Educação | Ho Iat Seng: não bastam talentos, é preciso patriotismo

[dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, disse que “os quadros qualificados não só devem ter capacidade de competitividade e espírito de inovação, mas também uma visão alargada e o amor à pátria”. De acordo com a TDM Rádio Macau, a frase foi proferida na sexta-feira num encontro organizado pelo Ministério da Educação, que juntou em Macau 500 professores do Interior da China, Hong Kong, Taiwan e Singapura.

Ho Iat Seng “reiterou a importância de reforçar ainda mais o patriotismo dos jovens” e afirmou que “o Governo deve assumir a responsabilidade na respectiva formação, nomeadamente, no amor à pátria”. Para o governante, “o sector do ensino contribuiu bastante para a concretização com sucesso da medida ‘Um País, Dois Sistemas’ e dos resultados obtidos actualmente por Macau”, além de que “este sector desempenha um papel de grande relevância para a estabilidade” do princípio formulado por Deng Xiaoping.

O Chefe do Executivo garantiu também, no mesmo evento, que o Governo vai “estar atento às necessidades dos docentes”. Isto porque, se Macau quer participar no desenvolvimento da China “terá que acompanhar as altas exigências dos recursos humanos, na qualidade e na quantidade”, pelo que “a formação contínua deve ser uma prioridade”.

30 Dez 2019

Educação | Ho Iat Seng: não bastam talentos, é preciso patriotismo

[dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, disse que “os quadros qualificados não só devem ter capacidade de competitividade e espírito de inovação, mas também uma visão alargada e o amor à pátria”. De acordo com a TDM Rádio Macau, a frase foi proferida na sexta-feira num encontro organizado pelo Ministério da Educação, que juntou em Macau 500 professores do Interior da China, Hong Kong, Taiwan e Singapura.
Ho Iat Seng “reiterou a importância de reforçar ainda mais o patriotismo dos jovens” e afirmou que “o Governo deve assumir a responsabilidade na respectiva formação, nomeadamente, no amor à pátria”. Para o governante, “o sector do ensino contribuiu bastante para a concretização com sucesso da medida ‘Um País, Dois Sistemas’ e dos resultados obtidos actualmente por Macau”, além de que “este sector desempenha um papel de grande relevância para a estabilidade” do princípio formulado por Deng Xiaoping.
O Chefe do Executivo garantiu também, no mesmo evento, que o Governo vai “estar atento às necessidades dos docentes”. Isto porque, se Macau quer participar no desenvolvimento da China “terá que acompanhar as altas exigências dos recursos humanos, na qualidade e na quantidade”, pelo que “a formação contínua deve ser uma prioridade”.

30 Dez 2019

EUA-China | Antagonismo entre potências passa do plano terrestre para o espaço

É cada vez mais claro o confronto, a vários níveis, entre a China e os Estados Unidos. Se os americanos aprovam medidas contra Pequim, os chineses não deixam de lançar ferozes críticas à política de Washington. A conquista do espaço é outro pomo de discórdia

 

[dropcap]U[/dropcap]m porta-voz militar chinês pediu na semana passada aos Estados Unidos que não implementem as cláusulas negativas relacionadas com a China numa lei recentemente assinada.

Respondendo a uma questão relativa à assinatura da Lei de Autorização de Defesa Nacional 2020 dos Estados Unidos, que contém elementos negativos referentes a Taiwan, Hong Kong e Xinjiang, Wu Qian, um porta-voz do Ministério da Defesa Nacional, disse que as forças armadas chinesas se opõem firmemente à decisão americana.

Wu disse em conferência de imprensa que as cláusulas relativas à China reflectem uma mentalidade da Guerra Fria, que também representam a competição China-EUA e sublinham a chamada “ameaça militar chinesa”. “Essas cláusulas negativas interferem grosseiramente nos assuntos internos da China, minando o desenvolvimento das relações militares China-EUA, e prejudicando a confiança mútua e a cooperação bilateral”, referiu Wu.

“Instamos o lado norte-americano a abandonar a mentalidade da Guerra Fria e a sua lógica hegemónica, a parar de interferir nos assuntos internos da China, a não implementar as cláusulas negativas relacionadas com a China e a tomar acções concretas para proteger as relações bilaterais e os laços militares”, disse Wu.

Wu também refutou a chamada “ameaça militar da China”, repetidamente exaltada por alguns oficiais militares dos EUA. “As acusações infundadas são críticas que valem para os próprios Estados Unidos”, disse Wu, acrescentando que os Estados Unidos não estão em posição de julgar outros países, considerando os crescentes gastos militares e registos escandalosos em espionagem cibernética, além de outras questões militares.

Wu pediu ao lado norte-americano que ajuste as suas visões da China, da segurança e do mundo. “Esperamos que o lado norte-americano tenha em mente o panorama geral, corrija seus erros e trabalhe com o lado chinês em direcção ao mesmo objetivo de alcançar não conflicto, não confronto, respeito mútuo e cooperação de benefício mútuo”, enfatizou Wu.

Espaço problemático

Além dos militares, o próprio Governo expressou “uma forte insatisfação com os Estados Unidos pelo conteúdo negativo da Lei de Autorização de Defesa Nacional 2020 dos Estados Unidos que distorce e difama o desenvolvimento militar da China e os temas relacionados com Taiwan, Hong Kong e Xinjiang e proíbe a compra de produtos chineses”, disse Geng Shuang, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês. Geng revelou que a China apresentou protestos solenes perante os Estados Unidos a este respeito.

“A China pede que os EUA abandonem a mentalidade da Guerra Fria e os prejuízos ideológicos, tratem do desenvolvimento da China e das relações China-EUA de maneira objectiva e racional, e não implementem cláusulas negativas contra a China para evitar danos aos laços bilaterais e à cooperação em importantes áreas”, disse Geng.

A lei também autoriza o estabelecimento de uma Força Espacial dos Estados Unidos. Geng assinalou que os EUA têm impulsionado sua estratégia de domínio espacial e têm avançado no caminho da militarização do espaço, trazendo o risco de transformá-lo num novo cenário de guerra.

“Estas acções violam severamente o consenso internacional sobre o uso pacífico do espaço, prejudicam o equilíbrio e a estabilidade estratégicos mundiais, e representam uma ameaça directa à paz e segurança do espaço. A China está profundamente preocupada e opõe-se firmemente a isso”, disse Geng.

O porta-voz disse ainda que a segurança do espaço que os Estados Unidos têm proclamado é simplesmente a segurança para si próprios. Entretanto, o propósito fundamental da comunidade internacional é proteger a segurança comum de toda a humanidade no espaço.

“Os EUA estão obstinados pela militarização do espaço, mas em repetidas ocasiões criam problemas à China e Rússia”, disse Geng. “Trata-se do culpado a atirar a culpa para cima dos inocentes e a procurar pretextos para fazer o que lhe convém.”

“A China sempre defendeu o uso pacífico do espaço e se opõe à militarização e à corrida armamentista no espaço. Na actual situação, há uma maior necessidade e urgência de iniciar as negociações sobre um instrumento legalmente obrigatório sobre o controle de armas no espaço”, disse o porta-voz. “Esperamos que a comunidade internacional, adopte uma postura prudente e responsável para proteger a paz e a tranquilidade duradouras no espaço e para garantir que não se transforme num novo campo de batalha”, concluiu Geng.

Artigo sobre “política de dinheiro” critica democracia americana

A Sociedade Chinesa para Estudos de Direitos Humanos divulgou na passada quinta-feira um artigo intitulado “Política de dinheiro expõe a hipocrisia da ‘democracia ao estilo dos EUA'”.

O artigo assinala que a política de dinheiro é a principal razão para as divisões severas na política e sociedade dos Estados Unidos. “Nos últimos anos nos Estados Unidos, a classe rica exerceu uma influência a cada dia mais importante na política, enquanto a influência das pessoas comuns na política diminuiu”, disse o artigo, acrescentando que a política de dinheiro expõe a hipocrisia da democracia dos Estados Unidos. “O dinheiro invadiu todo o sistema político dos Estados Unidos e tornou-se numa doença persistente na sociedade norte-americana”, refere.

O artigo refere ainda que a política de dinheiro dos Estados Unidos distorceu a opinião pública e transformou as eleições num “monólogo” da classe rica. “Desde o início do século XXI, os custos eleitorais dos candidatos presidenciais Republicanos e Democratas aumentaram rapidamente de US$ 700 milhões em 2004 para US$ 1000 milhões em 2008 e US$ 2000 milhões em 2012”, disse o artigo. “Em 2016, as eleições dos Estados Unidos, incluindo eleições presidenciais e congressionais, gastaram um total de US$ 6,6 mil milhões, tornando-se a eleição política mais cara na história dos Estados Unidos.”

Ao mesmo tempo, uma grande quantia de fundos secretos e “dinheiro sujo” também foram injetados nas actividades eleitorais dos Estados Unidos, mencionou.

O artigo cita uma reportagem da National Broadcasting Company News dos EUA em 2018, dizendo que, como o Departamento do Tesouro dos EUA anunciou que não exigiria à maioria das organizações sem fins lucrativos informar as suas fontes de doações, a transparência do financiamento eleitoral seria significativamente reduzida.

