Maqueta de “Dragão” de João Cutileiro exposta em Évora

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s maquetas de esculturas públicas de João Cutileiro vão estar expostas em Évora até ao dia 15 de Outubro. Uma delas pertence ao projecto “Dragão”, criado em 1999 a pedido do arquitecto Francisco Caldeira Cabral para uma iniciativa no Canal dos Patos.

No total, mais de 60 maquetas, sobretudo em mármore, produzidas pelo escultor para obras destinadas ao espaço público estão reunidas no Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo. A mostra resulta do projecto “Pedras na Praça”, promovido pela Direcção Regional de Cultura do Alentejo (DRCAlen), que conta com o apoio de fundos comunitários, para dar a conhecer a obra para o espaço público “assinada” por João Cutileiro, de 81 anos.

Intitulada “A Pedra Não Espera – Maquetas e escultura para espaço urbano”, a exposição inclui, além das maquetas, fotografias de grandes dimensões das esculturas finais de Cutileiro e o documentário “A Pedra Não Espera”, da realizadora Graça Castanheira, sobre o mesmo tema, explicou ontem a DRCAlen.

A Direcção Regional de Cultura adiantou à Lusa que estão reunidas “63 maquetas do escultor, a maioria pertencente à sua colecção”, que foram criadas “entre 1968 e 2017”.

As peças, “cujo material predominantemente utilizado é o mármore”, foram concebidas pelo escultor no âmbito do processo de desenvolvimento de obras suas “destinadas a diversos espaços públicos, a nível nacional e internacional”, acrescentou a DRCAlen.

Em Outubro do ano passado, quando revelou à Lusa a intenção de expor as maquetas de Cutileiro, a directora regional de Cultura do Alentejo, Ana Paula Amendoeira, realçou que este método de trabalho do escultor “não é vulgar” entre “outros artistas”.

“Mas o João [Cutileiro] tem o hábito de fazer maquetas reais, em pedra, das suas obras. No fundo, são esculturas, obras originais, a uma escala menor do que aquelas que ficam nos locais públicos”, indicou.

A exposição, disse, na altura, foca “uma componente relevante do trabalho” do escultor e pretende igualmente “reconstruir, de forma didáctica, o percurso de criatividade do artista e de produção da obra de arte”, ou seja, “da ideia à maqueta, da obra ao local”.

“D. Sebastião” (1972), uma das quatro maquetas executadas para a estátua de D. Sebastião, que o escultor doou à cidade de Lagos, no distrito de Faro, onde se encontra, é uma das obras que podem ser apreciadas no museu em Évora.

Outras das peças que integram a mostra são “Luís de Camões” (1980), instalada na Biblioteca Pública de Cascais, no distrito de Lisboa, “D. Sancho I” (1990), encomendada pela Câmara de Torres Novas, no distrito de Santarém, e “Inês de Castro” (1993), em resposta a uma encomenda de José Miguel Júdice para a Quinta das Lágrimas, em Coimbra. “Ibn Marwan II” (2016–2017), a 2.ª versão para o monumento de homenagem a Ibn Marwan, em Marvão (Portalegre), encomendada pela respectiva câmara municipal, é também outra das maquetas expostas.

O projecto “Pedras na Praça” faz parte dos trabalhos em curso pela DRCAlen no âmbito da doação ao Estado do espólio de João Cutileiro e da criação, em Évora, da Casa/Ateliê do escultor.

A doação, anunciada em Fevereiro de 2016, numa cerimónia com o então ministro da Cultura João Soares, encontra-se, “desde essa altura, a aguardar despacho do secretário de Estado do Tesouro e Finanças”, segundo Ana Paula Amendoeira, que assinalou que, entretanto, a DRCAlen tem estado “a trabalhar no inventário e a organizar o arquivo” do escultor.

11 Jul 2018

Autocarros | Processo de fusão entre a Nova Era e a TCM concluído em Julho

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] directora-geral da TCM, Leong Mei Leng, revelou que o processo de fusão com a Nova Era pode estar concluído até ao final deste mês. Após a fusão, e a partir de 1 de Agosto, vão ser utilizados, progressivamente, o nome e a cor da TCM nos autocarros da Nova Era.

Leong Mei Leong acrescentou que a fusão não vai ter consequências para os trabalhadores, nem para as rotas dos autocarros.

De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, a TCM vai também introduzir, esta semana, um sistema automático de travagem, a título experimental, nos autocarros nocturnos. A mesma empresa registou mais de 50 formações a motoristas devido a condução inadequada.

11 Jul 2018

Biblioteca Central | IC quer divulgar empresa vencedora do projecto ainda este ano

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo procedeu ontem à abertura das propostas do concurso público para o projecto da Biblioteca Central e pretende divulgar o vencedor ainda este ano.

De acordo com All About Macau, Tang Mei Lin, chefe do departamento de gestão de bibliotecas públicas do Instituto Cultural (IC), disse que vai ser preciso tempo para avaliar as nove propostas recebidas, sendo que “tenciona divulgar o resultado da empresa concessionária em 2018”.

Em declarações aos jornalistas, Tang referiu que o Governo reiterou que não tenciona mudar de planos quanto a esta estrutura, mantendo o Edifício do Antigo Tribunal e integrando elementos urbanos na construção da nova valência.

11 Jul 2018

Crime | PJ lamenta informações falsas das autoridades da Malásia

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Polícia Judiciária (PJ) lamenta as declarações falsas dadas pelas autoridades da Malásia relativamente à presença do empresário Jho Low, em Macau.

Segundo o canal chinês da Rádio Macau, a PJ tinha informado na passada quinta-feira que o empresário em fuga já teria saído de Macau. No entanto, no mesmo dia, referiu que tinha existido um mal-entendido e que o homem de nacionalidade malaia que tinha deixado o território não era o empresário.

A PJ afirmou ainda que não vai divulgar dados pessoais ligados à entrada e saída de pessoas do território, e que o Subgabinete de Macau do Gabinete Central Nacional Chinês da Interpol já respondeu aos pedidos da Malásia. As autoridades locais lamentam, no entanto, que os serviços policiais estrangeiros tenham divulgado informações falsas sobre Macau na comunicação social.

Jho Low é procurado há mais de três anos no país de origem e segundo o Inspector-Geral da Polícia Real Malaia, Tan Sri Mohamad Fuzi Harun, estaria em Macau.

