Imperador Akihito abdica e deseja “paz e felicidade” para o Japão e o mundo

[dropcap]O[/dropcap] imperador Akihito anunciou hoje a sua abdicação, agradeceu ao povo japonês e desejou que a era do seu filho, que na quarta-feira lhe sucede, traga “paz e felicidade” ao Japão e ao mundo.

Akihito encerrou hoje as cerimónias de abdicação, após 30 anos de reinado no trono de Crisântemo, que será ocupado agora pelo seu filho mais velho, o príncipe herdeiro Naruhito.

Esta foi a primeira abdicação do trono de Crisântemo no Japão em mais de dois séculos. O imperador Akihito disse hoje que se sente “com sorte” por ter cumprido as suas funções “com um profundo sentimento de confiança e respeito para o povo”, nas suas últimas palavras pronunciadas durante a cerimónia de abdicação.

“Hoje concluo os meus deveres como imperador”, declarou o imperador do Japão no início de seu breve discurso durante a cerimónia, realizada no Palácio Imperial, em Tóquio, diante de 294 participantes, incluindo representantes da família real e dos três ramos do Governo japonês.

Depois de agradecer as palavras do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, que o precedeu na cerimónia, também agradeceu ao povo japonês “por apoiá-lo e aceitá-lo em seu papel de símbolo do Estado”.

Akihito, de 85 anos, dirigiu-se ao público na cerimónia de abdicação, que durou pouco mais de dez minutos e foi realizada no Salão Pino, a maior sala do Palácio Imperial de Tóquio.

Antes dos discursos, os camareiros imperiais apresentaram dois dos três tesouros sagrados que Akihito guardou durante as suas três décadas no trono e que simbolizam o poder do cargo, além dos selos imperiais usados para assinar os documentos oficiais.

O acto terminou com Akihito a abandonar o salão, acompanhado pelos camareiros que carregavam os baús com os tesouros sagrados, seguido pela imperatriz Michiko e os demais membros adultos da família imperial.

De acordo com o protocolo imperial japonês, o imperador Akihito continuará no cargo até à meia-noite de hoje e a proclamação de seu filho mais velho e príncipe herdeiro Naruhito terá lugar na quarta-feira.

Akihito anunciou em Agosto de 2016 que a sua idade e problemas de saúde o impediam de cumprir plenamente os seus deveres como imperador. Após esse anúncio na televisão, aconteceram uma série de decisões políticas para a sua abdicação, possibilidade que não estava contemplada no quadro legal então em vigor, até que uma lei específica foi aprovada nesse sentido.

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, anunciou hoje formalmente a abdicação do imperador Akihito e sublinhou a era de paz que o país tem experimentado nestas três décadas.
Shinzo Abe falou em nome do povo japonês no ato de abdicação de Akihito.

“O imperador, de acordo com a lei imperial especial, abdica hoje”, disse Abe na cerimónia. Na sua mensagem, o primeiro-ministro sublinhou ainda que Akihito “sempre quis a paz da nação e a felicidade do povo japonês”.

O chefe do Governo japonês lembrou o papel desempenhado pelo imperador Akihito e pela imperatriz Michiko para consolar os japoneses pelos desastres naturais que o país sofreu nos últimos trinta anos.

O príncipe herdeiro Naruhito subirá ao trono de crisântemo na quarta-feira e, numa cerimónia separada, herdará o privilégio imperial da espada e da joia, bem como os selos imperiais como prova da sua sucessão como o 126.º imperador do Japão.

30 Abr 2019

Ausência de Bloco e PAN “é um sinal da liberdade que existe em Portugal”, diz Marcelo

Por Inês Escobar de Lima, enviada da agência Lusa

 

[dropcap]O[/dropcap] Presidente da República considerou ontem que a ausência de Bloco de Esquerda e PAN na sua visita de Estado à República Popular da China “é um sinal da liberdade que existe em Portugal”.

Em resposta à comunicação social, num hotel de Xangai, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que “não é a primeira vez que isso acontece” e defendeu que “assim deve ser, a escolha deve ser livre”.

Interrogado se não ficaria mais confortável se na China estivesse acompanhado por todos os partidos com representação parlamentar, respondeu: “Não, eu fico confortável com aqueles que vêm. Sabem, o povo português diz uma coisa: dança quem está na roda”.

“Portanto, quem quer estar na roda, está na roda. Quem está na roda, dança. Quem não quer estar na roda, não dança daquela vez, dança da próxima”, completou.

Bloco de Esquerda e PAN não quiseram integrar a delegação parlamentar que acompanha esta visita de Estado, opção que justificaram com a situação dos direitos humanos e das liberdades na China.

Num período de declarações aos jornalistas, acabado de chegar a Xangai, vindo de Pequim, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado sobre a ausência desses dois partidos, se a considera um embaraço ou um sinal.

“É um sinal da liberdade que existe em Portugal. Já não é a primeira vez que isso acontece”, retorquiu, acrescentando que houve outras visitas que esses partidos não integraram, “às vezes até por razões meramente de impossibilidade prática”

“Mas, tem sucedido que não tenham vindo por considerarem que não faz sentido integrarem a delegação, por uma escolha livre. E assim deve ser, a escolha deve ser livre. Não se impõe a nenhum partido a integração da delegação nestas visitas de Estado”, defendeu.

O Bloco de Esquerda não quis participar na visita de Estado do Presidente da República à China, devido às “restrições à liberdade e violação dos direitos humanos” neste país, justificou fonte oficial do partido, em resposta à agência Lusa.

O PAN comunicou que o seu único deputado, André Silva, também não iria integrar a comitiva, “em coerência com as posições críticas” que tem assumido “em relação ao regime autoritário chinês, de partido único, onde são constantes as restrições à liberdade e a violação dos direitos humanos, num país onde não existe liberdade de imprensa”.

Numa nota enviada à Lusa, o PAN invocou também a “invasão e a violenta ocupação do Tibete pela China, marcada pela repressão, prisão, desaparecimentos, tortura e assassinatos infligidos ao povo tibetano”.

Acompanham o Presidente da República na sua visita de Estado à China os deputados Adão Silva, do PSD, Filipe Neto Brandão, do PS, Telmo Correia, do CDS-PP, o líder parlamentar do PCP, João Oliveira, e Heloísa Apolónia, do Partido Ecologista “Os Verdes”.

Pela parte do Governo, integram a sua comitiva oficial os ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, e o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias.

Marcelo Rebelo de Sousa chegou a Pequim na sexta-feira, para participar na segunda edição do fórum “Faixa e Rota”, iniciativa chinesa de investimento em infra-estruturas, e ontem iniciou uma visita de Estado à China, que termina esta quarta-feira, em Macau.

