China admite “novo consenso” nas negociações sobre fim da ‘guerra’ comercial com EUA

[dropcap]O[/dropcap] vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, disse que as negociações comerciais entre Pequim e Washington “chegaram a um novo consenso”, informou hoje a agência estatal de notícias Xinhua.

Numa reunião com o Presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca, Liu disse que as equipas negociadoras dos dois países “realizaram reuniões frutíferas e chegaram a um novo consenso em questões importantes como o texto do acordo económico e comercial”.

O vice-primeiro-ministro chinês, que lidera a delegação de Pequim nas negociações que decorrem nos EUA, disse que ambas as partes “continuarão com as consultas para alcançar maiores progressos em questões de interesse mútuo, de forma a concluir as negociações o mais rápido possível”.

O Presidente norte-americano declarou-se na quinta-feira optimista quanto à possibilidade de chegar a acordo comercial com a China, sem todavia anunciar uma cimeira com o seu homólogo chinês para formalizar o fim da ‘guerra’ comercial.

“Estamos muito perto de assinar um acordo. Os progressos estão a ser muito rápidos (…) Há boas hipóteses de que isso aconteça e seria muito bom para toda a gente”, afirmou o Presidente dos Estados Unidos na sala oval.

“Se tivermos um acordo, faremos uma cimeira. Saberemos provavelmente durante as próximas quatro semanas”, acrescentou.

Para obrigar Pequim a alterar as suas práticas consideradas “desleais”, Washington impôs, em 2018, taxas adicionais de 10% a 25% a mais de 250 mil milhões de dólares de mercadorias e Trump ameaçou taxar a totalidade das importações provenientes da China (539,5 mil milhões em 2018).

Pequim respondeu taxando os cerca de 120 mil milhões de importações norte-americanas.
Para obrigar Pequim a alterar as suas práticas consideradas “desleais”, Washington impôs, em 2018, taxas adicionais de 10% a 25% a mais de 250 mil milhões de dólares de mercadorias e Trump ameaçou taxar a totalidade das importações provenientes da China (539,5 mil milhões em 2018). Pequim respondeu taxando os cerca de 120 mil milhões de importações norte-americanas.

5 Abr 2019

Conselheiros das comunidades portuguesas reúnem-se em Pequim a partir de segunda-feira

[dropcap]O[/dropcap] ensino da língua portuguesa ou o pagamento de pensões aos portugueses na Austrália, China, Hong Kong e Macau são temas da reunião do Conselho Regional da Ásia e da Oceânia, que arranca segunda-feira em Pequim, foi ontem anunciado.

Segundo um comunicado da presidente daquele conselho regional, Rita Santos, a colaboração dos conselheiros com as embaixadas e consulados de Portugal para resolução dos problemas das comunidades, as questões relacionadas com as pensões de aposentação e de sobrevivência dos portugueses residentes nos países de acolhimento, o ensino e a divulgação da língua portuguesa, sobretudo aos jovens, vão ser alguns dos temas em foco na reunião, que vai decorrer na capital chinesa de 8 a 10 de Abril.

Na reunião, presidida por Rita Santos, vai ser ainda discutida a proposta do estatuto dos conselheiros, a eleição anual do cargos do Conselho Regional da Ásia e da Oceânia, bem como o programa do encontro do Conselho Permanente do Conselho das Comunidades Portuguesas, marcado para 28 e 29 de Maio próximo, em Lisboa.

Os conselheiros da Austrália, Silvia Renda e Melissa da Silva, e do círculo da China, Macau e Hong Kong, José Pereira Coutinho e Armando de Jesus, vão estar também reunidos com o embaixador português em Pequim, José Augusto Duarte, indicou a mesma nota.

O Conselho das Comunidades Portuguesas tem actualmente 65 membros. O Brasil é o país que elegeu mais conselheiros, 13 no total, seguindo-se França, com dez conselheiros, Estados Unidos (sete), Venezuela (seis) e Alemanha, África do Sul e Suíça, com quatro cada.

Aquele conselho reúne-se anualmente em Lisboa e é o órgão consultivo do Governo para as políticas relativas às comunidades portuguesas, competindo-lhe, em geral, emitir pareceres, produzir informações e formular propostas e recomendações sobre as matérias que respeitem aos portugueses residentes no estrangeiro e ao desenvolvimento da presença portuguesa no mundo.

5 Abr 2019

Tribunal dá razão a Fung Soi Kun que recorreu de decisão do Executivo

[dropcap]O[/dropcap] Tribunal de Segunda Instância (TSI) de Macau considerou ontem procedente o recurso interposto pelo antigo director dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos relativamente à pena disciplinar de demissão aplicada pelo chefe do Executivo em Abril passado.

Em 11 de Abril de 2018, Chui Sai On decidiu aplicar “a pena disciplinar de demissão” a Fong Soi Kun, mas como o antigo director dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) estava já aposentado, foi determinada “a suspensão do abono da pensão de aposentação pelo período quatro anos”.

Fong Soi Kun apresentou a demissão a 24 de Agosto de 2017, um dia a seguir à passagem do tufão Hato, que causou dez mortos, mais de 240 feridos e prejuízos avaliados em 1,3 mil milhões de euros. Em Março do ano passado, foi oficializada a reforma voluntária do ex-director do SMG.

Em Novembro, Chui Sai On instaurou um processo disciplinar contra o ex-director e a antiga subdirectora dos SMG, Florence Leong, após a conclusão do inquérito aberto na sequência do tufão Hato.

O processo disciplinar instaurado a Fong Soi Kun e à antiga subdirectora Florence Leong concluiu que “houve responsabilidade disciplinar por parte dos dois trabalhadores, em virtude de os mesmos, culposamente, não terem exercido as suas funções com a eficiência que era devida”, de acordo com um comunicado.

A comissão de inquérito entendeu que “os dois trabalhadores dos SMG devem assumir a responsabilidade disciplinar por incumprimento culposo de deveres inerentes às suas funções no processo de decisão relativamente ao içar dos sinais de tempestade tropical e à emissão do aviso de ‘storm surge’ durante a passagem do tufão Hato por Macau”.

Em Outubro de 2017, o relatório do Comissário Contra a Corrupção (CCAC) apontava “procedimentos irregulares”, “elevado grau de arbitrariedade” e “decisões fruto do juízo pessoal do ex-director” dos SMG.

O relatório do CCAC é o resultado de uma investigação aberta a 28 de Agosto de 2017, para “determinar responsabilidades a assumir, no âmbito dos procedimentos de previsão de tufões e da gestão interna por parte do ex-director do SMG”.

Fong foi acusado de içar tardiamente os sinais de tufão, o que pode ter prejudicado a capacidade de a cidade se prevenir contra o impacto da tempestade, que obrigou a hastear o sinal máximo (10).

5 Abr 2019

Chan Meng Kam distinguido com doutoramento honoris causa em Portugal

[dropcap]A[/dropcap] Universidade de Évora anunciou hoje a atribuição, na terça-feira, de doutoramentos ‘honoris causa’ ao professor universitário jubilado António Galopim de Carvalho e ao presidente do Conselho da Universidade da Cidade de Macau (UCM), Chan Meng Kam.

A cerimónia, segundo um comunicado da academia alentejana enviado à agência Lusa, está agendada para as 15h30 de terça-feira e vai ter lugar na Sala dos Actos, no Colégio do Espírito Santo, principal edifício da universidade.

O Conselho Científico da UÉ considerou a atribuição de idêntico doutoramento a Chan Meng Kam, na mesma cerimónia, está ligada “ao valor da personalidade em si, ao papel que tem tido no fortalecimento efectivo das relações da UE com Macau e China”.