11 Jul 2018

Carta | Em Macau, do Passado ainda não reza a história. A propósito das “Chapas Sínicas”

Pedro Dias, Professor Catedrático da Universidade de Coimbra, ex-Director-Geral do Instituto dos Arquivos Nacionais – Torre do Tombo, ex-Director-Geral da Biblioteca Nacional de Portugal, Membro Emérito da Academia Portuguesa da História
António Vasconcelos de Saldanha, Professor Catedrático da Universidade de Lisboa e da Universidade de Macau, ex-Presidente do Instituto Português do Oriente, ex-Cônsul-Geral Adjunto de Portugal para os Assuntos Culturais em Macau e Hong Kong

 

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap] acau tem razões para se regozijar: importante documentação histórica recolhida nos Arquivo Nacional de Portugal relativa à administração Luso-Chinesa de Macau foi recentemente distinguida – depois de uma candidatura conjunta Portugal/Macau – com a distinção da inscrição no elenco da “Memory of the World Register” da UNESCO.

Antes de tudo, é uma distinção para Portugal que, legitimamente, é o possuidor e curador dos documentos; por tabela, é-o também para Macau, que tem assim o benefício de mais uma importante chamada de atenção para a riqueza de uma relação multissecular que está longe de estar totalmente estudada e compreendida. Para as duas partes, é um alerta para o facto incontornável de que não há história de Macau sem o recurso a fundos documentais que não estão em Macau, e que o seu estudo não dispensa competências linguísticas específicas e o trabalho de equipas conjuntas luso-chinesas.

Esperava-se, pois, que as entidades responsáveis de Macau entendessem esta saudável lição e não caíssem na tentação fácil da celebração impressionista, assente na ideia imatura de festejar o regresso (virtual) ao solo pátrio de documentação escrita em chinês, dispensando uma explicação clara do contexto histórico específico da sua produção, das razões da sua pertença a Portugal e do seu potencial para o avanço da historiografia luso-chinesa. Razões essas (e não outras como, por exemplo, o serem uma ignota maravilha chinesa) ponderadas pela UNESCO para a classificação do fundo como incluído no “Memory of the World Register”, e não na “UNESCO World Heritage list”

Pela amostra das declarações que têm sido veiculadas para o público, pelo género das conferências que marcaram a abertura de uma exposição de materiais vindos de Portugal, e do magro texto explicativo que as acompanha, já se percebeu que a esperança se gorou.

Seria pedir demais? Não o cremos. Não fora a proverbial falta de memória que grassa em Macau em tudo o que releva em termos de positiva contribuição Portuguesa, sobretudo em algumas instituições com elevadas responsabilidades culturais, certos eventos não ficariam relegados ao esquecimento. Por exemplo, o facto de que o que havia a fazer de relevante para a divulgação e celebração em Macau em termos da importância das “Chapas sínicas” conservadas em Portugal, está feito e dificilmente se poderá fazer melhor.

Referimo-nos concretamente à grande exposição “Sob o Olhar de Reis e de Imperadores. Documentos do Arquivo Nacional da Torre do Tombo relativos à Administração Luso-Chinesa de Macau durante a Dinastia Qing”, que teve lugar em Macau de 14/12/2004 a 23/01/2005, na Galeria de Exposições Temporárias do IACM, isto é, no piso térreo do edifício do antigo Leal Senado, no centro de Macau.

Exposição que foi integrada nas comemorações do 250 Aniversário do Restabelecimento das Relações Diplomáticas entre Portugal e a China.

O elenco das entidades responsáveis pela organização deste evento fala por si próprio, em termos de uma alargada cooperação Luso-Chinesa que se quis marcar na ocasião: o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), a Fundação Macau (FM) e o Instituto Português do Oriente (IPOR), em Macau, o Instituto dos Arquivos Nacionais – Torre do Tombo, em Lisboa.

A expensas do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Macau teve então a oportunidade de ver, no próprio palco secular da antiga governança de Macau, uma exposição comissariada por António V. de Saldanha, presidente do Instituto Português do Oriente, por Wu Zhiliang, presidente da Fundação Macau, inaugurada pelo Prof. Pedro Dias, Director do Arquivo Nacional, e projectada pelo Artista António Viana, onde, em 20 vitrines, se exibiram 52 documentos da série “chapas” Portuguesas e Chinesas, bem como duas telas setecentistas de monarcas Portugueses da colecção da Torre do Tombo.

Além disto, foi publicado a expensas de Macau, um magnífico catálogo concebido no IACM, onde, além de excelentes reproduções fotográficas dos documentos em exibição, se incluiu (nas versões Portuguesa, Chinesa e Inglesa) um estudo conjunto de António V. de Saldanha, Wu Zhiliang e Jin Guoping sobre o contexto histórico da produção das “chapas”, e que até hoje se pode considerar, sem presunção, o estudo mais completo sobre a administração Luso-Chinesa de Macau até meados do seculo XIX.

Neste momento em que, sobre documentos emitidos para Portugal e pertencentes a Portugal, o ICM faz a festa e lança os foguetes, dispensamo-nos de tecer comentários à total falta de contacto, referência ou mero convite aos Portugueses envolvidos há longos anos no processo de valorização histórica das chapas.

Lamentamos unicamente que o ICM ao levar ao público em geral a comemoração do galardão da UNESCO não preste a devida conta e respeite o trabalho, empenho e esforço de quem, em trabalho conjunto, no passado recente, criou, de facto, as condições para que o mesmo galardão fosse atribuído e para que o ICM o possa celebrar com foros de autoria.

E se calhar nem o celebra da melhor maneira. A mensagem passada ao público parece ser a de que das “chapas sínicas” só percebem os Chineses, e que a presença de Portugueses nesta questão fica resolvida com um convite ao Director da instituição detentora dos documentos para debitar pertinentes considerações de arquivística numa palestra em Macau. Possivelmente, é mais uma manifestação de um mal que se vem a agravar nos últimos anos em Macau: a convicção de que a História de Macau é uma certa História Chinesa de Macau, e que esta pode bem dispensar a História Portuguesa de Macau. Nunca foi essa a lição do esforço conjunto de muito Historiadores Portugueses e Chineses e da obra daí resultante, possivelmente muita dela, como se sabe, a apodrecer nos depósitos que o ICM tem precisamente à sua guarda.

