Economia | Vendas de activos além-fronteiras superam compras pela 1ª vez

Apesar do abrandamento do crescimento económico e da guerra comercial com os Estados Unidos, as empresas chinesas mudaram de estatuto e, pela primeira vez, passaram de compradoras a vendedoras líquidas de activos globais

 
[dropcap]A[/dropcap]s empresas chinesas tornaram-se este ano, pela primeira vez, vendedoras líquidas de activos globais, depois de, na última década, terem sido das principais protagonistas em fusões e aquisições internacionais, incluindo em Portugal.
A mudança de estatuto ocorre numa altura em que o crescimento económico da China cresce ao ritmo mais baixo dos últimos trinta anos e Pequim tenta combater um ‘boom’ do endividamento corporativo, que ameaça a estabilidade financeira do país, enquanto trava uma guerra comercial com Washington.
Desde 2017, o Governo chinês aumentou também o escrutínio sobre investimentos além-fronteiras, apontando a “irracionalidade” de algumas das aquisições.
Segundo a consultora financeira Dealogic, desde o início do ano, as empresas chinesas puseram à venda cerca de 40 mil milhões de dólares em activos no exterior.
Durante o mesmo período, os grupos chineses compraram 35 mil milhões de dólares em activos além-fronteiras, tornando o país um vendedor líquido global.

Exemplos lusos

Em Portugal, por exemplo, o conglomerado chinês HNA anunciou, em Março passado, a venda da participação de 9 por cento que detinha na TAP, através da Atlantic Gateway, por 55 milhões de dólares.
A HNA, que detém ainda importantes participações em firmas como Hilton Hotels, Swissport ou Deutsche Bank, enfrenta uma grave crise de liquidez e está sob supervisão de um grupo de credores.
Desde o final de 2017, o grupo vendeu 20 mil milhões de dólares em activos fora do país.
Também o grupo chinês Anbang, que foi apontado como candidato à compra do Novo Banco, deparou-se nos últimos anos com várias dificuldades.
O fundador, Wu Xiaohui, foi condenado à prisão, no ano passado, e o Estado chinês acabou por assumir a gestão do grupo, forçando a venda de grande parte do seu portfólio global.
Muitos dos activos colocados agora à venda por grupos chineses foram adquiridos em 2016, antes de Pequim ter aumentado o escrutínio sobre os investimentos.
Nesse ano, os investimentos chineses além-fronteiras atingiram um pico de 200 mil milhões de dólares, contribuindo para o rápido crescimento das dívidas corporativas.
Analistas associam ainda a escalada de vendas este ano a uma escassez de divisas, devido à fraqueza na balança de pagamentos, causada em parte pelas disputas comerciais com os EUA.
Washington e Pequim aumentaram já as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de ambos os países, numa guerra comercial que começou há mais de um ano.
Segundo dados das alfândegas da China, em Agosto, as exportações chinesas caíram 1 por cento.
O excedente comercial da China recuou, assim, para 34,8 mil milhões de dólares, depois de, no mês passado, se ter fixado nos 45 mil milhões de dólares.

17 Set 2019

Governo arrecada 76,5 mil milhões em impostos sobre o jogo

Macau arrecadou 76,5 mil milhões de patacas em receitas provenientes dos impostos directos sobre o jogo nos primeiros oito meses do ano. Em 2018, as receitas globais do sector cifraram-se em 304,71 mil milhões de patacas

 

[dropcap]D[/dropcap]e acordo com os dados divulgados no portal da Direcção dos Serviços de Finanças de Macau, os cofres públicos receberam 76,5 mil milhões de patacas em receitas provenientes dos impostos directos sobre o jogo até ao mês de Agosto. Este resultado representa um aumento de cerca de 1,5 por cento em relação ao período homólogo de 2018.

No que diz respeito às receitas totais, a Administração de Macau obteve, até ao final de Agosto, 87,7 mil milhões de patacas. Os impostos directos sobre o jogo – 35 por cento sobre as receitas brutas dos casinos – representaram, nos primeiros oito meses do ano, cerca 87,2 por cento das receitas totais da Administração de Macau.

Já na rubrica da despesa verificou-se um aumento de 1,1 mil milhões de patacas em relação ao mesmo período de 2018, sendo agora de 49,6 mil milhões de patacas. As contas públicas tiveram, até Agosto, um saldo positivo de 38,1 mil milhões de patacas, em comparação com os 38,3 mil milhões de patacas alcançados no ano anterior.

Em 2018, Macau arrecadou 106,7 mil milhões de patacas em impostos directos sobre o jogo, um aumento de 13,6 por cento face ao valor obtido no ano anterior. Segundo a Direcção dos Serviços de Finanças do território, este valor representou 79,6 por cento da totalidade das receitas públicas de Macau.

Regresso ao passado

Na passada sexta-feira, a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) divulgou uma nota a dar conta que as receitas globais do sector do jogo cifraram-se no ano passado em 304,71 mil milhões de patacas, valor que representou um crescimento de 13,7 por cento em termos anuais.

As receitas do jogo e dos serviços relacionados atingiram 304,18 mil milhões de patacas, ou seja, mais 13,6 por cento, em termos homólogos. Neste capítulo, destaque óbvio para as receitas do jogo, que constituíram de longe a maior fatia (302,86 mil milhões de patacas), um aumento de 13,6 por cento, enquanto as receitas da restauração (541 milhões de patacas) diminuíram 4,6 por cento.

Os juros recebidos chegaram aos 526 milhões de patacas, um crescimento brusco de 258,3 por cento, justificado pela DSEC com o acréscimo substancial em depósitos e empréstimos de empresas.

No capítulo das despesas globais, a DSEC dá conta de um aumento homólogo de 11,2 por cento, para 127,80 mil milhões de patacas.

Por seu turno, a formação bruta de capital fixo do sector situou-se no ano passado em 6,80 mil milhões de patacas, valor que representa um crescimento exponencial de 617,2 por cento. A DSEC explica o aumento com a “conclusão de grandes empreendimentos do turismo e do jogo, bem como a realização de obras de melhoramento de grande envergadura.”

17 Set 2019

Aviação | À espera de decisões de Pequim

[dropcap]Q[/dropcap]uando falta pouco mais de um ano para o fim da concessão exclusiva da Air Macau, Simon Chan, presidente da Autoridade de Aviação Civil, revelou que há várias empresas interessadas em se sediar em Macau, porém, a futura política tem de ser decidida por Pequim.

“Algumas companhias áreas manifestaram interesse. Já fizemos um esboço de uma nova política para o futuro, mas, de acordo com a Lei Básica, tem de ser o Governo Central a estabelecer a nova política de aviação. Temos estado a comunicar com o Governo Central sobre este assunto, mas ainda não temos detalhes”, afirmou, de acordo com as declarações citadas pela Rádio Macau.

“Isso não vai afectar o desenvolvimento da aviação. Actualmente há mais de 30 companhias aéreas a fazer ligações a Macau para 60 destinos”, acrescentou.

Entre os nomes das empresas que anteriormente mostraram interesse em estabelecer uma sede em Macau consta a AirAsia, liderada por Tony Fernandes. No entanto, o actual contrato de exclusividade com a Air Macau só termina em Novembro de 2020.

