Ponte HKZM | Autocarros entre Macau e aeroporto de Hong Kong para breve

[dropcap]E[/dropcap]m resposta a interpelação do deputado Ho Ion Sang, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) revelou estar para breve a ligação directa, de autocarro, entre o posto fronteiriço de Macau da Ponte HKZM e o Aeroporto Internacional de Hong Kong.

As rotas de autocarros vão ser supervisionadas pelas autoridades de ambas as regiões administrativas especiais e, de acordo com a DSAT, o Executivo de Carrie Lam já estará a afinar detalhes logísticos.

Outro detalhe revelado pela DSAT, e citado pela Macau News Agency, indica que o parque de estacionamento leste do posto fronteiriço de Macau da Ponte HKZM teve uma ocupação de 0,74 por cento do total da capacidade, enquanto o parque oeste registou cerca de 3 por cento. Face à fraca afluência aos espaços de estacionamento, as autoridades de Hong Kong reduziram o tempo mínimo de permanência no parque de 12 para 6 horas, enquanto Macau continua a exigir a reserva mínima de 12 horas.

A DSAT justifica a fraca afluência nos parques de estacionamento com o facto de mais de 80 por cento dos visitantes que chegam a Macau através da Ponte HKZM o fazerem de autocarro.

8 Mai 2019

Alimentação | Pereira Coutinho defende subsídios

[dropcap]O[/dropcap] deputado José Pereira Coutinho sugeriu ao Governo que comparticipe a compra, por parte dos cidadãos, de alimentos mais saudáveis. A proposta faz parte de uma interpelação escrita datada de 29 de Abril, que foi divulgada ontem.

Segundo o legislador ligado à Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) a ideia partiu da conclusão de um estudo norte-americano, realizado na Universidade de Tufts, no Massachusetts.

“A equipa investigadora da dita universidade chegou à conclusão que uma comparticipação de 30 por cento na compra de frutas e vegetais poderia prevenir 1,93 milhões de ocorrências de doenças cardiovasculares e 350 mil mortes”, começou por explicar. “Estudaram também um cenário do subsídio ser alargado a outros alimentos saudáveis como produtos integrais, frutos secos, peixe, óleos vegetais e nestes casos a prevenção seria de 3,28 milhões de episódios de doença cardiovascular e 620 mil mortes evitadas”, acrescentou.

São os números anteriores que servem de base para a proposta que Coutinho vê como “inovadora”: “Vai o Governo introduzir medidas inovadoras e extremamente positivas para liderar uma cultura social de dieta saudável dos cidadãos da RAEM, comparticipando uma percentagem nas prescrições para aquisição de produtos saudáveis?”, pergunta.

“Vai o Governo utilizar medidas económicas no sentido de promover junto da sociedade comportamentos alimentares saudáveis para prevenir e diminuir as doenças crónicas, cardiovasculares e diabetes?”, é igualmente questionado.

8 Mai 2019

Associação prepara celebração 70º Aniversário da RPC

[dropcap]A[/dropcap] Associação de Amizade de Membros da CCPPC realizou ontem uma cerimónia de início dos preparativos da recepção comemorativa do 70º Aniversário da República Popular da China e do 20º Aniversário da RAEM, que vai decorrer a 8 de Outubro no MGM Cotai.

Participaram neste encontro o presidente da Associação, Ma Zhiyi, e o subchefe do Departamento de Coordenação do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM, Zhang Shenju.

No seu discurso, o presidente da Associação, Ma Zhiyi, referiu que por ocasião do 70º Aniversário da Implantação da República Popular da China e do 20.º Aniversário do Retorno de Macau à Pátria, a recepção comemorativa vai concentrar-se nos jovens de Macau, através da interpretação de músicas da época, para que a juventude local tenha mais conhecimento e consciência sobre a evolução da história da pátria, informou o canal chinês da Rádio Macau. Entretanto, foi também anunciado que vai haver um sistema público para votar nas músicas que irão fazer parte da cerimónia.

8 Mai 2019

Chinês condenado a 20 meses de prisão por contrabando de escamas de pangolim, em extinção

[dropcap]U[/dropcap]m homem de nacionalidade chinesa foi condenado em Hong Kong a 20 meses de prisão pelo contrabando de quase 50 quilos de escamas de pangolim, uma espécie em risco de extinção, noticiou hoje a imprensa local.