Em Macau há que afrontar a questão: o Instituto Cultural – com todo o respeito pelo labor na área da arquivística, sobretudo o da directora do seu Arquivo Histórico – há muito que não tem competência cientifica sólida na área da História, da História de Macau, da História da Administração Luso-Chinesa de Macau (ou até no conhecimento e compreensão dos arquivos em Português relevantes para a História de Macau) para se elevar do plano do imediatismo do “sucesso local e efémero” e para estar a altura de lidar com uma questão cultural que nitidamente o ultrapassa, e que é a que respeita às seculares relações entre Portugal e a China.

A China prepara-se para, com Portugal, levar a Pequim uma exposição sobre as “chapas sínicas”, integrada nas comemorações do 20.o aniversário da transferência de soberania de Macau. Confiamos que a mudança de plano político e cultural acarrete consigo mais trabalho, mais saber, e, sobretudo, mais compreensão, e com a compreensão o respeito pelo fenómeno único na história das relações entre o Ocidente e Oriente, que é a solução político-administrativa conjunta que permitiu a Portugueses e Chineses conviver consensualmente no mesmo território durante quinhentos anos.

 

* Ambos os autores têm obra vasta e reconhecida sobre a História e Património Cultural de Macau

11 Jul 2018

Parques | Deputado Lam Lon Wai pede melhores espaços públicos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] deputado dos Operários Lam Lon Wai quer que o Governo faça um melhor aproveitamento de parques e espaços públicos e critica a aposta neste tipo de instalações com dimensão “micro”.

Segundo uma interpelação escrita apresentada pelo deputado, quando os espaços públicos têm uma grande dimensão e equipamentos desportivos atraem facilmente os residentes, porém quando a dimensão é pequena, acabam por ser pouco utilizados.

Assim, Lam defende que se deve apostar nos espaços grandes, abdicar dos pequenos e criar melhores acessos ao nível de estacionamentos e transportes públicos. O legislador dos Operários sugere também a criação de uma grande área para a prática desportiva ao longo da zona B dos novos aterros, ou seja junto à orla costeira da Península de Macau.

11 Jul 2018

Birmânia mantém julgamento dos dois jornalistas da Reuters

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] justiça birmanesa decidiu ontem que vai avançar com o julgamento dos dois jornalistas da agência Reuters acusados de violação de “segredos de Estado”, no âmbito de uma investigação sobre a “limpeza étnica” da minoria rohingya.

De acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP), o juiz encarregado do caso anunciou ontem de manhã a decisão de iniciar o julgamento “sob a lei do segredo de Estado”.

Wa Lone, de 31 anos, e Kyaw Soe Oo, de 27, foram detidos em 12 de Dezembro por terem adquirido “documentos secretos importantes” de dois polícias. Se forem condenados incorrem numa pena de até 14 anos de prisão.

Na investigação que efectuaram, os dois jornalistas citam aldeões budistas que terão participado com soldados no massacre de dez rohingya cativos na aldeia, em 2 de Setembro de 2017. O trabalho dos jornalistas da Reuters foi baseado em testemunhos de aldeões budistas, membros das forças de segurança e familiares das vítimas.

O exército reconheceu, em Abril, que os militares cometeram “execuções extrajudiciais” neste caso, sem admitir que se integrava num plano mais amplo de limpeza étnica, com tem sido referido pela ONU. Alguns dias após a detenção dos dois jornalistas birmaneses, em Dezembro de 2017, o exército reconheceu que soldados e camponeses budistas tinham morto a sangue frio detidos rohingya, na primeira confissão pública após meses de desmentidos.

Feridas antigas

Myanmar (antiga Birmânia) tem estado em convulsão após as acusações de limpezas étnicas feitas pela ONU, na sequência de uma vasta operação do exército no oeste do país, em resposta aos ataques de uma rebelião rohingya em Agosto de 2017. Cerca de 700.000 muçulmanos rohingya que viviam nesta região refugiaram-se no vizinho Bangladesh desde Agosto de 2017 e acusaram os militares e as milícias budistas de diversos crimes, incluindo violações, tortura e mortes.

Os rohingya são o alvo de um movimento nacionalista budista, muito implantado na Birmânia, que os considera uma ameaça. O próprio Governo civil da prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi tem sido relacionado com este ódio anti-rohingya, muito instrumentalizado pela hierarquia das Forças Armadas, durante décadas de regime da junta militar.

10 Jul 2018

China | Valor da indústria florestal ultrapassa os 930 mil milhões de euros

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] valor total da indústria florestal da China ultrapassou os 930 mil milhões de euros, em 2017, informou ontem a Administração Nacional de Silvicultura do país, ilustrando a aposta de Pequim num modelo de desenvolvimento mais sustentável.

No ano passado, foram comercializados na China 127.000 milhões de euros em produtos florestais, disseram funcionários da Administração, durante a Conferência Anual Global do Fórum Ecológico, que decorre na província de Guizhou, no sudoeste do país. Os produtos florestais da China incluem bambu, cogumelos, mel, amoras, sementes, entre outros.

A mesma fonte informou que a indústria criou 52 milhões de empregos, contribuindo em média para 20 por cento do rendimento das populações mais pobres nas regiões montanhosas do país.

A China tem 306,7 milhões de hectares de floresta. Décadas de acelerado crescimento económico causaram sérios problemas ambientais no país, com as principais cidades do país a serem frequentemente cobertas por um manto de poluição e a terem parte dos solos contaminados.

Com cerca de 35 milhões de habitantes, a província de Guizhou é uma das zonas-piloto escolhidas pelo Governo Central para testar políticas ambientais. Situada nos cursos superiores dos rios Yangtse e das Pérolas, a província é conhecida pelas densas florestas e diversidade biológica. É também uma das mais pobres da China, com quatro milhões de habitantes a viverem com menos de 1,90 dólar por dia (1,60 euro).

As autoridades locais têm procurado, no entanto, promover um modelo de desenvolvimento limpo, com uma aposta na indústria de ‘big data’, em detrimento da indústria pesada, atraindo firmas como a Apple, Huawei, Tencent ou Alibaba com incentivos fiscais e mão-de-obra e electricidade baratas.

10 Jul 2018

China | ONG pede justiça para abuso contra advogados dos direitos humanos

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] organização não-governamental Chinese Human Rights Defenders (CHRD) apelou ontem a que os membros do regime chinês responsáveis pela repressão contra advogados dos direitos humanos sejam julgados por detenção arbitrária ou tortura.

“Os responsáveis devem prestar contas pela perseguição exercida pelo Governo chinês contra advogados dos direitos humanos”, afirmou a organização em comunicado, quando se cumprem três anos do início da “campanha 709”, que resultou na detenção de mais de 300 activistas chineses.

