Preços | Inflação desacelera pelo 4.º mês consecutivo

[dropcap]A[/dropcap]inflação na China desacelerou pelo quarto mês consecutivo em Fevereiro ao subir 1,5 por cento em termos homólogos, face aos 1,7 por cento registados em Janeiro, de acordo com os dados oficiais divulgados sábado.

De acordo com o instituto nacional de estatística chinês, o índice de preços no consumidor (IPC) registou o seu ponto mais baixo desde Janeiro de 2018, embora esteja ainda longe de uma possível deflação.

Em Fevereiro, os preços dos alimentos subiram 0,7 por cento em termos homólogos, o que representa uma descida de 1,2 pontos percentuais face a Janeiro e que esteve ligada à queda de 4,8 por cento da carne de porco, que em Janeiro já tinha sofrido uma descida de 3,2 por cento.

Em relação aos produtos não alimentares, os preços cresceram 1,7 por cento em Fevereiro, o mesmo aumento do que o registado no mês anterior.

O aumento dos preços no sector da saúde, educação, entretenimento e arrendamento habitacional também contribuiu em 1,34 pontos percentuais para a taxa de inflação geral.

O índice de preços na produção, por sua vez, subiu 0,1 por cento em termos homólogos no mesmo mês, mantendo-se inalterado face a Janeiro, depois de ter desacelerado sete meses consecutivos.

 

 

11 Mar 2019

Protecção Civil | Simulacro de grande escala no próximo mês

[dropcap]O[/dropcap] secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, revelou ontem estar programado, para o final do próximo mês, um simulacro integrado de protecção civil de grande escala. Um exercício para o qual os residentes interessados podem inscrever-se, a título individual, para participarem e onde as funções da plataforma de comando de emergência proposta pela Universidade Tsinghua serão também testadas. O objectivo passa por elevar a eficácia dos trabalhos de comando da estrutura de protecção civil, indicou o secretário para a Segurança, à margem da cerimónia de inauguração do Dia de Convívio entre a Polícia e o Cidadão.

Questionado sobre os planos de criação de uma estação de rádio no âmbito da protecção civil, o secretário explicou que, em breve, vai ser iniciada a segunda fase das obras de remodelação do Centro de Operações de Protecção Civil, prevendo-se a sua conclusão em Setembro, estando já reservado espaço para a sua instalação. Não obstante, como reconheceu, a emissora não deve entrar em funcionamento antes da época de tufões – com início normalmente em Maio – até porque envolve recursos humanos, equipamentos, bem como a definição de mecanismos e de modelos de funcionamento, carecendo de uma “ponderação minuciosa”. Em paralelo, os Serviços de Polícia Unitários (SPU) estão ainda a finalizar o estudo a respeito, que se espera concluído este ano, o qual irá preceder um plano preliminar, indicou Wong Sio Chak.

11 Mar 2019

Economia | Prometidas medidas para melhorar competitividade

[dropcap]O[/dropcap]ministro do Comércio da China, Zhong Shan, prometeu sábado implementar políticas para manter estável o crescimento do comércio e melhorar a competitividade, numa altura de fricções com os Estados Unidos.

Em declarações à imprensa, à margem da sessão anual do legislativo chinês, Zhong disse que o Governo vai facilitar o comércio através de seguros de crédito à exportação, financiamento, entre outras acções, para reduzir encargos e melhorar a eficiência empresarial.

“Em geral, o comércio da China é enorme em escala, mas não suficientemente competitivo”, disse, citado pela agência de notícias estatal Xinhua.

Para melhorar a competitividade do comércio externo, o gigante asiático vai incentivar as exportações de produtos de alta tecnologia, alta qualidade e alto valor agregado.

Questionado sobre o impacto, nos próximos meses, da guerra comercial com os Estados Unidos, o ministro disse apenas esperar manter um “crescimento estável” do comércio externo em 2019.

Além disso, Pequim planeia aumentar as importações, explorar os mercados emergentes e continuar a promover a cooperação internacional através da Nova Rota da Seda.

11 Mar 2019

Hong Kong | Filipina despedida por ter cancro contesta decisão junto do Governo

[dropcap]D[/dropcap]espedida após lhe ter sido diagnosticado um cancro no colo do útero, Baby Jane Allas, perdeu o acesso ao sistema de saúde e recebeu a indicação de que tinha duas semanas para deixar a RAEK

A empregada doméstica filipina, despedida por ter cancro e privada de acesso ao sistema de saúde de Hong Kong, recorreu ao Departamento de Trabalho do Governo local para contestar o despedimento.

De acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP), além de perder o acesso ao sistema de saúde, o despedimento de Baby Jane Allas implica a saída, no prazo de 15 dias, da antiga colónia britânica.

O departamento de Trabalho indicou que ia prestar “uma ajuda apropriada” a Baby Jane Allas, que em Janeiro passado foi diagnosticada com cancro no colo de útero, estádio III.

Na sequência deste diagnóstico, a empregada doméstica foi despedida pouco tempo depois pela família de origem paquistanesa que a empregava.

“Razões para o despedimento (se existirem): diagnóstico de cancro do colo do útero”, de acordo com a carta recebida, a que a AFP teve acesso, sem ter conseguido entrar em contacto com a família empregadora.

Allas recorreu também à Comissão para Igualdade de Oportunidades. Este organismo governamental escusou-se a comentar o caso, mas sublinhou ser ilegal despedir um funcionário devido a uma situação considerada de desvantagem, seja ela qual for.

A comissão reconheceu ainda que este tipo de “discriminação continua a existir” na antiga colónia britânica, cuja transferência de soberania para a China ocorreu em 1997.

A filipina afirmou que pretende terminar o contrato. “Tenho cinco filhos e só eu os sustento, sou mãe solteira”, contou Allas, que foi acolhida pela família norte-americana para a qual trabalha a irmã.

Esta família está a ajudar a Allas a contestar o despedimento, tendo organizado uma campanha de recolha de fundos ‘online’ para pagar as despesas médicas. Até agora, juntaram o equivalente a 30 mil euros.

Base do sistema

As empregadas domésticas são consideradas um pilar da economia deste centro financeiro mundial, por permitirem aos pais trabalharem enquanto elas se ocupam das crianças e da casa.