Mais de 40 por cento das transmissões comerciais de televisão dos grupos exteriores para influenciar as eleições são financiadas por dadores secretos, explica o artigo.

“A política de dinheiro traz consequências sérias. As pessoas comuns são privadas dos seus direitos políticos. Os postos do governo ficaram exclusivamente para as pessoas ricas e da classe alta. A política de dinheiro está a gerar benefícios para os ricos e tornou mais difícil para os Estados Unidos resolverem seus problemas políticos e sociais urgentes incluindo a violência de armas de fogo. A política de dinheiro é um resultado inevitável do sistema capitalista dos Estados Unidos”, diz o artigo.

Para os autores do artigo, a democracia dos Estados Unidos é uma forma política através da qual “o burguês governa”. Por isso, a democracia dos Estados Unidos reflecte naturalmente a vontade dos capitalistas e serve os seus interesses. Os candidatos dos dois principais partidos políticos nos Estados Unidos são meramente representantes de facções diferentes dentro da burguesia, conclui o documento.

A política de dinheiro expõe a natureza da sociedade dos Estados Unidos e a mentira dos Estados Unidos quando o país elogia a si próprio como o melhor exemplo de exercício da democracia e salvaguarda dos direitos humanos no mundo.

“Nos Estados Unidos, onde o dinheiro governa a política, a participação e as discussões políticas nunca podem ser actualizadas sem a ajuda de dinheiro,” conclui o artigo.

Economia | Fase 1 do acordo comercial provoca optimismo

Entretanto, a fase 1 do acordo económico e comercial entre a China e os Estados Unidos beneficia a economia mundial, disse um especialista do banco Standard Chartered. “Com a fase 1 do acordo, reduzindo o risco remanescente para a economia global, achamos que 2020 será um ano de crescimento suave, mas estabilizado para a economia global”, disse Ding Shuang, economista-chefe do banco para a Grande China e a Ásia do Norte, numa entrevista recente à Xinhua.

Ding acrescentou que a previsão do banco para o crescimento global no próximo ano é de 3,3 por cento, ligeiramente superior à estimativa de 3,1 por cento do banco para 2019.
A China e os Estados Unidos concordaram sobre o texto da primeira fase do acordo económico e comercial, com base no princípio de igualdade e respeito mútuo neste mês, que foi o mais recente progresso para as duas partes solucionarem sua disputa comercial, que durou dois anos.

Apontando três pesos estruturais de longo prazo para a economia global, nomeadamente dívida, demografia e desglobalização, Ding disse que a fase 1 do acordo económico e comercial elevará o sentimento dos investidores nos mercados financeiros globais.

Os preços de petróleo atingiram uma alta de três meses na semana passada, devido em parte às perspectivas de uma trégua comercial entre os Estados Unidos e a China. As acções dos EUA registaram valorizações sólidas na semana passada entre sentimentos positivos, com o Dow a aumentar 1,13 por cento, o S&P 500 subindo 1,65 por cento e o Nasdaq avançando 2,18 por cento.

“A reacção positiva do mercado sugere que o acordo é útil para o aumento da confiança das empresas”, disse Ding. O acordo traz benefício tanto para os Estados Unidos quanto para a China, disse o especialista.
Para os Estados Unidos, o acordo é “essencial para a reeleição do presidente Donald Trump, pois reduz as hipóteses de recessão e estimula o mercado de acções”, enquanto para a China, “o acordo melhora as perspectivas comerciais e reduz a necessidade de implementar estímulos de grande escala para impulsionar a sua economia”, disse Ding.

O banqueiro acrescentou que o acordo também está alinhado no geral com a direcção principal do aprofundamento da reforma e abertura da China, bem como com as necessidades internas de promover um desenvolvimento económico de alta qualidade.

“Com base nas informações já publicadas, a China comprometeu-se a melhor proteger os DPI (direitos de propriedade intelectual), o que é essencial para a China incentivar o investimento em P&D (pesquisa e desenvolvimento) e promover a inovação”, disse Ding.

30 Dez 2019

EUA-China | Antagonismo entre potências passa do plano terrestre para o espaço

É cada vez mais claro o confronto, a vários níveis, entre a China e os Estados Unidos. Se os americanos aprovam medidas contra Pequim, os chineses não deixam de lançar ferozes críticas à política de Washington. A conquista do espaço é outro pomo de discórdia

 
[dropcap]U[/dropcap]m porta-voz militar chinês pediu na semana passada aos Estados Unidos que não implementem as cláusulas negativas relacionadas com a China numa lei recentemente assinada.
Respondendo a uma questão relativa à assinatura da Lei de Autorização de Defesa Nacional 2020 dos Estados Unidos, que contém elementos negativos referentes a Taiwan, Hong Kong e Xinjiang, Wu Qian, um porta-voz do Ministério da Defesa Nacional, disse que as forças armadas chinesas se opõem firmemente à decisão americana.
Wu disse em conferência de imprensa que as cláusulas relativas à China reflectem uma mentalidade da Guerra Fria, que também representam a competição China-EUA e sublinham a chamada “ameaça militar chinesa”. “Essas cláusulas negativas interferem grosseiramente nos assuntos internos da China, minando o desenvolvimento das relações militares China-EUA, e prejudicando a confiança mútua e a cooperação bilateral”, referiu Wu.
“Instamos o lado norte-americano a abandonar a mentalidade da Guerra Fria e a sua lógica hegemónica, a parar de interferir nos assuntos internos da China, a não implementar as cláusulas negativas relacionadas com a China e a tomar acções concretas para proteger as relações bilaterais e os laços militares”, disse Wu.
Wu também refutou a chamada “ameaça militar da China”, repetidamente exaltada por alguns oficiais militares dos EUA. “As acusações infundadas são críticas que valem para os próprios Estados Unidos”, disse Wu, acrescentando que os Estados Unidos não estão em posição de julgar outros países, considerando os crescentes gastos militares e registos escandalosos em espionagem cibernética, além de outras questões militares.
Wu pediu ao lado norte-americano que ajuste as suas visões da China, da segurança e do mundo. “Esperamos que o lado norte-americano tenha em mente o panorama geral, corrija seus erros e trabalhe com o lado chinês em direcção ao mesmo objetivo de alcançar não conflicto, não confronto, respeito mútuo e cooperação de benefício mútuo”, enfatizou Wu.

Espaço problemático

Além dos militares, o próprio Governo expressou “uma forte insatisfação com os Estados Unidos pelo conteúdo negativo da Lei de Autorização de Defesa Nacional 2020 dos Estados Unidos que distorce e difama o desenvolvimento militar da China e os temas relacionados com Taiwan, Hong Kong e Xinjiang e proíbe a compra de produtos chineses”, disse Geng Shuang, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês. Geng revelou que a China apresentou protestos solenes perante os Estados Unidos a este respeito.
“A China pede que os EUA abandonem a mentalidade da Guerra Fria e os prejuízos ideológicos, tratem do desenvolvimento da China e das relações China-EUA de maneira objectiva e racional, e não implementem cláusulas negativas contra a China para evitar danos aos laços bilaterais e à cooperação em importantes áreas”, disse Geng.
A lei também autoriza o estabelecimento de uma Força Espacial dos Estados Unidos. Geng assinalou que os EUA têm impulsionado sua estratégia de domínio espacial e têm avançado no caminho da militarização do espaço, trazendo o risco de transformá-lo num novo cenário de guerra.
“Estas acções violam severamente o consenso internacional sobre o uso pacífico do espaço, prejudicam o equilíbrio e a estabilidade estratégicos mundiais, e representam uma ameaça directa à paz e segurança do espaço. A China está profundamente preocupada e opõe-se firmemente a isso”, disse Geng.
O porta-voz disse ainda que a segurança do espaço que os Estados Unidos têm proclamado é simplesmente a segurança para si próprios. Entretanto, o propósito fundamental da comunidade internacional é proteger a segurança comum de toda a humanidade no espaço.
“Os EUA estão obstinados pela militarização do espaço, mas em repetidas ocasiões criam problemas à China e Rússia”, disse Geng. “Trata-se do culpado a atirar a culpa para cima dos inocentes e a procurar pretextos para fazer o que lhe convém.”
“A China sempre defendeu o uso pacífico do espaço e se opõe à militarização e à corrida armamentista no espaço. Na actual situação, há uma maior necessidade e urgência de iniciar as negociações sobre um instrumento legalmente obrigatório sobre o controle de armas no espaço”, disse o porta-voz. “Esperamos que a comunidade internacional, adopte uma postura prudente e responsável para proteger a paz e a tranquilidade duradouras no espaço e para garantir que não se transforme num novo campo de batalha”, concluiu Geng.