Desde então, vários advogados envolvidos em casos de direitos humanos ou civis tiveram as suas licenças profissionais suspensas ou retiradas.

No entanto, “nenhum polícia ou funcionário governamental foi investigado ou processado criminalmente pelo seu papel nas violações cometidas contra estes advogados”, afirmou a CHRD.

A organização denunciou a detenção arbitrária, o acesso negado a um advogado durante o período de detenção, prolongamento de prisão preventiva, tortura ou represália contra familiares. “A ausência tanto de justiça para as vítimas como de julgamento das autoridades que ordenaram ou levaram a cabo [estes abusos] acompanharam o aumento da perseguição a advogados”, acrescenta.

Em Maio, a CHRD apresentou provas para que fossem impostas sanções contra o antigo responsável pela polícia da cidade portuária de Tianjin, segundo a lei norte-americana que autoriza o Presidente dos EUA a bloquear ou retirar vistos e impor sanções a cidadãos estrangeiros que violem os direitos humanos.

Zhao Fei, que é agora membro do governo de Tianjin, era o responsável pela polícia local durante a campanha 709, e esteve envolvido em 19 casos de abusos graves, segundo a CHRD.

Em Dezembro de 2017, o Governo norte-americano puniu com sanções Gao Yan, funcionário da polícia de Pequim, por estar ligado à detenção e morte sob custódia da dissidente Cao Shunli, após lhe ter negado acesso a tratamento médico.

10 Jul 2018

Tecnologia | Fabricante de ‘smartphones’ Xiaomi na bolsa de Hong Kong

As acções do fabricante chinês de ‘smartphones’ Xiaomi caíram 2,9 por cento, na estreia na bolsa de Hong Kong, numa altura de crescentes fricções comerciais entre Washington e Pequim, que têm abalado as praças financeiras mundiais

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s acções da Xiaomi abriram com uma cotação de 16,5 dólares de Hong Kong (1,3 euros), abaixo dos 17 dólares previstos na oferta inicial.

O fundador da Xiaomi, Lei Jun, reconheceu que a saída em bolsa da empresa ocorre num “momento crítico” das relações comerciais entre a China e os Estados Unidos, motivado pela política de Pequim para o sector tecnológico, e que tem causado volatilidade nas bolsas em todo o mundo.

“Apesar das condições macroeconómicas, que estão longe de ser as ideais, acreditamos que uma grande empresa pode enfrentar o desafio e diferenciar-se”, disse.

Antes da saída em bolsa, a empresa previu fixar o seu valor de mercado em 54.000 milhões de dólares (46.000 milhões de euros), aquém da proposta inicial de 100 mil milhões de dólares (83 mil milhões de euros), que caso se confirmasse seria a maior oferta pública inicial dos últimos anos, a nível mundial.

Contra-corrente

A empresa, com sede em Pequim, é a quarta maior fabricante do mundo de ‘smartphones’ por quantidade de produção, segundo a unidade de pesquisa International Data Corp. A marca chinesa é já comercializada em Portugal em várias lojas, e também em espaços de venda próprios.

Na sexta-feira entraram em vigor nos Estados Unidos as taxas alfandegárias sobre um total de 34.000 milhões de dólares de bens importados da China. Esta é a primeira de uma série de medidas retaliatórias de Washington contra alegadas “táticas predatórias” por parte de Pequim, que visam desenvolver o sector tecnológico, nomeadamente forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia, em troca de acesso ao mercado chinês.

A China prometeu punir as exportações norte-americanas no mesmo valor, suscitando receios de uma guerra comercial total entre as duas maiores economias do mundo.

10 Jul 2018

Incêndio | Caso suspeito de fogo posto na Taipa

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m incêndio que deflagrou na madrugada de domingo num edifício na Taipa, mais propriamente na Avenida de Kwong Tung, levantou suspeitas de fogo posto, de acordo com a Polícia Judiciária (PJ).

Segundo o canal chinês da Rádio Macau, o incêndio aconteceu na madrugada do dia 8 de Julho. O Corpo de Bombeiros (CB) foi informado da existência de fumo e cheiro a queimado no edifício e quando chegaram ao local testemunharam o fumo que vinha dos 16º, 17º e 18º andares.

O CB procedeu à evacuação de 40 residentes, sem que se tenham registados feridos. O caso está agora a ser investigado pelas autoridades policiais.

10 Jul 2018

Táxis | 114 infracções registadas nos primeiros oito dias de Julho

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Polícia de Segurança Pública (PSP) registou, até ao dia 8 de Julho, um total de 114 infracções cometidas por taxistas, das quais 75 são relativas a cobrança abusiva de tarifas e 19 à recusa de transporte de passageiros.

Segundo o canal chinês da Rádio Macau, o Executivo recebeu, nos primeiro oito dias de Julho, um total de 36 queixas e pedidos de ajuda através da linha de atendimento do departamento de trânsito da PSP para denúncias telefónicas ligadas a infracções de taxistas.

10 Jul 2018

Explosão na Areia Preta | IAS garante prestar apoio a família de vítima mortal

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] presidente substituta do Instituto de Acção Social (IAS), Hoi Va Pou, disse ao jornal Ou Mun que o organismo enviou um representante a casa da família da vítima mortal da explosão do restaurante na Areia Presta na semana passada. De acordo com a responsável, o enviado levou ainda uma carta de condolências do Chefe do Executivo, Chui Sai On.

Segundo Hoi Va Pou, no momento da visita os familiares da vítima não informaram o IAS de que estão a precisar de ajuda económica de modo a garantir a sua subsistência. No entanto, o IAS garante que vai prestar os devidos cuidados à família caso necessitem de apoio.

Em comunicado, o organismo refere ainda que tinha agendada mais uma visita a casa da família da vítima mortal, com o objectivo de agilizar o processo de apoio financeiro.

As declarações surgem um dia depois das queixas relativas a falta de apoio expressadas pelo vice-presidente da Aliança de Povo de Instituição de Macau, Chan Tak Seng. O dirigente associativo apelava ao Executivo a mobilização dos meios necessários para a conclusão da investigação do incidente e para o apoio económico aos familiares da vítima. Chan explicou que se tratam de pessoas que perderam a capacidade de trabalho por motivos de doença e actualmente apenas contam com o filho para contribuir para a economia familiar.