Mais de 340 mil empregadas domésticas, denominadas publicamente como “helpers” ou assistentes, na maioria indonésias e filipinas imigrantes, trabalham em Hong Kong. A maior parte recebe uma pequena remuneração pela realização de algumas tarefas classificadas como ingratas e em condições difíceis.

As autoridades de Hong Kong afirmam que o sistema é justo e os abusos raros.

Para defensores dos direitos humanos locais, uma em cada seis empregadas domésticas é frequentemente vítima de exploração e a lei oferece uma protecção sumária.

No ano passado, o departamento de Estado norte-americano colocou Hong Kong ao mesmo nível da Tailândia e do Afeganistão em relação ao tráfico de seres humanos, em parte devido à protecção insuficiente para as empregadas domésticas.

Os elevados custos cobrados por agências de recrutamento, a obrigação de viver na casa do empregador, um salário mínimo de 4.520 dólares de Hong Kong e a saída, em poucos dias, do território caso percam o emprego, explicam porque dificilmente se conseguem defender de patrões pouco honestos ou agressores.

 

11 Mar 2019

SJM | Filha de Stanley Ho está grávida e quer casar em Portugal

[dropcap]A[/dropcap] filha mais velha da relação de Stanley Ho com a deputada Angela Leong está grávida e quer casar em Portugal, onde pretende arrendar um castelo para o efeito. A notícia foi avançada, na sexta-feira, pelo jornal Apple Daily. Sabrina Ho, que nos últimos tempos se tem dedicado ao negócio dos leilões de arte, está noiva do namorado Thomas Xin desde Setembro e grávida de três meses. O casamento deverá acontecer já em 2020, não sendo ainda certo que o pai, Stanley, actualmente com 97 anos, possa viajar devido aos problemas de saúde que tem enfrentado. Quando o bebé nascer, Angela Leong, que tem quatro filhos de Stanley Ho, vai tornar-se avó pela primeira vez.

11 Mar 2019

Moeda | Acordo com EUA para não usar depreciação com objectivos concorrenciais

[dropcap]O[/dropcap]governador do Banco Popular da China, Yi Gang, assegurou ontem que Pequim e Washington comprometeram-se a não utilizar a depreciação da moeda com objectivos concorrenciais, deixando que seja o mercado a determinar as taxas de juro.

Numa conferência de imprensa realizada em Pequim durante a Assembleia Popular Nacional (APN), Yi Gang explicou que, na última ronda de negociações comerciais, as duas partes abordaram o tema das taxas de juro, a autonomia das autoridades monetárias e a necessidade de manter uma comunicação estreita sobre o mercado de divisas.

A este respeito, adiantou que ambas as partes conseguiram acordos sobre “muitas questões-chaves importantes”, mas escusou-se a divulgar mais detalhes, noticia a agência Efe.

Também mostrou o compromisso da China de não utilizar o câmbio monetário como ferramenta para aumentar a produção ou resolver questões comerciais, depois do Presidente dos EUA, Donald Trump, ter acusado no ano passado Pequim e Moscovo de jogar “o jogo da depreciação monetária”.

Sobre as negociações para encontrar una saída para a guerra comercial, o vice-ministro do comércio chinês, Wang Shouwen, também assegurou no sábado que as negociações estão a decorrer e mostrou-se “optimista” perante um possível pacto para pôr fim à imposição mútua de tarifas.

Perante os riscos e desafios actuais que enfrenta o gigante asiático, o Banco Popular da China também assegurou que manterá uma política “prudente” para guiar o crescimento razoável de crédito e financiamento em 2019, que incluirá um maior apoio para as pequenas empresas e para as privadas.

A política monetária da China, desenhada principalmente para adaptar-se à situação económica interna, também irá considerar os factores globais e os sectores orientados para a exportação, acrescentou.

11 Mar 2019

Visita | Bolsonaro na China no segundo semestre deste ano

O Presidente brasileiro, que tem agendadas a curto-prazo visitas aos Estados Unidos, Chile e Israel, anunciou agora uma deslocação à China, na segunda metade do ano

[dropcap]O[/dropcap]Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, anunciou sexta-feira que vai visitar a China, maior parceira comercial do país, durante o segundo semestre deste ano.

Bolsonaro referiu-se à realização dessa viagem durante uma cerimónia em que recebeu as credenciais do novo embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, e reiterou que a intenção do seu Governo, em termos de política externa, é ampliar as relações comerciais com “todo” o mundo.

“Vamos melhorar a relação. Queremos aproximar-nos (…) expandir os nossos negócios, abrir novas fronteiras”, declarou o chefe de Estado, acrescentando que essa é a “directriz” que passou a todos os seus ministros.

Embora não tenha indicado quando realizará essa visita, o Presidente disse aos jornalistas que a viagem à China será “durante o segundo semestre”, já que a sua agenda externa estará “muito carregada” nos próximos meses.

A China tem sido o principal parceiro comercial do Brasil no mundo nos últimos cinco anos e o destino da maioria das exportações brasileiras de matérias-primas, além de manter investimentos substanciais no país sul-americano, especialmente em matéria de energia.

Após vencer as eleições, o chefe de Estado brasileiro mostrou-se comprometido em manter os laços com a China, independentemente das diferenças ideológicas, declarações que agradaram ao Presidente chinês, Xi Jinping.

No entanto, durante a campanha eleitoral, Jair Bolsonaro lançou ataques ao investimento chinês: “A China não está a comprar no Brasil, ela está a comprar o Brasil”, afirmou.

Bolsonaro acusou o país asiático de ter uma atitude predatória nos investimentos realizados no Brasil e tornou-se, em Fevereiro do ano passado, o primeiro candidato presidencial brasileiro a visitar Taiwan, desde que o Brasil reconheceu Pequim como o único Governo chinês, em 1979.

Em Novembro de 2018, logo após a vitória de Bolsonaro nas presidenciais, o jornal China Daily lembrou, no seu editorial, Jair Bolsonaro “não tem motivos” para perturbar as relações com a China, lembrando o peso do país asiático para a economia brasileira.

O jornal oficial em língua inglesa China Daily afirmou que “virar as costas à China talvez sirva algum propósito político”, mas que os “custos para a economia brasileira podem ser duríssimos”.