Artigo sobre “política de dinheiro” critica democracia americana

A Sociedade Chinesa para Estudos de Direitos Humanos divulgou na passada quinta-feira um artigo intitulado “Política de dinheiro expõe a hipocrisia da ‘democracia ao estilo dos EUA'”.
O artigo assinala que a política de dinheiro é a principal razão para as divisões severas na política e sociedade dos Estados Unidos. “Nos últimos anos nos Estados Unidos, a classe rica exerceu uma influência a cada dia mais importante na política, enquanto a influência das pessoas comuns na política diminuiu”, disse o artigo, acrescentando que a política de dinheiro expõe a hipocrisia da democracia dos Estados Unidos. “O dinheiro invadiu todo o sistema político dos Estados Unidos e tornou-se numa doença persistente na sociedade norte-americana”, refere.
O artigo refere ainda que a política de dinheiro dos Estados Unidos distorceu a opinião pública e transformou as eleições num “monólogo” da classe rica. “Desde o início do século XXI, os custos eleitorais dos candidatos presidenciais Republicanos e Democratas aumentaram rapidamente de US$ 700 milhões em 2004 para US$ 1000 milhões em 2008 e US$ 2000 milhões em 2012”, disse o artigo. “Em 2016, as eleições dos Estados Unidos, incluindo eleições presidenciais e congressionais, gastaram um total de US$ 6,6 mil milhões, tornando-se a eleição política mais cara na história dos Estados Unidos.”
Ao mesmo tempo, uma grande quantia de fundos secretos e “dinheiro sujo” também foram injetados nas actividades eleitorais dos Estados Unidos, mencionou.
O artigo cita uma reportagem da National Broadcasting Company News dos EUA em 2018, dizendo que, como o Departamento do Tesouro dos EUA anunciou que não exigiria à maioria das organizações sem fins lucrativos informar as suas fontes de doações, a transparência do financiamento eleitoral seria significativamente reduzida.
Mais de 40 por cento das transmissões comerciais de televisão dos grupos exteriores para influenciar as eleições são financiadas por dadores secretos, explica o artigo.
“A política de dinheiro traz consequências sérias. As pessoas comuns são privadas dos seus direitos políticos. Os postos do governo ficaram exclusivamente para as pessoas ricas e da classe alta. A política de dinheiro está a gerar benefícios para os ricos e tornou mais difícil para os Estados Unidos resolverem seus problemas políticos e sociais urgentes incluindo a violência de armas de fogo. A política de dinheiro é um resultado inevitável do sistema capitalista dos Estados Unidos”, diz o artigo.
Para os autores do artigo, a democracia dos Estados Unidos é uma forma política através da qual “o burguês governa”. Por isso, a democracia dos Estados Unidos reflecte naturalmente a vontade dos capitalistas e serve os seus interesses. Os candidatos dos dois principais partidos políticos nos Estados Unidos são meramente representantes de facções diferentes dentro da burguesia, conclui o documento.
A política de dinheiro expõe a natureza da sociedade dos Estados Unidos e a mentira dos Estados Unidos quando o país elogia a si próprio como o melhor exemplo de exercício da democracia e salvaguarda dos direitos humanos no mundo.
“Nos Estados Unidos, onde o dinheiro governa a política, a participação e as discussões políticas nunca podem ser actualizadas sem a ajuda de dinheiro,” conclui o artigo.

Economia | Fase 1 do acordo comercial provoca optimismo

Entretanto, a fase 1 do acordo económico e comercial entre a China e os Estados Unidos beneficia a economia mundial, disse um especialista do banco Standard Chartered. “Com a fase 1 do acordo, reduzindo o risco remanescente para a economia global, achamos que 2020 será um ano de crescimento suave, mas estabilizado para a economia global”, disse Ding Shuang, economista-chefe do banco para a Grande China e a Ásia do Norte, numa entrevista recente à Xinhua.
Ding acrescentou que a previsão do banco para o crescimento global no próximo ano é de 3,3 por cento, ligeiramente superior à estimativa de 3,1 por cento do banco para 2019.
A China e os Estados Unidos concordaram sobre o texto da primeira fase do acordo económico e comercial, com base no princípio de igualdade e respeito mútuo neste mês, que foi o mais recente progresso para as duas partes solucionarem sua disputa comercial, que durou dois anos.
Apontando três pesos estruturais de longo prazo para a economia global, nomeadamente dívida, demografia e desglobalização, Ding disse que a fase 1 do acordo económico e comercial elevará o sentimento dos investidores nos mercados financeiros globais.
Os preços de petróleo atingiram uma alta de três meses na semana passada, devido em parte às perspectivas de uma trégua comercial entre os Estados Unidos e a China. As acções dos EUA registaram valorizações sólidas na semana passada entre sentimentos positivos, com o Dow a aumentar 1,13 por cento, o S&P 500 subindo 1,65 por cento e o Nasdaq avançando 2,18 por cento.
“A reacção positiva do mercado sugere que o acordo é útil para o aumento da confiança das empresas”, disse Ding. O acordo traz benefício tanto para os Estados Unidos quanto para a China, disse o especialista.
Para os Estados Unidos, o acordo é “essencial para a reeleição do presidente Donald Trump, pois reduz as hipóteses de recessão e estimula o mercado de acções”, enquanto para a China, “o acordo melhora as perspectivas comerciais e reduz a necessidade de implementar estímulos de grande escala para impulsionar a sua economia”, disse Ding.
O banqueiro acrescentou que o acordo também está alinhado no geral com a direcção principal do aprofundamento da reforma e abertura da China, bem como com as necessidades internas de promover um desenvolvimento económico de alta qualidade.
“Com base nas informações já publicadas, a China comprometeu-se a melhor proteger os DPI (direitos de propriedade intelectual), o que é essencial para a China incentivar o investimento em P&D (pesquisa e desenvolvimento) e promover a inovação”, disse Ding.

30 Dez 2019

Hong Kong | 15 detenções durante novos confrontos

[dropcap]A[/dropcap] polícia de Hong Kong deteve hoje pelo menos 15 pessoas durante confrontos com manifestantes pró-democracia que invadiram um centro comercial perto da fronteira com a China, numa ação dirigida aos turistas chineses que chegam para fazerem compras.

Polícias à paisana usando cassetetes prenderam 14 pessoas à tarde, entre as quais uma adolescente de 14 anos, que se manifestavam no interior do centro comercial no bairro de Sheung Shui, obrigando as lojas a fechar, reportou um jornalista da agência France-Presse (AFP) no local.

A polícia anti-motim carregou para apoiar os agentes, usando gás pimenta para dispersar os habitantes que protestavam contra as detenções. Mais tarde, durante um incidente separado dentro do centro, foi detido um homem, com a testa coberta de sangue.

Depois de a polícia partir, alguns manifestantes permaneceram numa entrada próxima, atacando os transeuntes que julgavam ser turistas chineses.

Manifestações e confrontos semelhantes, com detenções, ocorreram num centro comercial de Kowloon Bay, constatou um jornalista da AFP.

Há vários anos que Sheung Shui atrai muitos turistas e comerciantes oriundos da China continental por razões fiscais, o que suscita a cólera dos habitantes, privados das suas boutiques habituais. Os centros comerciais de Hong Kong figuram entre os locais privilegiados pelos manifestantes.

No passado dia 8 assinalara-se seis meses desde o primeiro protesto em Hong Kong contra o projeto de extradição para a China e outros países. Na origem dos protestos anti-governamentais está uma polémica proposta de emendas à lei da extradição, já retirada formalmente pelo Governo de Hong Kong, mas os manifestantes têm outras exigências como a demissão da chefe do executivo e do Governo da Região Administrativa Especial.

29 Dez 2019

Hong Kong | 15 detenções durante novos confrontos

[dropcap]A[/dropcap] polícia de Hong Kong deteve hoje pelo menos 15 pessoas durante confrontos com manifestantes pró-democracia que invadiram um centro comercial perto da fronteira com a China, numa ação dirigida aos turistas chineses que chegam para fazerem compras.
Polícias à paisana usando cassetetes prenderam 14 pessoas à tarde, entre as quais uma adolescente de 14 anos, que se manifestavam no interior do centro comercial no bairro de Sheung Shui, obrigando as lojas a fechar, reportou um jornalista da agência France-Presse (AFP) no local.
A polícia anti-motim carregou para apoiar os agentes, usando gás pimenta para dispersar os habitantes que protestavam contra as detenções. Mais tarde, durante um incidente separado dentro do centro, foi detido um homem, com a testa coberta de sangue.
Depois de a polícia partir, alguns manifestantes permaneceram numa entrada próxima, atacando os transeuntes que julgavam ser turistas chineses.
Manifestações e confrontos semelhantes, com detenções, ocorreram num centro comercial de Kowloon Bay, constatou um jornalista da AFP.
Há vários anos que Sheung Shui atrai muitos turistas e comerciantes oriundos da China continental por razões fiscais, o que suscita a cólera dos habitantes, privados das suas boutiques habituais. Os centros comerciais de Hong Kong figuram entre os locais privilegiados pelos manifestantes.
No passado dia 8 assinalara-se seis meses desde o primeiro protesto em Hong Kong contra o projeto de extradição para a China e outros países. Na origem dos protestos anti-governamentais está uma polémica proposta de emendas à lei da extradição, já retirada formalmente pelo Governo de Hong Kong, mas os manifestantes têm outras exigências como a demissão da chefe do executivo e do Governo da Região Administrativa Especial.