Por outro lado, o presidente da Aviação Civil frisou ainda que o aeroporto de Macau precisa de expandir-se, face ao crescente número de passageiros. “Nesta altura e nos próximos anos, antes de termos os novos aterros para expandir o aeroporto, penso que podemos melhorar a operação, os procedimentos e o fluxo dos passageiros, para podermos fazer face à maior procura”, disse Simon Chan, de acordo com a Rádio Macau.

17 Set 2019

Aviação | À espera de decisões de Pequim

[dropcap]Q[/dropcap]uando falta pouco mais de um ano para o fim da concessão exclusiva da Air Macau, Simon Chan, presidente da Autoridade de Aviação Civil, revelou que há várias empresas interessadas em se sediar em Macau, porém, a futura política tem de ser decidida por Pequim.
“Algumas companhias áreas manifestaram interesse. Já fizemos um esboço de uma nova política para o futuro, mas, de acordo com a Lei Básica, tem de ser o Governo Central a estabelecer a nova política de aviação. Temos estado a comunicar com o Governo Central sobre este assunto, mas ainda não temos detalhes”, afirmou, de acordo com as declarações citadas pela Rádio Macau.
“Isso não vai afectar o desenvolvimento da aviação. Actualmente há mais de 30 companhias aéreas a fazer ligações a Macau para 60 destinos”, acrescentou.
Entre os nomes das empresas que anteriormente mostraram interesse em estabelecer uma sede em Macau consta a AirAsia, liderada por Tony Fernandes. No entanto, o actual contrato de exclusividade com a Air Macau só termina em Novembro de 2020.
Por outro lado, o presidente da Aviação Civil frisou ainda que o aeroporto de Macau precisa de expandir-se, face ao crescente número de passageiros. “Nesta altura e nos próximos anos, antes de termos os novos aterros para expandir o aeroporto, penso que podemos melhorar a operação, os procedimentos e o fluxo dos passageiros, para podermos fazer face à maior procura”, disse Simon Chan, de acordo com a Rádio Macau.

17 Set 2019

CCTV | Ho Iat Seng diz que harmonia nasceu do sofrimento

[dropcap]D[/dropcap]urante a passagem por Pequim, na semana passada, o futuro Chefe do Executivo deu uma entrevista à CCTV, canal estatal chinês, e explicou a origem da harmonia na sociedade de Macau. Segundo Ho Iat Seng, citado pelo canal chinês da Rádio Macau, antes da transição a antiga colónia portuguesa atravessou um período de desaceleração da economia.

Este período fez com que as pessoas sofressem muito e aprendessem que a harmonia é difícil de alcançar. Por esse motivo, o futuro Chefe do Executivo prometeu ir fazer tudo para proteger Macau do “caos”, uma vez que existe o consenso na RAEM de que a harmonia é um bem fundamental para o desenvolvimento futuro.

Como parte deste plano, Ho Iat Seng valorizou a questão da habitação, principalmente entre os mais jovens, e defendeu que este é um aspecto fundamental para a harmonia. Na mesma entrevista, Ho apelou aos residentes da RAEM para que conheçam melhor o Interior da China, uma vez que as oportunidades de crescimento em Macau passam pela Grande Baía e pela maior integração no País.

17 Set 2019

CCTV | Ho Iat Seng diz que harmonia nasceu do sofrimento

[dropcap]D[/dropcap]urante a passagem por Pequim, na semana passada, o futuro Chefe do Executivo deu uma entrevista à CCTV, canal estatal chinês, e explicou a origem da harmonia na sociedade de Macau. Segundo Ho Iat Seng, citado pelo canal chinês da Rádio Macau, antes da transição a antiga colónia portuguesa atravessou um período de desaceleração da economia.
Este período fez com que as pessoas sofressem muito e aprendessem que a harmonia é difícil de alcançar. Por esse motivo, o futuro Chefe do Executivo prometeu ir fazer tudo para proteger Macau do “caos”, uma vez que existe o consenso na RAEM de que a harmonia é um bem fundamental para o desenvolvimento futuro.
Como parte deste plano, Ho Iat Seng valorizou a questão da habitação, principalmente entre os mais jovens, e defendeu que este é um aspecto fundamental para a harmonia. Na mesma entrevista, Ho apelou aos residentes da RAEM para que conheçam melhor o Interior da China, uma vez que as oportunidades de crescimento em Macau passam pela Grande Baía e pela maior integração no País.

17 Set 2019

Deputado Sulu Sou pede melhores passagens pedonais

[dropcap]O[/dropcap] deputado Sulu Sou quer que o Executivo estude o melhoramento das estradas para peões que fazem a ligação entre o Porto Interior e a zona Central de Macau. De acordo com o legislador os actuais passeios são estreitos e têm demasiados riscos, o que se torna perigoso, principalmente quando há autocarros a circularem nestas zonas.

Outro dos argumentos utilizados pelo pró-democrata, passa pelo facto de haver uma população cada vez mais envelhecida e que enfrenta dificuldades de deslocação, mas que mesmo assim tem de enfrentar condições complicadas, como inclinações ou desvios.

17 Set 2019

Reforma Administrativa | Coutinho pede responsabilização política

[dropcap]E[/dropcap]m jeito de celebração dos 20 anos da RAEM, José Pereira Coutinho assina uma interpelação escrita a pedir responsabilidades políticas e administrativas pelos sucessivos “falhanços” na reforma administrativa. “Excesso de burocracia e sobreposição de competências e funções” são duas das consequências apontadas pelo deputado aos Governos desde a fundação da RAEM.

Pereira Coutinho destaca que já em 1999, o Chefe do Executivo afirmava haver “uma discrepância entre a eficiência administrativa e o elevado número de funcionários”, facto que estaria na génese da “incompetência burocrática que há muito causa transtornos aos cidadãos e afecta a economia”.

Outro dos destaques da interpelação é a promessa de Ho Iat Seng de reduzir “as formalidades desnecessárias e o excesso de burocracia, aprofundando a reforma administrativa”. Como tal, Pereira Coutinho pede responsabilização política aos Chefes dos Executivos que governaram a RAEM desde a sua fundação.

17 Set 2019

Reforma Administrativa | Coutinho pede responsabilização política

[dropcap]E[/dropcap]m jeito de celebração dos 20 anos da RAEM, José Pereira Coutinho assina uma interpelação escrita a pedir responsabilidades políticas e administrativas pelos sucessivos “falhanços” na reforma administrativa. “Excesso de burocracia e sobreposição de competências e funções” são duas das consequências apontadas pelo deputado aos Governos desde a fundação da RAEM.
Pereira Coutinho destaca que já em 1999, o Chefe do Executivo afirmava haver “uma discrepância entre a eficiência administrativa e o elevado número de funcionários”, facto que estaria na génese da “incompetência burocrática que há muito causa transtornos aos cidadãos e afecta a economia”.
Outro dos destaques da interpelação é a promessa de Ho Iat Seng de reduzir “as formalidades desnecessárias e o excesso de burocracia, aprofundando a reforma administrativa”. Como tal, Pereira Coutinho pede responsabilização política aos Chefes dos Executivos que governaram a RAEM desde a sua fundação.