“Temos a sincera esperança de que, após assumir a liderança da oitava maior economia do mundo, Bolsonaro vai olhar de forma objectiva e racional para o estado das relações China-Brasil”, escreveu o jornal, referindo-se a Bolsonaro como o “Trump Tropical”.

Encontro de irmãos

Bolsonaro assumiu que, no comércio exterior, investirá esforços numa relação com os Estados Unidos, país que visitará no final da próxima semana, naquele que será o seu primeiro encontro com o Presidente norte-americano, Donald Trump, de quem Bolsonaro é um confesso admirador.

Este mês, o chefe de Estado brasileiro também pretende fazer uma visita oficial ao Chile, no âmbito da sua participação numa cimeira convocada pelo Presidente chileno, Sebastián Piñera, para discutir a constituição do Prosul, um novo mecanismo de integração que poderá substituir a União de Nações da América do Sul (Unasul).

Além disso, Bolsonaro anunciou uma visita a Israel até ao final de Março, um país que também está entre as prioridades da sua política externa.

Embora ainda não tenha confirmado oficialmente desde que tomou posse, no dia 1 de Janeiro, Bolsonaro expressou, durante a campanha para as eleições de 2018, a sua intenção de mudar a embaixada brasileira em Israel, transferindo-a da sua actual sede em Telavive para Jerusalém.

Esta possível mudança gerou mal-estar em muitos países árabes, que estão entre os principais importadores de frango do Brasil, um dos maiores produtores de aves do mundo.

11 Mar 2019

Universidade de Lisboa | Alexis Tam recebe hoje Honoris Causa pela dedicação à língua portuguesa

[dropcap]O[/dropcap] secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, é distinguido hoje com o doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Lisboa, reconhecendo o seu “empenho” no desenvolvimento do ensino e da língua portuguesa em Macau. “É uma escolha que se deve à excepcionalidade do seu percurso e forte perfil cívico e político na área da educação”, disse à Lusa o director do Instituto da Educação da Universidade de Lisboa, Luís Miguel Carvalho, a propósito da atribuição desta distinção.

A proposta de atribuição das insígnias Honoris Causa partiu do Instituto de Educação, da Faculdade de Letras e do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, unidades orgânicas da Universidade de Lisboa. António Sampaio da Nóvoa, embaixador de Portugal na UNESCO e antigo reitor da Universidade de Lisboa, será o padrinho. Luís Miguel Carvalho sublinhou que Alexis Tam “tem sido uma pessoa particularmente empenhada no desenvolvimento do ensino e da aprendizagem da língua portuguesa em Macau” e destacou o seu envolvimento na causa da educação, em especial na reforma das políticas educativas, com incidência no ensino superior em Macau.

Entre as contribuições que considerou mais “relevantes”, apontou a criação de um curso de licenciatura em Português no Instituto Politécnico de Macau, onde se faz formação de professores de português a nativos da língua chinesa, acções de apoio à criação e desenvolvimento de cursos de graduação e pós-graduação que envolvem a Universidade de Lisboa e instituições de ensino superior de Macau e da China e um laboratório de tradução automática chinês-português.

11 Mar 2019

PJ e SPU dão instruções a moradores de zonas baixas sobre tempestades

[dropcap]C[/dropcap]om a aproximação da época de tempestades tropicais, a Polícia Judiciária (PJ) e os Serviços de Polícia Unitários (SPU) realizaram uma campanha de divulgação sobre os planos de evacuação dirigido a lojistas e moradores das zonas baixas da cidade.

Como tal, foram distribuídos panfletos com “Instruções para prevenção de desastre de Storm Surge” e as autoridades alertaram “para a eventualidade da ocorrência de graves inundações nas zonas baixas durante a passagem de um tufão”. Nestas circunstâncias, as autoridades alertaram para a evacuação imediata de caves e parques de estacionamento subterrâneos e para o encaminhamento para “o centro de abrigo mais próximo ou um lugar seguro conforme o percurso de evacuação definido pelas entidades da protecção civil”, aponta um comunicado.

Durante a iniciativa foi também feito o apelo aos moradores para que armazenem bens de primeira necessidade e que se mantenham atentos a prazos de validade destes bens para que possam ser utilizados em situações de emergência.

8 Mar 2019

Rota das Letras traz “Ode Marítima” ao Teatro D. Pedro V no próximo dia 23

A “Ode Marítima”, central na obra de Álvaro de Campos, vai ser declamada integralmente, pela primeira vez, num palco de Macau no âmbito do Festival Literário – Rota das Letras. O espectáculo de Pedro Lamares, baseado no extenso poema de um dos heterónimos de Fernando Pessoa, tem lugar no Teatro D. Pedro V, às 21h do próximo dia 23, véspera do encerramento do Festival Literário, anunciou ontem a organização, num comunicado enviado às redacções.

Nas palavras do filósofo José Gil, em “Ode Marítima” – considerado uma das obras-primas da poesia portuguesa – “exterior e interior são separados pela mesma ‘distância’ que vai do poeta no cais deserto ao navio que ele vê ao longe. É a distância entre a sensação e a coisa, entre a sensação como realidade interior e o paquete como realidade exterior. Ora, esta distância liga-se a uma sensação ‘primitiva’, como diz Pessoa, sensação que desempenha um papel essencial em toda a sua poesia: a sensação de mistério. Na ‘Ode Marítima’, o mistério é significado por toda a distância, tudo o que se separa, todo o movimento que cria uma separação”, realça a mesma nota.

Pedro Lamares desempenhou o papel de Fernando Pessoa em “O Filme do Desassossego”, de João Botelho e participou em filmes dos realizadores como Jorge Paixão da Costa, Vítor Goncalves, Joaquim Leitão e António Pedro Vasconcelos. Na televisão apresenta o programa “Literatura Aqui” (RTP2) com Filipa Leal, em que faz selecção e gravação de textos. Além disso, dirige espectáculos, lecciona em escolas de teatro e comunicação e é ainda director artístico da cooperativa “Casca de Noz”, ainda de acordo com a organização.

A oitava edição do Festival Literário – Rota das Letras vai decorrer entre os próximos dias 15 e 24. No próximo domingo, pelas 15h, a Livraria Portuguesa acolhe uma conferência de imprensa de apresentação do programa.