E relaciona-se também com a “recente iniciativa lançada pelo governo da China, em estreita colaboração com Macau, sobre a ‘nova Rota da Seda’, a qual tem tido um impacto enorme que, sendo económico é também cultural e tecnológico”, sublinhou a academia alentejana.

Natural da província chinesa de Fujian, Chan Meng Kam cresceu em Macau, onde se tornou num dos mais influentes políticos e homem de negócios, tendo sido deputado à Assembleia Legislativa durante muitos anos. Nas últimas três décadas, “prestou importantes serviços sociais à população e comunidades em Macau, na China e pelo mundo”.

António Marcos Galopim de Carvalho, professor catedrático jubilado, doutorou-se em Sedimentologia (Universidade de Paris, 1964) e em Geologia (Universidade de Lisboa, 1968), tendo leccionado na Faculdade de Ciências de Lisboa (1961-2001) e na Faculdade de Letras de Lisboa (1965-1981).

Dirigiu o Museu Nacional de História Natural (1992 a 2003), assinou “vasta bibliografia científica, de divulgação e de ficção”, com 30 livros publicados e centenas de artigos em revistas científicas e jornais, tendo ainda recebido diversos prémios e condecorações.
O investigador promoveu a divulgação e preservação do património geológico nacional e impulsionou em Portugal e ao nível da UNESCO o estudo científico dos dinossauros.

5 Abr 2019

Indonésia | Uma das maiores eleições do mundo marcada para 17 de Abril

A Indonésia encontra-se numa encruzilhada entre a continuidade e um possível retorno ao passado, a menos de duas semanas de um dos maiores actos eleitorais do mundo, em que participam cerca de 192 milhões de eleitores. Ligeiramente à frente nas sondagens, o actual Presidente Joko Widodo enfrenta nas urnas Prabowo Subianto, general reformado e ex-genro de Suharto, numa reedição das eleições de 2014

 

[dropcap]N[/dropcap]as atafulhadas ruas de Jacarta, onde o caótico trânsito se adensa na época das chuvas, proliferam os capacetes verdes das motas de transporte, que circulam ao lado dos multicoloridos cartazes e bandeiras das eleições nacionais de 17 de Abril.

Tal como há cinco anos, os rostos dominantes nos pósteres de campanha são os dos dois principais candidatos presidenciais: de um lado o actual chefe de Estado, Joko Widodo, quinto Presidente desde a queda do antigo ditador Suharto, do outro o ex-general das Forças Especiais e ex-genro de Suharto, Prabowo Subianto, derrotado por Widodo nas eleições de 2014.

As sondagens indicam uma ligeira vantagem para Joko Widodo, numa campanha onde se mistura tudo, desde economia a educação, ao debate do secularismo ‘versus’ o conservadorismo ou até as alterações climáticas e a política externa. Até Timor-Leste já foi falado, de passagem, num dos debates presidenciais, com Prabowo a referir-se ao referendo de há 20 anos – ainda que o seu passado como militar nas Kopassus, as Forças Especiais indonésias, seja praticamente ignorado.

A dimensão do processo eleitoral vê-se bem pelos números: são 192 milhões de eleitores e entre eles 70 milhões, entre 16 e 20 anos, que votam pela primeira vez.

Além do Presidente e vice-Presidente, os eleitores escolhem os 711 membros das duas câmaras da Assembleia Consultiva Popular (MPR), 575 no Conselho Representativo Popular (DPR) e 136 no Conselho Representativo Regional (DPD). Em jogo estarão ainda mais de 19.500 lugares em mais de 2.000 distritos eleitorais legislativos ao nível regional, municipal e local. Há 16 partidos concorrentes, entre eles quatro estreantes.

Os candidatos

A candidatura da oposição disse ter encontrado irregularidades ao nível de dados afectando milhões de cidadãos inscritos nos cadernos eleitorais. Depois da apresentação de queixa, e insatisfeitos com a resposta da comissão eleitoral, o partido de Prabowo Subianto fez a ameaça velada de usar o “poder do povo” caso os seus argumentos não forem atendidos. A oposição diz ter encontrado erros em datas de nascimentos, números de cartões de identidade duplicados, entre outras anomalias em cerca de 17,5 milhões de eleitores, um número que representa cerca de 9 por cento do total do eleitorado.

Do lado da campanha que procura a reeleição de Joko Widodo existem receios de que a disseminação de notícias falsas possa influenciar o resultado do sufrágio. O actual Presidente foi acusado de ser comunista, cristão e de ser de origem chinesa.

No que toca à campanha propriamente dita, Widodo, 57 anos, escolheu para seu ‘número dois’ Ma’ruf Amin – um intelectual e político islâmico, líder da Majelis Ulama Indonesia, a principal estrutura clerical muçulmana do país, criada na Nova Ordem de Suharto.

A dupla do actual chefe de Estado tem o apoio de nove partidos, entre eles o PDI-P da ex-Presidente Megawati Sukarnoputri, o Golkar (partido de Suharto) e o PKB, do ex-Presidente Wahid: entre si representam actualmente 60 por cento dos lugares no actual parlamento e 62 por cento dos votos nas últimas eleições.

Prabowo, por seu lado, tem como número dois Sandiaga Uno, actual vice-governador de Jacarta que, antes de entrar no mundo político, era um empresário de destacado perfil, com a dupla apoiada por vários partidos de menor dimensão que, entre si, representam 40 por cento dos lugares do parlamento e 36 por cento dos votos das eleições de 2014.

Esta é a terceira tentativa de Prabowo chegar ao Palácio Presidencial, ele que foi número dois na campanha de 2009 e rival de Jokowi em 2014, tendo na altura conseguido 46,85 por cento dos votos contra os 53,15 por cento obtidos pelo actual Presidente.

Na metrópole que continua a crescer a um ritmo desenfreado – a zona urbana de Jacarta acolhe 30 milhões de habitantes – os cartazes da campanha evidenciam as opções: fotos dos candidatos e, em alguns casos, um quadrado do boletim de voto com o desenho do prego de ferro com que, por estas paragens, se exerce o direito ao voto.

Hijabs e capacetes

No dia-a-dia da cidade, os motoristas das motas do GoJek e da Grab, as empresas de transporte com que muitos indonésios ganham o seu rendimento, serpenteiam por entre os carros, com os passageiros sentados atrás, tentando ganhar tempo no lento percurso. “Eu uso isto para ganhar mais algum dinheiro. É preciso porque as coisas estão mais caras. Mas há muitos clientes”, conta Dewi, uma motorista da Go-Jek, com o capacete por cima do hijab preto, um dos símbolos mais evidentes do crescente conservadorismo na Indonésia.

Goenwan Mohamad, hoje escritor e pintor, mas outrora jornalista e fundador da revista Tempo – uma das primeiras que nos anos 90 do século passado desafiou a Nova Ordem de Suharto –, diz que o crescente uso do hijab mostra “uma perda de liberdade de expressão física”.

“As pessoas pensam que a religião pode embelezar a alma, tornar-te até menos corrupto. Mas na prática isso não ocorre. O que se nota, sim, e é muito visível, por exemplo na forma como as pessoas se vestem, é um autocontrolo nas expressões físicas”, disse à Lusa. “Há 25 anos quase ninguém usava hijab. A liberdade de expressão física está muito mais limitada”, conta à Lusa.

Por outro lado, a proliferação dos capacetes verdes de quem oferece transporte na Indonésia – e a paralela revolução dos serviços ‘online’, de quase tudo, que continuam a crescer a ritmos estonteantes no sudeste asiático – é um sinal do empreendedorismo do país.

Credo económico

Mas, ainda que a economia indonésia continue a crescer – não aos 7 por cento prometidos por Joko Widodo – e que sejam evidentes os sinais de uma robusta classe média, as disparidades mantêm-se com muitos na sociedade a viverem em condições de total insegurança económica.