30 Abr 2019

Líderes chineses querem “dar mais força” ao Fórum Macau, diz Marcelo

Por João Pimenta, da agência Lusa

 

[dropcap]O[/dropcap] Presidente português disse hoje que a China quer fortalecer o Fórum Macau e admitiu participar nas celebrações dos 20 anos da transição da administração do território para a China, em Dezembro deste ano.

“Há o objectivo de dar mais força ao Fórum Macau: isso foi muito sentido em todos os encontros, nomeadamente no encontro com a delegação liderada pelo Presidente [chinês], Xi Jinping”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado português reuniu-se hoje com Xi e o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, no arranque de uma visita de Estado de quatro dias, que inclui ainda passagens por Xangai e Macau.

A visita do Presidente da República ocorre no mesmo ano em que se celebra o 20.º aniversário da transição da administração de Macau de Portugal para a China. Xi Jinping deve participar das comemorações, que se realizam em Dezembro.

“Há uma grande vontade de Portugal estar também presente”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, não negando a possibilidade de voltar ao território por essa ocasião. “Veremos. Também poderá ser o primeiro-ministro, por exemplo”, ressalvou.

Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou ainda a vontade de Pequim em apostar na Comunidade de Países de Língua Portuguesa.

“A aposta na CPLP e a aposta conjunta na CPLP: uma via pode e deve ser o fórum Macau, mas todas as vias são boas para apostar na CPLP”, disse.

30 Abr 2019

Marcelo Rebelo de Sousa aplaude “subida de nível” nas relações bilaterais

Marcelo Rebelo de Sousa encontrou-se com Xi Jinping no Grande Palácio do Povo, em Pequim. O Presidente português elogiou a aproximação cada vez mais profícua entre as duas nações com um histórico de amizade de vários séculos

 

[dropcap]O[/dropcap] Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, saudou ontem perante o seu homólogo chinês, Xi Jinping, a “subida de nível” nas relações políticas bilaterais, considerando que existe igualmente “uma aproximação de pontos de vista no plano multilateral”.

“Estamos a conseguir converter uma relação de séculos de amizade, de conhecimento e de colaboração entre a China e Portugal numa realidade viva virada para o futuro”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa, no início de um encontro com o Presidente chinês, no Grande Palácio do Povo, em Pequim, alargado às respectivas delegações.

O chefe de Estado português, que começou ontem uma visita de Estado à República Popular da China, salientou a “subida de nível de cooperação”, com a passagem da “parceria estratégica” estabelecida em 2005 para um “diálogo estratégico” entre os dois países.

Esta “subida de nível” no plano das relações políticas bilaterais foi formalizada logo após o encontro entre Marcelo Rebelo de Sousa e Xi Jinping, através de “um memorando de entendimento para o estabelecimento de um diálogo estratégico”, assinado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, e chinês, Wang Yi.

Com este instrumento, Portugal e a China acordam em proceder a consultas políticas regulares sobre temas bilaterais e de política internacional e em aumentar os contactos entre as autoridades governativas, com visitas mútuas, uma vez por ano, ora na China, ora em Portugal, ao nível dos ministros Negócios Estrangeiros.

“Ao mesmo tempo, afirmamos pontos de vista, preocupados com a situação internacional, com uma perspectiva multilateral defensora dos direitos internacionais e universais, defensora das organizações internacionais, aberta à construção da paz, da segurança e do diálogo. Preocupada com a liberdade de comércio”, acrescentou o Presidente português.

Olhar em frente

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “assim, soma-se à preocupação e ao aprofundamento bilateral uma troca de pontos de vista e uma aproximação de pontos de vista no plano multilateral e universal”.

No plano bilateral, referiu que existe “também um aumento e aprofundamento quanto à importância das relações económicas, financeiras, culturais e sociais entre os dois países”.

O Presidente português falava perante a comunicação social, que assistiu às suas declarações iniciais neste encontro, antecedido de uma cerimónia de receção com honras militares, na Praça Tiananmen, em frente ao Grande Palácio do Povo, em que se ouviram os hinos dos dois países.

“Ao celebrarmos 40 anos de relações diplomáticas e 20 anos da transferência da administração em Macau, estamos a olhar para o futuro, nas relações bilaterais e no plano multilateral”, resumiu, sentado em frente a Xi Jinping.

A seguir a este encontro, o Presidente chinês ofereceu um banquete oficial em honra do chefe de Estado português, que à noite viajou de Pequim para Xangai.

Marcelo Rebelo de Sousa chegou à China na sexta-feira, para participar na segunda edição do fórum “Faixa e Rota”, iniciativa chinesa de investimento em infraestruturas da Ásia à Europa, em que interveio, no sábado.

Inês Escobar de Lima
LUSA

30 Abr 2019

Função Pública | Apenas 60 por cento dos candidatos a exame comparecerem

[dropcap]D[/dropcap]os 6444 candidatos que se inscreveram no concurso de avaliação de competências integradas referente a habilitações académicas de bacharelato dos Serviços de Administração e Função Pública, apenas 3800 compareceram para realizar a prova, o que indica uma taxa de participação de 60 por cento.

De acordo com o jornal Ou Mun, houve candidatos que se queixaram da falta de tempo para realizar o exame de admissão e sugeriram que o Governo reveja os regulamentos nesta matéria. No exame em causa os candidatos tiveram uma hora e meia para responder a 60 questões.

30 Abr 2019

Taxa de desemprego com nível igual a 2018 no primeiro trimestre

[dropcap]D[/dropcap]ados oficiais da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelam que a taxa de desemprego, entre Janeiro e Março deste ano, apresentou valores semelhantes a igual período de 2018. Isto significa que a taxa de desemprego se mantém nos 1,7 por cento, enquanto que a taxa de desemprego dos residentes está nos 2,3 por cento. Já a taxa de subemprego, que se situa nos 0,4 por cento, desceu um ponto percentual.

Estes números mostram que Macau mantém uma situação de pleno emprego, o que significa que todos os que estão autorizados a trabalhar conseguiram preencher as vagas livres em pouco tempo.

No primeiro trimestre de 2019, o número total de empregados diminuiu em 900 pessoas, além de que o número de residentes empregados desceu em 1.800 pessoas. Em termos de ramos de actividade económica, o número de empregados das actividades imobiliárias e serviços prestados às empresas foi de 33.800 e o de empregados dos hotéis e similares atingiu 31.400, ou seja, mais 1.000 e 1.300 pessoas, respectivamente, face ao quarto trimestre de 2018. Em contrapartida, o número de empregados do comércio a retalho correspondeu a 31.400, menos 2.100 pessoas.