17 Set 2019

Grande Baía Pequim aposta na inovação para criar centro mundial de comércio livre

Na cidade chinesa de Dongguan, 300 cientistas trabalham num dos raros aceleradores de partículas mundiais, cuja missão pode resumir o sonho de Pequim para a China e para a megametrópole mundial de comércio livre, anunciada para 2030

 

[dropcap]O[/dropcap] China Spallation Neutron Source (CSNS), sediado numa das cidades da anunciada megametrópole mundial, baptizada de Grande Baía, tem como ‘caderno de encargos’ três dos objectivos reiteradamente assumidos por Pequim: a segurança nacional, o desenvolvimento científico e a promoção da tecnologia de ponta, como ‘aceleradores’ da economia.

Aquele que é o primeiro acelerador de partículas de grande escala e de alta potência a ser construído na China – fruto de um investimento de quase 191 milhões de euros -, começou a operar em 2018. É recente, mas já se pensa na sua expansão, explicou aos jornalistas um dos cientistas responsáveis, Yu Bao, numa visita a cidades da Grande Baía organizada esta semana pelo Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau.

Na província de Guangdong, que ‘oferece’ uma das cidades ao projecto da Grande Baía, a ambição de Pequim traduz-se na aposta na inovação tecnológica, no investimento de larga escala em acessibilidades (aeroportos, comboios de alta velocidade e pontes de dimensões únicas no mundo), bem como na promoção das energias renováveis, num país cujo modelo de desenvolvimento económico sacrificou os índices ambientais da esmagadora maioria das principais cidades chinesas.

Em Zhongshan, um porta-voz da entidade que está a gerir a construção de uma das maiores pontes do mundo explicou os detalhes técnicos de um projecto estimado em mais de quatro mil milhões de euros que vai ligar aquela cidade à vizinha Shenzhen, localizada na fronteira com Hong Kong, sede das principais firmas tecnológicas do país, como é o caso do grupo de telecomunicações Huawei.

O projecto, cujo custo está estimado em mais de quatro mil milhões de euros e deverá estar concluído em 2024, obrigou à criação de uma ilha artificial e prevê um túnel atravessado por oito faixas de rodagem, único no mundo.

A ponte vai crescer um pouco mais a norte daquela que é a maior travessia marítima do mundo, inaugurada em Outubro e que custou cerca de dois mil milhões de euros, que liga já a província de Guangdong, através de Zhuhai, Macau e Hong Kong.

Mar de oportunidades

No início do ano, foi anunciada uma outra travessia entre as duas infraestruturas. As autoridades tornaram público o relançamento de um plano para ligar as duas zonas económicas especiais chinesas de Zhuhai e Shenzhen que, além da travessia automóvel, vai garantir uma linha ferroviária de alta velocidade.

Ainda em Zhongshan, está localizado um centro de operações da Mingyang Smart Energy, uma fabricante de turbinas eólicas e fornecedora de soluções integradas de energia limpa que ocupa o 37.º lugar entre as 500 maiores empresas mundiais de novas energias e o primeiro lugar no ‘ranking’ de inovação eólica em alto mar. Este é mais um exemplo dado pelas autoridades chinesas para legitimar a ideia de que é compatível o compromisso de viragem ambiental no país e o desenvolvimento da economia, tanto mais porque a empresa é responsável por uma receita anual na ordem dos 12,7 mil milhões de euros.

As autoridades chinesas continuam a enfatizar indicadores gerais do desempenho económico da região e do sucesso empresarial num mercado de grande escala que vai resistindo à guerra comercial com os Estados Unidos.

Em Cantão, aquela que é o quinto fabricante de automóveis da China, o Guangzhou Automobile Group, fez questão de destacar a sua aposta na produção de carros eléctricos, em sublinhar as suas parcerias internacionais e o investimento na inovação tecnológica para crescer no mercado mundial, tendo apresentado no último ano fiscal um lucro na ordem dos 1,5 mil milhões de euros, empregando quase 100 mil funcionários.

Inspiração para a abertura

Na terça-feira, no primeiro dos três dias de visita, uma responsável local pela comissão de promoção da Grande Baía expressou a vontade de Cantão “aprender” com Macau e Hong Kong a desenvolver a economia num “mercado aberto”, um desejo para aquela que é ‘somente’ a quarta maior cidade chinesa, com uma população com cerca de 15 milhões de habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) de 290 mil milhões de euros, a registar um crescimento a rondar os 7 por cento na primeira metade deste ano.

No final da visita, o vice-director-geral do Departamento de Publicidade e Cultura do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central em Macau, Yin Rutao, coincidiu na análise sobre uma das mais-valias do território junto das outras economias que integram o projecto regional: a experiência enquanto economia assente num mercado livre.

A escala da Grande Baía, que junta Hong Kong, Macau e nove cidades chinesas (Cantão, Dongguan, Foshan, Huizhou, Jiangmen, Shenzhen, Zhaoqing, Zhongshan e Zhuhai), é sempre caracterizada pelos analistas como impressionante: tem um PIB de 1,2 biliões de euros, maior que o da Austrália, Indonésia e México, países que integram o G20, e uma população de 70 milhões, superior a nações como França, Reino Unido ou Itália.

Ao largo

A produção industrial da China cresceu em Agosto ao ritmo mais baixo desde 2002, segundo dados oficias divulgados ontem, acompanhando a tendência registada com outros indicadores económicos, numa altura em que Pequim e Washington travam uma guerra comercial.

Os dados do Gabinete Nacional de Estatísticas chinês revelam que a produção industrial aumentou 4,4 por cento, face ao mesmo mês do ano passado, depois de, em Julho, ter subido 4,8 por cento, também em termos homólogos. Trata-se do menor crescimento homólogo desde Fevereiro de 2002, quando subiu 2,7 por cento, uma tendência que se tem vindo a verificar desde o início do ano.

A produção industrial é utilizada pelas estatísticas chinesas para medir a actividade das grandes empresas, com receitas anuais superiores a 20 milhões de yuan.

O crescimento homólogo das vendas a retalho, o principal indicador do consumo privado, fixou-se em 7,5 por cento, depois de ter crescido 7,6 por cento, em Julho.

A economia chinesa cresceu 6,2 por cento, no segundo trimestre deste ano, o ritmo mais lento em quase três décadas, mas dentro da meta definida pelo Governo chinês, e quase o dobro do crescimento mundial.

17 Set 2019

Manifestantes junto ao consulado britânico pedem que Reino Unido salve Hong Kong

[dropcap]C[/dropcap]entenas de manifestantes estão reunidos no exterior do consulado britânico em Hong Kong, procurando apoio internacional na campanha que dura há mais de três meses por reformas democráticas no território.

Os manifestantes agitam bandeiras britânicas e cantam “Deus salve a rainha”, entoando ainda palavras de ordem como “Reino Unido salva Hong Kong”.

Os manifestantes apelam ao ex-governante colonial de Hong Kong que exerça pressão para que a autonomia da cidade seja mantida com base nos acordos feitos entre o Reino Unido e a China em 1997.

Esta acção de protesto surge depois de manifestações semelhantes no início de Setembro nas instalações britânicas e no fim de semana passado no consulado dos EUA. Os protestos foram desencadeados em Junho por uma proposta de lei de extradição que muitos viam como um exemplo da crescente interferência da China e de uma erosão nas liberdades de Hong Kong.