10 Jul 2018

Biblioteca Central | Nove propostas apresentadas no último dia

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oram entregues nove propostas para a nova Biblioteca Central, no Edifício do Antigo Tribunal e na antiga sede da Polícia Judiciária, segundo a informação avançada à TDM-Rádio Macau pelo Instituto Cultural.

O prazo para a entrega das propostas era até ao meio-dia de ontem. A abertura das propostas tem lugar hoje de manhã.

Recorde-se que em 2008 tinha sido realizado um concurso de arquitectura do projecto, que foi suspenso após investigação do Comissariado Contra a Corrupção.

10 Jul 2018

Estatísticas | Preços da habitação sobem 8,7 por cento

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]ntre os meses de Março e Maio o índice de preços da habitação subiu 8,7 por cento, comparativamente ao mesmo período no ano passado.

De acordo com informação dada ontem pelos Serviços de Estatística e Censos durante os meses entre Fevereiro e Abril os preços registam uma subida de 5,4 por cento.

O aumento foi mais relevante na península de Macau em que a subida foi superior a seis por cento, enquanto na Taipa foi pouco mais de dois por cento.

10 Jul 2018

ONG | Firma de advogados “Rato, Ling, Lei & Cortés” integra TrustLaw

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] sociedade de advogados Rato, Ling, Lei & Cortés” integra o programa de assistência jurídica gratuita a organizações não governamentais (ONG) do programa TrustLaw, ligado à Fundação Thomson Reuters.

Dentro da TrustLaw estão incluídas mais de três mil ONG de todo o mundo, bem como empresas sociais, que “trabalham com o objectivo de combater problemas como a desigualdade de género, tráfico humano e escravatura e a crise de refugiados, e para defender os direitos de comunidades minoritárias, a liberdade de expressão e os direitos ambientais dos cidadãos de todo o mundo”.

De acordo com um comunicado, um dos sócios, Pedro Cortés, afirmou que “a colaboração com a plataforma representa a compreensão de uma realidade e de uma prática internacional a que os escritórios de advogados não podem estar alheios”.

10 Jul 2018

Economia | Macau quer Zhaoqing a apostar nos países de língua portuguesa

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] chefe do Governo de Macau esteve ontem na cidade chinesa de Zhaoqing e afirmou que as duas regiões devem apostar nos mercados dos países de língua portuguesa para atrair investimentos para a região da Grande Baía.

De acordo com o comunicado divulgado pelas autoridades de Macau, Chui Sai On sugeriu aos líderes de Zhaoqing que devem “aproveitar as políticas favoráveis concedidas pelo Governo Central e apoiar as novas ações de cooperação económica com os países de língua portuguesa”.

Macau ambiciona ser uma plataforma importante entre o interior da China e os países de língua portuguesa, com ainda mais preponderância após a transferência da sede do Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China-Países de Língua Portuguesa para Macau. Pequim estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como plataforma para a cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003.

De acordo com o comunicado, o Chefe do Executivo pretende ainda que as duas regiões, incluídas no projecto chinês da construção da Grande Baía, apostem, em conjunto, em indústrias verdes e de baixo carbono com vista a uma “Baía Verde”.

No dia 14 de Junho, uma delegação de Macau visitou as repartições de comércio de quatro cidades incluídas no projecto chinês da construção da Grande Baía, uma das quais Zhaoqing.

Nesta ocasião, foram discutidas matérias como o comércio de mercadorias e de serviços, facilidades nas alfândegas e comércio electrónico transfronteiriço, muitos dos conteúdos que envolvem o projecto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.

O porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng, integrou o grupo, tal como os empresários Chan Meng Kam [ex-deputado à Assembleia Legislativa], Liu Chak Wan e ainda Ma Iao Lai, também presidente da Associação Comercial de Macau.

O secretário do comité municipal, Lai Zehua, “elogiou a prosperidade económica, a estabilidade e a harmonia social da cidade desde o estabelecimento da RAEM, em especial desde que Chui Sai On tomou posse”.

10 Jul 2018

Iao Hon | Wong Kit Cheng sugere aproveitamento de mercado

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] deputada Wong Kit Cheng quer saber qual é o aproveitamento que o Governo vai fazer do segundo e terceiro andares do mercado Iao Hon, na Zona Norte da cidade.

De acordo com a legisladora, estes dois andares estão a ser subaproveitados há mais de seis anos, apesar de se encontrarem numa das zonas mais densamente habitadas de Macau. Ainda de acordo com Wong Kit Cheng um dos andares está a ser utilizado como armazém e o outro está simplesmente vazio.

Por esta razão, a deputada quer saber o que o Governo vai fazer com os andares em causa e se há um calendário para a implementação de eventuais medidas.

10 Jul 2018

Tailândia | Resgatadas oito das doze crianças presas em gruta

No domingo, as equipas de resgate conseguiram retirar quatro dos 12 elementos da equipa de futebol Wild Boars que ficaram presos na gruta Tham Luang, situada na província de Chiang Rai, no Norte da Tailândia. Ontem, até à hora do fecho da edição, foram resgatadas mais quatro crianças, antes das operações voltarem a ser suspensas

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s autoridades tailandesas confirmaram ontem que foram retirados mais quatro rapazes da gruta na Tailândia, num momento em que foram suspensas as operações de resgate do grupo. Citado pela AP, um oficial da marinha tailandesa confirmou que são oito o total de crianças resgatadas com vida da gruta.

As autoridades tailandesas têm recusado prestar informações aos jornalistas, mas várias testemunhas indicam que pelo menos quatro ambulâncias saíram hoje do perímetro de segurança em torno da zona de entrada na gruta.

As oito crianças que foram resgatadas na Tailândia estão bem de saúde, disseram ontem as autoridades numa conferência de imprensa.

Poucas horas depois de ter começado a segunda fase da operação de resgate, as autoridades tailandesas disseram que a chuva que caiu durante a noite não mudou o nível da água na gruta, onde quatro crianças e o treinador ainda permanecem. No total, ontem foram salvas quatro crianças.

“A segunda operação começou pelas 11h locais [de ontem]”, disse à imprensa o chefe da unidade de crise. Narongsak Osottanakorn, líder da equipa de resgate que tentou ontem retirar o grupo preso na gruta inundada assegurou que anunciaria “boas notícias em poucas horas”.

“Em poucas horas teremos boas notícias” para anunciar, garantiu. Os quatro primeiros rapazes a sair da gruta no domingo, numa operação urgente e perigosa, tiveram de mergulhar e atravessar diversas passagens apertadas e tortuosas da caverna.