8 Mar 2019

Huawei processa EUA por restrições à entrada de equipamentos

A empresa tecnológica chinesa Huawei anunciou ontem que vai processar o Governo dos Estados Unidos por ter proibido a compra dos equipamentos de telecomunicações pelos serviços públicos.

O gigante mundial de ‘smartphones’ abre, assim, uma frente judicial contra as suspeitas de alegada espionagem avançadas por Washington.

A Huawei indicou que o processo foi interposto em Plano, no estado do Texas (sul dos EUA), e visa a proibição imposta a diferentes serviços norte-americanos sobre a compra de equipamentos e serviços do grupo chinês, ou de trabalhar com empresas terceiras que sejam clientes.

“O Congresso dos Estados Unidos nunca foi capaz de fornecer qualquer prova que justifique as restrições aos produtos da Huawei. Somos forçados a tomar esta acção legal como último recurso”, disse Guo Ping, um dos responsáveis da empresa.

Em conferência de imprensa, na sede do grupo, em Shenzhen, no sul da China, Guo também acusou os Estados Unidos de ‘piratear’ servidores Huawei e de roubar ‘e-mails’.

Por outro lado, “se esta lei for retirada, como devia ser, a Huawei poderá levar para os Estados Unidos as tecnologias mais avançadas e ajudar o país a construir melhor as redes de 5G”, a quinta geração de tecnologia móvel, sublinhou.

Guo adiantou que o grupo chinês ia pedir o pagamento de compensações e juros pelas “restrições inconstitucionais” que visam a Huawei.

 

Guerra aberta

A Huawei, a segunda maior empresa de ‘smartphones’ do mundo, começou em 2019 uma agressiva campanha de comunicação para combater as acusações de Washington de que os equipamentos de telecomunicações do grupo podiam ser usados por Pequim para espiar outros países.

Os Estados Unidos proibiram a empresa, apesar de ser líder mundial neste campo, de participar na implantação da rede 5G em solo norte-americano. Ao mesmo tempo, estão a pressionar os aliados ocidentais a tomarem medidas semelhantes.

Na ofensiva contra a Huawei, Washington pretende também julgar a directora financeira, Meng Wanzhou, por violação das sanções contra o Irão.

Detida no início de Dezembro no Canadá e actualmente em liberdade condicional vigiada, Meng é também filha do fundador do grupo Ren Zhengfei, de 74 anos.

A próxima audiência do processo de Meng está marcada para 8 de Maio em Vancouver, onde foi detida durante uma escala entre dois voos.

Entretanto, dois canadianos foram detidos na China, por suspeita de terem posto em perigo a segurança nacional chinesa. A acção foi considerada por vários países ocidentais como uma medida de retaliação.

O domínio da Huawei nas telecomunicações e na implantação da rede 5G tem suscitado crescentes preocupações nos Estados Unidos, não só devido ao passado do fundador da empresa, um ex-engenheiro do exército chinês, como devido a uma lei que impõe aos grupos com sede social na China a prestar ajuda técnica aos serviços de informações.

Os Estados Unidos receiam que Pequim possa usar “backdoors”, portas de acesso aos equipamentos que podem, potencialmente, permitir espiar comunicações.

8 Mar 2019

“Doença da altitude” justifica proibição de visitas ao Tibete

Num mês em que se assinalam aniversários de rebeliões contra o domínio chinês, Pequim restringiu ainda mais as visitas de estrangeiros à região

 

[dropcap]O[/dropcap] secretário do Partido Comunista Chinês no Tibete justificou a interdição do acesso de estrangeiros àquela região dos Himalaias, durante o mês de Março, com a possibilidade de os “visitantes sofrerem de doença da altitude”.

Citado pela imprensa local, o líder comunista no Tibete, Wu Yingjie, disse que as restrições são necessárias para “garantir a segurança” dos turistas.

Segundo confirmou a agência Lusa, as agências de viagens estão a recusar turistas estrangeiros em visitas ao Tibete, durante este mês, quando se celebra um par de aniversários sensíveis que questionam a legitimidade da soberania chinesa na região.

“Após considerarmos as condições geográficas e climáticas específicas [do Tibete], adoptámos uma série de regulamentações para as visitas de estrangeiros, de acordo com a lei”, disse.

No dia 10 de Março celebra-se o 60.º aniversário desde uma frustrada rebelião contra a administração chinesa, que terminou com o exílio na vizinha Índia do líder político e espiritual dos tibetanos, o Dalai Lama, que Pequim acusa de ter “uma postura separatista”.

E no dia 14 de Março de 2008, a capital da região autónoma do Tibete, Lhasa, foi palco de violentos ataques contra a presença chinesa, que resultaram em 18 mortos, segundo dados do Governo chinês. Um número desconhecido de tibetanos foi morto pelas tropas chinesas na sequência daquele incidente.

Além do visto chinês, os estrangeiros precisam de uma autorização especial para visitar o Tibete, uma exigência que as autoridades normalmente justificam com as “tradições únicas da etnia tibetana, o património cultural, a capacidade de receber turistas e as necessidades de proteção ambiental”.

Os turistas estrangeiros que querem visitar o Tibete, incluindo a capital Lhasa, têm de fazê-lo em grupo e acompanhados de um guia, e Pequim proíbe diplomatas e jornalistas estrangeiros de entrarem na região, excepto em visitas organizadas pelas autoridades ou pelo departamento de propaganda do Partido Comunista.

 

Diferendo secular

A China considera que a região é desde há séculos parte do território chinês.

Mas seguidores do Dalai Lama, o líder espiritual dos tibetanos, que em 1989 foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz, acusam Pequim de tentar destruir a identidade religiosa e cultural do Tibete.

O secretário do PCC negou ainda que a população de cerca 3,3 milhões tibetanos apoie o Dalai Lama.

“O Dalai Lama não trouxe nada de bom para o povo tibetano. Embora no estrangeiro ele tenha algum apoio, os tibetanos estão muito gratos pela prosperidade que o Partido Comunista trouxe”, disse.

Segundo a organização com sede em Washington International Campaign for Tibet, mais de 150 tibetanos imolaram-se pelo fogo, desde Fevereiro de 2009, em protestos contra o que classificam de opressão do Governo Chinês.