Na agenda dos debates eleitorais, por isso, figuram questões como o desenvolvimento económico nacional, a capacitação da mão-de-obra ou até problemas globais como as alterações climáticas, ainda que nos bastidores se viva, como explicou à Lusa o director do Australia Indonesia Centre, Kevin Evans, um debate entre uma visão secular e pluralista do país, de um lado, e o maior conservadorismo religioso e moral, do outro.

“As divisões políticas aqui não são baseadas em classe, a afiliação política não se decide pelo rendimento ‘per capita’. Define-se sempre entre os que se agarram firmemente a uma visão de uma sociedade mais pluralista e igualitária ‘versus’ os que querem um maior papel da religião, no caso o Islão, uma divisão idêntica à que se pode ver na Índia, ou em Israel”, disse.

Ainda assim Evans diz-se optimista, afirmando que os sinais de conservadorismo crescente duram há 30 anos e que começam a aparecer, até sinais de “maior agitação e mobilização dos que defendem os valores tradicionais de pluralismo”.

A religião está sempre presente, com Jokowi a mostrar-se mais pluralista, mas depois a escolher como ‘número dois’ um dos principais líderes islâmicos do país, e Prabowo a começar a relembrar que a sua mãe é cristã, mas depois a convocar uma oração colectiva em todos as mesquitas do país na manhã do próximo domingo.

Os candidatos presidenciais estão nos próximos dias em campanha em vários pontos do país, regressando a Jacarta na recta final, antes dos dois dias de reflexão e do voto.

4 Abr 2019

Rádio Táxis | Quase 40 por cento das chamadas sem resposta diariamente

[dropcap]P[/dropcap]erto de 40 por cento das chamadas telefónicas para o serviço de rádio táxis ficaram por responder diariamente, segundo informação veiculada pela TDM Rádio Macau. Os números foram divulgados pela própria Rádio Táxis.

No entanto, Kevin U Kin Lung, director-geral da companhia, afirmou que a taxa de resposta se deve aproximar dos 100 por cento com os 200 de táxis adicionais que a companhia conseguiu através de concurso público. “No total recebemos cerca de 8 mil chamadas por dia e conseguimos prestar serviço a cerca de 5 mil. Até aqui não tínhamos táxis suficiente.

Foi por isso que concorremos ao concurso e que conseguimos vencer. Olhando para este número de 8 mil chamadas por dia, julgamos que os 300 táxis que passamos a ter são suficientes”, afirmou, depois de ter participado no programa fórum da Ou Mun Tin Toi e citado pela Rádio Macau.

4 Abr 2019

Preocupação com China vem mais de países com maior investimento chinês, diz António Costa

[dropcap]O[/dropcap] primeiro-ministro, António Costa, apontou ontem que os países europeus que mais têm manifestado preocupação com o investimento da China na Europa são aqueles “onde há mais investimento chinês”.

“Tenho visto que essas preocupações existem sobretudo nos países onde há mais investimento chinês. Se comparar o investimento chinês em Portugal com o investimento chinês noutros países, verá que Portugal infelizmente não tem sido o principal destino”, disse António Costa numa conferência de imprensa conjunta com o homólogo holandês, Mark Rutte.

O primeiro-ministro português respondia a uma pergunta de um jornalista holandês sobre as reservas manifestadas por alguns países da União Europeia e pela própria Comissão Europeia à entrada do investimento chinês, designadamente no desenvolvimento das redes 5 e 5G.

“Não somos ingénuos quanto às dimensões geoestratégicas do nosso relacionamento”, frisou, aludindo a uma tradição de Portugal “de projectar o [seu] relacionamento internacional de forma global e encontrar os equilíbrios necessários entre ser um país europeu, mas sempre aberto ao mundo”. “E não vamos mudar”, assegurou.

António Costa afirmou que quaisquer investimentos estrangeiros “têm, claro, de cumprir as leis portuguesas e as leis da UE” e frisou que os processos de privatização em Portugal “foram processos de mercado”, lançados pelo anterior Governo, em que “puderam participar todas as empresas que quiseram participar”.

“Não escolhemos os investidores em função da nacionalidade e o mercado escolhe em função das melhores condições”, insistiu, sublinhando que várias das empresas “estão cotadas na Bolsa”, pelo que “têm o capital aberto ao reforço da presença de investidores chineses, holandeses, britânicos, alemães, indianos, americanos”.

O primeiro-ministro holandês colocou-se ao lado de António costa, afirmando, logo na primeira intervenção frente à imprensa, que “a Europa tem de manter-se aberta, ter boa-fé com o resto do mundo e ser um continente de comércio”.

Mark Rutte evocou a estreita relação comercial entre a Holanda e a China para afirmar “confiança completa na forma como Portugal está a lidar com esta questão”, tanta quanta a que tem no seu próprio governo.

“Está absolutamente certo. A solução passa por cumprir a lei, não ser ingénuo e manter o diálogo”, frisou.

4 Abr 2019

Conselho dos Magistrados | Chui Sai Cheong e Eddie Wong reconduzidos

[dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo voltou a nomear o irmão, Chui Sai Cheong, e o arquitecto Eddie Wong para o Conselho dos Magistrados do Ministério Público. Apesar de não serem magistrados, os dois ocupam neste órgão cargos destinados a “personalidades da sociedade”, por nomeação do líder do Governo.

A escolha é feita sob proposta da Comissão Independente para a Indigitação de Juízes, que tem como membros Lau Cheok Va, ex-presidente da AL, Sam Hou Fai, presidente do Tribunal de Última Instância, Philip Xavier, Vítor Ng, Tina Ho, Ieong Wan Chong e Hoi Sai Iun. Também os membros da Comissão Independente são nomeados pelo Chefe do Executivo.

4 Abr 2019

Quarta ponte sobre o Canal do Panamá vai ser construída por um consórcio chinês

[dropcap]A[/dropcap] quarta ponte sobre o canal do Panamá, um mega projecto de 1.420 milhões de dólares adjudicado a um consórcio de empresas estatais chinesas, começará a ser construída a partir do último trimestre deste ano, segundo fontes oficiais panamianas.

O projecto da ponte, uma obra que ajudará a aliviar o tráfego na capital panamiana sobre a qual passará uma linha de metropolitano, está a cargo de um consórcio integrado pelas empresas China Communications Constrution Company LTD e China Harbour Engineering Company LTD, divulgou o Governo, em comunicado.

A primeira destas empresas foi a encarregada de construir a ponte mais longa do mundo, inaugurada recentemente e que une Hong Kong com Macau e Zhuhai, as três principais cidades do delta do Rio das Pérolas, no sul da China.

O concurso para a ponte foi aberto em Junho passado, mas o contrato só foi assinado a 09 de Novembro porque o consórcio ítalo-norte-americano Astaldi-Daelin apresentou uma reclamação que acabou por ser arquivada.

A infra-estrutura, que terá um comprimento de 6,5 quilómetros e suportada por tirantes, será construída ao norte da Ponte das Américas, uma das mais emblemáticas do país, situada próximo da entrada do Oceano Pacífico.

Além da ponte, as empresas chinesas adjudicaram contratos multimilionários com o Panamá, sobretudo um centro de convenções e um terminal de cruzeiros.

O Panamá converteu-se, em Junho de 2017, no segundo país da região, depois da Costa Rica, a entabular relações diplomáticas com a China e actualmente encontra-se em plenas negociações para firmar um tratado de livre comércio com o gigante asiático.