No período em análise, a população activa totalizou 393.600 pessoas e a taxa de actividade foi de 70,4 por cento. Salienta-se que a população empregada se fixou em 387.100 pessoas e que o número de residentes empregados atingiu 282.000 pessoas, ou seja, menos 1.000 e 1.600, respectivamente, em comparação com o período precedente. O número de desempregados foi de 6.500 pessoas, menos 200, face ao período transacto.

Residentes na mesma

A mediana de rendimento mensal situou-se nas 17 mil patacas no primeiro trimestre, o que mostra que os trabalhadores estão a ganhar mais mil patacas, de acordo com os dados revelados pela DSEC.

As estatísticas mostram também que “as medianas do rendimento mensal do emprego da população empregada nas lotarias, outros jogos de aposta e actividade de promoção de jogos, bem como na construção foram de 20.000 e 17.000 Patacas, respectivamente”. Por outro lado, a mediana do rendimento mensal dos residentes não sofreu alterações. “A mediana do rendimento mensal dos residentes empregados cifrou-se em 20.000 patacas, sendo idêntica à do trimestre passado”, explica a DSEC.

O número de desempregados à procura do primeiro emprego representou 8,5 por cento do total da população desempregada, tendo aumentado 1,9 pontos percentuais”.

30 Abr 2019

Apoios sociais | Wynn adere a regime de previdência central não obrigatório

[dropcap]A[/dropcap] concessionária de jogo Wynn vai aderir ao regime de previdência central não obrigatório. De acordo com um comunicado emitido pela empresa, o novo programa de contas individuais estará disponível a partir do dia 1 de Julho para novos funcionários da Wynn Macau, Wynn Palace e Wynn Design and Development (WDD) Asia.

No que diz respeito aos actuais trabalhadores, que já possuem um outro sistema de segurança social, “podem ter como opção mudar para o novo programa ou manterem-se no programa já criado, que pode funcionar em paralelo”.

A Wynn já havia estabelecido um fundo de previdência em 2006, data em que o primeiro resort da concessionária abriu no território, como “uma forma efectiva de apoiar os seus funcionários a pouparem para o futuro”.

A concessionária defende que o novo programa de contas individuais abrangido pelo regime de previdência central não obrigatório “vai reforçar a protecção social dos residentes de Macau com uma idade avançada e complementar ao já existente sistema de segurança social”.

Para que os funcionários compreendam o novo programa, a Wynn vai organizar sessões de esclarecimento durante três meses. O regime de previdência central não obrigatório entrou em vigor em 2017 e destina-se a empresas privadas que queiram disponibilizar fundos de reforma aos seus funcionários.

30 Abr 2019

Estação Elevatória | Autorizadas obras no Porto Interior para travar cheias

[dropcap]U[/dropcap]m despacho assinado pelo Chefe do Executivo e publicado ontem em Boletim Oficial (BO) autoriza a realização das “obras de construção de Box Culvert da Estação Elevatória de Águas Pluviais do Norte do Porto Interior” por parte do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM).

De acordo com o despacho, o IAM pode realizar as obras nas Rua de Miguel Aires, Rua Nova do Comércio, Rua do Bispo Enes e Rua do Visconde Paço de Arcos entre as 8 horas e as 22 horas, nos domingos e feriados, no prazo de 30 dias, contados desde ontem.

As obras podem também ser feitas entre as 20 horas e as 22 horas, nos restantes dias da semana, no prazo de 30 dias. A obra, anunciada no início deste ano, tinha arranque previsto para o primeiro trimestre do ano e está orçamentada em 90 milhões de patacas.

30 Abr 2019

Ilha Verde | 80 por cento de portas corta-fogo substituídas

[dropcap]E[/dropcap]stá concluída a substituição de cerca de 80 por cento das portas corta-fogo do auto-silo do Edifício do Bairro da Ilha Verde. A informação foi adiantada ontem pelo delegado do Gabinete para o Desenvolvimento de Infraestruturas, Lam Wai Hou, numa visita do secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário.

O membro do Governo fez a visita acompanhado pelos deputados da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas da Assembleia Legislativa à obra na Ilha Verde. Lam Wai Hou adiantou ainda que os trabalhos de substituição das 100 portas corta-fogo vai terminar no mês de Junho.

30 Abr 2019

Relações luso-chinesas sobem de patamar político com contactos anuais

[dropcap]P[/dropcap]ortugal e a China formalizam hoje, através de um memorando de entendimento, um novo patamar nas relações bilaterais, que passam da parceria estabelecida em 2005 para um “diálogo estratégico”, com contactos anuais.

O “memorando de entendimento sobre diálogo estratégico entre Portugal e a República Popular da China” vai ser formalizado hoje no Grande Palácio do Povo, em Pequim, onde o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, será recebido pelo seu homólogo chinês, Xi Jinping, confirmou à Lusa fonte diplomática.

Com este memorando, os dois países acordam em proceder a consultas políticas regulares sobre temas bilaterais e de política internacional e em aumentar os contactos entre as autoridades governativas, com visitas mútuas, uma vez ao ano, ora na China, ora em Portugal, ao nível dos ministros Negócios Estrangeiros.

O relacionamento de Portugal com a China passa da actual “parceria estratégica” assinada em 2005 para o patamar da França, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos da América, referiu a mesma fonte diplomática.

À chegada à China, na sexta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa fez alusão a este novo patamar político nas relações luso-chinesas, referindo que estava em curso “um salto qualitativo em termos bilaterais” e que Portugal passaria para o mesmo “nível de potências mundiais ou de países de grande afirmação europeia”.

“É o salto qualitativo que é dado durante esta visita, passando de um memorando, que já é do ponto de vista de parceria estratégica muito importante, agora no plano bilateral para mais do que isso”, afirmou.

Em declarações feitas na Grande Muralha, ao norte de Pequim, o chefe de Estado acrescentou que Portugal passava assim a ter com a China “um relacionamento político ao nível de países como a França, como o Reino Unido, como os Estados Unidos da América”.

Já quando recebeu Xi Jinping em Lisboa, no início de Dezembro do ano passado, o Presidente português tinha falado na vontade de “continuar a construir” a parceria entre Portugal e a China “com diálogo político regular e contínuo”.

Na actual legislatura, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, teve uma curta reunião com o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, durante uma escala na Base das Lajes, nos Açores, em Setembro de 2016, e no mês seguinte o primeiro-ministro português, António Costa, visitou a China.

Em Julho de 2017, o então presidente do comité permanente da Assembleia Popular Nacional da República Popular da China, Zhang Dejiang, esteve em Lisboa, onde os dois parlamentos assinaram um memorando de entendimento.

Em 2018, houve visitas recíprocas dos ministros dos Negócios Estrangeiros, em Maio e Outubro, do presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, à China, em Novembro, e do Presidente chinês, Xi Jinping, a Portugal, em Dezembro.