8 Mar 2019

DST promove Macau na feira de tursimo ITB Berlin

[dropcap]T[/dropcap]ermina no domingo a feira internacional ITB Berlin dedicada ao turismo, onde se encontra uma delegação da Direcção dos Serviços de Turismo (DST) com o intuito de promover Macau como destino turístico. A intenção passa por atrair mais visitantes internacionais interessados em explorar o mercado de viagens de longo curso numa das maiores feiras de turismo do mundo.

O expositor de Macau, com 63 metros quadrados, tem como tema “Sentir Macau Ao Seu Estilo” que pretende apresentar os principais pontos turísticos do território, assim como evidenciar o charme da Cidade Criativa da UNESCO em Gastronomia. A juntar ao stand dedicado a Macau, a DST, o Departamento de Cultura e Turismo de Guangdong e a Administração do Turismo de Hong Kong têm também um expositor conjunto para promover as atracções turísticas da Grande Baía.

Em comunicado, a DST revela que se reuniu com operadores turísticos internacionais com o objectivo de reforçar ligações “e atrair mais visitantes de diferentes mercados para Macau”.

A ITB Berlin reúne todos os anos cerca de 10 mil expositores oriundos de mais de 180 países e territórios. No ano passado, passaram pela feira mais de 170 mil visitantes.

8 Mar 2019

Grande Baía pode colmatar lacunas de Macau

[dropcap]Z[/dropcap]hang Xiaoming, director do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado chinês, acha que Macau e Hong Kong podem “resolver, com eficácia, problemas de longa data e conflitos profundos quando tiverem oportunidade de trabalhar em conjunto com as nove cidades do Interior da China” que formam o projecto de integração da Grande Baía. O director considera que a complementaridade que o plano implica irá “fortalecer” as duas regiões administrativas especiais e “fomentar o desenvolvimento de forma coordenada e integrada”.

Zhang não revelou os problemas e conflitos que devem ser resolvidos, mas durante a apresentação das linhas gerais do plano estratégico foi apontada a Macau a tarefa de promover a diversificação da economia, além do desenvolvimento da plataforma com os países de língua portuguesa.

Por um lado, o projecto da Grande Baía “trilha o caminho para a abertura total do país e cria um novo motor de crescimento sustentado. Por outro lado, acrescenta um novo espaço que pretende acelerar o desenvolvimento económico de Hong Kong e Macau”, teorizou Zhang Xiaoming.

O líder do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado chinês reiterou ainda que “se deve insistir no princípio de “Um País”, ao mesmo tempo que se respeitam os “Dois Sistemas”.

Zhang aproveitou ainda para reforçar a confiança “na sabedoria e capacidade dos compatriotas de Hong Kong e Macau para governar as suas cidades”.

8 Mar 2019

Turismo | Macau prepara “mega operação” em Portugal

[dropcap]O[/dropcap]Governo vai organizar uma “mega operação” turística em Portugal, na próxima semana, durante a Bolsa de Turismo de Lisboa de 2019 (BTL), onde será o destino internacional convidado deste ano. A delegação chefiada pelo secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, tem planeada “uma série de actividades que serão conduzidas em Lisboa e no Porto para proporcionar uma actualização sobre Macau enquanto destino turístico e assinalar o 20.º aniversário da RAEM”, indica um comunicado divulgado ontem pelos Serviços de Turismo.

De 12, um dia antes do arranque da BTL, a 16 de Março, vai ser apresentado um espectáculo de vídeo ‘mapping’, na Praça do Comércio, “sobre a história da cidade, as suas ligações a Portugal e recentes desenvolvimentos do destino”. Macau, que foi nomeado como Destino Preferido 2019 pela Associação Portuguesa de Agências de Viagens e Turismo, vai ter um expositor denominado “Sentir Macau Ao Seu Estilo” na BTL, para divulgar o património classificado pela UNESCO e a gastronomia, refere a mesma nota. Em paralelo, vai ser lançada uma exposição com trabalhos de mais de 30 artistas de Macau, a 13 de Março, na Delegação Económica e Comercial de Macau, em Lisboa. No dia seguinte, grupos de dança de rua de Macau vão actuar na Praça do Rossio, Rua Augusta, Praça do Comércio e Ribeira das Naus.

A delegação de Macau vai ainda deslocar-se ao Porto, no dia 15, para a abertura de uma exposição no Edifício Paços do Concelho, onde vão estar patentes “40 desenhos do talentoso jovem artista autista de Macau, Leong Ieng Wai, que retratam monumentos, praças e a vida da cidade”.

7 Mar 2019

China vai proibir por lei transferência forçada de tecnologia

[dropcap]A[/dropcap]China vai proibir por lei que entidades governamentais forcem empresas estrangeiras a transferirem tecnologia, em troca de acesso ao mercado doméstico, uma questão-chave nas disputas comerciais com os Estados Unidos.

A disposição consta num projecto de lei sobre investimento estrangeiro que está a ser debatido na sessão anual da Assembleia Popular Nacional (APN), o órgão legislativo do país.

A revelação foi feita ontem, em conferência de imprensa, por Ning Jizhe, o vice-presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, o órgão máximo chinês de planificação económica.

O sistema legal vai garantir que as empresas estrangeiras “não podem ser obrigadas a transferir tecnologia por meios administrativos, proporcionando uma garantia jurídica mais ampla e benéfica”, afirmou.

O texto estipula que “todas as partes envolvidas no investimento devem decidir, através de negociações, as condições de cooperação tecnológica, no caso do investimento estrangeiro”, e que “nem os departamentos do Governo, nem os funcionários, podem utilizar meios administrativos para forçar transferências de tecnologia”.

“Os governos locais devem cumprir rigorosamente as suas promessas políticas e todo o tipo de contratos legais com empresas com fundos estrangeiros”, estipula.

“Caso contrário, as empresas estrangeiras devem ser compensadas pelas suas perdas”, acrescenta.

Cumprir promessas

A declaração de Ning surge um dia depois de o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, ter garantido, no arranque da sessão da APN, que todas as empresas serão “tratadas de forma igual”, estrangeiras ou chinesas.

Washington e Bruxelas criticam frequentemente Pequim por transferência forçada de tecnologia, atribuição de subsídios a empresas domésticas e obstáculos regulatórios que protegem os grupos chineses da competição externa.