4 Abr 2019

Corrupção | Detido presidente da Administração Nacional de Energia da China

A campanha anti-corrupção levada a cabo desde a chegada do Presidente Xi Jinping ao poder fez cair mais um “tigre”. Nur Bekri é acusado de ter recebido subornos, de abuso de poder e de levar uma “vida extravagante”

 

[dropcap]N[/dropcap]ur Bekri, o ex-governador da região de Xinjiang, extremo noroeste chinês, foi detido por alegadamente ter aceitado subornos, anunciaram ontem as autoridades chinesas, parte da mais persistente e ampla campanha anti-corrupção na história da China comunista.

O caso de Nur Bekri, que mais recentemente foi responsável pela agência de planeamento energético da China, transitou, entretanto, para as instâncias judiciais, após ter sido formalmente expulso do Partido Comunista Chinês (PCC).

Bekri foi inicialmente investigado pela Comissão Central de Inspecção e Disciplina do PCC, como sucede sempre em casos envolvendo funcionários do partido. Está acusado de usar a sua autoridade para colocar pessoas em posições-chave e a avançarem com negócios e empreendimentos no sector dos minérios, em troca de grandes quantias de dinheiro e propriedades.

O ex-governador terá ainda alegadamente abusado do seu poder, ao ter organizado passeios em veículos de luxo, com motoristas privados, e outros serviços, para seus familiares, enquanto levava uma “vida extravagante”.

Como governador de Xinjiang, região rica em recursos naturais, e no seu cargo mais recente, Bekri era um dos quadros mais altos da minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigur.

Na rede

A China castigou mais de um milhão e meio de funcionários públicos, (moscas), e investigou cerca de 500 altos quadros do regime, (tigres), parte da campanha anti-corrupção lançada há seis anos pelo Presidente chinês, Xi Jinping, segundo dados oficiais.

Os dois casos mais mediáticos envolveram a prisão do antigo chefe da Segurança Zhou Yongkang e do ex-director do Comité Central do PCC e adjunto do antigo Presidente Hu Jintao, Ling Jihua.

Antes de 2014, Bekri ocupou ao longo de três décadas vários cargos na região de Xinjiang.
Não há indicações de que a investigação esteja relacionada com a campanha repressiva lançada pelas autoridades sobre os uigures, que resultou na detenção de mais de um milhão de pessoas em campos de doutrinamento político no Xinjiang.

4 Abr 2019

Coreia do Sul torna-se na sexta-feira no primeiro país do mundo a disponibilizar rede 5G

[dropcap]A[/dropcap] Coreia do Sul começa, na sexta-feira, a disponibilizar a rede móvel de quinta geração (5G) através de três operadoras, tornando-se no primeiro país com esta tecnologia, que pretende estender a todo o território, foi hoje anunciado.

O 5G será disponibilizado na Coreia do Sul por três operadoras nacionais: a KT Corporation, a SK Telecom e a LG Uplus. Em comunicado, a KT refere que esta tecnologia, que sucede ao 4G, poderá “conectar simultaneamente um milhão de dispositivos por quilómetro quadrado”.

A estimativa da companhia é de que, até ao final do ano, “mais de três milhões de sul-coreanos tenham mudado para o 5G”, segundo o vice-presidente da KT, Lee Pil-Jae.

Por seu lado, a SK Telecom considerou, através do seu vice-presidente executivo, Young Sang Ryu, que “é significativo que as empresas de telecomunicações sul-coreanas estejam a disponibilizar serviços e redes com altos padrões de velocidade e qualidade aos seus clientes nacionais”.

A expectativa da SK Telecom é ter, no final do ano, mais de um milhão de clientes na rede 5G, que acrescem a um total de 27 milhões de utilizadores dos seus outros serviços de telecomunicações.
Para isso, a empresa instalou já 34 mil estações de rede 5G em 85 cidades.

A comercialização do 5G na Coreia da Sul era apontada para o segundo semestre deste ano.
O país chegou a testar esta tecnologia numa zona limitada dos jogos olímpicos de inverno, em Fevereiro do ano passado, na região de PyeongChang.

Também na sexta-feira, na Coreia do Sul, será lançado o primeiro telemóvel com capacidade para 5G da fabricante sul-coreana Samsung, o Galaxy S10 5G.

Estas iniciativas colocam a Coreia do Sul à frente na corrida tecnológica do 5G, que envolve outros países como os Estados Unidos e a China, que ficam agora atrás nos avanços.

Nesta ‘corrida’ está também a União Europeia (UE), com os Estados-membros a darem passos para que o 5G seja disponibilizado, de forma comercial, em pelo menos uma cidade por país até 2020 e para que haja uma cobertura mais abrangente até 2025.

O 5G é a quinta geração de rede móvel e vem suceder ao 1G (criado em 1980), ao 2G (de 1990), ao 3G (de 2000) e ao 4G (de 2010).

Nesta nova tecnologia móvel haverá mais velocidade, maior cobertura e mais recursos. Além de ser aplicado às comunicações móveis, o 5G será ainda crucial para áreas do quotidiano, mas também para potenciar outros avanços tecnológicos, nomeadamente nos carros autónomos.

Isto porque a potência desta rede de quinta geração vai além da rapidez nos ‘uploads’ e ‘downloads’ e assenta, sobretudo, na redução da latência, ou seja, do tempo de resposta de um aparelho a partir do momento em que recebe a ordem até a executar.

Quanto menor for a latência, mais rápida é a reacção de um aparelho accionado à distância. Isto aplica-se aos electrodomésticos e a outros aparelhos, incluindo os que estão ligados à internet, que passarão a ser mais eficientes, podendo trazer benefícios nas áreas do entretenimento, agricultura, indústria, saúde, energia e na realidade virtual.

O desenvolvimento do 5G tem, porém, vindo a ser marcado por polémicas relacionadas com a fabricante chinesa Huawei.

A Huawei é acusada de espionagem industrial e outros 12 crimes pelos Estados Unidos, país que chegou a proibir a compra de produtos da marca em agências governamentais e que tem tentado pressionar outros, como Portugal, a excluírem a empresa no desenvolvimento das redes 5G.
Portugal já disse que não o fará e desvalorizou a polémica.

A Huawei tem também rejeitado as suspeitas, insistindo que não tem ‘portas traseiras’ para aceder e controlar qualquer dispositivo sem o conhecimento do utilizador.

3 Abr 2019

Táxis | Nova lei entra em vigor a 3 de Junho

[dropcap]A[/dropcap] nova lei dos táxis entra em vigor no próximo dia 3 de Junho, depois do diploma ter sido publicado em Boletim Oficial no passado dia 4 de Março. De acordo com um comunicado oficial, três serviços públicos, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) e a Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ), realizaram há três dias uma sessão de apresentação sobre a nova lei dos táxis, dando a conhecer ao sector o respectivo regime jurídico e os principais conteúdos do correspondente diploma legal complementar a publicar.

Na sessão, os taxistas apresentaram várias questões relacionadas com “o abandono do assento de condutor quando o táxi se encontrar dentro da praça, a ajuda aos passageiros para a colocação, a retirada do porta-bagagens do veículo dos respectivos pertences e as acções dos fiscais para fazer cumprir a lei nas áreas delimitadas por linhas contínuas amarelas”.

O Governo voltou a referir que “se pretende melhorar a imagem da indústria de transportes de passageiros em táxis através da nova lei, mantendo o bom funcionamento de serviço”. A DSAT promete “continuar a aperfeiçoar as condições nas zonas de tomada e largada de passageiros, com a entrada em vigor da nova lei, permitindo ao sector operar com maior facilidade”.