De acordo com o jornal South China Morning Post, Lin Jin-bao, de 44 anos, foi considerado culpado pelo tráfico de 48 quilos de escamas de pangolim, algo que poderia chegar a um valor de mercado de 189 mil dólares de Hong Kong.

O cidadão chinês, da província de Fujian, foi detido no aeroporto internacional de Hong Kong a 13 de Novembro, proveniente da República Democrática do Congo. As autoridades acreditam que teria Macau como destino final.

Os cientistas já classificaram todas as espécies de pangolins como estando em risco de extinção. Nas duas últimas décadas, o número destes mamíferos caiu cerca de 90% em todo o mundo.
De acordo com o Ministério Público responsável pelo caso, as escamas apreendidas na bagagem do cidadão chinês tinham origem em pelo menos 134 animais.

“É um sinal encorajador que os tribunais de Hong Kong estejam a aplicar penas mais severas para crimes contra a vida selvagem”, saudou o gestor de campanha do grupo de conservação WildAid Hong Kong, em declarações à agência de notícias Efe.

A China e Hong Kong têm procurado reprimir o comércio ilegal, embora o porto da região administrativa especial continue a ser um importante ponto de trânsito para produtos de espécies ameaçadas.

As escamas do pangolim são, há séculos, muito valorizadas na medicina tradicional chinesa. As escamas, feitas de queratina, semelhante às unhas, são frequentemente torradas e moídas em pó antes de serem adicionadas a uma mistura de ingredientes para supostamente curar artrite, promover a amamentação para as mães e aumentar a virilidade masculina.

Sob a lei de Hong Kong, a importação e venda de espécies ameaçadas e os seus produtos podem ser punidos com penas de prisão até dez anos de prisão e multa.

7 Mai 2019

Tensões comerciais China-EUA é ameaça à economia mundial, diz FMI

[dropcap]A[/dropcap] directora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, alertou hoje para a renovada tensão comercial entre os Estados Unidos e a China, que “claramente constitui uma ameaça à economia mundial”.

“Esperamos que não aconteça”, afirmou Lagarde aos jornalistas, durante uma conferência, em Paris. A directora do FMI considerou que os mais recentes ‘tweets’ e comentários “não são muito favoráveis”, e admitiu ter sido apanhada de surpresa.

“Tínhamos a impressão de que esta ameaça se estava a diluir, que as relações estavam a melhorar e estávamos próximos de um acordo”, afirmou Lagarde.

Para a responsável, é “imperativo” que as tensões “sejam resolvidas de maneira satisfatória para todos”. Devemos proceder à “redução ou eliminação destas tensões” e adoptar “um marco legal e regulatório”, pelo qual as empresas conheçam as regras tarifárias e não tarifárias com as quais desenvolverão a sua actividade.

O ministro francês das Finanças, Bruno Le Maire, anfitrião da conferência, afirmou também que “o risco de guerra comercial” é “a principal preocupação” de França e da União Europeia, num momento de desaceleração da economia global.

O máximo representante dos Estados Unidos nas negociações por um acordo comercial com Pequim confirmou hoje um aumento das taxas alfandegárias, a partir de sexta-feira, sobre bens importados da China.

Robert Lighthizer detalhou que o aumento, de 10% para 25%, das taxas alfandegárias incide sobre o equivalente a 200 mil milhões de dólares de bens importados do país asiático. Em conferência de imprensa, Lighthizer acusou Pequim de “retroceder em compromissos anteriores”, após dez rondas de negociações.

Os governos das duas maiores economias do mundo impuseram já taxas alfandegárias sobre centenas de milhares de milhões de dólares das exportações de cada um.

Em causa está a política de Pequim para o sector tecnológico, que visa transformar as empresas estatais do país em importantes actores globais em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos.

Os EUA consideram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da concorrência externa.

As negociações decorrem desde que, em Dezembro passado, Washington e Pequim acordaram um período de tréguas, que foi entretanto prolongado, visando chegar a um acordo.

No entanto, o Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou, no domingo, que os EUA vão aumentar as taxas alfandegárias. “Durante 10 meses a China pagou taxas alfandegárias aos Estados Unidos de 25% sobre 50 mil milhões de dólares de [bens] tecnológicos, e 10% sobre 200 mil milhões de dólares de outros bens”, escreveu Trump no Twitter. “Os 10% vão ser aumentados para 25% na sexta-feira”, acrescentou.