As manifestações prosseguem, apesar de Carrie Lam, Chefe do Executivo, ter retirado a proposta de lei da extradição do Conselho Legislativo.

15 Set 2019

EUA | Adiado aumento de taxas sobre importações chinesas

[dropcap]O[/dropcap] Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adiou por 15 dias o aumento de taxas alfandegárias sobre quase metade das importações oriundas da China, num raro gesto de “boa vontade”, que antecede nova ronda negocial.

Trump disse ter acedido ao pedido do vice-primeiro ministro chinês, Liu He, que lidera a delegação chinesa nas negociações com os EUA, em adiar por duas semanas o aumento das taxas, de 25 por cento para 30 por cento, sobre 250 mil milhões de dólares de bens importados da China.

A subida estava originalmente marcada para o dia 1 de Outubro, mas o Presidente norte-americano disse que Pequim quis evitar que coincidisse com o 70º aniversário da República Popular da China.

A decisão de Washington surgiu depois de a China ter anunciado, na quarta-feira, que alguns produtos químicos industriais e fármacos dos Estados Unidos passarão a estar isentos de taxas alfandegárias retaliatórias na guerra comercial com Washington.

A reciprocidade deve assim aligeirar o ambiente nas vésperas de delegações de ambos os países voltarem a reunir, em Washington, para discutir um acordo que ponha final às disputas comerciais.

Episódios da guerra

Pequim e Washington aumentaram já as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de ambos os países, numa guerra comercial que começou há mais de um ano.
Um primeiro período de tréguas colapsou em Maio, após Trump acusar o lado chinês de recuar em promessas feitas anteriormente.

No mês seguinte, Trump e o Presidente chinês, Xi Jinping, negociaram nova trégua, que durou menos de duas semanas, com o líder norte-americano a anunciar mais taxas alfandegárias, depois de Pequim não ter acedido em retomar a compra de produtos agrícolas norte-americanos.

Desta vez, a lista de produtos norte-americanos que serão isentos de taxas retaliatórias por Pequim, a partir de 17 de Outubro, e durante um ano, inclui 16 categorias: pesticidas, lubrificantes, produtos farmacêuticos ou graxa industrial.

No entanto, Pequim vai manter taxas alfandegárias de até 25 por cento sobre a soja e outros produtos agrícolas oriundos dos Estados Unidos.

 

“Avanços substanciais”, precisam-se

O Governo dos EUA quer “avanços substanciais” nas negociações comerciais com a China, já no início de Outubro, mas admite todos os cenários, disse ontem o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin. Estados Unidos e China vão voltar à mesa das negociações, no final deste mês, para preparar um encontro em Washington entre o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, e a delegação norte-americana, em que Mnuchin estará acompanhado do representante para o Comércio, Robert Lightizer. Mnuchin disse que o Presidente Donald Trump está disponível para todos os cenários, retirando ou aumentando as tarifas aduaneiras retaliatórias, dependendo do avanço das negociações que decorrerão em outubro, em Washington. “Podemos chegar a um acordo a qualquer momento, mas queremos um bom acordo”, explicou ontem Steven Mnuchin, numa entrevista à estação televisiva CNBC. Na entrevista televisiva, o secretário do Tesouro explicou ainda que a questão de Hong Kong, onde manifestações de protesto contra o Governo local se prolongam há várias semanas, não estará na “ementa” das reuniões comerciais entre os EUA e a China, para não perturbar a possibilidade dos necessários progressos negociais.

13 Set 2019

EUA | Adiado aumento de taxas sobre importações chinesas

[dropcap]O[/dropcap] Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adiou por 15 dias o aumento de taxas alfandegárias sobre quase metade das importações oriundas da China, num raro gesto de “boa vontade”, que antecede nova ronda negocial.
Trump disse ter acedido ao pedido do vice-primeiro ministro chinês, Liu He, que lidera a delegação chinesa nas negociações com os EUA, em adiar por duas semanas o aumento das taxas, de 25 por cento para 30 por cento, sobre 250 mil milhões de dólares de bens importados da China.
A subida estava originalmente marcada para o dia 1 de Outubro, mas o Presidente norte-americano disse que Pequim quis evitar que coincidisse com o 70º aniversário da República Popular da China.
A decisão de Washington surgiu depois de a China ter anunciado, na quarta-feira, que alguns produtos químicos industriais e fármacos dos Estados Unidos passarão a estar isentos de taxas alfandegárias retaliatórias na guerra comercial com Washington.
A reciprocidade deve assim aligeirar o ambiente nas vésperas de delegações de ambos os países voltarem a reunir, em Washington, para discutir um acordo que ponha final às disputas comerciais.

Episódios da guerra

Pequim e Washington aumentaram já as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de ambos os países, numa guerra comercial que começou há mais de um ano.
Um primeiro período de tréguas colapsou em Maio, após Trump acusar o lado chinês de recuar em promessas feitas anteriormente.
No mês seguinte, Trump e o Presidente chinês, Xi Jinping, negociaram nova trégua, que durou menos de duas semanas, com o líder norte-americano a anunciar mais taxas alfandegárias, depois de Pequim não ter acedido em retomar a compra de produtos agrícolas norte-americanos.
Desta vez, a lista de produtos norte-americanos que serão isentos de taxas retaliatórias por Pequim, a partir de 17 de Outubro, e durante um ano, inclui 16 categorias: pesticidas, lubrificantes, produtos farmacêuticos ou graxa industrial.
No entanto, Pequim vai manter taxas alfandegárias de até 25 por cento sobre a soja e outros produtos agrícolas oriundos dos Estados Unidos.
 

“Avanços substanciais”, precisam-se

O Governo dos EUA quer “avanços substanciais” nas negociações comerciais com a China, já no início de Outubro, mas admite todos os cenários, disse ontem o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin. Estados Unidos e China vão voltar à mesa das negociações, no final deste mês, para preparar um encontro em Washington entre o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, e a delegação norte-americana, em que Mnuchin estará acompanhado do representante para o Comércio, Robert Lightizer. Mnuchin disse que o Presidente Donald Trump está disponível para todos os cenários, retirando ou aumentando as tarifas aduaneiras retaliatórias, dependendo do avanço das negociações que decorrerão em outubro, em Washington. “Podemos chegar a um acordo a qualquer momento, mas queremos um bom acordo”, explicou ontem Steven Mnuchin, numa entrevista à estação televisiva CNBC. Na entrevista televisiva, o secretário do Tesouro explicou ainda que a questão de Hong Kong, onde manifestações de protesto contra o Governo local se prolongam há várias semanas, não estará na “ementa” das reuniões comerciais entre os EUA e a China, para não perturbar a possibilidade dos necessários progressos negociais.

13 Set 2019

Macau Legend | Hotel e casino em Cabo Verde terminado até final de 2020

O grupo Macau Legend, do empresário David Chow, prevê concluir até final de 2020 a construção do hotel e do casino em curso na cidade da Praia, em Cabo Verde, segundo informação enviada aos investidores

 

[dropcap]D[/dropcap]e acordo com a mesma informação do grupo Macau Legend, de finais de Agosto e consultada ontem pela Lusa, o edifício de escritórios e a infraestrutura no ilhéu de Santa Maria, na Praia, “serão concluídos até ao final de 2019 e o novo hotel e casino será concluído até o final de 2020”.