29 Dez 2019

Tufão nas Filipinas faz pelo menos 41 mortos e 28 feridos

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades filipinas elevaram hoje para 41 o número de mortos causados pela passagem do tufão Phanfone no centro do país, registando ainda 28 feridos e 12 desaparecidos.

O anterior balanço das autoridades apontava para 28 mortos e dois feridos, mantendo-se a indicação dos 12 desaparecidos devido à passagem do tufão, que atingiu as Filipinas no dia de Natal.

O tufão destruiu barcos, casas e causou inundações, forçando cerca de 39.000 pessoas a deslocarem-se para abrigos temporários e deixando quase 90 municípios sem electricidade.

As Filipinas são atingidas por dezenas de tufões todos os anos durante a estação chuvosa, que começa por volta dos meses de maio e junho e geralmente termina entre novembro e dezembro. Em Novembro de 2013, o tufão Haiyan causou mais de 6.300 mortes e mil desaparecidos.

29 Dez 2019

Novo Governo | André Cheong defende estudo de novo crime para punir corrupção

[dropcap]O[/dropcap] novo secretário para a Administração e Justiça de Macau reconheceu ontem a importância de ser estudado um novo tipo de crime para punir atos de corrupção e prometeu colaborar com o organismo competente.

“Foi um tema que já foi visto e estudado na altura em que era comissário. É um tema importante e vamos colaborar com o Comissariado contra a Corrupção [CCAC]” nesse sentido, indicou André Cheong Weng Chon, em declarações aos jornalistas à margem de uma receção na Torre de Macau, no dia em que tomou posse o novo Governo.

O novo responsável pela pasta da Administração e Justiça, empossado ontem, transitou do CCAC, que ainda no mês passado acusou de falta de transparência um organismo público dedicado ao desenvolvimento regional.

A criação de um novo tipo de crime contra o recebimento indevido de vantagem na função pública foi também defendido pelo procurador da região administrativa especial, em outubro, na sessão solene de abertura do ano judiciário 2019-2020.

“Tendo em conta a exigência do reforço do combate à corrupção, entendemos ser necessário proceder ao estudo relativamente ao aumento da moldura penal de alguns crimes de corrupção e ao estabelecimento de um prazo maior de prescrição do procedimento penal dos crimes funcionais”, afirmou então Ip Song Sang.

21 Dez 2019

Novo Governo | André Cheong defende estudo de novo crime para punir corrupção

[dropcap]O[/dropcap] novo secretário para a Administração e Justiça de Macau reconheceu ontem a importância de ser estudado um novo tipo de crime para punir atos de corrupção e prometeu colaborar com o organismo competente.
“Foi um tema que já foi visto e estudado na altura em que era comissário. É um tema importante e vamos colaborar com o Comissariado contra a Corrupção [CCAC]” nesse sentido, indicou André Cheong Weng Chon, em declarações aos jornalistas à margem de uma receção na Torre de Macau, no dia em que tomou posse o novo Governo.
O novo responsável pela pasta da Administração e Justiça, empossado ontem, transitou do CCAC, que ainda no mês passado acusou de falta de transparência um organismo público dedicado ao desenvolvimento regional.
A criação de um novo tipo de crime contra o recebimento indevido de vantagem na função pública foi também defendido pelo procurador da região administrativa especial, em outubro, na sessão solene de abertura do ano judiciário 2019-2020.
“Tendo em conta a exigência do reforço do combate à corrupção, entendemos ser necessário proceder ao estudo relativamente ao aumento da moldura penal de alguns crimes de corrupção e ao estabelecimento de um prazo maior de prescrição do procedimento penal dos crimes funcionais”, afirmou então Ip Song Sang.

21 Dez 2019

Xi Jinping diz a Trump que interferência dos EUA feriram relações bilaterais

[dropcap]O[/dropcap] Presidente chinês disse ontem ao seu homólogo norte-americano que os comentários e as iniciativas dos Estados Unidos sobre Taiwan, Hong Kong, Xinjiang e o Tibete prejudicaram as relações entre os dois países, segundo a agência Nova China.

Durante uma conversa telefónica com o Presidente dos EUA, Donald Trump, Xi Jinping afirmou que “a atitude dos Estados Unidos tinha interferido com assuntos internos chineses e prejudicou os interesses da China, em detrimento da confiança mútua e cooperação bilateral”, de acordo com a agência estatal chinesa.

O Presidente chinês disse ainda esperar que os Estados Unidos dêem “grande importância às preocupações da China”, acrescentou. Donald Trump declarou, por sua vez, que teve uma “discussão muito boa” sobre comércio com o seu homólogo chinês.

Uma semana após o anúncio de um acordo de princípio, sinónimo de trégua na guerra comercial entre os dois países, o Presidente norte-americano, citado pela agência France-Presse, adiantou que “teve uma conversa muito boa com o Presidente chinês sobre o gigantesco acordo comercial” entre os dois países.

21 Dez 2019

Casa de Portugal em Macau | Valorização da língua e da comunidade lusa vai manter-se

[dropcap]A[/dropcap] presidente da Casa de Portugal em Macau disse ontem que o investimento no português e nas relações com a comunidade portuguesa têm sido uma “preocupação sistemática” e que isso não deverá mudar com o novo Executivo da região.

Para Amélia António, isso seria “desvirtuar o valor que Macau tem” e o Presidente chinês, Xi Jinping, fez questão, na sua visita ao território por ocasião dos 20 anos da região administrativa especial, de “repetir sistematicamente as características especiais” do território que funciona como ponte sino-lusófona.

“Estão lá uns toques no discurso do Presidente a chamar a atenção que, sendo a cultura chinesa a dominante, é para manter as pontes”, afirmou, em declarações à Lusa à margem de uma receção comemorativa na Torre de Macau.

Xi Jinping sublinhou várias vezes o sucesso da aplicação do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ com características próprias de Macau.

Amélia António considera que “é um recado para Hong Kong”, onde os últimos seis meses têm sido marcados por protestos antigovernamentais e contra a crescente interferência de Pequim, “mas não exclusivamente”.

“É também para certos sectores de Macau que só vêem um país, não vêem o segundo sistema, e esquecem-se que Macau é importante” pelo papel que exerce como plataforma ente a China e os países de língua portuguesa, considerou.

“Não estou particularmente preocupada” com a desvalorização do português, admitiu, apontando para o “enorme conhecimento do português e da comunidade portuguesa” entre as novas caras do executivo.

Grandes oportunidades

Também o secretário-geral adjunto do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau), Rodrigo Brum, manifestou optimismo em relação ao reforço da cooperação sino-lusófona com o novo Governo.

Rodrigo Brum destacou que o projecto da Grande Baía, no qual “está prevista a ligação com os países de língua portuguesa”, é uma oportunidade que nem Macau nem o bloco lusófono podem desperdiçar ou descurar.

O projecto de Pequim da Grande Baía pretende criar uma metrópole mundial que integra Hong Kong, Macau e nove cidades da província de Guangdong, numa região com cerca de 70 milhões de habitantes e com um Produto Interno Bruto (PIB) que ronda os 1,2 biliões de euros, semelhante ao PIB da Austrália, Indonésia e México, países que integram o G20.

O novo Governo de Macau, liderado por Ho Iat Seng, tomou ontem posse perante o Presidente da República Popular da China, Xi Jinping (ver GP e página 5).

Trata-se do quinto Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), que celebrou ontem o seu 20.º aniversário, depois de em 20 de Dezembro de 1999 o território ter voltado à tutela da China, após mais de 400 anos de administração portuguesa.

21 Dez 2019

Casa de Portugal em Macau | Valorização da língua e da comunidade lusa vai manter-se

[dropcap]A[/dropcap] presidente da Casa de Portugal em Macau disse ontem que o investimento no português e nas relações com a comunidade portuguesa têm sido uma “preocupação sistemática” e que isso não deverá mudar com o novo Executivo da região.
Para Amélia António, isso seria “desvirtuar o valor que Macau tem” e o Presidente chinês, Xi Jinping, fez questão, na sua visita ao território por ocasião dos 20 anos da região administrativa especial, de “repetir sistematicamente as características especiais” do território que funciona como ponte sino-lusófona.
“Estão lá uns toques no discurso do Presidente a chamar a atenção que, sendo a cultura chinesa a dominante, é para manter as pontes”, afirmou, em declarações à Lusa à margem de uma receção comemorativa na Torre de Macau.
Xi Jinping sublinhou várias vezes o sucesso da aplicação do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ com características próprias de Macau.
Amélia António considera que “é um recado para Hong Kong”, onde os últimos seis meses têm sido marcados por protestos antigovernamentais e contra a crescente interferência de Pequim, “mas não exclusivamente”.
“É também para certos sectores de Macau que só vêem um país, não vêem o segundo sistema, e esquecem-se que Macau é importante” pelo papel que exerce como plataforma ente a China e os países de língua portuguesa, considerou.
“Não estou particularmente preocupada” com a desvalorização do português, admitiu, apontando para o “enorme conhecimento do português e da comunidade portuguesa” entre as novas caras do executivo.