As políticas industriais de Pequim, vistas como “predatórias”, suscitaram já uma guerra comercial com os EUA, com Donald Trump a impor taxas alfandegárias sobre 250.000 milhões de dólares de bens importados da China.

Os EUA têm ainda pressionado vários países, incluindo Portugal, a excluírem a gigante chinesa das telecomunicações Huawei na construção de infraestruturas para redes de Quinta Geração (5G), a Internet do futuro.

Pequim quer transformar o país numa potência tecnológica, com capacidades em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos.

Os EUA consideram que aqueles planos industriais, impulsionados pelo Estado chinês, violam os compromissos da China em abrir o seu mercado. Washington teme ainda perder o seu domínio industrial para um rival estratégico em ascensão.

Na terça-feira, Li Keqiang anunciou uma meta de crescimento económico para 2019 “entre 6 por cento e 6,5 por cento “.

Trata-se de um ritmo ligeiramente abaixo ao alcançado no ano anterior e seria o mais lento em três décadas, mas ainda assim entre os mais rápidos do mundo.

A China é a segunda maior economia do mundo, a seguir aos Estados Unidos.

7 Mar 2019

Liga Europa | Benfica sem André Almeida, Pizzi e Jonas

[dropcap]O[/dropcap]Benfica viajou ontem para a Croácia, onde na quinta-feira defronta o Dínamo Zagreb, sem os futebolistas André Almeida, Pizzi e Jonas, numa lista de convocados que integrou o jovem Nuno Santos, extremo da equipa B. Em comparação com o jogo de sábado, no estádio do FC Porto, que deixou o Benfica na liderança da I Liga, graças à vitória por 2-1, o treinador Bruno Lage prescindiu de André Almeida, Pizzi e Jonas, promovendo as entradas de Yuri Ribeiro, Krovinovic e Nuno Santos para o embate da Liga Europa. O extremo, de 20 anos, é habitual titular na equipa B do Benfica, clube que representa desde os iniciados, apesar de nas escolinhas ter ainda representado o Boavista e o FC Porto. Na lista de indisponíveis, devido a lesão, continuam Ebuehi, Jardel, Fejsa, Conti e Salvio. Tal como aconteceu na eliminatória anterior da prova europeia, em que viajou para a Turquia sem Pizzi, Jonas e Grimaldo, desta vez, o treinador ‘encarnado’ repetiu dois dos ausentes, trocando de lateral, ao deixar André Almeida de fora, em vez de Grimaldo.

Tottenham | Pochettino suspenso por dois jogos

O treinador do Tottenham, o argentino Mauricio Pochettino, foi punido com dois jogos de suspensão por conduta imprópria, anunciou ontem a Federação Inglesa de Futebol (FA). Em causa está o comportamento de Pachettino em relação ao árbitro Mike Dean, depois da derrota por 2-1 sofrida pelo Tottenham no estádio do Burnley, em 23 de Fevereiro, para a liga inglesa. O castigo a Pochettino, de 47 anos, que também foi multado em 10.000 libras (cerca de 11.600 euros), tem efeitos imediatos e o treinador argentino irá falhar o jogo de sábado com a sua anterior equipa, o Southampton. O Tottenham é terceiro classificado do campeonato inglês, com 61 pontos, a dez do líder Manchester City, e qualificou-se na terça-feira para os quartos de final da Liga dos Campeões, ao afastar os alemães do Borussia Dortmund.

Ajax goleia em Madrid e afasta tricampeão Real

O Ajax afastou terça-feira o Real Madrid nos oitavos de final da Liga dos Campeões, depois de vencer em casa dos tricampeões europeus, por 4-1, em jogo da segunda mão. Depois de ter perdido em casa por 2-1, o conjunto holandês deu a volta à eliminatória, com golos de Hakim Ziyech (07 minutos), David Neres (18), Dusan Tadic (62) e Lasse Schöne (72). O Real Madrid, que vinha de oito presenças consecutivas nas meias-finais, ainda reduziu por Marco Asensio (70), terminando o jogo reduzido a 10, por expulsão de Nacho (90+3).

Desde 2002/03 que o conjunto holandês não atingia os quartos de final da Liga dos Campeões.

 

 

7 Mar 2019

Poluição | Coreia do Sul quer projecto com a China para limpar o ar

[dropcap]O[/dropcap]Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, propôs ontem à China um projecto conjunto de utilização de chuva artificial para limpar o ar em Seul, que tem registado níveis de poluição elevados.

Na semana passada, os níveis de poluição atingiram recordes negativos na Coreia do Sul. Para as autoridades sul-coreanas, este é um resultado das actividades industriais chinesas, mas também da emissão de poluentes dos veículos existentes na Coreia do Sul.

Moon Jae-in instruiu ainda as autoridades governamentais a acelerarem o encerramento das centrais a carvão, segundo o porta-voz da presidência sul-coreana, Kim Eui-kyeom.

O Presidente sul-coreano afirmou que “a China está muito mais avançada” tecnologicamente para o combate às emissões de poluentes, do que a Coreia do Sul, e que a cooperação com Pequim ajudaria a diminuir a poluição do ar.

Moon também propôs que a Coreia do Sul e a China desenvolvam um sistema conjunto para a emissão de alertas de poluição.

Na terça-feira, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, anunciou que Pequim vai investir, este ano, 25 mil milhões de yuan no combate à poluição atmosférica, um aumento de 25 por cento em relação a 2018.

As principais cidades chinesas são frequentemente cobertas por um manto de poluição, resultado de três décadas de forte crescimento económico assente na produção industrial, que transformou o país na “fábrica do mundo”.

7 Mar 2019

Xinjiang | ONU volta a pedir a Pequim acesso à província

[dropcap]A[/dropcap]Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos voltou ontem a pedir a Pequim acesso total à região de Xinjiang para avaliação da situação dos muçulmanos de origem uigur detidos em campos de reeducação.

Michelle Bachelet, que falava na apresentação do relatório anual, que decorreu em Genebra, referiu-se com preocupação à situação dos muçulmanos da província chinesa de Xinjiang.

Para a Alta Comissária, o rápido desenvolvimento na República Popular da China “tirou milhões de pessoas da pobreza” mas, acrescentou, em certas regiões, comunidades e indivíduos foram abandonados.