“Algumas alterações ao plano original são necessárias para acomodar as limitações geográficas locais, mas no geral o projecto está no caminho certo”, lê-se na mesma informação.

A Lusa noticiou em 10 de Maio que os promotores da estância turística com casino a construir no ilhéu de Santa Maria, situado defronte da cidade da Praia, vão implementar aquele projecto por fases, garantido agora um investimento inicial de 90 milhões de euros, quase um terço da previsão anterior.

Em causa está o projecto do grupo liderado pelo empresário de Macau David Chow e que foi alvo de uma adenda ao nível do acordo anterior entre os investidores privados e o Governo de Cabo Verde, conforme publicação em Boletim Oficial em Abril. Em 2015, David Chow, empresário luso-chinês nos sectores do turismo, entretenimento e jogos em Macau, e proprietário do grupo Macau Legend, assinou com o Governo cabo-verdiano um acordo para a construção do empreendimento Gamboa/ilhéu de Santa Maria.

A primeira pedra deste projecto foi lançada em Fevereiro de 2016. Trata-se do maior empreendimento turístico de Cabo Verde, com um investimento previsto de 250 milhões de euros – cerca de 15 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional – para a construção de uma estância turística no ilhéu de Santa Maria, que cobrirá uma área de 152.700 metros quadrados, inaugurando a indústria de jogo em Cabo Verde.

Quarto de século

David Chow recebeu uma licença de 25 anos do Governo de Cabo Verde, 15 dos quais em regime de exclusividade na Ilha de Santiago. Esta concessão de jogo custou à CV Entertaiment Co., subsidiária da Macau Legend, o equivalente a cerca de 1,2 milhões de euros. A promotora recebeu também uma licença especial para explorar, em exclusividade, jogo ‘online’ em todo o país e o mercado de apostas desportivas durante 10 anos.

A obra, que inclui um edifício de grandes dimensões frente ao mar, onde funcionará um casino e um hotel, provocou críticas e despertou a curiosidade dos transeuntes que nos últimos três anos se habituaram aos taipais com carateres chineses e ao prédio, recentemente pintado.

Contudo, na minuta de adenda ao acordo entre a empresa e o Governo cabo-verdiano, publicada em 8 de Abril no Boletim Oficial de Cabo Verde, refere-se que, “considerando que, face à evolução da envolvente nacional do empreendimento nos últimos dois anos, o promotor sugeriu, e o Governo entendeu aceitar, uma proposta de realização do projecto de investimento por fases”.

Assim, nesta primeira fase do projecto, que deverá estar concluída dentro de 22 meses, serão investidos 90 milhões de euros.

Até lá deverá estar concluída a estrutura actualmente existente no local, a ponte para o ilhéu de Santa Maria, os arranjos paisagísticos associados, o estacionamento e infraestruturas de apoio, um hotel com ‘boutique casino’, com 250 quartos, uma grande piscina e várias instalações para restaurantes, bares e estabelecimentos comerciais, segundo o mesmo documento.

Na minuta refere-se que “as demais fases do projecto ficam sujeitas às condições de mercado e às novas políticas adoptadas pelo Governo de Cabo Verde, visando o benefício mútuo”.

As outras fases do projecto “serão apresentadas para apreciação pelo Governo de Cabo Verde, após a conclusão da primeira fase”, lê-se no documento.

13 Set 2019

Macau Legend | Hotel e casino em Cabo Verde terminado até final de 2020

O grupo Macau Legend, do empresário David Chow, prevê concluir até final de 2020 a construção do hotel e do casino em curso na cidade da Praia, em Cabo Verde, segundo informação enviada aos investidores

 
[dropcap]D[/dropcap]e acordo com a mesma informação do grupo Macau Legend, de finais de Agosto e consultada ontem pela Lusa, o edifício de escritórios e a infraestrutura no ilhéu de Santa Maria, na Praia, “serão concluídos até ao final de 2019 e o novo hotel e casino será concluído até o final de 2020”.
“Algumas alterações ao plano original são necessárias para acomodar as limitações geográficas locais, mas no geral o projecto está no caminho certo”, lê-se na mesma informação.
A Lusa noticiou em 10 de Maio que os promotores da estância turística com casino a construir no ilhéu de Santa Maria, situado defronte da cidade da Praia, vão implementar aquele projecto por fases, garantido agora um investimento inicial de 90 milhões de euros, quase um terço da previsão anterior.
Em causa está o projecto do grupo liderado pelo empresário de Macau David Chow e que foi alvo de uma adenda ao nível do acordo anterior entre os investidores privados e o Governo de Cabo Verde, conforme publicação em Boletim Oficial em Abril. Em 2015, David Chow, empresário luso-chinês nos sectores do turismo, entretenimento e jogos em Macau, e proprietário do grupo Macau Legend, assinou com o Governo cabo-verdiano um acordo para a construção do empreendimento Gamboa/ilhéu de Santa Maria.
A primeira pedra deste projecto foi lançada em Fevereiro de 2016. Trata-se do maior empreendimento turístico de Cabo Verde, com um investimento previsto de 250 milhões de euros – cerca de 15 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional – para a construção de uma estância turística no ilhéu de Santa Maria, que cobrirá uma área de 152.700 metros quadrados, inaugurando a indústria de jogo em Cabo Verde.

Quarto de século

David Chow recebeu uma licença de 25 anos do Governo de Cabo Verde, 15 dos quais em regime de exclusividade na Ilha de Santiago. Esta concessão de jogo custou à CV Entertaiment Co., subsidiária da Macau Legend, o equivalente a cerca de 1,2 milhões de euros. A promotora recebeu também uma licença especial para explorar, em exclusividade, jogo ‘online’ em todo o país e o mercado de apostas desportivas durante 10 anos.
A obra, que inclui um edifício de grandes dimensões frente ao mar, onde funcionará um casino e um hotel, provocou críticas e despertou a curiosidade dos transeuntes que nos últimos três anos se habituaram aos taipais com carateres chineses e ao prédio, recentemente pintado.
Contudo, na minuta de adenda ao acordo entre a empresa e o Governo cabo-verdiano, publicada em 8 de Abril no Boletim Oficial de Cabo Verde, refere-se que, “considerando que, face à evolução da envolvente nacional do empreendimento nos últimos dois anos, o promotor sugeriu, e o Governo entendeu aceitar, uma proposta de realização do projecto de investimento por fases”.
Assim, nesta primeira fase do projecto, que deverá estar concluída dentro de 22 meses, serão investidos 90 milhões de euros.
Até lá deverá estar concluída a estrutura actualmente existente no local, a ponte para o ilhéu de Santa Maria, os arranjos paisagísticos associados, o estacionamento e infraestruturas de apoio, um hotel com ‘boutique casino’, com 250 quartos, uma grande piscina e várias instalações para restaurantes, bares e estabelecimentos comerciais, segundo o mesmo documento.
Na minuta refere-se que “as demais fases do projecto ficam sujeitas às condições de mercado e às novas políticas adoptadas pelo Governo de Cabo Verde, visando o benefício mútuo”.
As outras fases do projecto “serão apresentadas para apreciação pelo Governo de Cabo Verde, após a conclusão da primeira fase”, lê-se no documento.