Os jovens estão ainda a ser submetidos a diversos exames médicos no hospital e ainda não estão autorizados a entrar em contacto directo com a família. Devido ao perigo de infecções, só puderam ver os familiares através de uma divisória de vidro.

Manhã sem chuva

Uma manhã sem chuvas fortes, depois de uma noite que fez justiça ao tempo das monções que se vive neste período no Sudeste Asiático, afastou os piores receios das autoridades tailandesas.

Manteve-se o silêncio sobre a missão de resgate das crianças e do treinador que se encontram ainda aprisionados numa gruta em Mae Sai, bem como sobre o nível da água em algumas das passagens subterrâneas, mas nas declarações da manhã de ontem, o ministro do Interior da Tailândia disse haver expectativas quanto ao sucesso da missão.

Anupong Paojinda não só informou que são os mesmos mergulhadores que estão a tentar executar a extracção, uma vez que conhecem já o caminho, as condições da gruta e o que fazer, mas também que as crianças estão saudáveis, embora estejam a ser realizados exames médicos mais detalhados.

A cerca de dois quilómetros da gruta, cuja aproximação está proibida desde domingo a cerca de uma centena de jornalistas de uma dezena de países que estão ‘acampados’ num centro de imprensa improvisado pelas autoridades, é possível observar que pelo menos um helicóptero está a ser utilizado na missão e assiste-se a um corrupio de elementos que integram a operação de salvamento, que se dirigem ao espaço que fornece apoio logístico.

O grupo encurralado é composto por jogadores, com idades entre os 11 e os 16 anos, e o treinador, de 25 anos. Os 12 rapazes e o treinador foram explorar a gruta depois de um jogo de futebol no dia 23 de Junho.

Na altura, as inundações resultantes das monções bloquearam-lhes a saída e impediram que as equipas de resgate os encontrassem durante nove dias, uma vez que o acesso ao local só é possível via mergulho através de túneis escuros e estreitos, cheios de água turva e correntes fortes.

Nas operações de socorro participam 90 mergulhadores, 40 tailandeses e 50 estrangeiros. O local onde os jovens ficaram presos situa-se a cerca de quatro quilómetros da entrada da gruta, num complexo de túneis com zonas muito estreitas e alagadas pelas chuvas da monção que afectam a zona, o que obriga a que parte do percurso tenha de ser feito debaixo de água e sem visibilidade.

Grupos de quatro

A ministra dos Negócios Estrangeiros australiana disse acreditar que os jovens retidos numa gruta na Tailândia vão ser retirados em grupos de quatro. Em declarações ao canal de televisão australiano Nine Network, Julie Bishop saudou o resgato de quatro das crianças, no domingo, referindo que quase 20 australianos estão a participar na complexa operação de resgate na gruta inundada de Tham Luang, no norte da Tailândia.

“É altamente perigoso, é muito precário e os nossos pensamentos estão não apenas com os meninos, mas também com as equipes de mergulho e resgate que estão a ajudar”, disse Bishop. A ministra disse que as lições da operação inicial seriam aplicadas nas operações subsequentes.

“É uma notícia maravilhosa e estamos muito aliviados que os quatro meninos tenham sido retirados. Mas o facto de ter levado tantas horas sublinha o quão precária é toda essa missão”, afirmou na governante antes do resgate de mais cinco crianças.

Mergulhadores da Polícia Federal Australiana e da Força de Defesa, juntamente com o anestesista e mergulhador de cavernas Richard Harris, fazem parte da equipa australiana que está envolvida no resgate. Bishop disse que Harris estave envolvido na avaliação médica que determinou que os quatro primeiros meninos estavam aptos o suficiente para nadar para a liberdade.

Déjà vu

O drama do resgate dos mineiros na Tasmânia, Austrália, e no Chile está ‘vivo’ na mente dos povos daqueles países, tornando inevitável a comparação durante a cobertura dos ‘media’ que acompanham na Tailândia o dramático resgate das crianças presas numa gruta, sublinham jornalistas no local.

Antes da conferência de imprensa das autoridades tailandesas para actualizar a informação sobre o estado das crianças e do treinador de futebol presos numa gruta em Mae Sai, na província a norte de Chiang Rai, a jornalista que faz a cobertura para o Canal 12, no Chile, faz questão de destacar, em directo, o que aproxima estes dois casos, apesar da distância geográfica.

À agência Lusa, Flávia Cordella disse que “este caso na Tailândia tem muitas semelhanças com o que se passou no Chile em 2010 com os mineiros”.

“No nosso país tivemos cerca de 70 dias com 33 pessoas debaixo de terra, e todos olharam para o norte do país para assistir à melhor forma de [executar] o resgate”, explicou, salientando que, então, “também se trabalhou arduamente para salvar e para encontrar o melhor caminho” para as operações de socorro.

“Com estas crianças, a [história] é-nos muito próxima”, concluiu a jornalista daquele canal de televisão.

Mesmo 12 anos depois, o repórter do Canal Dez australiano Daniel Sutton garantiu que o drama dos dois mineiros aprisionados após um sismo sentido na Tasmânia ainda está muito ‘vivo’ na mente da população daquele país.

As operações, que demoraram cerca de 15 dias, e o facto de no caso da Tailândia envolver crianças justificam toda a atenção noticiosa mundial, defendeu. “Na mente de todos os australianos, neste momento, está o que aconteceu na Tasmânia há 12 anos. (…) Houve um pequeno sismo e a mina ruiu sobre eles: 14 conseguiram escapar, um morreu, mas dois ficaram presos dentro da mina. E levou duas semanas para esses dois homens serem resgatados”, recordou Sutton.

“Por isso, muitos de nós [australianos] pensamos hoje no que se passou na Tasmânia quando olhamos para estes jovens rapazes na Tailândia. O desfecho foi positivo para esses dois homens na Tasmânia e esperamos que o mesmo suceda aqui, na Tailândia”, disse, confiante.

As idades das crianças reforçam o interesse, acrescentou. “O facto de ter criado o impacto nas pessoas um pouco por todo o mundo e na Austrália é porque estamos a falar de crianças. Todos os países adoram crianças e não interessa em que parte do mundo é que estes rapazes estão. São crianças e precisam de estar em casa com as suas famílias”, sentenciou.