Grandes oportunidades

Também o secretário-geral adjunto do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau), Rodrigo Brum, manifestou optimismo em relação ao reforço da cooperação sino-lusófona com o novo Governo.
Rodrigo Brum destacou que o projecto da Grande Baía, no qual “está prevista a ligação com os países de língua portuguesa”, é uma oportunidade que nem Macau nem o bloco lusófono podem desperdiçar ou descurar.
O projecto de Pequim da Grande Baía pretende criar uma metrópole mundial que integra Hong Kong, Macau e nove cidades da província de Guangdong, numa região com cerca de 70 milhões de habitantes e com um Produto Interno Bruto (PIB) que ronda os 1,2 biliões de euros, semelhante ao PIB da Austrália, Indonésia e México, países que integram o G20.
O novo Governo de Macau, liderado por Ho Iat Seng, tomou ontem posse perante o Presidente da República Popular da China, Xi Jinping (ver GP e página 5).
Trata-se do quinto Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), que celebrou ontem o seu 20.º aniversário, depois de em 20 de Dezembro de 1999 o território ter voltado à tutela da China, após mais de 400 anos de administração portuguesa.

21 Dez 2019

Macau/20 anos | ADN da gastronomia portuguesa em mãos filipinas

[dropcap]O[/dropcap] ADN da gastronomia portuguesa em Macau passa muito hoje por mãos filipinas: é assim também no Clube Militar que promove a cozinha lusa no “restaurante da saudade”, descreve um dos responsáveis da instituição prestes a comemorar 150 anos.

O legado gastronómico português, hoje na mão de cozinheiros filipinos no antigo território administrado por Portugal, é de fácil constatação. Da península de Macau à ilha da Taipa, passando por Coloane, em direcção à praia de Hac Sa, o cenário repete-se nas inúmeras cozinhas de restaurantes portugueses de Macau, onde se continua a promover do caldo verde aos rojões, das francesinhas ao bacalhau, do cozido ao toucinho do céu.

O festival dedicado à gastronomia e vinhos de Portugal, promovido pelo Clube Militar e que assinala o 20.º aniversário da Região Administrativa Especial de Macau, consegue a proeza de ‘apurar’ uma nova realidade: a equipa de cozinha, inteiramente filipina, se calhar já sabe confeccionar melhor os pratos portugueses do que aqueles da sua terra de origem, sublinha um dos convidados, José Júlio Vintém.

O que o mais surpreende o ‘chef’ que veio do Alentejo é a saudade, em Macau. “Isto é um festival de gastronomia (…) que revela o Portugal actual e de antigamente, através dos sabores”, sustenta.

“É engraçado ver que nós chegamos, dizemos que queremos um polvo à lagareiro em português e eles, que não falam uma palavra de português, e mal o inglês, percebem perfeitamente e executam a receita muito bem”, precisa, para acrescentar o que é igualmente interessante verificar após a formação: “Quando voltamos [a Macau] e vamos provar, eles às vezes até melhoraram bastante em termos de confeção a receita”.

Outro ‘chef’, Óscar Geadas, realça que a autenticidade portuguesa em Macau fica em boas mãos. Afinal, “a equipa dos colaboradores é toda [feita] de filipinos que há 20 anos estão a trabalhar nesta cozinha e vestem a camisa da cozinha portuguesa”, acrescenta.

O irmão, António, outro dos ‘chefs’ que veio dar, neste caso, mais sabor transmontano ao festival, enfatiza: “o facto de serem filipinos [ou] chineses a fazerem a cozinha é claramente secundário, o que é importante é realmente o sentimento com que a fazem, e o sentimento é claramente português”, elogia.

Do Algarve veio Noélia Jerónimo, para cozinhar e também para dar formação, outro dos objectivos do festival. “Eles [os filipinos] já sabem os nossos sabores, eles já são quase tão portugueses como nós (…), eles pensam como nós”, destaca a ‘chef’.

Bons profissionais

A filipina Evelyn Gocotano já trabalha há qualquer coisa como 24 anos no Clube Militar. As primeiras iguarias portuguesas que a ‘chef’ confeccionou foi o pudim abade de priscos, toucinho do céu e sericaia. Gosta da cozinha portuguesa “porque é orgânica (…) e pouco processada”, porque só necessita de “um pouco de tempero”, de um pouco de sal e algumas ervas.

Hoje partilha a cozinha e a sua vivência da comida portuguesa com o filho, Rae, que também ‘tempera’ os elogios sobre a gastronomia lusa com um sublinhado ao uso e abuso de “ervas e ingredientes frescos”. O que gosta mais de cozinhar? “O que é mais fácil de fazer: gambas fritas em alho e ameijoas”, responde.

Outro ‘chef’ filipino, Dani Soriano, entre fáceis elogios à gastronomia portuguesa, faz questão em enumerar alguns dos pratos que gosta de preparar: o tradicional arroz de pato, todas as receitas de bacalhau e o inevitável cozido à portuguesa.

“O ‘mercado da saudade’, ou o ‘restaurante da saudade, o Clube Militar faz-nos sentir como em Portugal”, procura resumir o membro da direção Manuel Geraldes, numa referência também ao próprio festival.

“Serve também para promover Macau porque diversifica oferta gastronómica”, não sendo, por isso, um acaso que diariamente sirvam dezenas de chineses, japoneses e coreanos, exemplifica, garantindo que o restaurante da instituição já conquistou “o estatuto de [oferecer] a comida portuguesa mais genuína e mais avançada”.

Por outro lado, cumpre outra missão. “Serve também, e é muito importante para nós, como escola. É uma referência e não tem nenhum português a trabalhar na cozinha. São todos filipinos. Eles aprendem muitíssimo bem, são excelentes profissionais”, elogia, no dia em que se assinala o 20.º aniversário de Macau, enquanto Região Administrativa Especial da China, depois de mais de 400 anos sob administração portuguesa.

21 Dez 2019

Macau/20 anos | ADN da gastronomia portuguesa em mãos filipinas

[dropcap]O[/dropcap] ADN da gastronomia portuguesa em Macau passa muito hoje por mãos filipinas: é assim também no Clube Militar que promove a cozinha lusa no “restaurante da saudade”, descreve um dos responsáveis da instituição prestes a comemorar 150 anos.
O legado gastronómico português, hoje na mão de cozinheiros filipinos no antigo território administrado por Portugal, é de fácil constatação. Da península de Macau à ilha da Taipa, passando por Coloane, em direcção à praia de Hac Sa, o cenário repete-se nas inúmeras cozinhas de restaurantes portugueses de Macau, onde se continua a promover do caldo verde aos rojões, das francesinhas ao bacalhau, do cozido ao toucinho do céu.
O festival dedicado à gastronomia e vinhos de Portugal, promovido pelo Clube Militar e que assinala o 20.º aniversário da Região Administrativa Especial de Macau, consegue a proeza de ‘apurar’ uma nova realidade: a equipa de cozinha, inteiramente filipina, se calhar já sabe confeccionar melhor os pratos portugueses do que aqueles da sua terra de origem, sublinha um dos convidados, José Júlio Vintém.
O que o mais surpreende o ‘chef’ que veio do Alentejo é a saudade, em Macau. “Isto é um festival de gastronomia (…) que revela o Portugal actual e de antigamente, através dos sabores”, sustenta.
“É engraçado ver que nós chegamos, dizemos que queremos um polvo à lagareiro em português e eles, que não falam uma palavra de português, e mal o inglês, percebem perfeitamente e executam a receita muito bem”, precisa, para acrescentar o que é igualmente interessante verificar após a formação: “Quando voltamos [a Macau] e vamos provar, eles às vezes até melhoraram bastante em termos de confeção a receita”.
Outro ‘chef’, Óscar Geadas, realça que a autenticidade portuguesa em Macau fica em boas mãos. Afinal, “a equipa dos colaboradores é toda [feita] de filipinos que há 20 anos estão a trabalhar nesta cozinha e vestem a camisa da cozinha portuguesa”, acrescenta.
O irmão, António, outro dos ‘chefs’ que veio dar, neste caso, mais sabor transmontano ao festival, enfatiza: “o facto de serem filipinos [ou] chineses a fazerem a cozinha é claramente secundário, o que é importante é realmente o sentimento com que a fazem, e o sentimento é claramente português”, elogia.
Do Algarve veio Noélia Jerónimo, para cozinhar e também para dar formação, outro dos objectivos do festival. “Eles [os filipinos] já sabem os nossos sabores, eles já são quase tão portugueses como nós (…), eles pensam como nós”, destaca a ‘chef’.