Agora, Marcelo Rebelo de Sousa retribui essa deslocação, iniciando hoje uma visita de Estado de três dias à República Popular da China, dividida entre Pequim, Xangai e a RAEM, após participar na segunda fórum “Rota e Faixa”, na capital chinesa.

29 Abr 2019

Marcelo ouve lama budista em Pequim explicar importância do patriotismo

Por João Pimenta, da agência Lusa 

 

[dropcap]O[/dropcap] Presidente português ouviu hoje o responsável máximo pelo maior templo de budismo tibetano em Pequim a defender a importância de conciliar a religião com o patriotismo, pondo os interesses do Estado acima de tudo.

“Em primeiro lugar, temos de ser patriotas e defender os interesses do Estado e do país. Só assim poderemos ser bons budistas”, explicou Hu Xuefeng a Marcelo Rebelo de Sousa.

Hu é um dos lamas escolhidos pelo Partido Comunista Chinês (PCC) para encontrar a 15.ª reencarnação do Dalai Lama, o líder político e espiritual dos tibetanos.

O actual, que o regime chinês acusa de ter uma “postura separatista”, vive exilado na vizinha Índia, na sequência de uma frustrada rebelião contra a administração chinesa, em 1959.

Questionado sobre como conciliar o domínio exercido pelo PCC com a vida religiosa, Marcelo Rebelo de Sousa remeteu a questão para o lama, que realçou que o budismo “não pode ficar preso a um passado de há 2.500 anos” e defendeu os esforços de Pequim “para achinesar as religiões”.

“O nosso objectivo é o mesmo: lutar pelo futuro da China, o futuro da nossa pátria”, explicou Hu Xuefeng, durante a visita de uma hora do Presidente da República ao Templo dos Lamas, complexo que combina os estilos chinês e tibetano.

Na China, os assuntos religiosos do budismo, taoismo, islamismo ou cristianismo estão atribuídos a congregações sob tutela do Partido Comunista, partido único no poder.

O Governo chinês apela às igrejas católicas do país para aderirem ao “socialismo com características chinesas” e adoptarem a “direcção correta de desenvolvimento”.

“Temos que modernizar e estudar a ciência, para vivermos em comunidade de uma forma moderna. Só adaptando-nos à nova era da modernidade é que podemos trazer o budismo para o futuro”, apontou Hu.

Com cerca de três milhões de habitantes, o Tibete é uma das regiões chinesas mais vulneráveis ao separatismo, com os locais a argumentarem que o território foi durante muito tempo independente até à sua ocupação pelas tropas chinesas em 1951.

Pequim está a tentar reforçar o seu controlo sobre o processo de reencarnação dos lamas tibetanos e, por consequência, do próprio Dalai Lama, legitimando assim o domínio comunista na região dos Himalaias.

Hu, que nasceu na região da Mongólia Interior e não é de etnia tibetana, é tido como um dos lamas mais influentes. O responsável pelo Templo dos Lamas foi membro da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, o principal órgão consultivo do Governo chinês, entre 1995 e 2000.

Lembrando que a liberdade religiosa é para os portugueses uma “evidência” que está na Constituição, Marcelo Rebelo de Sousa considerou haver no país asiático “uma tentativa de compatibilizar o espírito patriótico com a liberdade religiosa e a afirmação da unidade da China com o exercício da liberdade religiosa”.

O Presidente da República aproveitou a visita ao emblemático templo de Pequim para acender um incenso e formular o desejo de um Portugal “feliz e próspero”.

Marcelo Rebelo de Sousa está a realizar uma visita oficial à China, que inclui encontros com o homólogo chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro, Li Keqiang, e passagens por Pequim, Xangai e Macau.

Em Março passado, o parlamento português aprovou um voto em que manifesta a sua preocupação pelo respeito das liberdades no Tibete e pediu empenho à China na protecção dos direitos humanos.

O voto, apresentado pela bancada do Partido Socialista, manifestou “preocupação pela subsistência de situações em que não são asseguradas as liberdades fundamentais no território do Tibete”.

E apelou “às autoridades da República Popular da China que assegurem, em diálogo com a sociedade civil e na linha dos padrões internacionais de protecção dos direitos humanos de que é signatária, no quadro da Organização das Nações Unidas, a sua plena efectivação”.

29 Abr 2019

Imperador japonês Akihito abdica do trono para o filho mais velho Naruhito

[dropcap]A[/dropcap]o fim de 30 anos, o reinado do imperador japonês Akihito termina esta semana, quando abdicar em favor do filho mais velho, Naruhito, que se tornará o soberano da mais antiga monarquia reinante do mundo.

No dia 1 de Maio, às 00:00 locais, o Japão entra no ano 1 da nova era imperial “Reiwa” (“Bela harmonia”), após três décadas sob o império de “Heisei” (Conclusão da paz”).

Pela primeira vez em dois séculos, um imperador abdica do trono em vida, em virtude de uma lei de excepção escrita especificamente para Akihito, que em 2016 tinha expressado o seu desejo de se poder afastar de funções, por “não poder exercer de corpo e alma” as tarefas de imperador, com problemas de saúde.

Com 85 anos, Akihito deixa o trono ao seu filho mais velho, o príncipe herdeiro Naruhito, de 59 anos, historiador de formação e propenso a ignorar a tradição imperial rígida e os protocolos severos do Japão.

Naruhito promete ajudar o Japão a avançar para a modernização da mais antiga monarquia reinante do mundo, tornando-se o imperador número 126 a subir ao Trono do Crisântemo.

A biografia de Naruhito não é a mais ortodoxa para o padrão dos príncipes herdeiros do Japão, tendo sido criado pela mãe, Michiko, e não pelo pessoal do Palácio Imperial, e tendo estudado no estrangeiro, em vez de ficar pelos estabelecimentos de ensino japoneses, como era tradição.

Tal como o pai, Naruhito casou com uma plebeia, a princesa Masako, a quem tem protegido de críticas e ataques públicos, sobretudo na fase em que esta atravessou uma fase de doença prolongada de foro psicológico.

A figura do imperador do Japão foi forjada ao longo dos séculos, a partir da origem divina que simbolicamente se lhe associa, mas a história recente tem reafirmado a sua personagem como um símbolo de unidade do Estado, embora com funções políticas quase nulas.

Nem sequer naquilo que está associado ao regime imperial que protagoniza: quando o governo do Japão recentemente escolheu o novo nome para a época que terá início em 1 de Maio, “Reiwa” (“bela harmonia”), o imperador não foi tido nem achado.

Após a derrota do Japão na II Guerra Mundial, o novo papel do imperador ficou muito limitado, praticamente com valor simbólico. É o imperador que nomeia o primeiro-ministro, mas estritamente de acordo com a decisão do Parlamento.