Reportagem de João Carreira, da agência Lusa (com edição)

10 Jul 2018

Livro “O Doente Inglês” de Michael Ondaatje escolhido melhor prémio Booker de sempre

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] livro “O Doente Inglês” (1992), de Michael Ondaatje, foi anunciado como o melhor prémio Man Booker dos últimos 50 anos, numa altura em que aquele galardão literário se encontra a celebrar as suas cinco décadas.

O livro foi editado pela primeira vez em Portugal pela Dom Quixote em 1996, coincidindo com o ano de lançamento do filme com o título “O paciente inglês”.

O filme, realizado por Anthony Minghella a partir da obra de Ondaatje, venceu nove de 12 Óscares para os quais esteve nomeado.

“’O Doente Inglês’ é o raro livro que sentimos sob a nossa pele e insiste que voltemos a ele uma e outra vez, sempre com uma nova surpresa. Move-se sem dificuldades entre o épico e o íntimo – num momento estamos perante a vastidão do deserto e noutro a assistir a uma enfermeira colocar um pedaço de ameixa na boca do paciente”, afirmou, em comunicado, a jurada Kamila Shamsie.

A organização do prémio literário Man Booker decidiu atribuir este ano um “Booker Dourado” ao livro que fosse escolhido como o melhor das 51 edições já realizadas. Primeiro, um júri selecionou um livro por década de entre os que haviam vencido o prémio no passado e, depois de divulgados os finalistas, o público votou no seu preferido.

“Poucos livros merecem o adjetivo de transformativo. Este é um deles”, acrescentou Shamsie, a jurada que teve a seu cargo a década de 1990.

“Nos derradeiros meses da Segunda Guerra Mundial, reúnem-se numa villa italiana quatro pessoas: uma jovem enfermeira alquebrada que concentra todas as energias no seu último doente moribundo, um inglês desconhecido, sobrevivente de um desastre de avião, cujo espírito navega à deriva numa vida de segredos e paixões; um ladrão cujos ‘talentos’ o transformam em herói de guerra, e numa das suas vítimas; e um soldado indiano do exército britânico, perito na neutralização de bombas, a quem três anos de guerra ensinaram que «a única coisa segura é ele próprio”, pode ler-se na sinopse do livro.

Multipremiado ao longo da carreira, Ondaatje lançou este ano o seu mais recente livro, intitulado “Warlight”.

Entre os finalistas para a edição “de ouro” do Man Booker encontravam-se ainda V. S. Naipaul, com “Num Estado Livre” (1971), Penelope Lively, com “Moon Tiger” (1987), Hilary Mantel, com “Wolf Hall” (2009), e George Saunders, com “Lincoln no Bardo” (2017).

9 Jul 2018

Biblioteca Central | IC espera propostas de concepção no último dia

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] fim do prazo da apresentação de propostas para a concepção da nova Biblioteca Central está agendado para hoje e o Instituto Cultural ainda não recebeu nenhuma proposta.

De acordo com a vice-presidente do IC, Leong Wai Man, a ausência de candidaturas deve-se à complexidade do processo e acredita que as empresas querem aperfeiçoar as suas propostas, pelo que irão entregar as mesmas nos últimos momentos.

Segundo o Jornal do Cidadão, o IC afirmou que é preciso ter em conta a entrega de propostas recebidas no último dia para decidir se vai alargar o prazo. A vice-presidente revelou ainda que prevê que a biblioteca do Mercado Vermelho, que foi danificada na sequência da passagem do tufão Hato, possa reabrir em Julho.

9 Jul 2018

Theresa May pede à UE que abandone “posição rígida” sobre Brexit

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] primeira-ministra do Reino Unido, Teresa May, pede à União Europeia (UE) que abandone “a posição rígida” que tem nas negociações sobre o “Brexit”, segundo uma entrevista publicada ontem no The Sunday Time.

Teresa May insta Bruxelas a considerar as suas propostas de forma “séria” depois de na sexta-feira ter chegado a um consenso com os seus ministros sobre um plano para a futura relação bilateral. Este plano será aplicável depois do período transitório de 21 meses após a saída dos britânicos da UE, prevista para 29 de Março de 2019.

O plano, que inclui a criação de um mercado comum de bens da comunidade britânica, harmonizado a nível normativo e aduaneiro, suscitou críticas entre os deputados conservadores mais eurocéticos, que ameaçam desestabilizar a liderança, noticia a agência Efe, citando o jornal britânico. Para estes parlamentares, que, segundo o jornal, preparam uma carta para promoverem uma mudança de líder, a chefe do Executivo considera que o desafio actual consiste em “fazer com que a UE leve o assunto a sério e que se sente à mesa das negociações com os britânicos”.

A chefe do Executivo assegura ainda que não “decepcionará” os 52 por cento de britânicos que votaram a favor do ´Brexit` no referendo de 23 de Junho de 2016.

Os deputados pró-´brexit`, chefiados pelo aristocrata Jacob Rees-Mogg, lamentaram que o plano que o Governo apresentará esta semana à UE num Livro Branco seja equivalente a permanecer “ligado ao bloco”. E consideram que, tal facto, dificultará a possibilidade de fecharem tratados comerciais com outros países.

O The Sunday Times explica que na reunião da passada sexta-feira na residência oficial de campo de Chequers, onde se chegou ao consenso, houve vozes muito discrepantes entre os ministros, ainda que, no final, todos tenham acatado a decisão da maioria. Entre as vozes discordantes – mencionadas no jornal – contam-se a do ministro dos Negócios Estrangeiros, Boris Johnson, que terá afirmado que o “plano é uma bosta” e defendê-lo será “como polir uma bosta”.

Num artigo conjunto no mesmo jornal, os ministros da Economia, Philip Hammond, e dos Transportes, Chris Grayling, insistem que o que se acordou em Chequers, no sudeste de Inglaterra, é um acordo de ´brexit` “pragmático e com princípios, que funciona tanto para o Reino Unido como para a UE”.

Na segunda-feira, Theresa May explicará o seu plano ao grupo parlamentar conservador na Câmara dos Comuns, enquanto os chefes de diplomacia do partido continuam a reunir-se com os deputados a fim de chegarem a consenso. O negociador chefe da UE, Michel Barnier, disse, entretanto, que aguarda a leitura do Livro Branco para decidir se a proposta britânica é “viável e realista”.