“O meu gabinete está a tentar estabelecer contactos com o governo [chinês] para a obtenção de acesso total no sentido de se conseguir uma avaliação independente dos relatórios que denunciaram desaparecimentos, detenções arbitrárias, em particular na região autónoma de Xinjiang”, afirmou.

Em Setembro de 2018, Bachelet pediu autorização a Pequim para o envio de uma equipa à região ocidental do país, mas ainda não obteve resposta.

Xinjiang, uma vasta região habitada maioritariamente por muçulmanos de etnia uigur, tem vindo a ser palco de violentas tensões e de atentados mortais.

A região é alvo de altas medidas de segurança levadas a cabo pelas forças policiais.

Pelo menos um milhão de muçulmanos estão detidos em centros de reeducação política, de acordo com informações difundidas por organizações de defesa dos Direitos Humanos.

Segundo uma organização uigur com sede na Alemanha, o número de detidos pode ser superior a três milhões.

As acusações têm vindo a ser desmentidas por Pequim que se refere a “centros de formação profissional” contra a “radicalização islâmica”.

Segundo o regime de Pequim, as medidas de segurança em Xinjiang “são necessárias para combater o extremismo, mas não visam grupos étnicos em particular”.

7 Mar 2019

UE | Itália adere a ‘Uma Faixa, Uma Rota’ apesar das pressões externas

[dropcap]A[/dropcap]Itália deverá tornar-se, juntamente com Portugal, um dos poucos países da União Europeia (UE) a apoiar formalmente o projecto internacional de infra-estruturas lançado pela China ‘Uma Faixa, Uma Rota’, apesar da oposição de Washington e Bruxelas.

Citado pelo jornal Financial Times, o subsecretário do ministério italiano do Desenvolvimento Económico, Michele Geraci, revelou que Roma deve assinar um memorando de entendimento de apoio aquela iniciativa, que materializa a nova vocação internacionalista de Pequim.

A iniciativa visa conectar o sudeste Asiático, Ásia Central, África e Europa, e é visto como uma versão chinesa do ‘Plano Marshall’, lançado pelos EUA após a Segunda Guerra Mundial, e que permitiu a Washington criar a fundação de alianças que perduram até hoje.

O documento deverá ser assinado este mês, durante a visita a Itália do Presidente chinês, Xi Jinping.

“As negociações ainda não terminaram, mas é possível que sejam concluídas a tempo para a visita de Xi”, disse Geraci, citado pelo Financial Times.

“Queremos ter a certeza de que os produtos ‘Made in Italy’ podem ter mais sucesso em termos de volume de exportação para a China, que é o mercado que mais cresce no mundo”, explicou.

A iniciativa tem, no entanto, suscitado divergências com as potências ocidentais, que vêem uma nova ordem mundial ser moldada por um rival estratégico, com um sistema político e de valores profundamente diferentes.

Cepticismo americano

A Casa Branca disse já que a inclusão de Itália nos planos chineses não ajudará o país economicamente e pode prejudicar significativamente a sua imagem internacional.

“Nós vemos [Uma Faixa, Uma Rota’] como uma iniciativa ‘Made by China, for China’ [Feita pela China, para a China]”, reagiu o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Garrett Marquis.

“Estamos cépticos de que o apoio do Governo italiano trará quaisquer benefícios económicos sustentáveis para o povo italiano e isso pode acabar por prejudicar a reputação global de Itália a longo prazo”, disse.

Bancos estatais e outras instituições da China estão a conceder enormes empréstimos para projectos lançados no âmbito daquele gigantesco plano de infraestruturas, que inclui a construção de portos, aeroportos, autoestradas ou linhas ferroviárias ao longo de vários continentes.

Mas os Estados Unidos apontam para um aumento problemático do endividamento, que em alguns casos coloca os países numa situação financeira insustentável, permitindo a Pequim avançar com os seus interesses geopolíticos.

No Sri Lanka, um porto de águas profundas construído por uma empresa estatal chinesa, numa localização estratégica no Índico, revelou-se um gasto incomportável para o país, que teve de entregar a concessão da infraestrutura e dos terrenos próximos à China, por um período de 99 anos.

“Todos os aliados e parceiros, incluindo a Itália, devem pressionar a China a alinhar os seus esforços globais de investimento com os padrões internacionais e as boas práticas”, apontou Garrett Marquis.

Xi no terreno

O Presidente chinês chega a Itália em 22 de Março, no dia seguinte a um encontro da União Europeia, em Bruxelas, que vai debater a criação de uma abordagem comum para os investimentos chineses no bloco europeu.

Alemanha e França têm pressionado por critérios de selecção mais rigorosos para os investimentos chineses no continente.

Em Dezembro passado, durante a visita de Xi Jinping a Lisboa, Portugal e China assinaram um memorando de entendimento para a cooperação bilateral no âmbito da ‘Uma Faixa, Uma Rota’ .

Lisboa quer incluir uma rota atlântica no projecto chinês, o que permitiria ao porto de Sines conectar as rotas do Extremo Oriente ao oceano Atlântico, beneficiando do alargamento do canal do Panamá.

7 Mar 2019

Bolsa | Queda atinge fortunas dos milionários do parlamento chinês

[dropcap]O[/dropcap]abrandamento do crescimento económico e as disputas comerciais com os Estados Unidos fizeram de 2018 um ano com reflexos nos bolsos dos mais ricos da China

O valor total das fortunas dos delegados do órgão legislativo e do órgão consultivo da China registou uma queda homóloga de 14 por cento durante o ano passado devido à forte desvalorização nas praças financeiras chinesas, segundo um estudo.

A Hurun, unidade de investigação sedeada em Xangai, revela que a riqueza somada dos cerca de 3.000 delegados na Assembleia Popular Nacional (APN), órgão máximo legislativo da China, e dos 2.200 membros da Conferência Política Consultiva do Povo Chinês (CCPPC), uma espécie de senado sem poderes legislativos, caiu para 3,4 biliões de yuan.

Em comparação, os 50 membros mais ricos do Congresso dos Estados Unidos têm uma riqueza acumulada de 2 mil milhões de dólares.