Bons profissionais

A filipina Evelyn Gocotano já trabalha há qualquer coisa como 24 anos no Clube Militar. As primeiras iguarias portuguesas que a ‘chef’ confeccionou foi o pudim abade de priscos, toucinho do céu e sericaia. Gosta da cozinha portuguesa “porque é orgânica (…) e pouco processada”, porque só necessita de “um pouco de tempero”, de um pouco de sal e algumas ervas.
Hoje partilha a cozinha e a sua vivência da comida portuguesa com o filho, Rae, que também ‘tempera’ os elogios sobre a gastronomia lusa com um sublinhado ao uso e abuso de “ervas e ingredientes frescos”. O que gosta mais de cozinhar? “O que é mais fácil de fazer: gambas fritas em alho e ameijoas”, responde.
Outro ‘chef’ filipino, Dani Soriano, entre fáceis elogios à gastronomia portuguesa, faz questão em enumerar alguns dos pratos que gosta de preparar: o tradicional arroz de pato, todas as receitas de bacalhau e o inevitável cozido à portuguesa.
“O ‘mercado da saudade’, ou o ‘restaurante da saudade, o Clube Militar faz-nos sentir como em Portugal”, procura resumir o membro da direção Manuel Geraldes, numa referência também ao próprio festival.
“Serve também para promover Macau porque diversifica oferta gastronómica”, não sendo, por isso, um acaso que diariamente sirvam dezenas de chineses, japoneses e coreanos, exemplifica, garantindo que o restaurante da instituição já conquistou “o estatuto de [oferecer] a comida portuguesa mais genuína e mais avançada”.
Por outro lado, cumpre outra missão. “Serve também, e é muito importante para nós, como escola. É uma referência e não tem nenhum português a trabalhar na cozinha. São todos filipinos. Eles aprendem muitíssimo bem, são excelentes profissionais”, elogia, no dia em que se assinala o 20.º aniversário de Macau, enquanto Região Administrativa Especial da China, depois de mais de 400 anos sob administração portuguesa.

21 Dez 2019

Hengqin | Inaugurado novo posto fronteiriço

Um novo posto fronteiriço entre Macau e o continente chinês abriu ontem em Hengqin, visando agilizar a circulação de pessoas, quando se celebram vinte anos desde a transferência da administração para a China

 

[dropcap]O[/dropcap] novo posto e os terrenos adjacentes, com uma área conjunta de 16.000 metros quadrados, ficam sob a jurisdição de Macau, segundo o Conselho de Estado chinês.

A Zona Piloto de Comércio Livre de Hengqin, que pertence à cidade de Zhuhai, já estava ligada a Macau por um posto fronteiriço aberto 24 horas por dia e um túnel de acesso ao novo ‘campus’ da Universidade de Macau, mas cujo terreno foi arrendado por Zhuhai à região.

A nova infra-estrutura permite que o fluxo entre o continente e a região, e vice-versa, se reduza a um só controlo fronteiriço, face aos actuais dois – saída e entrada -, ligados por uma viagem de autocarro.

As instalações têm capacidade para atender mais de 220.000 pessoas por dia, revelou à agência Lusa o director do comité administrativo local, Yang Chuan.

O Governo central encarregou Hengqin, que fica ao lado do Cotai de Macau, onde estão concentrados a maior parte dos casinos da região, de desenvolver atracções turísticas complementares ao jogo.

A região conta já com o maior oceanário do mundo, o Chimelong Ocean Kingdom, que integra um complexo com mais de 130 hectares e inclui salas de espectáculo e hotéis de luxo. Assimilando uma herança arquitectónica de Macau, a localidade construiu também calçadas portuguesas e uma praça manuelina, desenvolvida pelo magnata local David Chow.

Metro e meio

O novo porto servirá também para uma “futura conexão” entre o Metro Ligeiro de Macau e a ligação ferroviária de alta velocidade Hengqin – Cantão, a capital da província de Guangdong, segundo Yang Chuan.

“Desde o início que as nossas orientações são promover a cooperação entre Guangdong, Hong Kong e Macau e, sobretudo, promover o desenvolvimento diversificado das indústrias de Macau”, apontou.

O objectivo é também facilitar a comuta para residentes de Macau que escolham viver em Hengqin, onde a habitação é mais barata do que em Macau. Vinte e seis autocarros partem já diariamente de Hengqin com destino ao centro de Macau.

21 Dez 2019

Hengqin | Inaugurado novo posto fronteiriço

Um novo posto fronteiriço entre Macau e o continente chinês abriu ontem em Hengqin, visando agilizar a circulação de pessoas, quando se celebram vinte anos desde a transferência da administração para a China

 
[dropcap]O[/dropcap] novo posto e os terrenos adjacentes, com uma área conjunta de 16.000 metros quadrados, ficam sob a jurisdição de Macau, segundo o Conselho de Estado chinês.
A Zona Piloto de Comércio Livre de Hengqin, que pertence à cidade de Zhuhai, já estava ligada a Macau por um posto fronteiriço aberto 24 horas por dia e um túnel de acesso ao novo ‘campus’ da Universidade de Macau, mas cujo terreno foi arrendado por Zhuhai à região.
A nova infra-estrutura permite que o fluxo entre o continente e a região, e vice-versa, se reduza a um só controlo fronteiriço, face aos actuais dois – saída e entrada -, ligados por uma viagem de autocarro.
As instalações têm capacidade para atender mais de 220.000 pessoas por dia, revelou à agência Lusa o director do comité administrativo local, Yang Chuan.
O Governo central encarregou Hengqin, que fica ao lado do Cotai de Macau, onde estão concentrados a maior parte dos casinos da região, de desenvolver atracções turísticas complementares ao jogo.
A região conta já com o maior oceanário do mundo, o Chimelong Ocean Kingdom, que integra um complexo com mais de 130 hectares e inclui salas de espectáculo e hotéis de luxo. Assimilando uma herança arquitectónica de Macau, a localidade construiu também calçadas portuguesas e uma praça manuelina, desenvolvida pelo magnata local David Chow.

Metro e meio

O novo porto servirá também para uma “futura conexão” entre o Metro Ligeiro de Macau e a ligação ferroviária de alta velocidade Hengqin – Cantão, a capital da província de Guangdong, segundo Yang Chuan.
“Desde o início que as nossas orientações são promover a cooperação entre Guangdong, Hong Kong e Macau e, sobretudo, promover o desenvolvimento diversificado das indústrias de Macau”, apontou.
O objectivo é também facilitar a comuta para residentes de Macau que escolham viver em Hengqin, onde a habitação é mais barata do que em Macau. Vinte e seis autocarros partem já diariamente de Hengqin com destino ao centro de Macau.

21 Dez 2019

TSI, após exame psiquiátrico, reduz pena a homem que matou o pai

[dropcap]N[/dropcap]o ano passado, um indivíduo foi condenado a 16 anos de prisão por ter assassinado o pai após uma acesa discussão. Depois do julgamento em primeira instância, a defesa decidiu que havia justificação para recorrer para o Tribunal de Segunda Instância (TSI).

O tribunal superior entendeu que o arguido deveria ser sujeito a peritagem psiquiátrica, um dos motivos para o processo voltar a ser avaliado. De acordo com o jornal Ou Mun, a pena acabou por ser reduzida de 16 para cinco anos e meia de cadeia.

O arguido, de apelido Wong, tem 28 anos de idade, é residente de Macau e encontrava-se desempregado à altura do homicídio. Quanto à vítima, pai do arguido, tinha 55 anos de idade, também natural do território e desempregado.

Ainda no ano de 1995, o pai de Wong havia sido diagnosticado com uma doença do foro mental no Centro Hospitalar Conde de São Januário. O tratamento a que foi submetido implicou a prescrição de fármacos, algo que terá aliviado consideravelmente os sintomas do paciente, apesar da doença crónica.

Apesar das dificuldades, pai e filho conviveram juntos por um ano antes do crime.
De acordo com a informação fornecida pela Polícia Judiciária, na madrugada de 3 de Abril de 2018, altercações e conflitos físicos num apartamento na Rua da Tribuna levaram ao homicídio. Na sequência da disputa, alegadamente originada por problemas familiares, o filho apertou o pescoço ao pai até este desmaiar e depois esfaqueou-o na zona do pescoço provocando uma enorme hemorragia. O agressor ligou para a PSP e pediu ajuda, o ferido foi levado para o hospital onde morreu após ter recebido os primeiros socorros.

Durante a audiência de julgamento, o psicólogo responsável pela avaliação do estado mental do arguido afirmou que Wong pode assumir as responsabilidades pelo que tinha feito, mas pertence a uma área de grau baixo, dado que, durante o assassinato, estava num estado de perturbação grave. O perito concluiu que mesmo que tivesse capacidade para saber que estava a cometer um erro, a capacidade analítica ficou bastante reduzida devido a alucinações que sofreu durante o episódio.

O juiz declarou durante a leitura de sentença que, devido à confirmação de que o arguido sofre de doença mental, a pena seria reduzida para um terço da anunciada anteriormente, ou seja, para um pena de prisão com cinco anos e seis meses.

21 Dez 2019

RAEM, 20 anos | Indicações de Xi Jinping recolhem ecos em Macau

[dropcap]O[/dropcap]s quatro pontos apresentados durante o discurso proferido pelo Presidente chinês Xi Jinping, por ocasião do segundo dia de celebrações do 20.º Aniversário do estabelecimento da RAEM, sobre a situação actual de Macau, recolheram ontem reacções de algumas figuras da região.

Questionado sobre as quatro “esperanças” suscitadas pelo Presidente Xi, o deputado Wu Chou Kit considerou, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau, que as palavras do Presidente são inspirações importantes para o futuro da região e que merecem de ser estudadas profundamente.