3 Abr 2019

IPM | Lançado sistema de tradução com reconhecimento de voz

O Instituto Politécnico de Macau (IPM) lançou ontem um novo sistema de reconhecimento de voz e interpretação simultânea chinês-português-inglês, com o qual espera aliviar o trabalho de tradutores e intérpretes

 

[dropcap]”Q[/dropcap]uando um orador discursa, o sistema reconhece automaticamente as palavras e transforma-as num discurso escrito, depois, de forma simultânea e automática, faz a tradução”, explicou o coordenador do Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa do IPM. Gaspar Zhang falava aos jornalistas à margem do lançamento, que decorreu no âmbito de uma conferência sobre os novos desafios e oportunidades na área da tradução, com recurso à inteligência artificial.

“Assim, podemos ver no ecrã um discurso na língua de partida e na língua de chegada”, acrescentou, sublinhando que a interpretação simultânea automática é agora “uma realidade”.
O sistema foi desenvolvido pelo Laboratório de Tradução Automática Chinês-Português-Inglês do IPM, inaugurado em Outubro de 2016 pelo primeiro-ministro português, António Costa.

Desde a criação do laboratório, o IPM tem investido muito na área do ‘big date’ e na área da inteligência artificial, lembrou Zhang, mencionando, entre outros, o sistema de tradução chinês-português.

O uso deste “sistema auxiliar de tradução chinês-português/português-chinês de documentos oficiais” foi acordado, em Março, com o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. No entanto, Gaspar Zhang ressalvou que o sistema lançado agora foi desenhado para aliviar o trabalho dos tradutores e intérpretes, e não para os substituir.

“Neste momento, pelo menos hoje, as máquinas não podem substituir os tradutores nem intérpretes. O nosso objectivo é ajudar os tradutores e os intérpretes”, salientou.

Bolsas para portugueses

O Instituto Politécnico de Macau prevê lançar, no próximo ano lectivo, um programa de bolsas de estudo para atrair mais estudantes dos países de língua portuguesa, no âmbito dos futuros mestrados e doutoramentos da instituição.

Este novo programa prevê estender as ajudas de custo aos estudantes pós-graduados, uma vez que o Politécnico (IPM) já dispõe de bolsas para estudantes de licenciatura, explicou o presidente da instituição, Marcus Im Sio Kei.

“Num futuro próximo, esperamos receber mais alunos dos países de língua portuguesa. Temos um plano para oferecer bolsas a estes estudantes”, afirmou o responsável, em declarações aos jornalistas à margem de uma conferência na qual se debateram os novos desafios e oportunidades na área da tradução, com recurso à inteligência artificial.

Actualmente, o IPM tem cerca de 200 alunos provenientes dos países lusófonos, um número que pode vir a crescer com o lançamento deste novo regime, que prevê uma dedução até 20 por cento do custo global das propinas.

Língua portuguesa, computação e administração pública são as áreas dos três futuros programas de doutoramento, ainda sujeitos à aprovação do Governo de Macau, adiantou Marcus Im Sio Kei.

A instituição prevê que sejam lançados até ao final do ano. Além disso, deverão ser lançados, no mesmo prazo, mais quatro cursos de mestrado, em áreas que vão da enfermagem às artes visuais, acrescentou.

“Em toda a divisão, incluindo os novos mestrados e programas de doutoramento, planeamos receber mais 300 alunos” provenientes de Macau e de várias regiões, afirmou Im Sio Kei.

No mês passado, o Governo já tinha aprovado o plano de estudos de dois novos mestrados, incluindo um mestrado em tradução e interpretação chinês-português. O mestrado terá duas áreas de especialização, tradução e interpretação, e dois anos de duração, de acordo com o despacho do secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam.

No ano lectivo 2018/2019, o número de estudantes de português no IPM ronda os 500, de acordo com dados disponibilizados à Lusa no final do ano passado.

3 Abr 2019

Residentes vão poder abrir contas bancárias na China usando apenas o BIR

[dropcap]F[/dropcap]oi ontem assinado um protocolo de cooperação entre o Governo e o Banco da China, acordo que constitui mais um passo na integração regional do território. De acordo com um comunicado oficial, os portadores de bilhete de identidade de residente de Macau passam a poder abrir contas nas sucursais do Banco da China no continente.

“Seguindo-se a premissa do respeito pelas leis, regulamentos e requisitos de fiscalização da China, os residentes de Macau podem utilizar nas instituições do Banco da China na Grande Baía o seu bilhete de identidade como documento legal para tratar de abertura de contas bancárias, de cartões, de registos e de transacções, usufruindo de serviços financeiros rápidos para pagamentos, bem como de créditos e serviços para empresas e particulares.”

O acordo de cooperação inclui também as mais de 500 instituições do Banco da China no exterior, nas quais os residentes “podem usar os bilhetes de identidade como documento legal para tratar de abertura de contas, cartões, registos e transacções no estrangeiro”. O Banco da China vai ainda permitir uma gestão integrada de tesouraria e pagamentos transfronteiriços para as empresas locais, “abrindo canais de circulação de capitais entre Guangdong, Hong Kong, Macau e para o mundo”.

De acordo com o mesmo comunicado, os residentes de Macau “podem, apenas com o BIR, gerir negócios financeiros na Grande Baía ou até nas sucursais dos bancos comerciais estatais nos países participantes da iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’”.

Além disso, esta medida “permitirá aos residentes usufruir de um ‘tratamento equitativo em comparação com os residentes da China interior’, referido nas Linhas Gerais do Planeamento para o Desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, e poderão aceder mais facilmente aos serviços financeiros dos bancos da China interior”.

O Governo considera que, com este protocolo, “poder-se-á verdadeiramente promover a circulação de pessoas na Grande Baía, com facilidade e conveniência, o que terá um impacto positivo e profundo na participação da RAEM na estratégia de desenvolvimento nacional”.

3 Abr 2019

Autocarros | Ho Ion Sang pede aumentos para não-residentes

[dropcap]O[/dropcap] deputado Ho Ion Sang, ligado aos Moradores, quer saber quando é que o Governo vai implementar a subida de preços para os não-residentes que viajam nos autocarros. É este o conteúdo de uma interpelação divulgada ontem pelo membro da Assembleia Legislativa.

Esta é uma proposta antiga da Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), que foi deixada cair devido aos custos da implementação de um sistema diferenciado. Contudo, Ho Ion Sang quer agora saber quando é que o Governo vai chegar a um novo consenso e aplicar preços mais caros para os trabalhadores não-residentes e turistas.

Por outro lado, o legislador pergunta também as medidas que podem ser aplicadas para que a qualidade do serviço aumente.

3 Abr 2019

Autoridades detectam tráfico de petróleo

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Zhuhai detectaram um caso de transporte ilegal de petróleo por parte de uma embarcação que viajava entre Hong Kong e Macau. O caso foi relatado ontem pelo canal chinês da Rádio Macau, que cita as autoridades da cidade vizinha.

Segundo a informação divulgada, as suspeitas do tráfico foram confirmadas depois de uma inspecção, já depois do navio em causa ter sido obrigado a atracar.

Durante a investigação, as autoridades detectaram a existência de um compartimento secreto com capacidade para o transporte 30 toneladas de combustível.

3 Abr 2019

Polícia chinesa detém educadora suspeita de envenenar 23 crianças

[dropcap]A[/dropcap] polícia chinesa deteve hoje uma educadora de infância suspeita de envenenar deliberadamente 23 crianças num infantário no leste da China, em mais um ataque no país contra menores.

Identificada como Wang, a professora terá adulterado a comida das crianças com nitrito de sódio, revelou a polícia da cidade de Jiaozuo. A exposição àquela substância tóxica pode ser fatal. A polícia disse que ainda não aclarou o motivo do incidente, ocorrido na semana passada.

Crianças em idade escolar têm sido alvo de ataques na China, muitas vezes fatais, normalmente protagonizados por pessoas com problemas psicológicos ou ressentimentos com a sociedade.