“Segundo a Constituição, o imperador japonês é um símbolo, mas penso que este imperador já transformou o símbolo num ser humano”, defende Makoto Inoue, jornalista que há 15 anos cobre a agenda imperial para o jornal Nikkei.

O imperador que agora abdica, Akihito, teve uma educação bem mais tradicional que a do filho, conduzida por tutores imperiais, mas passou por experiências traumáticas, como quando teve de fugir da II Guerra Mundial, em criança, através das montanhas de Nikko.

Desde que foi nomeado imperador, após a morte do pai, em 1989, Akihito recusou sempre ser tratado como um “ser divino” e procurou humanizar o cargo que ocupou, lutando sempre pela imagem do Japão como um país pacífico, tendo mostrado remorso pelos ataques do exército imperial japonês, durante a II Guerra Mundial.

Tal como o filho que agora o sucede no cargo, Akihito também casou com uma plebeia, a imperatriz Michiko, que conheceu a praticar ténis, um dos seus desportos favoritos.

Ao filho, Naruhito, incutiu o gosto pelas viagens, convenceu-o a estudar em Oxford, em Inglaterra, e sempre acarinhou o perfil mais heterodoxo do herdeiro que agora assume o lugar de imperador.

Os analistas dizem que o novo imperador manterá a proximidade com as pessoas que o pai já tinha trazido para o trono e espera-se que ele preserve o espírito pacifista e de defesa da Constituição japonesa.

Quem lida com Naruhito de perto descreve-o como “sincero e atencioso” com quem o rodeia e muito interessado nas causas sociais e ambientais.

Mas os japoneses estão já preocupados com a sucessão da família imperial, já que Naruhito e Masako têm apenas uma filha, Aiko, de 17 anos, que pela sua condição feminina não poderá aceder ao trono, deixando o lugar para o próximo na linha de sucessão, Akishino, irmão mais novo de Naruhito, e o seu filho, Hisaito, de 12 anos, único neto de Akihito.

29 Abr 2019

Li Keqiang defende mais cooperação com Portugal “em todos os sectores”

[dropcap]O[/dropcap] primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, considerou hoje que o relacionamento luso-chinês “tem avançado sem sobressaltos” e afirmou que a China está disposta a reforçar a cooperação bilateral com Portugal “em todos os sectores”.

Li Keqiang falava no início de um encontro com o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, na residência oficial Diaoyutai, em Pequim, que durou cerca de meia hora.

“A China e Portugal são importantes parceiros de cooperação e temos salvaguardado o multilateralismo e o comércio livre. O relacionamento bilateral tem avançado sem sobressaltos e a parte chinesa está disposta a reforçar a nossa cooperação em todos os sectores”, afirmou.

A República Popular da China quer “estreitar ainda mais” o relacionamento luso-chinês, também “no quadro da cooperação China/União Europeia e entre a China e os países de língua portuguesa”, referiu.

“Acredito que a sua visita vai injectar um novo ímpeto à relação bilateral”, acrescentou o primeiro-ministro chinês, numa breve declaração inicial, com tradução simultânea, que a comunicação social pôde registar. Marcelo Rebelo de Sousa começou hoje uma visita de Estado de três dias à República Popular da China.

29 Abr 2019

Eleições em Espanha | Sánchez afirma que vitória de PSOE é vitória contra o autoritarismo

[dropcap]O[/dropcap] líder do PSOE, Pedro Sánchez, expressou ontem que a vitória do partido socialista nas eleições legislativas espanholas transmitiu a “mensagem perentória” à Europa e ao mundo “que se pode ganhar ao autoritarismo”.

Discursando da sede do PSOE, em Madrid, Pedro Sánchez disse que os resultados mostraram que o partido “não é muleta” do Partido Popular (PP, de direita).

Durante a sua intervenção, várias vezes interrompida por gritos de apoiantes, o candidato socialista e actual presidente do Governo espanhol, prometeu “respeitar a Constituição” e contribuir para a “convivência política”.

“Trata-se de ganhar as eleições e de governar Espanha (…). Vamos governar Espanha!”, afirmou perante milhares de apoiantes, acrescentando que o governo socialista será de “todos os espanhóis”.

Sánchez prometeu um Governo “pró-Europa, para fortalecer a Europa”, e construir “uma Espanha plural”, assumindo como prioridades o combate à injustiça social e à corrupção. “Não queremos o retrocesso, queremos um país que avance”, frisou.

Para o secretário-geral do PSOE, as eleições de hoje demonstraram que Espanha “tem uma democracia sólida” e que acedeu “em defesa do seu futuro e de mais direitos e liberdades”.

O PSOE foi ontem o partido mais votado nas eleições legislativas espanholas, embora sem obter a maior absoluta, ao eleger 122 deputados, quando estão apurados 99,5 por cento dos votos.

29 Abr 2019

Italiano Fabio Cannavaro deixa o cargo de seleccionador da China após dois jogos

[dropcap]O[/dropcap] italiano Fabio Cannavaro demitiu-se do cargo de seleccionador de futebol da China, ao fim de duas derrotas nos dois jogos realizados em casa, anunciou este sábado o próprio treinador na rede social chinesa Weibo.

“Com todo o respeito devido, naturalmente, a este grande país que é a China, considero necessário anunciar a decisão de me demitir da minha posição de seleccionador”, escreveu o capitão que liderou a selecção italiana ao título mundial de 2006.

Para justificar a sua opção de deixar a selecção, Fabio Cannavaro, de 45 anos, refere ainda na Weibo, uma espécie de Twitter, que pretende concentrar-se totalmente na sua família e na orientação do clube chinês que representa, o Guangzhou Evergrande.

O antigo defesa do Real Madrid e da Juventus sucedeu em Março ao seu compatriota e mentor Marcello Lippi, que o indicou, após este se ter demitido na sequência da derrota sofrida pela China (3-0, frente ao Irão de Carlos Queiroz), nos quartos de final da Taça de Ásia.

29 Abr 2019

Portugal vence torneio da China de futebol de praia

[dropcap]A[/dropcap] selecção portuguesa de futebol de praia conquistou este sábado o Torneio Internacional da China, que decorreu em Haikou, depois de vencer a Inglaterra, por 11-3, na terceira e decisiva jornada.

Portugal, que antes já tinha vencido a República Checa (10-4) e a China (8-3), garantiu o primeiro lugar, num triunfo frente aos ingleses em que Léo Martins, com quatro golos, foi a grande figura.

O português foi mesmo o melhor marcador do torneio, com nove golos no total, enquanto Madjer foi distinguido como melhor jogador.