13 Set 2019

Apoios sociais | Concedidos mais de 312 milhões no segundo trimestre

[dropcap]O[/dropcap] Instituto de Acção Social (IAS) concedeu subsídios superiores a 312 milhões de patacas no segundo trimestre deste ano a dezenas de associações de cariz social. A Santa Casa da Misericórdia de Macau foi contemplada com mais de 312 mil patacas, sendo que parte deste montante serviu para custear uma visita à China.

Destaque para a Cruz Vermelha de Macau, que recebeu quase sete milhões de patacas do IAS, enquanto que a Casa Corcel, um serviço afecto ao IAS que funciona como centro de acolhimento temporário, recebeu cerca de um milhão de patacas.

A Associação de Reabilitação Fu Hong, que trabalha com portadores de deficiência, recebeu cerca de um milhão de patacas, enquanto que a Associação Geral de Mulheres de Macau recebeu 700 mil patacas para a realização da actividade “mais contribuições meritórias pelas mulheres da Grande Baía e um maior brilho alcançado com a sua integração no desenvolvimento do País — Fórum e exibição do sucesso alcançado no desenvolvimento das mulheres e crianças”. A mesma associação recebeu ainda 135 mil patacas para custear outra actividade.

A Caritas Macau, uma das maiores ONG do território, recebeu quase dois milhões de patacas em subsídios para várias actividades e acções.

13 Set 2019

Apoios sociais | Concedidos mais de 312 milhões no segundo trimestre

[dropcap]O[/dropcap] Instituto de Acção Social (IAS) concedeu subsídios superiores a 312 milhões de patacas no segundo trimestre deste ano a dezenas de associações de cariz social. A Santa Casa da Misericórdia de Macau foi contemplada com mais de 312 mil patacas, sendo que parte deste montante serviu para custear uma visita à China.
Destaque para a Cruz Vermelha de Macau, que recebeu quase sete milhões de patacas do IAS, enquanto que a Casa Corcel, um serviço afecto ao IAS que funciona como centro de acolhimento temporário, recebeu cerca de um milhão de patacas.
A Associação de Reabilitação Fu Hong, que trabalha com portadores de deficiência, recebeu cerca de um milhão de patacas, enquanto que a Associação Geral de Mulheres de Macau recebeu 700 mil patacas para a realização da actividade “mais contribuições meritórias pelas mulheres da Grande Baía e um maior brilho alcançado com a sua integração no desenvolvimento do País — Fórum e exibição do sucesso alcançado no desenvolvimento das mulheres e crianças”. A mesma associação recebeu ainda 135 mil patacas para custear outra actividade.
A Caritas Macau, uma das maiores ONG do território, recebeu quase dois milhões de patacas em subsídios para várias actividades e acções.

13 Set 2019

Encontro | Chui Sai On recebe presidente da Associação das Ourivesarias

[dropcap]O[/dropcap] deputado Ip Sio Kai reuniu ontem com o Chefe do Executivo, Chui Sai On, na qualidade de presidente da Associação das Ourivesarias de Macau. De acordo com um comunicado oficial, Ip Sio Kai referiu que, desde 1999 que a “indústria de comércio a retalho de jóias tem vindo a desenvolver-se a um bom ritmo, sendo as perspectivas brilhantes, com o mercado a manter um avanço estável”.

Para garantir um desenvolvimento sustentável do sector, Ip Sio Kai garantiu ainda que a associação “vai proceder a trabalhos em variadas vertentes, no sentido de elevar a qualidade dos seus profissionais, através do reforço da formação”. É objectivo da direcção apostar na “criação de um centro de identificação de jóias de ouro de acordo com os padrões internacionais, com o intuito de aumentar a competitividade da indústria e o estabelecimento de uma base logística nos territórios vizinhos para controlar os custos operacionais”.

Neste sentido, Chui Sai On destacou o facto do sector das ourivesarias poder aproveitar as vantagens do projecto político da Grande Baía para se poder desenvolver. O Chefe do Executivo reuniu também com a Associação Industrial de Macau, presidida por António Chui Yuk Lum. O encontro, ocorrido na sede do Governo, serviu para apresentar os trabalhos preparativos da organização da sexta edição do “Macau Industrial Products Show”. De acordo com um comunicado, foram também trocadas “impressões sobre a inovação e desenvolvimento industrial de Macau”.

13 Set 2019

Encontro | Chui Sai On recebe presidente da Associação das Ourivesarias

[dropcap]O[/dropcap] deputado Ip Sio Kai reuniu ontem com o Chefe do Executivo, Chui Sai On, na qualidade de presidente da Associação das Ourivesarias de Macau. De acordo com um comunicado oficial, Ip Sio Kai referiu que, desde 1999 que a “indústria de comércio a retalho de jóias tem vindo a desenvolver-se a um bom ritmo, sendo as perspectivas brilhantes, com o mercado a manter um avanço estável”.
Para garantir um desenvolvimento sustentável do sector, Ip Sio Kai garantiu ainda que a associação “vai proceder a trabalhos em variadas vertentes, no sentido de elevar a qualidade dos seus profissionais, através do reforço da formação”. É objectivo da direcção apostar na “criação de um centro de identificação de jóias de ouro de acordo com os padrões internacionais, com o intuito de aumentar a competitividade da indústria e o estabelecimento de uma base logística nos territórios vizinhos para controlar os custos operacionais”.
Neste sentido, Chui Sai On destacou o facto do sector das ourivesarias poder aproveitar as vantagens do projecto político da Grande Baía para se poder desenvolver. O Chefe do Executivo reuniu também com a Associação Industrial de Macau, presidida por António Chui Yuk Lum. O encontro, ocorrido na sede do Governo, serviu para apresentar os trabalhos preparativos da organização da sexta edição do “Macau Industrial Products Show”. De acordo com um comunicado, foram também trocadas “impressões sobre a inovação e desenvolvimento industrial de Macau”.

13 Set 2019

Polícia de Hong Kong proíbe manifestação convocada para domingo

[dropcap]A[/dropcap] Polícia de Hong Kong proibiu hoje a manifestação convocada para domingo pela Frente Cívica de Direitos Humanos (FCDH), que tem liderado os grandes protestos pró-democracia na antiga colónia britânica.

A marcha havia sido convocada após o anúncio da líder do Governo de Hong Kong, Carrie Lam, da retirada formal das emendas à polémica lei da extradição que esteve na base da contestação social desde o início de Junho.

Contudo, no mesmo dia do anúncio de Carrie Lam, a vice-coordenadora da FCDH, que reúne mais de uma dezena de partidos e organizações não governamentais, disse, em declarações à Lusa, que “os ‘slogans’ que têm sido entoados nas ruas são claros. ‘Cinco exigências: nem uma a menos’”, disse Bonnie Leung.

“Esta [a lei da extradição] era a mais simples de responder, mas as outras quatro são igualmente importantes”, sublinhou, defendendo que “seria também simples aceitar a criação de uma comissão de inquérito independente para averiguar a actuação da polícia” que é acusada de usar força excessiva.

Os manifestantes exigem que o Governo responda a quatro outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.