Já Angela Leong, deputada à Assembleia legislativa disse à mesma fonte, que considera que os tópicos são um encorajamento muito grande, no sentido em que indicam o futuro do desenvolvimento de Macau.

Pegando nas palavras de Xi Jinping, a deputada Ella Lei aponta que Macau precisa de melhorar a administração pública para continuar o desenvolvimento económico local e manter a harmonia social, esperando também que o novo Governo seja capaz de diversificar a economia e as fontes de rendimento da região.

Pansy Ho também reagiu. Em declarações à Rádio Macau, a directora executiva da Shun Tak Holdings disse apenas que espera que o novo Governo dê instruções claras para o sector.

21 Dez 2019

RAEM, 20 anos | Indicações de Xi Jinping recolhem ecos em Macau

[dropcap]O[/dropcap]s quatro pontos apresentados durante o discurso proferido pelo Presidente chinês Xi Jinping, por ocasião do segundo dia de celebrações do 20.º Aniversário do estabelecimento da RAEM, sobre a situação actual de Macau, recolheram ontem reacções de algumas figuras da região.
Questionado sobre as quatro “esperanças” suscitadas pelo Presidente Xi, o deputado Wu Chou Kit considerou, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau, que as palavras do Presidente são inspirações importantes para o futuro da região e que merecem de ser estudadas profundamente.
Já Angela Leong, deputada à Assembleia legislativa disse à mesma fonte, que considera que os tópicos são um encorajamento muito grande, no sentido em que indicam o futuro do desenvolvimento de Macau.
Pegando nas palavras de Xi Jinping, a deputada Ella Lei aponta que Macau precisa de melhorar a administração pública para continuar o desenvolvimento económico local e manter a harmonia social, esperando também que o novo Governo seja capaz de diversificar a economia e as fontes de rendimento da região.
Pansy Ho também reagiu. Em declarações à Rádio Macau, a directora executiva da Shun Tak Holdings disse apenas que espera que o novo Governo dê instruções claras para o sector.

21 Dez 2019

Governo liderado por Ho Iat Seng tomou posse perante Xi Jinping

[dropcap]O[/dropcap] novo Governo de Macau, liderado por Ho Iat Seng, tomou hoje posse perante o Presidente da República Popular da China, Xi Jinping.

Trata-se do quinto Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), que celebra hoje o seu 20.º aniversário, depois de em 20 de Dezembro DE 1999 o território ter voltado à tutela da China, após mais de 400 anos de administração portuguesa.

Depois de Ho Iat Seng prestar juramento perante Xi Jinping, pouco depois das 10:00, foi a vez da tomada de posse dos secretários que integram o novo Executivo.

Do Governo anterior, do chefe do Executivo que hoje terminou funções, Fernando Chui Sai On, continuam nas mesmas pastas, Wong Sio Chak, como secretário para a Segurança, e Raimundo Arrais do Rosário, como secretário para os Transportes e Obras Públicas.

Como secretário para a Administração e Justiça tomou posse André Cheong Weng Chon, que transita do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC), para secretário para a Economia e Finanças foi escolhido Lei Wai Nong, ex-vice-presidente do Instituto para os Assuntos Municipais (antigo Leal Senado), enquanto Ao Ieong U, que exercia as funções de diretora dos Serviços de Identificação, ocupa desde hoje o cargo de secretária para os Assuntos Sociais e Cultura.

Tomaram ainda posse o comissário contra a Corrupção, Chan Tsz King, o comissário da Auditoria, Ho Veng On, que se mantém nas funções, o diretor dos Serviços de Alfândega, Vong Man Chong, que era subdiretor destes serviços, e o procurador do Ministério Público, Ip Son Sang, que se mantém no cargo.

Na cerimónia da tomada de posse estiveram presentes os anteriores chefes do Governo a RAEM, Edmund Ho e Fernando Chui Sai On, que exerceram ambos dois mandatos no cargo, e a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam.

20 Dez 2019

Macau e o futuro

Por João Miguel Barros, advogado

 

[dropcap]1.[/dropcap] 20 anos depois da transição não é necessário ser-se profeta para se perceber que estamos a meio do caminho para a integração efectiva de Macau na China. Aliás, o projecto da Grande Baía é, em si mesmo, um pretexto excelente de atenuação de diferenças a justificar que, cumpridos os 50 anos de período de transição, se entre na fase da tranquilidade institucional e política.

“Amar Macau, amar a Pátria” é um slogan válido em 2019, como o será em 2049. Mas é um slogan com variantes equivalentes: ”Amar Guangdong, amar a Pátria”. Ou “Amar Hubei, amar a Pátria”, ou “Amar Fujian, amar a Pátria”. E assim sucessivamente para as 22 províncias chinesas e as 5 regiões autónomas.

 

2. Não é preciso ser-se profeta para se perceber que a partir de 2049 Macau deixará de ser uma região administrativa autónoma e será, quanto muito, uma região autónoma. Livre de compromissos assumidos pelo tratado assinado com Portugal, a China não deixará de cumprir em pleno o seu desígnio de unificação de todas as “unidades” chinesas. Sobrará, talvez, Taiwan, mas essas são contas que não cabem nesta breve e simplificada reflexão.

“Um país, dois sistemas” é a fórmula mágica que tem servido para tudo.
Serviu inteligentemente para a abertura económica da China nos idos anos 70 do século passado. Serviu depois para dar o mote às negociações sobre a transição política de Macau e Hong Kong. Serve actualmente para mostrar a boa fé chinesa em relação ao futuro das duas cidades. E servirá para alimentar a alma dos cegos!

Dúvidas não há sobre o sentido de “Um país”. Mas o sistema de pesos e contrapesos em relação aos “dois sistemas” é de medida variável, e é ajustável às conjunturas económicas e políticas do momento.
Esse sentido único de integração plena é natural, inquestionável e legítimo.

3. Os regimes autocráticos, geridos por partido único, exercem o poder de forma efectiva a partir das decisões políticas e judiciais, tendo como pressuposto garantir três princípios fundamentais: ordem, autoridade e hierarquia.

Quem olhar com cuidado para a evolução do discurso político e para a praxis político/administrativa de Macau verá que o sentido é o de aproximação aos valores tradicionais de Pequim. Aliás, por alguma razão o homem forte da governação tem sido, pelo menos até agora, o Secretário da Segurança, que até decide, sem escrutínio nem justificação pública, quem entra, ou não, em Macau. E é da sua área que tem saído o grosso dos diplomas legislativos que garantem a ordem e o controlo da sociedade, restabelecendo o caos social e a criminalidade que existia nos últimos anos da governação portuguesa (qualificação feita pelo Secretário da Segurança em entrevista recente).

Por outro lado, quem estudar com cuidado e detalhe a jurisprudência dos tribunais de Macau perceberá que há um núcleo duro de decisões que nunca contraria o sistema, e o sustenta. Aliás, se dúvidas houvesse sobre essa praxis bastaria ler a entrevista ao Presidente no Tribunal de Última Instância publicada no Diário do Povo (citado em Hoje Macau, de 16.12.2019) quando afirma que “a função dos tribunais é manter a estabilidade social”. Note-se que não é aplicar a lei, mesmo que ela contrarie a “ordem, ou a autoridade, ou a hierarquia”! O que importa, vinque-se, é “manter a estabilidade social”, fazendo a necessária interpretação da lei que garanta os princípios de funcionamento do sistema.

As declarações do Presidente do Tribunal de Última Instância são perigosas e incompatíveis com os princípios de total independência do sistema judicial, tal como os configuramos à luz da matriz portuguesa adoptada. Mas nós estamos em Macau, num processo paulatino de absorção dos valores e princípios da China e, portanto, sobre essa matéria, só tem ilusões quem não quiser ver!
Mais uma vez, e sem pinga de ironia: tudo isto é normal e legítimo, até necessário, na lógica do processo de integração plena na mãe pátria chinesa.

4. Nós portugueses (quer na seja na variante de expatriados, quer seja na variante macaense, dos nascidos na terra) não temos de esperar privilégios no futuro que Macau está a construir. Provavelmente não se percebe, até, porque é que eles teriam de existir.

As regras são cada vez mais claras e os sinais evidente. Sim, acreditar no futuro, só que ele não será construído no respeito efectivo pelas diferenças das comunidades, nem no respeito pelo passado português.

E a famosa “identidade de Macau” é um conceito que tenderá a esbater-se com o tempo até passar a uma ideia a ser incluída, quanto muito, apenas nos manuais de História.

A Comunidade Macaense está em declínio acentuado e tenderá a perder o sentimento de pertença a uma terra que já não reconhece como sendo a sua. E em 2049 as novas gerações de macaenses terão laços efectivos e emocionais a outras realidades socioculturais, perdendo os seus traços identitários.

A língua portuguesa será, por sua vez, uma espécie em vias de extinção e um ornamento na toponímia de Macau.
Olhemos, mais uma vez, a realidade dos tribunais (em 2019) e as afirmações do Presidente do TSI, segundo a mesma notícia de jornal: “Sam Hou Fai tem tido como prioridade o domínio da língua chinesa nas decisões dos tribunais. Na entrevista, elogiou os resultados alcançados. Segundo o juiz, desde 1999 os tribunais têm feito o esforço para que o chinês seja a língua oficial da justiça e que por isso mais de 70 por cento das decisões são nessa língua”.