7 Mai 2019

Líder do FMI saúda avanços da China relativamente à dívida dos países emergentes

[dropcap]A[/dropcap] directora geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, saudou hoje os avanços da China quanto à sustentabilidade da dívida, depois do compromisso do presidente Xi Jinping para ter mais “transparência” nos empréstimos aos países emergentes.

“O processo em que a China se aproxima dos princípios de sustentabilidade da dívida deve ser saudado”, disse Christine Lagarde, citada pela AFP, no Fórum de Paris, dedicado este ano ao crescente endividamento dos países em desenvolvimento.

A directora geral do FMI precisou depois, em conferência de imprensa, que Pequim tinha tomado essa decisão “no seguimento de longas discussões” tidas entre a instituição sediada em Washington e “as autoridades chinesas, o Ministério das Finanças e o Banco Central” chinês.

“Reafirmamos o nosso apoio aos princípios de transparência e de informação sobre a dívida”, acrescentou a responsável, reagindo às propostas do presidente chinês durante a recente cimeira do projecto Nova Rota da Seda, que decorreu em Pequim e contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Xi Jinping tentou então responder aos críticos da sua iniciativa da Nova Rotas da Seda, acusada de ser uma “armadilha da dívida” para os países pobres.

“Tudo deve ser feito de maneira transparente e devemos ter tolerância zero com a corrupção”, disse então o presidente chinês.

A questão da dívida dos países ligados a Pequim é uma das críticas frequentes ao projecto da Nova Rota da Seda, lançado por Xi. Por exemplo, o Sri Lanka, incapaz de honrar os seus compromissos com a China, cedeu a Pequim o controlo de um porto de águas profundas por 99 anos.

7 Mai 2019

Livraria Portuguesa | Lançado novo livro de Jorge Godinho sobre a história dos casinos

[dropcap]É[/dropcap] já este sábado, 11 de Maio, às 15h00, que será lançado o mais recente livro do académico Jorge Godinho, docente da Universidade de Macau (UM), intitulado “Os Casinos de Macau”. A sessão de apresentação decorre na Livraria Portuguesa e conta com a presença de António Vasconcelos de Saldanha, também docente da UM e do jornalista João Guedes, também autor de inúmeros livros sobre história de Macau.

Godinho, especialista em Direito do Jogo, apresenta neste novo livro “uma panorâmica da exploração dos jogos de casino em Macau de 1849 à actualidade, documentando as muitas concessões autorizadas: da sua atribuição, regulamentação e tributação à forma como decorreu na prática a exploração, no contexto económico e político de cada época”.

A história do Jogo, descrita na obra, pode dividir-se em três períodos. Primeiro aconteceu a era do Fantan (1849-1961), depois deu-se a concessão da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (1962-2002), em que o Bacará assumiu a primazia, e o actual período dos resorts integrados, que se verifica desde 2002 e que é caracterizado por reformas como a introdução de concorrência e de leis sobre os promotores e o crédito para jogo, no contexto de um grande crescimento do turismo.

7 Mai 2019

Dia do Trabalhador | Aumento de 37 por cento do número de visitantes

[dropcap]D[/dropcap]ados oficiais do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) fornecidos à Direcção dos Serviços de Turismo (DST) revelam que o território recebeu mais de 636 mil pessoas nos primeiros quatro dias do mês de Maio, devido à celebração do feriado relativo ao Dia do Trabalhador. Entre os dias 29 de Abril e 1 de Maio houve um aumento de 37 por cento no número de visitantes, por comparação a igual período de 2018. No que diz respeito aos visitantes oriundos do interior da China, houve um aumento na ordem dos 42,7 por cento.

De acordo com um comunicado oficial, estes números explicam-se pelo “impulso gerado pela Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau” e uma maior propensão para viagens por parte dos cidadãos do interior da China, o que “gerou um aumento significativo no número total de visitantes de Macau, em comparação com o ano passado”.

No que diz respeito à ocupação hoteleira houve uma taxa média de 96,2 por cento, mais 1,9 por cento face aos dias feriados do Dia do Trabalhador em 2018. Durante o mesmo período, o preço médio por quarto dos estabelecimentos hoteleiros rondou as 1.882,2 patacas, registando uma subida de cerca de 16,7 por cento.

A DST aponta ainda que “não foram detectadas situações que envolvessem guias turísticos ilegais, mas verificaram-se casos de guias turísticos locais detentores de licença que não se encontravam devidamente identificados com o cartão de guia turístico durante o acompanhamento de excursões”. Nesse sentido, “foram elaborados três autos de notícias no local e os casos serão agora sancionados”.