Na carta de “objecção” da polícia, enviada aos organizadores da marcha, lê-se que durante as manifestações realizadas desde Junho “alguns manifestantes não apenas cometeram actos de violência, incêndio criminoso e bloqueios de estradas, mas também usaram bombas de gasolina e todos os tipos de armas para destruir bens públicos em larga escala”.

Além disso, as autoridades policiais apontaram que os locais onde a manifestação iria acontecer são “muito próximos a prédios de alto risco”, entre os quais a estação de comboios de alta velocidade ou o quartel general da polícia.

Ao declarar a manifestação ilegal, as pessoas que participem na mesma podem enfrentar sérias consequências legais. A FCDH já anunciou que interpôs um recurso contra a decisão da polícia e deve ser notificada antes de domingo sobre a decisão.

12 Set 2019

Magalhães/500 anos | MNE diz que eventos visam celebrar oceanos e contacto entre povos

O estabelecimento de uma “rede de escolas Magalhânicas” e a realização em Lisboa, em Junho de 2020, da II Conferência das Nações Unidas sobre Oceanos, são alguns dos eventos pensados para celebrar os 500 anos da viagem protagonizada pelo navegador Fernão de Magalhães, disse o ministro Augusto Santos Silva à Lusa

 

[dropcap]A[/dropcap] celebração do conhecimento, os oceanos e o contacto entre povos são os “temas fortes” das comemorações dos 500 anos da viagem de circum-navegação, numa lógica de “pensar o passado para projectar o futuro”, anunciou o chefe da diplomacia portuguesa.

“As comemorações são circunstâncias que nos convidam a pensar no passado […] para projectar o futuro”, disse Augusto Santos Silva numa entrevista à Lusa a propósito do V centenário da primeira viagem de circum-navegação da Terra, iniciada em 1519 pelo navegador português Fernão de Magalhães ao serviço dos reis de Espanha.

A viagem de Magalhães “um grande feito histórico”, que partiu da “mobilização de várias culturas” e “de vário conhecimento científico”, significou “uma descoberta no sentido de procurar descobrir o novo” e “mostrou pela primeira vez que era possível fazer uma travessia marítima a todo o mundo”, características que “são muito importantes para a actualidade”.

“Nós, hoje, temos nos oceanos uma das principais agendas que deve mobilizar o mundo. Nós, hoje, dependemos cada vez mais de saber usar o conhecimento e a tecnologia para servir as pessoas. E nós, hoje, precisamos de descobrir: descobrir o espaço, descobrir a realidade do mundo, descobrir as diferentes culturas, nações e povos e comunicar entre nós”, explicou.
Santos Silva frisou que o programa de comemorações foi elaborado em coerência com “as opções essenciais” de Portugal em matéria de política interna e externa e, assim sendo, os oceanos assumem nele um lugar de destaque.

Preocupação ambiental

“Um dos projectos mais emblemáticos do programa do Governo para as comemorações é justamente um projecto da sensibilização ambiental em torno do oceano. Não apenas a questão dos plásticos, que é uma questão complexíssima e gravíssima do lixo que os plásticos não reciclados causam no oceano e a perturbação que infligem à vida marinha, mas mais geralmente a sensibilização, sobretudo das crianças e dos jovens, para exactamente esse cruzamento entre a gestão dos oceanos, a preservação ambiental e o combate às alterações climáticas”, explicou.

Além desse projecto de sensibilização, que se articula com “outro grande projecto emblemático que é a constituição de uma rede de escolas Magalhânicas”, o programa inclui a realização em Lisboa, em Junho de 2020, da II Conferência das Nações Unidas sobre Oceanos e um concurso de projectos de investigação científica e desenvolvimento tecnológico em torno dos oceanos.

“A lógica das comemorações é investir no conhecimento […] favorecer o conhecimento, não só o histórico, como o conhecimento científico actual em torno do oceano e do espaço”, disse Santos Silva.

Mostras em movimento

Em relação ao conhecimento histórico, o ministro destacou a exposição luso-espanhola sobre a circum-navegação que começará em Espanha, depois Portugal e seguirá para outros países da rota de Magalhães e Elcano, a exposição nacional no Museu Nacional Soares dos Reis a partir de 2020 e a recriação da viagem através de plataformas digitais, “para que as pessoas possam acompanhar dia a dia o que foi a viagem, 500 anos depois de ser realizada”.

As comemorações envolvem um programa nacional, ao nível do Governo e das regiões autónomas, municípios e sociedade civil, e um plano internacional, que passa por um programa conjunto Portugal-Espanha onde se destaca a candidatura a Património Mundial da Rota Magalhães e um estudo conjunto do Instituto Camões e do Instituto Cervantes sobre a projecção global das duas línguas, e pelo envolvimento dos restantes países da rota, do Chile à Namíbia ou do Brasil às Filipinas.

A vertente de ligação entre os vários países da rota passará também por iniciativas como a recriação da viagem pelos navios da Marinha portuguesa Sagres e da Armada espanhola Elcano, a criação de uma Rota Magalhães para fins turísticos e o chamado Passaporte de Negócios Magalhães.

Interesses comerciais

“Magalhães pode ser, e é, um elemento muito importante de contacto entre, por exemplo, empresas portuguesas e empresas chilenas. É uma das coisas que temos em comum, eles têm o Estreito de Magalhães, sabem bem quem é Magalhães […] Portanto, nós usamos naturalmente estes elementos de contacto, que também servem para estimular as trocas entre os países”, explicou.

“Nos dias de hoje, é muito importante que nós oponhamos à ideia de que cada um ganha o que os outros perderem, que o melhor é fechar-se em casa e construir muros altos para os outros não poderem invadir a nossa casa e que o comércio é uma nova forma de guerra. É muito importante que nós oponhamos a essa ideia, a ideia, que aliás é a nossa, de que, pelo contrário, como dizia Camões nos Lusíadas, quem pratica o comércio não quer a guerra e que as nossas casas são casas abertas e frequentarmos as casas uns dos outros é bom para todos”, defendeu.

12 Set 2019

Magalhães/500 anos | MNE diz que eventos visam celebrar oceanos e contacto entre povos

O estabelecimento de uma “rede de escolas Magalhânicas” e a realização em Lisboa, em Junho de 2020, da II Conferência das Nações Unidas sobre Oceanos, são alguns dos eventos pensados para celebrar os 500 anos da viagem protagonizada pelo navegador Fernão de Magalhães, disse o ministro Augusto Santos Silva à Lusa

 
[dropcap]A[/dropcap] celebração do conhecimento, os oceanos e o contacto entre povos são os “temas fortes” das comemorações dos 500 anos da viagem de circum-navegação, numa lógica de “pensar o passado para projectar o futuro”, anunciou o chefe da diplomacia portuguesa.
“As comemorações são circunstâncias que nos convidam a pensar no passado […] para projectar o futuro”, disse Augusto Santos Silva numa entrevista à Lusa a propósito do V centenário da primeira viagem de circum-navegação da Terra, iniciada em 1519 pelo navegador português Fernão de Magalhães ao serviço dos reis de Espanha.
A viagem de Magalhães “um grande feito histórico”, que partiu da “mobilização de várias culturas” e “de vário conhecimento científico”, significou “uma descoberta no sentido de procurar descobrir o novo” e “mostrou pela primeira vez que era possível fazer uma travessia marítima a todo o mundo”, características que “são muito importantes para a actualidade”.
“Nós, hoje, temos nos oceanos uma das principais agendas que deve mobilizar o mundo. Nós, hoje, dependemos cada vez mais de saber usar o conhecimento e a tecnologia para servir as pessoas. E nós, hoje, precisamos de descobrir: descobrir o espaço, descobrir a realidade do mundo, descobrir as diferentes culturas, nações e povos e comunicar entre nós”, explicou.
Santos Silva frisou que o programa de comemorações foi elaborado em coerência com “as opções essenciais” de Portugal em matéria de política interna e externa e, assim sendo, os oceanos assumem nele um lugar de destaque.