Não vai ser preciso esperar muito para que essa percentagem aumente significativamente: basta saírem do sistema os juízes portugueses. São eles que, provavelmente, ainda garantem os 30% de decisões em língua portuguesa. Isto porque mesmo mantendo-se em actividade advogados portugueses não falantes da língua chinesa, esses já quase nada contam para a ponderação da utilização da língua portuguesa nos tribunais!

5. A especificidade do sistema jurídico de Macau não está garantida para o futuro, por mais juras que se façam e artigos da Lei Básica que se invoquem.

A Grande Baia tenderá a uniformizar procedimentos, mesmo judiciários. E Macau, como bom aluno que é e sempre será, é o parceiro ideal para provar que essa integração é possível. Basicamente por uma razão: porque a matriz do direito existente é a continental, assente na codificação das leis, a mesma da China, e muito diferente da estrutura legal de Hong Kong, assente no precedente judiciário.

É evidente e inquestionável que existe uma diferença enorme entre a praxis judiciária de Macau e a da China. E isso acontece porque a cultura das profissões judiciárias é (ainda) estruturalmente diferente. Mas o tempo irá fazendo o seu caminho e os extremos tenderão a aproximar-se. E o pragmatismo chinês conseguirá encontrar, com segurança, um ponto de equilíbrio nesse processo de absorção do sistema judiciário de Macau pelo sistema dominante na Grande Baía.

6. Tudo somado, não é preciso ser-se profeta, e muito menos da desgraça, para se perceber que o caminho está traçado há muito e que a sua execução se mede por uma unidade tempo que não é igual à dos ocidentais. É uma inevitabilidade. Talvez uma virtude. Mas seguramente um caminho normal e positivo para a China que conseguirá alcançar, depois de cumprido com o rigor possível o processo de transição, o legítimo desígnio de “Um país, um sistema”.

20 Dez 2019

Pequim opõe-se ao “abuso” pelos EUA de medidas de controle de exportação

[dropcap]“A[/dropcap] China opõe-se ao abuso pelos Estados Unidos do conceito de segurança nacional e controle de exportação para interferir e restringir as trocas e cooperação normais entre as empresas”, disse na quarta-feira um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

O governo dos EUA está a finalizar um conjunto de regras restritivas para limitar as exportações de tecnologia sofisticada para a China. O Departamento de Comércio norte-americano estará a dar os últimos retoques nas cinco regras que cobrem produtos como computação quântica e impressão 3D.

“A China pede aos EUA que façam mais para promover a confiança mútua e a cooperação entre os dois países, não o contrário”, disse o porta-voz Geng Shuang. Geng disse que os Estados Unidos são muito presunçosos em acreditar que as suas restrições nas exportações de tecnologia emergente para a China possam prevenir a inovação tecnológica no país.

“As restrições, interferência, sabotagem e bloqueios dos EUA não afectarão a China”, disse Geng, acrescentando que esses retrocessos temporários apenas “inspirarão a inteligência do povo chinês e promoverão sua moral. Estamos confiantes no progresso tecnológico e desenvolvimento da China”, concluiu.

EUA ainda isentos

Entretanto, a China divulgou nesta quinta-feira outra lista de produtos dos Estados Unidos que serão isentos da primeira ronda de tarifas adicionais sobre os produtos americanos. Trata-se do segundo conjunto de bens dos Estados Unidos que será excluído da primeira ronda de contramedidas tarifárias da China contra as medidas da Seção 301 dos Estados Unidos, disse a Comissão de Tarifas Alfandegárias do Conselho de Estado num comunicado.

A lista de isenção terá validade entre 26 de Dezembro de 2019 e 25 de Dezembro de 2020. As tarifas que já foram arrecadadas não serão reembolsadas, explicou o comunicado. O restante dos produtos americanos sujeitos à primeira ronda de tarifas adicionais da China não será excluído até o momento.

Posteriormente, a comissão continuará a trabalhar no processo de isenção e divulgará as listas de isenção dos bens dos Estados Unidos sujeitos à segunda ronda de tarifas adicionais no devido tempo.

20 Dez 2019

Banco central | Limite diário de remessas para o continente aumenta

O banco central chinês anunciou ontem que vai aumentar o valor máximo da remessa diária por parte de residentes de Macau, para contas pessoais na China, de 50.000 yuan para 80.000 yuan. A Autoridade Monetária de Macau saudou a medida

 

[dropcap]É[/dropcap] oficial. O valor máximo das remessas diárias que um residente de Macau pode transferir para contas pessoais no Interior da China aumentou de 50 mil yuan para 80 mil yuan. Em comunicado, o Banco do Povo Chinês disse que a medida visa “atender melhor à necessidade dos residentes de Macau de ter liquidez em yuan ” e “tornar mais conveniente o comércio e outras trocas entre o continente e Macau”.

Na mesma nota, o banco central assegurou que vai continuar a apoiar a economia, comércio e o investimento em Macau denominados em yuan.

O aumento do tecto diário para a transferência de capital aplica-se apenas num sentido, de Macau para o continente chinês. No sentido inverso, a China impõe um limite anual de transferências para o exterior equivalente a 50.000 dólares.

O levantamento de dinheiro no estrangeiro por parte de titulares de cartões bancários emitidos na China está também limitado a 100 mil yuan por pessoa e por ano, independentemente do número de cartões e de contas.

Reacções esperadas

A Autoridade Monetária de Macau (AMCM) saudou as medidas anunciadas pelo banco central chinês. Em comunicado, a AMCM “entende que as mesmas podem apoiar o desenvolvimento das operações em yuan em Macau”.

Por outro lado, destacou que ficam criadas “condições sólidas e necessárias que permitem o estabelecimento da conexão e articulação entre os mercados financeiros localizados na Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”.

Também no mercado bolsista a medida foi recebida de forma positiva, em especial pelos investidores nas acções das operadoras de resorts integrados. Por exemplo, a cotação das acções da Las Vegas Sands valorizaram 1,11 por cento, quanto a Wynn Resorts registou uma subida de quase 4 por cento. Os investidores com acções da Melco Resorts no portfolio tiveram também um bom dia com as acções do grupo a valorizarem 3,79 por cento.

Em 2018, o comércio entre o continente e Macau atingiu 3,16 mil milhões de dólares, quatro vezes mais do que em 1999, o ano da transição, segundo dados do ministério chinês do Comércio. Os investimentos no continente oriundos de Macau atingiram os 1,28 mil milhões de dólares, no ano passado.

20 Dez 2019

Banco central | Limite diário de remessas para o continente aumenta

O banco central chinês anunciou ontem que vai aumentar o valor máximo da remessa diária por parte de residentes de Macau, para contas pessoais na China, de 50.000 yuan para 80.000 yuan. A Autoridade Monetária de Macau saudou a medida

 
[dropcap]É[/dropcap] oficial. O valor máximo das remessas diárias que um residente de Macau pode transferir para contas pessoais no Interior da China aumentou de 50 mil yuan para 80 mil yuan. Em comunicado, o Banco do Povo Chinês disse que a medida visa “atender melhor à necessidade dos residentes de Macau de ter liquidez em yuan ” e “tornar mais conveniente o comércio e outras trocas entre o continente e Macau”.
Na mesma nota, o banco central assegurou que vai continuar a apoiar a economia, comércio e o investimento em Macau denominados em yuan.
O aumento do tecto diário para a transferência de capital aplica-se apenas num sentido, de Macau para o continente chinês. No sentido inverso, a China impõe um limite anual de transferências para o exterior equivalente a 50.000 dólares.
O levantamento de dinheiro no estrangeiro por parte de titulares de cartões bancários emitidos na China está também limitado a 100 mil yuan por pessoa e por ano, independentemente do número de cartões e de contas.

Reacções esperadas

A Autoridade Monetária de Macau (AMCM) saudou as medidas anunciadas pelo banco central chinês. Em comunicado, a AMCM “entende que as mesmas podem apoiar o desenvolvimento das operações em yuan em Macau”.
Por outro lado, destacou que ficam criadas “condições sólidas e necessárias que permitem o estabelecimento da conexão e articulação entre os mercados financeiros localizados na Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”.
Também no mercado bolsista a medida foi recebida de forma positiva, em especial pelos investidores nas acções das operadoras de resorts integrados. Por exemplo, a cotação das acções da Las Vegas Sands valorizaram 1,11 por cento, quanto a Wynn Resorts registou uma subida de quase 4 por cento. Os investidores com acções da Melco Resorts no portfolio tiveram também um bom dia com as acções do grupo a valorizarem 3,79 por cento.
Em 2018, o comércio entre o continente e Macau atingiu 3,16 mil milhões de dólares, quatro vezes mais do que em 1999, o ano da transição, segundo dados do ministério chinês do Comércio. Os investimentos no continente oriundos de Macau atingiram os 1,28 mil milhões de dólares, no ano passado.

20 Dez 2019