Considerada a Forbes chinesa, a Hurun Report Inc foi fundada em 1999 pelo contabilista britânico Rupert Hoogewerf, e publica anualmente uma lista dos mais ricos da China.

O relatório informa que os dois órgãos reúnem agora, no conjunto, 93 delegados milionários. No ano passado, eram 104.

Serão estes milionários – a maioria fez fortuna com propriedade, tecnologia ou no sector manufactureiro – a defender os direitos das empresas privadas, durante os dez dias em que as elites políticas da China estão reunidas, em Pequim.

O sector privado contribui para mais de metade da receita tributária da China, 60 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) do país ou 80 por cento dos postos de trabalho nas cidades, segundo dados oficiais.

Bons negócios

A reunião anual da APN, que começou na terça-feira, decorre num período de abrandamento no ritmo de crescimento económico da China para o nível mais baixo em trinta anos e de disputas comerciais com os Estados Unidos.

Em 2018, a bolsa de Xangai, principal praça financeira da China, registou o pior desempenho do mundo, ao recuar quase 25 por cento.

Apesar de as empresas privadas chinesas partilharem do mesmo estatuto legal das firmas estatais, na prática, as segundas têm mais apoio dos bancos, dominados pelo Estado, e gozam de tratamento preferencial por parte das autoridades.

O Governo central tem prometido melhorias no ambiente de negócios para o sector privado.

Em causa está maior acesso ao crédito, redução da carga tributária ou melhor protecção dos direitos de propriedade contra abusos de poder dos governos locais.

Pony Ma, fundador da Tencent Holdings, continua a ser o delegado mais rico na APN, com um património estimado em 255 mil milhões de yuan.

Na Conferência Consultiva, o magnata do imobiliário Hui Ka Yan é o mais rico, com uma fortuna estimada em 250 mil milhões de yuan.

 

 

 

7 Mar 2019

Wynn | Macau volta a receber anúncio dos “50 Melhores Restaurantes da Ásia”

Macau vai acolher, pelo segundo ano consecutivo, o anúncio dos “50 Melhores Restaurantes da Ásia em 2019”, em 25 de Março próximo, foi ontem anunciado.

[dropcap]E[/dropcap]m paralelo, vão decorrer também as “50 Melhores Conversas” (“50 Best Talks”), que vão ter como pano de fundo as tendências actuais no mundo gastronómico, em que vários ‘chefs’ vão partilhar histórias e novas tendências.

No dia 25, vai também haver uma palestra sobre “Ingredientes Vitais”, em que se discute a sustentabilidade e o consumo excessivo dos alimentos, pode ler-se na página oficial do evento “50 Melhores Restaurantes da Ásia em 2019”.

Macau é “um destino gastronómico em rápida evolução (…) com uma variedade de mercados, experiências culinárias únicas e atracções culturais”, aponta-se na mesma nota.

Em declarações à operadora de jogo Wynn, que vai acolher o evento, a directora dos Serviços de Turismo de Macau, Maria Helena de Senna Fernandes, enalteceu a transformação do território “num centro mundial de turismo e lazer” em que a gastronomia é um dos melhores valores.

Macau entrou para a Rede de Cidades Criativas da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) na área da Gastronomia em 31 de Outubro de 2017, tornando-se na terceira cidade na China, a seguir a Chengdu e Shunde, a conquistar tal feito.

Após o reconhecimento, foi lançado no início de 2018 o “Ano da Gastronomia de Macau”, uma iniciativa inserida num plano a quatro anos para “forjar uma Cidade Criativa”, à boleia da designação recém-atribuída.

Em Fevereiro deste ano, 24 restaurantes de Macau foram premiados pelo Guia de Viagens da Forbes 2019, que atribuiu a pontuação máxima de cinco estrelas a 16 destes espaços nos ‘resorts integrados’.

7 Mar 2019

Concurso | Abertas inscrições para jovens músicos

[dropcap]A[/dropcap]s inscrições para o 37.° Concurso para Jovens Músicos de Macau estão abertas até ao próximo dia 10 através do registo online. Esta forma de inscrição pretende facilitar o processo aos interessados, sendo que a entrega de documentos e o pagamento de 100 patacas que vão confirmar o registo podem ser efectuados mais tarde. Os candidatos podem também preparar os documentos necessários e dirigir-se ao Edifício do Instituto Cultural onde serão apoiados pelos funcionários do IC na realização da inscrição.

 

 

7 Mar 2019

Curtas de animação| IC promove apresentações internacionais

[dropcap]O[/dropcap]Instituto Cultural (IC) vai promover a exibição de cinco curtas metragens de animação subsidiadas pelo organismo em 2016 dentro do programa de apoio aos criativos locais. A apresentações vão ter lugar em Macau, na China Continental, em Hong Kong, Portugal e na Grécia. “The Lighthouse”, de Lei Pui Weng, “Starry Sky”, de Ku Pou Cheng, “Father’s Lunch”, de Pun Lap Fung, “Pundusina”, de Lou Ka Choi, e “Dinzong”, de Cheong Chi Pan, foram os filmes considerados “excelentes” e seleccionados para estas mostras.

“The Lighthouse” foi finalista do 24.º Festival IFVA de Hong Kong, no Festival de Animação de Lisboa 2019 em Portugal e Athens Animfest 2019 na Grécia. “Father’s Lunch” vai participar no 15.º Festival Internacional de Cinema de Animação da China. “Pundusina”, uma obra de animação que retrata o quotidiano, será transmitida nas plataformas de partilha de vídeos e apresentada no programa de televisão Bom Dia, Macau. “Dinzong”, uma animação digital e “Starry Sky” uma animação com um estilo semelhante aos livros ilustrados, assinalam um avanço na cena da animação local vão ser apresentadas na “Exposição de Multimédia, Animação e Banda desenhada de CMM” organizada pela Associação de Arte da Animação e Banda Desenhada de Macau, a ter lugar no Centro de Arte Contemporânea – Oficinas Navais N.º 2, de 11 a 18 de Maio. Este último evento vai contar com a participação dos realizadores.

Os cinco realizadores das animações vão ainda participar no “Moving Image Programme: Independently Yours” um evento anual de exibição de produções independentes organizado pelo Hong Kong Arts Centre, que terá lugar no dia 2 de Abril.

7 Mar 2019