Em relação às pensões ilegais, a DST realizou com o CPSP “12 inspecções conjuntas a fracções autónomas suspeitas de prestação ilegal de alojamento, tendo selado oito fracções suspeitas”, conclui o comunicado.

7 Mai 2019

Investigador da UM fala das potencialidades de uma flor no tratamento do cancro

[dropcap]U[/dropcap]ma equipa da Universidade de Macau (UM) está a realizar uma investigação pioneira a partir de uma orquídea com previsível impacto na regeneração de tecido ósseo e em futuros tratamentos do cancro.

“Há um caminho longo a percorrer”, mas duas das aplicações médicas da descoberta podem passar pela “regeneração de tecido e imunoterapia para tratamento do cancro”, sublinhou o professor Wang Chunming em declarações à Lusa.

A 17 de Abril, a UM tinha anunciado que a equipa liderada por Wang era “a primeira no mundo a desenvolver com sucesso um novo tipo de substituto de tecido baseado em factores bioactivos isolados de uma erva medicinal chinesa”, a ‘Bletilla Striata’, espécie de orquídea do Sudeste Asiático.

A equipa concluiu testes de laboratório e explora agora a possibilidade de avançar com estudos pré-clínicos em colaboração com médicos, depois de a pesquisa, que durou cinco anos, ter sido publicada em revistas internacionais da especialidade.

“Muitos acidentes podem causar fracturas nos nossos óssos e cartilagens, danos que muito dificilmente podem ser curados pelo próprio organismo, por isso queremos fornecer este tipo de polissacarídeos nas partes danificadas para curar o corpo”, explicou o professor, doutorado em Engenharia Biomédica pela Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura.

“Este é um tipo de aplicação (…). No nosso processo inicial [de estudo] da interacção entre estas moléculas e as nossas células imunitárias também descobrimos que estes podem activar as células imunitárias para um estado que pode ser benéfico para o tratamento o cancro”, adiantou.

Divino açúcar

Durante a investigação, Wang disse ter sido percebido que “as moléculas de açúcar podem activar o corpo e curar, seja um osso ou pele danificada, pelo poder das [células] macrófagos”.

“Nós concebemos este tipo de ‘açucares’ e acreditamos que no futuro podem ser utilizados através da aplicação de diferentes tipos de membranas, películas e géis (…) no tecido danificado ou usados como hospedeiro, como um veículo, como um carro para distribuir células vivas no corpo”, sustentou.

Os investigadores, ressalvou o professor, são químicos e não botânicos, mas ainda assim apostaram na análise de 21 tipos de ervas medicinais chinesas e acabaram por encontrar um tipo de polissacarídeos bioactivos capaz de estimular o crescimento de células pela activação de citocinas, que são proteínas produzidas pelas células.

7 Mai 2019

AMCM | Mais depósitos e mais empréstimos por parte de residentes

[dropcap]D[/dropcap]ados oficiais da Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM) revelam que os depósitos e empréstimos realizados por residentes aumentaram face ao mês de Abril, com os depósitos a crescerem na ordem de 1,3 por cento, num valor ligeiramente superior a 645 mil milhões de patacas.

Já os empréstimos no sector privado aumentaram 1,2 por cento face ao mês anterior, tendo atingido um total de 11 mil milhões de patacas. Também os depósitos do sector público na actividade bancária registaram um aumento ligeiro de 0,2 por cento, o equivalente a 239,6 mil milhões. No que diz respeito aos depósitos de não-residentes, houve uma quebra de 1,6 por cento, num total de 257,8 mil milhões de patacas.

A AMCM fez as contas dos empréstimos por sector de actividade económica e concluiu que, no primeiro trimestre do ano, face ao último trimestre de 2018, os empréstimos feitos na área da tecnologia de informação aumentaram 38,9 por cento, enquanto que no sector do comércio por grosso e retalho aumentaram 3,5 por cento.

Por outro lado, os empréstimos no sector de restaurantes, hotéis e similares e indústrias transformadoras registaram quebras de cinco e 1,3 por cento, respectivamente. Já os empréstimos ao exterior cresceram 7,7 por cento, atingindo as 574,5 mil milhões de patacas. Como resultado, os empréstimos ao sector privado cresceram 4,5 por cento em relação ao mês anterior, atingindo 1.085,5 mil milhões de patacas.