Preocupação ambiental

“Um dos projectos mais emblemáticos do programa do Governo para as comemorações é justamente um projecto da sensibilização ambiental em torno do oceano. Não apenas a questão dos plásticos, que é uma questão complexíssima e gravíssima do lixo que os plásticos não reciclados causam no oceano e a perturbação que infligem à vida marinha, mas mais geralmente a sensibilização, sobretudo das crianças e dos jovens, para exactamente esse cruzamento entre a gestão dos oceanos, a preservação ambiental e o combate às alterações climáticas”, explicou.
Além desse projecto de sensibilização, que se articula com “outro grande projecto emblemático que é a constituição de uma rede de escolas Magalhânicas”, o programa inclui a realização em Lisboa, em Junho de 2020, da II Conferência das Nações Unidas sobre Oceanos e um concurso de projectos de investigação científica e desenvolvimento tecnológico em torno dos oceanos.
“A lógica das comemorações é investir no conhecimento […] favorecer o conhecimento, não só o histórico, como o conhecimento científico actual em torno do oceano e do espaço”, disse Santos Silva.

Mostras em movimento

Em relação ao conhecimento histórico, o ministro destacou a exposição luso-espanhola sobre a circum-navegação que começará em Espanha, depois Portugal e seguirá para outros países da rota de Magalhães e Elcano, a exposição nacional no Museu Nacional Soares dos Reis a partir de 2020 e a recriação da viagem através de plataformas digitais, “para que as pessoas possam acompanhar dia a dia o que foi a viagem, 500 anos depois de ser realizada”.
As comemorações envolvem um programa nacional, ao nível do Governo e das regiões autónomas, municípios e sociedade civil, e um plano internacional, que passa por um programa conjunto Portugal-Espanha onde se destaca a candidatura a Património Mundial da Rota Magalhães e um estudo conjunto do Instituto Camões e do Instituto Cervantes sobre a projecção global das duas línguas, e pelo envolvimento dos restantes países da rota, do Chile à Namíbia ou do Brasil às Filipinas.
A vertente de ligação entre os vários países da rota passará também por iniciativas como a recriação da viagem pelos navios da Marinha portuguesa Sagres e da Armada espanhola Elcano, a criação de uma Rota Magalhães para fins turísticos e o chamado Passaporte de Negócios Magalhães.

Interesses comerciais

“Magalhães pode ser, e é, um elemento muito importante de contacto entre, por exemplo, empresas portuguesas e empresas chilenas. É uma das coisas que temos em comum, eles têm o Estreito de Magalhães, sabem bem quem é Magalhães […] Portanto, nós usamos naturalmente estes elementos de contacto, que também servem para estimular as trocas entre os países”, explicou.
“Nos dias de hoje, é muito importante que nós oponhamos à ideia de que cada um ganha o que os outros perderem, que o melhor é fechar-se em casa e construir muros altos para os outros não poderem invadir a nossa casa e que o comércio é uma nova forma de guerra. É muito importante que nós oponhamos a essa ideia, a ideia, que aliás é a nossa, de que, pelo contrário, como dizia Camões nos Lusíadas, quem pratica o comércio não quer a guerra e que as nossas casas são casas abertas e frequentarmos as casas uns dos outros é bom para todos”, defendeu.

12 Set 2019

MUST | Jornal Apple Daily só pode ser lido sob consulta

[dropcap]A[/dropcap] Rádio Macau noticiou ontem que o jornal Apple Daily deixou de estar disponível para leitura livre na biblioteca da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST). Quem quiser ler o jornal terá de fazer um pedido aos funcionários da biblioteca, sendo que esta medida vigora desde Agosto.

Antes disso, o jornal estava disponível junto a outros jornais de língua chinesa e podia ser consultado livremente, sem o auxílio de funcionários da MUST. O jornal fundado por Jimmy Lai tem mostrado uma postura de apoio ao movimento pró-democracia do território vizinho. À Rádio Macau, a MUST nega ter feito alterações neste sentido. Já o jornal Apple Daily diz não ter conhecimento do caso, mas admite uma ligação aos recentes protestos de Hong Kong.

“Não sei exactamente as razões, mas penso que será por causa do movimento em Hong Kong. O jornal tem dado muitas notícias sobre a proposta de lei da extradição. Pode ser esse o caso, mas na verdade não sei a razão que estará por detrás”, disse Cheung Kim-hung, administrador do jornal, que já se deparou com outras práticas semelhantes.

“Tenho-me deparado com muitas organizações e clubes privados que só mostram jornais pró-Governo. Não é novo para mim, mas como é uma universidade, acho que os alunos e o pessoal da biblioteca devem protestar contra esta nova medida, se realmente assim for”.
Cheung Kim-hung considera estar em causa “uma restrição à liberdade de imprensa”. De frisar que o jornal é censurado na China, país de onde é oriunda grande parte dos alunos da MUST.

12 Set 2019

MUST | Jornal Apple Daily só pode ser lido sob consulta

[dropcap]A[/dropcap] Rádio Macau noticiou ontem que o jornal Apple Daily deixou de estar disponível para leitura livre na biblioteca da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST). Quem quiser ler o jornal terá de fazer um pedido aos funcionários da biblioteca, sendo que esta medida vigora desde Agosto.
Antes disso, o jornal estava disponível junto a outros jornais de língua chinesa e podia ser consultado livremente, sem o auxílio de funcionários da MUST. O jornal fundado por Jimmy Lai tem mostrado uma postura de apoio ao movimento pró-democracia do território vizinho. À Rádio Macau, a MUST nega ter feito alterações neste sentido. Já o jornal Apple Daily diz não ter conhecimento do caso, mas admite uma ligação aos recentes protestos de Hong Kong.
“Não sei exactamente as razões, mas penso que será por causa do movimento em Hong Kong. O jornal tem dado muitas notícias sobre a proposta de lei da extradição. Pode ser esse o caso, mas na verdade não sei a razão que estará por detrás”, disse Cheung Kim-hung, administrador do jornal, que já se deparou com outras práticas semelhantes.
“Tenho-me deparado com muitas organizações e clubes privados que só mostram jornais pró-Governo. Não é novo para mim, mas como é uma universidade, acho que os alunos e o pessoal da biblioteca devem protestar contra esta nova medida, se realmente assim for”.
Cheung Kim-hung considera estar em causa “uma restrição à liberdade de imprensa”. De frisar que o jornal é censurado na China, país de onde é oriunda grande parte dos alunos da MUST.

12 Set 2019