9 Jul 2018

Xi Jinping em Lisboa em Dezembro antecipa ano da China em Portugal, diz ministro da cultura

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Ministro da Cultura afirmou em Macau que o Presidente chinês vai estar em Lisboa no início de dezembro, numa antecipação do ano da China em Portugal, países que celebram, em 2019, 40 anos de relações diplomáticas.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já havia anunciado, em finais de junho, a visita de Estado de Xi Jinping no final do ano, uma “visita importante” e possível devido à “capacidade de diálogo e de entendimento” de ambos os países.

Hoje, Luís Filipe Castro Mendes precisou que a visita do líder chinês irá decorrer no início de dezembro, poucas semanas antes de arrancar, em simultâneo, o ano da China em Portugal e o ano de Portugal na China.

“Esperamos nessa altura ter uma manifestação cultural digna para receber o Presidente Xi Jinping”, disse aos jornalistas o responsável pela Cultura, presente em Macau para o “Fórum Cultural entre a China e os Países de Língua Portuguesa”.

Entre as várias “manifestações culturais portuguesas na China e manifestações culturais chinesas em Portugal”, o ministro destacou, em fevereiro, “um evento muito especial para celebrar o ano novo chinês”, uma “festa muito popular em Lisboa”, que conta sempre “com muita adesão”.

Estão previstas, ainda, apresentações de companhias de bailado, concertos e exposições, cujo alinhamento o ministro discutiu, na quinta-feira, com o homólogo chinês, em Pequim.

“A reunião que tive ontem [quinta-feira] com o ministro da Cultura chinês serviu exatamente para acertarmos os nossos calendários, as nossas perspetivas e o nosso trabalho neste festival – no qual Macau terá, naturalmente, uma participação”, declarou.

No próximo ano, comemoram-se quatro décadas das relações diplomáticas entre Portugal e a China, mas também 20 anos do regresso de Macau à administração chinesa, uma “coincidência temporal e feliz”, considerou.

“São relações que se desenvolveram de uma forma extraordinária, temos hoje uma relação estreita a nível económico, ao nível do comércio, ao nível da ciência e ao nível da cultura, esta última que queremos mais presente na China” e vice-versa, disse.

Aqui, “Macau joga um papel de grande importância”, pois trata-se de “uma ponte natural entre estes dois países”, concluiu.

9 Jul 2018

Exposição | “Alter Ego” patente em vários locais do território até 9 de Setembro

São vários os espaços em Macau que acolhem “Alter Ego”, o projecto composto por seis exposições e uma intervenção de arte urbana que reune 27 artistas de Portugal, países lusófonos e da China

 

[dropcap style≠’circle’]“A[/dropcap]lter Ego” é o conjunto de seis exposições colectivas distribuidas por diversos espaços em Macau e que conta com a curadoria de Pauline Foessel e Alexandre Farto.

O fio que liga as seis exposições é uma “reflexão sobre o ser humano”, daí o conceito que dá nome à mostra, ‘alter ego’, “o segundo eu”, explicou a francesa Pauline Foessel, curadora da mostra com o artista português Alexandre Farto (Vhils), em declarações à agência Lusa. Apesar de serem seis exposições diferentes, com artistas diferentes, “idealmente o público deve visitar todas”.

Entre os trabalhos expostos há “pintura, instalação, serigrafia, escultura”, estando algumas peças “ainda em produção, porque estão a ser feitas no local, são ‘site specific'”, referiu Alexandre Farto.

“Há muita diversidade de meios e isso também vem do facto de se juntarem aqui 27 artistas, cada um com o seu percurso, o seu trabalho”, disse. Apesar disso, acrescentou Pauline Foessel, “há diálogo e interligação entre o trabalho dos artistas”.

Do eu ao outro

A ‘rota’ das exposições começa com “O Eu”, que estará patente no Museu de Arte de Macau, “que é basicamente ‘eu tenho que me conhecer para começar a conhecer o outro'”, descreveu Pauline Foessel.

Aqui estarão expostas obras do são-tomense Herberto Smith, da dupla de portugueses João Ó & Rita Machado, do chinês Li Hongbo, do moçambicano Mauro Pinto, de Vhils e do artista de Hong Kong Wing Shya.

De “O Eu”, segue-se para “O Outro”, partindo da premissa de que “para existir preciso do outro”. Esta exposição, que reúne trabalhos do guineense Abdel Queta Tavares, da macaense Ann Hoi, do cabo-verdiano Fidel Évora, dos portugueses Estúdio Pedrita e Ricardo Gritto, dos timorenses Tony Amaral e Xisto Soares, do chinês Zhang Dali e do artista de Hong Kong Yiu Chi Leung, estará patente no Edifício do Antigo Tribunal.

Na terceira exposição, “Da Linguagem à Viagem” passa-se “à interação – entre mim e alguém preciso de linguagem –, com uma dupla de artistas [o brasileiro Marcelo Cidade e o angolano Yonamine] a refletir sobre esse conceito”.

GCS

Na quarta exposição, que estará patente na Galeria de Exposições Temporárias do IACM, dá-se o “Choque Cultural”, que “pode acontecer nas trocas e nas viagens, por diferenças culturais”. Aqui será possível apreciar-se obras do moçambicano Gonçalo Mabunda, dos angolanos Kiluanji Kia Henda e Nástio e do português Miguel Januário.

“Depois disso passamos à ‘Globalização’ [patente nas Casas de Taipa], o conceito mais abrangente que surgiu de todas as interações entre os diferentes países”, contou Pauline Foessel. Aqui estarão expostos trabalhos do brasileiro Guilherme Gafi e da portuguesa Wasted Rita.

A sexta e última exposição, patente nas Oficinais Navais n.º1 — Centro de Arte Contemporânea, foi baptizada com o nome da mostra. “Alter Ego” e é uma exposição individual do luso-angolano Francisco Vidal.

Arte na rua

Além das seis exposições dentro de portas, “Alter Ego” conta também com uma intervenção de arte urbana, “transportando os temas explorados no espaço museológico para a esfera pública”, da autoria do português Add Fuel.

Os curadores, segundo Alexandre Farto, tentaram “reunir um conjunto de trabalhos fortes e que se interligassem uns com outros, porque também é uma oportunidade única de mostrar o trabalho destes artistas em Macau, que é uma porta de entrada para a China e para a Ásia em geral”.

“Criar e ganhar espaço para que estes artistas tenham visibilidade”, acrescentou.

A mostra “Alter Ego” faz parte da Exposição Anual de Artes entre a China e os Países de Língua Portuguesa, integrada no Encontro em Macau — Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa, organizado pelo Instituto Cultural do Governo da Região Administrativa Especial de Macau.

9 Jul 2018