7 Mai 2019

Telecomunicações | CTM sofreu ontem ataque cibernético

[dropcap]V[/dropcap]andy Poon confirmou ao canal chinês da Radio Macau que a CTM foi ontem alvo de um ataque cibernético, tendo sido de imediato activado o mecanismo de emergência.

O alarme foi dado por volta das 9h de ontem, quando vários clientes da operadora relataram problemas no acesso à rede de internet, que em pouco tempo voltou à normalidade. Vandy Poon referiu que aconteceram casos semelhantes em regiões vizinhas e que uma investigação preliminar revelou um grande número de dados carregados por apenas um terminal.

Estima-se que centenas de usuários tenham sido afectados, tendo em conta as mais de 100 queixas recebidas durante o período em que a rede esteve em baixo. O CEO da CTM mencionou também que os ataques cibernéticos acontecem de tempos em tempos, e que a operadora vai tomar medidas preventivas para diminuir as falhas no serviço e proteger os clientes.

7 Mai 2019

Eleição CE | Mai Man Ieng volta a presidir Assembleia de Apuramento Geral

[dropcap]F[/dropcap]oram ontem revelados os nomes dos elementos que vão compor a Assembleia de Apuramento Geral das eleições dos Membros da Comissão Eleitoral e da eleição para o cargo de Chefe do Executivo.

De acordo com um despacho assinado por Chui Sai On, e publicado ontem em Boletim Oficial, o presidente será o procurador-adjunto Mai Man Ieng, que ocupou o mesmo cargo durante a eleição de 2009.

Os restantes elementos da assembleia são Kuok Kin Hong, delegado do procurador, Joana Maria Noronha, subdirectora dos Serviços da Administração e Função Pública, Cheng I Wan, subdirectora dos Serviços de Estatística e Censos e Cheong Sek Lun, chefe da Divisão de Apoio Técnico-Eleitoral dos Serviços da Administração e Função Pública.

7 Mai 2019

Justiça | RAEM e Portugal assinam pré-acordo de cooperação

[dropcap]M[/dropcap]acau e Portugal chegaram a um pré-acordo para reforçar a cooperação mútua na área judiciária em matéria penal e no combate à criminalidade.

Este foi o resultado de um encontro entre o Grupo de Trabalho para a Cooperação Judiciária Internacional da RAEM e uma Delegação de Portugal, que decorreu entre 29 de Abril e 3 de Maio, quando esta delegação esteve em Macau, a propósito do Acordo sobre o Auxílio Judiciário Mútuo em Matéria Penal.

A informação foi divulgada através de um comunicado do Gabinete da secretária para a Administração e Justiça e as duas partes comprometeram-se a “adoptar as diligências necessárias com vista a agilizar os procedimentos internos, em prol da assinatura formal do acordo, com a maior brevidade possível”.

7 Mai 2019

Fundo de Reparação Predial | Song Pek Kei pede ajudas para edifícios antigos

[dropcap]A[/dropcap] falta de manutenção dos edifícios em Macau tem originado situações perigosas nos prédios antigos, de acordo com Song Pek Kei. Exemplo disso é a perda de tinta nas “paredes externas de edifícios, infiltrações de água, envelhecimento de elevadores e de sistemas de protecção contra incêndios”.

A denúncia é feita por Song Pek Kei, em interpelação escrita, que recorda que “nos últimos anos, muitos prédios em Macau sofreram acidentes causados pelo envelhecimento das instalações que carecem de restauro e manutenção”, aponta.

De acordo com alguns proprietários dos edifícios antigos que terão contactado com a deputada, o financiamento para manutenção é escasso e os procedimentos administrativos são demasiados complicados.

Face a esta situação, a deputada apela ao Governo para que tome medidas e reformule as políticas do Fundo de Reparação Predial de modo a aumentar a sua abrangência e flexibilidade.

7 Mai 2019

Mak Soi Kun eleito presidente de associação ambiental

[dropcap]O[/dropcap] deputado Mak Soi Kun foi eleito, o mês passado, para a presidência da Associação para a Protecção Ambiental Industrial de Macau. De acordo com a imprensa chinesa, a reunião foi dirigida pelo empresário Kevin Ho, que também se manteve nos órgãos dirigentes da associação, assim como Ma Chi Tat.