No início deste ano, 20 crianças ficaram feridas num ataque perpetrado por um homem numa escola primária em Pequim. Em Abril de 2018, um homem armado com uma faca matou sete estudantes e feriu 19, quando os jovens regressavam a casa, no norte do país.

A lei chinesa proíbe rigorosamente a venda e posse de armas de fogo, pelo que os ataques são geralmente feitos com facas, explosivos de fabrico artesanal ou por atropelamento.

O último caso de envenenamento remonta a 2002, quando 42 pessoas, a maioria crianças em idade escolar, morreram na cidade de Nanjing, leste do país.

O assassino, que alegadamente tinha inveja do negócio próspero do seu concorrente, foi rapidamente condenado à pena de morte e executado.

2 Abr 2019

FBI devolve a família judia pintura roubada há 75 anos pelos nazis em França

[dropcap]O[/dropcap] FBI devolveu esta segunda-feira uma pintura do holandês Salomon Koninck aos seus legítimos proprietários, uma família francesa judia, 75 anos após ter sido roubada pelos nazis em França na Segunda Guerra Mundial.

A peça, “Um filósofo afiando a sua pena”, pintado por Koninck em 1639, foi entregue à família Schloss, numa cerimónia realizada no consulado francês em Nova Iorque, Estados Unidos, com a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros daquele país europeu, Jean-Yves Drian.

“Foi roubado no nosso território pela Gestapo e levado para Munique com a cumplicidade de colaboradores franceses, em 1943, e tinha sido perdido o seu rasto”, explicou Drian, que estava acompanhado pelo procurador do distrito sul de Nova Iorque, Geoffrey Berman, e um representante do gabinete de investigação criminal do FBI em Washington, Michael Driscoll.

“Finalmente que se reencontrou com os seus donos, os herdeiros de Adolphe Schloss [um coleccionador de arte francesa] e os seus cinco filhos”, acrescentou o ministro.

Presentes na cerimónia estavam também os bisnetos de Schloss, Laurent e Michel Vernay, assim como a sua nora, Eliane Demartini, que descreveu o regresso da pintura como uma “pequena vitória” e lembrou que ainda há muitas peças de arte que foram roubadas, mas que continuam desaparecidas.

O governante francês destacou que o seu país prossegue esforços para acelerar a identificação e restituição de obras roubadas durante o regime de Hitler, e observou que mais de dois terços das 100.000 peças usurpadas pelos nazis foram encontradas logo após o fim do conflito.

“Um filósofo afiando a sua pena” foi encontrado em 2017, quando o seu então proprietário, o chileno Renate Stein, contactou a casa de leilões Christie com a intenção de o vender em Nova Iorque, depois da sua família o ter adquirido na Alemanha, nos anos 50.

Drian também enfatizou o actual aumento do anti-semitismo e frisou os esforços do seu Governo para o combater, denunciando a falta de acção por parte dos Estados Unidos.

“Algo similar deve ser feito em território norte-americano, onde muita nostalgia do nazismo se esconde por detrás da Primeira Emenda para desencadear a propaganda do ódio”, sublinhou.

Por sua parte, o procurador do distrito sul de Nova Iorque observou que o que aconteceu com a pilhagem de obras de arte que se encontravam nas mãos dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial “não foi apenas injusto, mas desumano”.

“Temos um imperativo moral de agir, que é o que estamos a fazer agora e continuaremos a fazer”, acrescentou.

Por sua parte, o representante do FBI explicou as árduas investigações que têm ser realizadas neste tipo de casos para demonstrar a origem das peças, e ressaltou a importância vital da colaboração das casas de leilões na identificação e comunicação de peças roubadas.

2 Abr 2019

Navios-escola de Portugal e Espanha repetem viagem de circum-navegação de Magalhães

[dropcap]P[/dropcap]ortugal e Espanha apresentaram ontem o programa de acções conjuntas para comemorar os 500 anos da primeira volta ao mundo, da qual faz parte uma viagem de circum-navegação pelos navios-escola “Sagres” (português) e “Juan Sebastián Elcano” (espanhol).

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, e a vice-primeira-ministra espanhola, Carmen Calvo, fizeram ontem em Madrid uma primeira apresentação das comemorações da viagem “comandada” pelo português Fernão da Magalhães e “finalizada” pelo espanhol Juan Sebastián Elcano entre 1519 e 1522.

“A expedição foi organizada e financiada pelo Reino de Espanha e concebida e proposta por um navegador português, Fernão de Magalhães”, explicou Santos Silva.

O responsável português sublinhou que cada país terá de “interpretar e valorizar a viagem à sua maneira”, sem fazer qualquer referência à polémica inicial, já ultrapassada, quando a imprensa de direita espanhola acusou Portugal de estar a promover uma candidatura unilateral, junto da UNESCO, da viagem de circum-navegação do globo a património da humanidade.

“Esta expedição poderia ser considerada como o primeiro grande feito de globalização do nosso planeta”, consideram os Governos português e espanhol numa declaração publicada.

A viagem de circum-navegação da rota de Magalhães-Elcano, a empreender entre 2020 e 2021 pelos navios-escola dos dois países é uma das acções previstas no programa que também inclui a candidatura da viagem a Património Mundial da Humanidade “promovida conjuntamente por Portugal e Espanha, juntamente com os demais países da Rota”.

Para o ministro dos Negócios Estrangeiros, “talvez a actividade que marque mais plenamente o significado desta associação entre” os dois países ibéricos seja a conferência internacional “Oceanos, Conhecimento e Globalização” que terá lugar em Portugal e Espanha no primeiro trimestre de 2021.

“A ideia é simplesmente aproveitar-se da circum-navegação como fonte de inspiração para pensar, hoje, o futuro dos oceanos e o futuro da globalização”, considerou Santos Silva, acrescentando que se pode e deve “interpretar Magalhães e Elcano como ponto de partida para pensar a regularização da globalização e o aproveitamento cooperativo e sustentável dos recursos comuns da Humanidade”.

Uma exposição itinerante organizada pelos Ministérios da Cultura dos dois países, a co-produção de uma série televisiva, a elaboração de um estudo sobre a “Projecção mundial do espanhol e do português” e a apresentação de uma Declaração dos Ministros da Cultura da União Europeia sobre o significado da circum-navegação são outras acções apresentadas.

As embaixadas de Portugal e de Espanha também vão coordenar a organização de actividades conjuntas nos países da Rota de Magalhães-Elcano: Brasil, Uruguai, Argentina, Chile, Filipinas, Brunei, Indonésia, Timor-Leste, Moçambique, África do Sul e Cabo Verde.

A participação de Portugal como país convidado na Feira do Livro de Sevilha de 2019 – 23 de Maio a 2 de Junho – subordinada ao tema “Lendo vou, viajando venho” também faz parte das comemorações.

“A nossa ambição é que o mundo entenda que há 500 anos um conjunto de homens valentes” fez esta viagem, disse a vice-primeira-ministra espanhola, Carmen Calvo, que também fez referência ao programa do país para as comemorações com “193 actividades”.

O programa de acções conjuntas do V centenário da viagem de circum-navegação complementa os programas nacionais que já foram apresentados por Portugal e por Espanha.

Nas actividades espanholas destaque para palestras na Sociedade Geográfica de Lisboa, um colóquio sobre literatura de viagens e vários concertos, em Lisboa e na Universidade de Coimbra.

A companhia aérea nacional espanhola Iberia também irá baptizar com o nome de Juan Sebastián o próximo avião A350 que receber, mantendo ele essa designação até 2022.

Pelo lado de Portugal está previsto, entre outras acções, a construção de uma réplica das naus que constituíram a esquadra de Fernão de Magalhães, a reedições de livros e cartas náuticas, mapas, como o Planisfério de Cantino (1502), conferências científicas e seminários temáticos.
Augusto Santos Silva e Carmen Calvo vão repetir a apresentação das comemorações conjuntas esta tarde em Lisboa.