29 Abr 2019

Itália celebra Leonardo Da Vinci com “uma festa” de mais de 500 iniciativas até 2020

[dropcap]F[/dropcap]lorença, Turim, Milão, Roma e Veneza então entre os principais centros de celebração de Leonardo Da Vinci, em Itália, quando passam 500 anos sobre a data da sua morte, em Ambroise, no dia 2 de Maio de 1519.

Uma exposição dedicada às origens de Leonardo, através da obra do seu mestre, Andrea del Verrocchio, em Florença, “Tesouros Escondidos” do pintor, em Turim, “Da Vinci, O Homem Modelo do Mundo”, em Veneza, “Leonardo: Os Artistas e As Suas Técnicas”, em Milão, além da mostra “A Ciência antes da Ciência”, em Roma, com mais de 200 peças de Da Vinci, são algumas das iniciativas a realizar em Itália, até ao final de Abril de 2020.

O programa foi apresentado pelo Governo italiano, no passado mês de Março, “é uma festa que durará todo o ano, e uma oportunidade para Itália celebrar um génio (…) tão universalmente apreciado, que as celebrações terão lugar em todo o mundo”, disse então o primeiro-ministro, Giuseppe Conte.

Até ao final de Abril do próximo ano, estão previstas mais de 500 iniciativas, em todo o território italiano, envolvendo escolas, museus, bibliotecas, instituições públicas e privadas, além de organismos tutelados por diferentes ministérios, incluindo os da Cultura, Educação e dos Negócios Estrangeiros.

No próximo dia 2, entrarão em circulação, em Itália, selos postais com obras de Da Vinci, uma nota com o seu rosto, serão apresentadas produções televisivas sobre o mestre, e o ‘site’ e a aplicação “Leonardo500”, que congregará iniciativas e informações do centenário em várias línguas, entrará em produção regular, com suporte técnico e redacção própria, segundo o anúncio do Ministério da Cultura.

Florença, cidade central do Renascimento, tem patente, desde 9 de Março, a exposição “Andrea del Verrocchio, O Mestre de Leonardo”, que ficará patente no Palácio Strozzi até 14 de Julho. A mostra reúne 120 obras, entre pintura, escultura e desenho, provenientes de colecções como as do Louvre, em Paris, do Metropolitan, em Nova Iorque, o Rijks, em Amesterdão, e o Victoria and Albert, em Londres, além da Galeria dos Ofícios, em Florença.

A cidade acolherá ainda “Leonardo e Florença”, até 24 de Junho, no Palácio Vecchio, e “Leonardo da Vinci e a Botânica”, no outono, de 13 de Setembro a 15 de Dezembro, em Santa Maria Novella.
Vinci, nos arredores de Florença, a cidade onde Leonardo nasceu em 1452, terá, até 15 de Agosto, a mostra iterativa “As Origens do Génio”, centrada na ligação do artista à região, com a representação possível do mestre, em holograma.

Em Turim, foi inaugurada a exposição “Leonardo da Vinci: Tesouros Escondidos”, que permanece até 12 de Maio, a que se segue “Leonardo da Vinci: Desenho do Futuro”, até 14 de Julho.

A Biblioteca Ambrosiana de Milão mostra “Os Segredos do Código Atlântico: Leonardo na Ambrosiana”, até 16 de Junho, seguindo-se “Leonardo em França: Desenhos da Época Francesa do Código Atlântico”, de 18 de Junho a 15 de Setembro, e “Leonardo: Os Artistas e Suas Técnicas”, dedicada aos desenhos do pintor e dos artistas de seu círculo, que fica patente de 17 de Setembro a 12 de Janeiro de 2020.

A exposição “Da Vinci, o Homem Modelo do Mundo” foi inaugurada há uma semana, na Academia de Veneza, onde ficará até 14 de Julho, com mais de 20 desenhos do artista, incluindo o famoso “Homem Vitruviano”.

Em Roma, o Palácio Quirinale reuniu mais de 200 peças para a mostra “A Ciência antes da Ciência”, que mostra o trabalho de investigação de Da Vinci, até 30 de Junho.

“Não há disciplina que [Leonardo] não tenha explorado, das artes às humanidades, da biologia e anatomia, à matemática e filosofia. Ele é imortal”, disse o primeiro-ministro italiano quando da apresentação do programa para os 500 anos da morte de Leonardo Da Vinci.

29 Abr 2019

Tóquio | Facas na secretária de neto do imperador japonês

As duas facas de cozinha estavam na secretária do príncipe Hisahito, de 12 anos, alegadamente deixadas por um individuo suspeito que foi visto a entrar na escola. A cerimónia de abdicação do imperador Akihito terá lugar esta terça-feira

 

[dropcap]D[/dropcap]uas facas de cozinha foram encontradas na secretária da escola do príncipe Hisahito, neto do imperador Akihito do Japão, tendo a presença de um homem suspeito sido detectada por câmaras de segurança, informaram sábado meios de comunicação social locais.

As autoridades aumentaram recentemente a vigilância em relação à família imperial japonesa, a poucos dias da abdicação do imperador Akihito, no trono há cerca de 30 anos.

Responsáveis da escola encontraram, na sexta-feira, as facas na secretária usada diariamente pelo príncipe de 12 anos, segundo revelou a rede pública de radiodifusão NHK e outros órgãos de comunicação social, citando investigadores, sob condição de anonimato.

O príncipe Hisahito, que começou a frequentar esta escola este mês, não estava na turma quando as facas foram lá deixadas lá.

Não foram reportados feridos, danos materiais ou ameaças, segundo a polícia, que, de acordo com os media, procura um homem de meia idade, vestido como trabalhador da construção civil, que entrou no perímetro da escola, usando um capacete, e foi registado por câmaras de segurança. Nem o porta-voz da polícia nem a escola comentaram esta informação.

Pouco significativo

Ameaças contra a família imperial são relativamente raras no Japão. Em 1975, Akihito foi quase atingido por um ‘cocktail Molotov’ em Okinawa, um importante campo de batalha da Segunda Guerra Mundial, onde havia um forte sentimento de hostilidade à família imperial.

O Japão está a preparar-se para a abdicação, na terça-feira, do imperador Akihito, o que acontece na família pela primeira vez em 200 anos.

O seu filho mais velho, o príncipe herdeiro Naruhito, de 59 anos, sucederá a Akihito no dia seguinte, marcando a transição para a era ‘Reiwa’ (“Bela Harmonia”).

O jovem príncipe Hisahito é filho do príncipe Akishino, o segundo filho do casal imperial e um dos quatro possíveis herdeiros do Trono do Crisântemo.

A mais velha família imperial ainda governante enfrenta o perigo de extinção, porque não reconhece às mulheres o direito de aceder ao trono, quando existem apenas quatro herdeiros masculinos.

