorde de Portugal que vigorava à partida para a China, de 2.07,62 minutos, que lhe pertencia desde 15 de Abril de 2018.

“Eu e o meu treinador, Fábio Pereira, temos tudo bem pensado, mas vamos superando um objectivo de cada vez. Ainda vou nadar os 100 metros mariposa, uma prova muito rápida para mim, e o recorde [português] é o objetivo”, explicou.

A jornada ficou ainda marcada pelo recorde nacional de Miguel Nascimento nos 200 metros livres (1.43,76 minutos), depois do nadador do Benfica ter fixado na véspera novo máximo nos 100 livres (47,61 segundos), no primeiro percurso da estafeta de 4×100 livres, na qual também foi superado o máximo nacional.

“Os 200 livres foram um pouco surpreendentes pela positiva. Competi na pista da ponta, o que dificulta a observação dos adversários mais directos. Acabei por gerir a prova por mim e procurar arrancar nos terceiros 50 metros como havia combinado com o meu treinador”, disse Miguel Nascimento.

O nadador manifestou-se satisfeito com o resultado obtido num grande evento internacional e disse que vai agora descansar para os 50 metros livres e as estafetas.

“O estágio que realizámos em Macau antes do Mundial foi fundamental, porque nos permitiu uma adaptação ao fuso horário, que é de oito horas, mas que nos leva ainda a contrariar o relógio biológico”, observou o nadador do Benfica.

Ainda na segunda jornada do Mundial de piscina curta, que decorre até domingo, Tamila Holub obteve o 12.º tempo nos 800 metros livres, entre 30 nadadoras, com recorde pessoal (8.29,58 minutos), ao vencer a segunda série, seguida de Diana Durães, 13.ª classificada, com 8.30,12.

13 Dez 2018

Ópera | Novo livro de Shee Va lançado este sábado

[dropcap]A[/dropcap] Fundação Rui Cunha (FRC) promove este sábado o lançamento da nova edição do livro de Shee Va, intitulado “Ópera no FIMM 18- Tomo III“. O autor é médico gastrenterologista e, segundo um comunicado da FRC, “alia ciência e arte no seu modo de vida”.

Shee Va é descrito como um “auto-didacta no mundo da música e sensível à sequência das notas, o seu ritmo e dinâmica” e como alguém que “tempera as agruras da vida com a ópera”.

“Servindo-se das óperas que Macau viu durante as edições dos trinta anos do Festival Internacional de Música de Macau, e acompanhando os passos de amadurecimento do personagem que levado pela primeira vez, por seu pai, a ver um espectáculo lírico, aos doze anos de idade, este Tomo III conclui a trajectória de aprendizagem desta criança, agora transformado em adulto jovem”, aponta a FRC.

O livro, que se estende por três volumes, é “apenas um guia iniciático para todos aqueles que queiram conhecer o mundo da ópera”. O autor da obra abordou também “os motivos que conduziram os compositores à escolha dos enredos e as interpretações emotivas dos artistas sob visão dos directores de cena”. A apresentação do livro tem entrada livre e acontece às 17h.

13 Dez 2018