2 Abr 2019

Seul inicia trabalhos para exumação de vítimas da guerra

A operação de investigação dos restos mortais das vítimas da Guerra da Coreia foi decidida durante o encontro entre o Presidente sul-coreano Moon Jae-in, e o líder norte-coreano, Kim Jong-um, em Setembro do ano passado

 

[dropcap]A[/dropcap] Coreia do Sul lançou ontem o trabalho preparatório na zona desmilitarizada (DMZ) para a exumação dos restos mortais das vítimas da Guerra da Coreia (1950-1953), apesar do silêncio de Pyongyang, que inicialmente concordou em participar neste projecto.

O Ministério da Defesa da Coreia do Sul divulgou que a Coreia do Norte não respondeu aos seus apelos e que o exército sul-coreano iniciaria hoje [ontem] o trabalho preparatório de escavação ao sul da zona desmilitarizada entre os dois países.

“Estamos a lançar os preparativos para que esta possa tornar-se uma operação norte-sul, assim que a Coreia do Norte responda”, disse aos jornalistas o porta-voz adjunto do Ministério, Roh Jae-cheon.

Esta operação foi decidida em Setembro, durante uma cimeira em Pyongyang entre o Presidente sul-coreano Moon Jae-in, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un.

Os dois líderes haviam assinado um acordo militar para contribuir para a redução das tensões na península norte-coreana, prevendo-se ainda que uma centena de pessoas de ambos os lados participaria nas operações de investigação dos restos mortais entre 1 de Abril e 31 de Outubro.

No entanto, nenhum progresso foi feito desde então sobre a questão fundamental da desnuclearização na península coreana.

Banho-maria

Kim e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reuniram-se em Hanói em Fevereiro numa cimeira que terminou sem uma declaração conjunta, fracasso que lançou uma sombra sobre as perspectivas de cooperação entre as Coreias.

Moon, que se reuniu com Kim três vezes em 2018, promove há muito uma maior cooperação com os norte-coreanos para reverter os anos de tensão entre os dois países.

O Presidente sul-coreano desempenhou um papel fundamental na reaproximação excepcional entre Pyongyang e Washington.

Numa reunião de ontem com os seus principais conselheiros, Moon disse que o fracasso da cimeira de Hanói representou uma “dificuldade temporária”.

“Foi confirmado que a Coreia do Sul, a Coreia do Norte e os Estados Unidos não pretendem voltar atrás”, disse Moon.

O Presidente sul-coreano vai visitar Washington na próxima semana. Moon disse que esta rápida reunião organizada com Trump mostra que os dois aliados querem relançar “a dinâmica do diálogo o mais rápido possível”.

2 Abr 2019

Director do IHMT | Malária continua um grande problema em todos os países africanos lusófonos

[dropcap]O[/dropcap] director do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT), Paulo Ferrinho, defende que a malária continua um grande problema em todos os países africanos lusófonos e um desafio maior em matéria de doenças tropicais.

“A malária continua a ser um grande problema em todos os países lusófonos em África, sem excepção. Não podemos dizer que a situação está controlada e, em situações de crise, como a que temos agora em Moçambique, com cheias, esperamos um agravamento da situação”, disse Paulo Ferrinho, em entrevista à agência Lusa.

“A malária continua realmente a ser o nosso grande desafio”, acrescentou. Mais de 90% dos 219 milhões de casos de malária de 2017 e das 435.000 vítimas mortais registaram-se no continente africano, a maioria crianças com menos de cinco anos.

Moçambique é o único país lusófono que no grupo de 11 países em que se registaram 70% de casos (151 milhões) e mortes (274 mil) em 2017 e, por isso, foi escolhido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para aplicar uma nova estratégia de combate à doença.

É o país com a terceira maior percentagem (5%) de casos de malária no mundo e o oitavo onde a doença mais mata (3% do total de vítimas), segundo o relatório anual sobre a doença divulgado em Novembro pela OMS.

Angola surge em 13.º lugar com 2% do total mundial de casos. A Guiné-Bissau registou cerca de 144 mil casos suspeitos de malária em 2017 e 296 mortes, segundo o relatório.

No pólo oposto, entre os países próximos da erradicação da doença está Cabo Verde, que registou, no entanto, em 2017, um surto de paludismo, concentrado sobretudo na ilha de Santiago, com 423 casos – incluindo uma vítima mortal -, nove vezes mais do que os registados no ano anterior.

São Tomé e Príncipe está também próximo da erradicação da doença, com cerca de 2.240 casos suspeitos e sem registo de mortes.

O director do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) falava, à Lusa, antecipando o 5.º Congresso Nacional de Medicina Tropical, que vai reunir, em Lisboa, de 10 a 12 de Abril, especialistas lusófonos, europeus e de outros países para debater as políticas e serviços de saúde no espaço da lusofonia.

Paulo Ferrinho alertou também para a existência nestes países de outras doenças transmitidas por mosquitos (veCtores) “que vão ganhando terreno”.

“Em Angola, temos dengue, Zika, chikungunya, febre-amarela. São doenças que também estão presentes na Guiné-Bissau, mas algumas ainda não estão presentes em Moçambique, onde o grande problema é a malária em todo o território nacional, mas sobre o dengue só temos conhecimento em Nampula, no Norte”, disse.

O reforço dos sistemas de saúde e a promoção do acesso universal à saúde, com ênfase nos sistemas de saúde dos países lusófonos em África, será o foco do congresso, que irá ainda abordar a saúde dos viajantes nestes países e as migrações para a Europa.

Nesse sentido, explicou Paulo Ferrinho, estarão em análise aspectos “considerados os principais estrangulamentos” dos sistemas de saúde, nomeadamente a formação, planeamento e recursos humanos em saúde, a regulação económica do sector ou o apoio laboratorial aos serviços de saúde.

“Vamos ter uma sessão sobre serviços de saúde para viajantes nos países lusófonos. Será uma primeira vez em que vamos fazer um levantamento do que é que se faz nos países lusófonos em relação à saúde dos viajantes. Vamos ter também uma sessão sobre migrantes, olhando para os migrantes de acordo com as necessidades em trânsito para os países de acolhimento, quais as dificuldades e o que se faz para apoiar e acolher esses migrantes”, disse.

Há tendência de globalização de doenças antes restritas ao trópicos

Paulo Ferrinho, alertou, em entrevista à agência Lusa, para a tendência de globalização das doenças tropicais, admitindo a possibilidade de “surtos esporádicos” de malária na Europa.

“A tendência actual das doenças tropicais é de uma convergência cada vez maior entre o tropical e o global. É cada vez mais difícil separar o tropical do global por causa das alterações de contexto, desde as alterações climáticas, à mobilidade das populações, das mercadorias e dos vectores (mosquitos), o que leva à globalização de doenças que antes estavam restritas aos trópicos”, disse Paulo Ferrinho.

O especialista em saúde pública e medicina tropical assinalou que o agente vector (aedes albopictus) de várias destas doenças “é um invasor destemido, que avança mundo fora” e já está “a penetrar na Europa”.

“Ao entrar na Europa, criou alguns surtos de doenças transmitidas por vectores, como a chikungunya, em alguns países europeus. Já temos o aedes albopictus em Portugal e temos de estar atentos para o controlar e para que não se instalem em Portugal doenças que até há pouco tempo eram tropicais”, acrescentou.

Paulo Ferrinho lembrou que o vírus da sida, que surgiu na República Democrática do Congo, levou 80 anos a globalizar-se, mas alertou que a disseminação de doenças pode ser hoje muito mais rápida.