Além dos príncipes Naruhito (59 anos) e de Akishino (53), são possíveis herdeiros o jovem príncipe Hisahito e o irmão do imperador Akihito, o príncipe Hitachi, actualmente com 83 anos.

29 Abr 2019

Timor-Leste | Empresa chinesa vai construir porto

[dropcap]A[/dropcap] empresa China Civil Engineering Construction Corporation anunciou sexta-feira a assinatura de um contrato com a petrolífera timorense Timor Gap para a construção de um porto numa unidade de processamento de gás natural em Beaço, no sul de Timor-Leste.

Em comunicado enviado ao mercado bolsista de Xangai, a China Civil Engineering Construction Corporation, uma subsidiária da construtora estatal chinesa China Railway Construction Corporation, indicou que vai receber cerca de 943 milhões de dólares norte-americanos pelo design e construção do porto.

Antes do arranque das obras, que deverão demorar cerca de quatro anos, a Timor Gap terá ainda de assegurar o financiamento do projecto, sublinhou a China Civil Engineering Construction.

Segundo a página da petrolífera timorense na Internet, o porto de Beaço vai “permitir o desembarque de materiais durante a construção” tanto do gasoduto, que que trará o gás natural dos campos petrolíferos de Greater Sunrise, como de uma unidade de processamento de Gás Natural Liquefeito (GNL).

Após a entrada em funcionamento da unidade, o porto vai ser usado para o embarque do GNL, acrescentou a Timor Gap.

Numa recente entrevista à Lusa, o presidente e director executivo da Timor Gap, Francisco Monteiro, disse que Timor-Leste quer evitar recorrer ao Fundo Petrolífero para financiar os custos de capital de até 12 mil milhões de dólares norte-americanos para o desenvolvimento do projecto.

Os campos de Greater Sunrise contêm reservas estimadas de 5,1 triliões de pés cúbicos de gás e estão localizados no mar de Timor, a aproximadamente 150 quilómetros a sudeste de Timor-Leste e a 450 quilómetros a noroeste de Darwin, na Austrália.

29 Abr 2019

“Uma Faixa, Uma Rota” | Xi Jinping pede consenso que garanta sustentabilidade do projecto

Xi Jinping reafirmou, perante uma plateia que incluía 37 chefes de Estado ou de Governo, a necessidade de união de esforços para garantir uma maior interconectividade, face ao clima de instabilidade económica global que se vive actualmente

 

Por João Pimenta, da agência Lusa 

[dropcap]O[/dropcap] Presidente da China, Xi Jinping, pediu sábado aos participantes no fórum “Uma Faixa, Uma Rota” para reflectirem e alcançarem um consenso que garanta a “qualidade e resistência” dos projectos, numa altura de críticas à iniciativa.

“Sob o actual contexto global, marcado por uma situação económica complexa, crescente instabilidade e incerteza e falta de dinamismo, o fortalecimento da cooperação internacional para maior interconectividade torna-se mais significativo”, disse.

Xi Jinping lembrou que, em Dezembro passado, durante a primeira sessão do conselho consultivo da iniciativa, publicou um relatório de sugestões políticas com “opiniões valiosas” para melhorar a coordenação.

“A interconectividade é o objectivo principal da construção conjunta da ‘Faixa e Rota'”, defendeu.
Xi recordou que, na primeira edição do fórum, foi alcançado esse consenso importante para a superação dos entraves ao “desenvolvimento económico” e que serve como “força motriz para o desenvolvimento” dos respectivos países.

A cooperação nesta área já “floresce e dá frutos”, garantiu Xi, destacando a construção de autoestradas, linhas ferroviárias e portos.

O líder chinês acrescentou que a tarefa agora é “ampliar os interesses” e dar “passos sólidos” para garantir a “sustentabilidade e benefícios mútuos”.

Todos juntos

Xi Jinping inaugurou na sexta-feira o segundo fórum “Uma Faixa, Uma Rota”, no qual participam 37 chefes de Estado ou de Governo, incluindo o Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.

Bancos e outras instituições da China estão a conceder empréstimos para projectos lançados no âmbito daquele gigantesco plano de infraestruturas.

A visão geoeconómica da China inclui uma malha ferroviária e autoestradas a ligar a região oeste do país à Europa e Oceano Índico, cruzando a Rússia e a Ásia Central, e uma rede de portos em África e no Mediterrâneo, que reforçarão as ligações marítimas das prósperas cidades do litoral chinês.

Pelo caminho, estão a ser erguidos aeroportos, centrais eléctricas e zonas de comércio livre, visando dinamizar o comércio e a indústria em regiões pouco integradas na economia global.

As palavras de Xi surgem numa altura em que críticos alertam que os planos chineses subverterão a actual ordem internacional e alargarão a esfera de influência de Pequim – os países aderentes ficarão encurralados pelo investimento chinês, tornando-se Estados vassalos, permitindo à China exportar o seu excesso de capacidade industrial ou poluição.

O presidente do Banco do Povo Chinês (banco central), Yi Gang, afirmou na sexta-feira que o país vai trabalhar para resolver a capacidade dos Estados em cumprir os seus empréstimos.

“Precisamos de avaliar objectivamente a questão da dívida dos países”, disse Yi, perante uma plateia que incluiu a directora do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde.

Os novos critérios de financiamento, definidos pelo ministério chinês das finanças e do banco central chinês, destinam-se a atrair parceiros de investimento estrangeiro, visando aliviar as preocupações quanto à capacidade dos países aderentes cumprirem com as suas dívidas.

A China deverá agora levar em conta a dívida total e a capacidade de financiamento na moeda local do respectivo país e tornar públicos os detalhes dos contratos. Lagarde considerou estas mudanças um “passo bem-vindo”.

Problemas resolvidos

Nas vésperas do fórum, Pequim resolveu algumas das disputas relacionadas projectos, que ameaçavam prejudicar a reputação da iniciativa.

A Malásia negociou uma redução equivalente a 5,4 mil milhões de dólares para a construção de uma linha ferroviária na costa leste, de 668 quilómetros de comprimento, que liga a costa ocidental do país aos estados rurais do oeste.

A Etiópia, que tem tido dificuldades em pagar um empréstimo avaliado em 4 mil milhões de dólares, contraído para construir uma ligação ferroviária entre Adis Abeba e o Djibuti, entrou também num processo de reestruturação da dívida.

No Sri Lanka, um porto de águas profundas construído por uma empresa estatal chinesa, numa localização estratégica no Índico, acabou por ser um gasto incomportável para o país, que teve de entregar a concessão da infraestrutura e dos terrenos próximos à China, por um período de 99 anos.

Lisboa quer incluir uma rota atlântica no projecto chinês, o que permitiria ao porto de Sines conectar as rotas do Extremo Oriente ao oceano Atlântico, beneficiando do alargamento do canal do Panamá.

29 Abr 2019

Fotografia | Gonçalo Lobo Pinheiro ganha Menção Honrosa do Estação Imagem

[dropcap]O[/dropcap] fotojornalista local Gonçalo Lobo Pinheiro recebeu uma menção honrosa nos prémios Estação Imagem com o trabalho “Esperança e Crença” sobre uma emigrante indonésia muçulmana que vive e trabalha em condições precárias em Macau.

O grande vencedor do maior galardão do fotojornalismo português de 2019 foi Leonel de Castro, com um trabalho sobre o papel social dos cuidadores informais, intitulado “Almas”.

Leonel de Castro, que pertence desde 1997 aos quadros do Jornal de Notícias, ganhou também o prémio “Fotografia do Ano” com o trabalho “Mulher Berbére”, sobre “os poucos direitos e muitos deveres” das mulheres muçulmanas em Marrocos.

O júri foi composto por Stéphane Arnaud, editor-chefe de Fotografia Internacional da AFP; Darrin Zammit Lupi, fotógrafo colaborador da Reuters desde 1997; George Steinmetz, fotógrafo que trabalha para a National Geographic e a Geo; e Michael Kamber, diretor do Bronx Documentary Center.

O festival de fotojornalismo arrancou na terça-feira, em Coimbra, contando com nove exposições, uma das quais que junta o trabalho de vários fotojornalistas em torno da passagem do ciclone Idai em Moçambique. Todas as nove exposições do festival vão estar patentes em diversas salas de Coimbra até 21 de Junho.

29 Abr 2019

Turismo | Helena de Senna Fernandes espera aumento em 20% no 1º de Maio

[dropcap]H[/dropcap]elena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo, prevê um aumento de visitantes na ordem dos 20 por cento a semana que arranca hoje, de acordo com o jornal Ou Mun.

A responsável salientou ainda o aumento em 30 por cento dos visitantes durante a Páscoa, em comparação com o período homólogo do ano passado. Muitos dos visitantes que entraram no território, principalmente oriundos do continente e de Hong Kong, optaram por visitas de apenas um dia, não pernoitando em Macau. No primeiro trimestre deste ano, entraram no território mais de 10 milhões de turistas.

29 Abr 2019

Turismo | Reuniões empresariais são nicho por explorar em Macau

Macau precisa criar nichos de mercado, como promover reuniões empresariais, para atrair turistas portugueses para o território. A ideia foi deixada pelo presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, Pedro Costa Ferreira, na 7.ª Expo Internacional de Turismo de Macau

 

[dropcap]O[/dropcap] presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) disse à Lusa que Macau deve apostar no mercado das reuniões empresariais devido aos “serviços hoteleiros fantásticos” que o território proporciona. Tem “serviços hoteleiros fantásticos, acolhimento, capacidade para reuniões e tem ao lado destinos onde se pode acabar a fazer praia.

Para reuniões empresariais é um grande destino”, afirmou Pedro Costa Ferreira, em declarações à Lusa, à margem da 7.ª Expo Internacional de Turismo de Macau que decorreu até ontem em Macau.

“Falaremos disso com as autoridades (…) para nos tentarmos focar neste mercado, porque é um mercado onde pensamos que a resposta poderia ser rápida”, sublinhou.

Ao longe

Para o responsável da APAVT, a distância de Macau à Europa faz com que o mercado turístico do território tenha ‘de ser vendido’ como mais valia com destinos asiáticos. “O voo de 12 horas e uma viagem de quase 24 horas faz com que as pessoas que venham para aqui [Macau] tenham de vir com tempo e combinando com outras áreas, porque ninguém faz um investimento desta natureza sem aproveitar para ir para outros lados”, justificou.

A distância, na sua opinião, faz com que o número de turistas portugueses “não seja o que todos nós gostaríamos que fosse”, apesar de já ser “um destino turístico muito presente no mercado português”.

“Macau, ele próprio, para o mercado emissor português pela distância existente é melhor vendido numa combinação com outros países asiáticos do que propriamente ‘per si’”, considerou.

Esta sétima edição da Expo Internacional de Turismo de Macau teve como um dos destaques o papel de Macau no ambicioso projecto chinês da construção de uma metrópole mundial com Hong Kong e nove cidades chinesas, mas também o papel de Macau como plataforma entre a China e os países de língua portuguesa.

Por um lado, o território pretende promover parcerias turísticas com os países integrantes da iniciativa chinesa “Uma Faixa, Uma Rota”, por outro quer incentivar os operadores turísticos a desenvolverem itinerários multidestinos nas cidades e territórios da Grande Baía, a metrópole mundial que abrange um território onde vivem cerca de 70 milhões de pessoas.

Neste capítulo, Pedro Costa Ferreira ainda está pouco optimista que “a curto prazo” este ‘pacote’ possa ser bem recebido pelos clientes ocidentais. “Já fazemos combinação com outros destinos”, como Xangai e Pequim, mas ainda não existe “nenhuma tradição de o fazer com a zona da Grande Baía”, justificou.

“Há que reconhecer (…) que a zona da Grande Baía do lado chinês, portanto quando se sai de Macau, não tem ainda capacidade de recepção”, contudo frisou que “tem potencialidade, tem autenticidade, e é possível criar um destino turístico que sirva aos ocidentais, mas esta teia não está construída”.

Macau beneficia, até ao final do ano, do título de “Destino Preferido”. A atribuição deste título resulta de um acordo entre o Turismo de Macau e a APAVT e consiste numa série de acções destinadas a contribuir para a promoção de Macau.

29 Abr 2019

APN | Kevin Ho pronto para integrar Comité

[dropcap]O[/dropcap] empresário e sobrinho de Edmond Ho, Kevin Ho, está pronto para substituir Ho Iat Seng na Assembleia Popular Nacional (APN). “Desde as eleições, em Dezembro de 2017, quando soube que era o primeiro suplente, que tenho tentado saber mais sobre o tipo de trabalho que um membro da APN deve fazer”, afirmou Kevin Ho à Rádio Macau.

O empresário referiu que pretende “dar mais atenção” aos assuntos legislativos e jurídicos e que espera contar com o apoio dos restantes deputados. “Espero que os actuais delegados partilhem a sua experiência e ideias comigo e que consiga adaptar-me o mais rápido possível”, cita a mesma fonte.

Kevin Ho estreou-se nas eleições à APN em 2017, tendo conseguido 288 votos – ficou a 28 votos do último candidato eleito, o deputado Si Ka Lon. Kevin Ho substitui Ho Iat Seng depois de o presidente da Assembleia Legislativa ter pedido a demissão do Comité Permanente da APN – um passo necessário para avançar com a candidatura a Chefe do Executivo, sem impedimento legal.

29 Abr 2019