“Há risco de termos surtos esporádicos de malária na Europa. Aliás, já tivemos, por exemplo, na Grécia e em Itália. O vector existe e é preciso estar atento e aconselhar os viajantes sobre como se comportar quando se deslocam a países de risco, mas também estar atentos aos migrantes desses países”, afirmou.

Cerca de mil milhões de pessoas ficarão expostas a doenças como a febre dengue se o aquecimento global continuar, segundo um estudo científico publicado, na quarta-feira, no boletim científico PLOS, que se baseou no registo mensal das temperaturas mundiais.

Os cientistas concluíram que as doenças de climas tropicais estão em expansão e atingirão zonas do globo com climas actualmente menos favoráveis aos mosquitos, porque os vírus que estes propagam provocam epidemias explosivas quando se verificam as condições certas.

Fundado em 1902, o Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) dedica-se ao ensino e à investigação da saúde pública, medicina tropical, ciências biomédicas e epidemiologia, com especial incidência na ligação com os países de língua oficial portuguesa.

2 Abr 2019

Nova Zelândia | Pequim pede ambiente de investimento justo e transparente

A pressão do primeiro-ministro chinês sobre a sua homóloga neo-zelandesa, que se encontra de visita a Pequim, surge na sequência das restrições impostas por Wellington à utilização de equipamentos da Huawei no desenvolvimento da rede 5G no país

 

[dropcap]O[/dropcap] primeiro-ministro da China, Li Keqiang, pediu ontem à homóloga da Nova Zelândia que assegure um ambiente de investimento “justo, transparente e conveniente”, depois de Wellington ter imposto restrições à gigante chinesa das telecomunicações Huawei.

As relações bilaterais deterioraram-se nos últimos meses, depois de os serviços secretos da Nova Zelândia terem impedido a empresa nacional de telecomunicações Spark de usar equipamento da Huawei no desenvolvimento de redes de Quinta Geração (5G).

No início de um encontro com Jacinda Ardern, em Pequim, Li Keqiang não mencionou a Huawei, mas disse que a China quer melhorar as relações para servir os interesses das empresas de ambos os lados.

“A China está disposta a, com base no respeito mútuo e igualdade de tratamento, elevar a confiança política mútua com a Nova Zelândia, expandir a cooperação prática e aumentar o intercâmbio humano”, disse Li a Ardern, no Grande Palácio do Povo, após uma cerimónia formal de boas-vindas.

“Esperamos que (…) quando as empresas de cada lado investem em negócios do outro, possam desfrutar de um ambiente justo, transparente e conveniente”, disse.

Acordos assinados

Nas suas declarações públicas, Ardern não abordou questões sobre investimento, mas agradeceu a Li por expressar condolências pelo ataque que matou 50 fiéis, em duas mesquitas, na Nova Zelândia.

A primeira-ministra nova-zelandesa reunir-se ontem com o Presidente chinês, Xi Jinping, depois de a visita ter sido encurtada devido aos ataques de 15 de Março.

No entanto, Ardern disse que, apesar do momento, manteve a visita a Pequim “para sublinhar a importância” que a Nova Zelândia atribui ao relacionamento com a China.

“É uma das relações mais importantes e de maior alcance para nós, um ponto que frisei nos meus discursos públicos, no ano passado”, disse.

Após a reunião, os dois líderes assistiram à assinatura de acordos nas áreas agricultura, intercâmbio financeiro, ciência e pesquisa, e para evitar a dupla tributação.

Repúdio nacional

A decisão dos serviços de inteligência da Nova Zelândia de restringir o uso de equipamento da Huawei, por representar um “risco significativo para a segurança”, provocou indignação na China.

A imprensa estatal chinesa condenou a decisão e ameaçou com retaliação económica. A China é o maior parceiro comercial da Nova Zelândia e um importante mercado para os produtos lácteos e outros produtos agrícolas do país.

Segundo o Governo da Nova Zelândia, o comércio entre os dois países quase triplicou nos últimos dez anos, desde que um acordo de livre comércio entrou em vigor, em 2008.

No mês passado, Ardern disse que não foi ainda tomada uma decisão final sobre o uso de equipamento da Huawei na rede 5G do país.

As redes sem fio 5G destinam-se a conectar carros autónomos, fábricas automatizadas, equipamento médico e centrais eléctricas, pelo que vários Governos passaram a olhar para as redes de telecomunicações como activos estratégicos para a segurança nacional.

2 Abr 2019

Congresso internacional dedicado ao português em Novembro

[dropcap]P[/dropcap]rofessores e investigadores de todo o mundo vão reunir-se em Macau, em Novembro, para um congresso internacional dedicado à língua portuguesa, disse ontem à Lusa o director do Instituto Português do Oriente (IPOR).

“Podemos esperar um grande encontro de lusitanistas, de nível mundial, não só dos países lusófonos, como de outras regiões”, afirmou Joaquim Ramos, sublinhando a “dimensão global” do evento.

O congresso “Macau e a língua portuguesa: Novas pontes a Oriente”, organizado em conjunto pelo IPOR e pelo Instituto Politécnico de Macau (IPM), vai realizar-se entre 27 e 29 de Novembro, num ano de várias celebrações. “Estamos a organizar isto em colaboração com Instituto Politécnico de Macau, onde vamos incluir também as celebrações dos 30 anos do IPOR, portanto acho que fazia sentido incluir aqui uma dimensão mais científica”, indicou.

Neste sentido, o congresso vai “reunir professores, investigadores, editores e pessoas ligadas à cultura”, para partilharem as suas pesquisas sobre temas relativos à língua portuguesa, disse Joaquim Ramos, sem adiantar nomes.

2 Abr 2019

Palestra | Ana Cristina Alves fala sobre noções ocidentais face à língua chinesa

[dropcap]A[/dropcap] Fundação Rui Cunha (FRC) organiza, em parceria com a Universidade de Macau (UM) a oficina “Diálogo Intercultural – Caracteres Chineses e Noções Ocidentais”, protagonizada por Ana Cristina Alves, docente da UM. A oficina de duas horas e meia será dividida em duas partes, a primeira para a apresentação teórica dos temas e conceitos propostos para discussão, a segunda reservada ao diálogo com os participantes.

O objectivo desta iniciativa consiste em “pensar algumas características fundamentais dos pensamentos grego e chinês comparativamente”, bem como descobrir “quais os preconceitos e más interpretações relativos ao ‘Mesmo’ e ao ‘Outro’”. Serão também abordados temas como as filosofias contemporâneas e o diálogo útil entre culturas: Dào (道), Rén (仁) Xīn (心) nas filosofias chinesa e ocidental, sendo que será feita uma leitura filosófica dos pictogramas chineses.

Ana Cristina Alves é doutorada em Filosofia da História, Cultura e Religião, tendo obtido o grau na sequência da defesa duma dissertação sobre estudos de género: a Mulher na China (2007), na qual analisa os princípios Yin/Feminino e Yang/Masculino na tradição cultural chinesa do Clássico das Mutações (《易经》) à actualidade.

Tem ainda vários trabalhos publicados, entre os quais se destacam: na área de Filosofia, A Sabedoria Chinesa (2005), na de literatura infantil em coautoria com Celina Veiga de Oliveira, Oito Cartas de Macau (1998); em cultura e tradução em coautoria com Wang Suoying, Contos da Terra do Dragão (2000) e Mitos e Lendas da Terra do Dragão (2009); nos estudos de tradução, Culturas em Diálogo: A Tradução Chinês-Português (2016); e na área linguística, dicionário de Chinês-Português/ Português-Chinês.

As sessões vão decorrer até quinta-feira, entre as 19h e 21h30, na sala E21-1046 da UM. Apenas a sessão de hoje irá decorrer na FRC e tem entrada livre.

2 Abr 2019