Na qualidade de novo presidente da associação, fundada em 2003, Mak Soi Kun destacou o sucesso da publicação da revista “Indústria Ambiental”, que já vai na 21.ª edição, e agradeceu ao anterior presidente, Kevin Ho, pelo trabalho realizado. Além disso, o deputado à Assembleia Legislativa (AL) destacou o sucesso da realização do Fórum Internacional de Cooperação Ambiental (MIECF, na sigla inglesa), bem como os apoios concedidos pelo Governo.

Kevin Ho, que se mantem como presidente da direção, disse esperar que o Executivo implemente mais medidas de apoio à indústria ambiental, e que a associação possa ser um exemplo nas políticas ligadas ao meio ambiente, nomeadamente através da utilização de produtos e técnicas mais avançados nessa área.

O empresário, sobrinho do ex-Chefe do Executivo Edmund Ho, adiantou ainda que a associação participou na MIECF durante 12 anos e pretende reforçar a cooperação e intercâmbio sobre assuntos ambientais.

7 Mai 2019

“Sou eu agora com tudo o que já fui”, diz Lena d’Água sobre o novo álbum

[dropcap]A[/dropcap]os 62 anos, Lena d’Água edita “Desalmadamente”, um álbum escrito por Pedro da Silva Martins para ela, sem saudosismos nem regressos ao passado. “Isto sou eu agora, com tudo aquilo que já fui”, contou à agência Lusa.

“Desalmadamente”, que sai na sexta-feira, tem dez canções originais compostas por Pedro da Silva Martins (Deolinda), produzidas e interpretadas por um grupo de músicos com quem Lena d’Água se cruzou recentemente e que tinham vontade de trabalhar com ela: Francisca Cortesão, Mariana Ricardo, Benjamim e Sérgio Nascimento.

“Não tenho palavras para lhes agradecer. (…) Eles têm metade da minha idade, mas têm uma sabedoria, uma musicalidade, um talento e um jeito. Foi tão bom. Senti-me dirigida de uma maneira muito firme e muito doce”, afirma a cantora, figura pioneira do rock pop dos anos 1980.

Lena d’Água rejeita qualquer ideia de regresso à música portuguesa, porque esteve sempre activa, talvez com menor visibilidade pública. Aliás, diz que nunca se foi embora, citando a música que levou ao Festival da Canção em 2017, fruto da primeira experiência com composição de Pedro da Silva Martins e participação daqueles músicos.

“‘Isto’ foram muitos encontros, nós fomos experimentando as canções do Pedro, a ver quais as que queríamos mais, aquelas que me diziam mais fortemente e depois fomos fazendo experiências, acertar a tonalidade de cada canção, os andamentos”, explicou.

Além de dar nome ao disco, “Desalmadamente” é também título de uma das canções novas. Esteve para ser a escolhida para o Festival da Canção, mas acabou convertida em disco. Nela, Lena d’Água canta “O corpo lá responde ao pensamento, ó ai / que julga ainda ter só 20 anos, ui / e às vezes vai / tropegamente / ganha ligeireza e assim flui”.

“Ter 60 [anos], já não tenho nem 20, 30, 40, ok, mas agora apesar de o meu corpo ter decaído um bocado, de ter ganho peso, sou mais feliz. Eu era amada pelos motivos errados, naquela altura. Nunca foram amores felizes, foram sempre desencontros. Eu por dentro sou a mesma que fui quando tinha 20 anos, e foi isso que o Pedro percebeu”, afirmou a cantora.

Lena d’Água começou nos Beatnicks – é considerada a primeira mulher portuguesa a integrar uma banda rock -, foi co.fundadora dos Salada de Frutas, passou pelos Atlântida, cantou António Variações, interpretou canções para crianças e ficou conhecida sobretudo pelos temas compostos por Luís Pedro Fonseca.

“Os meus discos dos anos 1980, para mim, tiveram uma parte de sofrimento muito grande, a minha relação com o Luís Pedro era um bocadinho difícil, porque era uma relação afectiva, e depois ele era um bocado bruto como dizia as coisas. Eu não me sentia livre, à vontade, estava em estúdio sempre em grande sofrimento e a achar-me uma merda. É verdade!”, exclama a cantora.

Foi “um tempo muito rico e muito forte na música portuguesa” e que diz ter ficado tatuado nela para sempre. Ainda hoje sobrevivem músicas como “Sempre que o amor me quiser”, “Perto de ti” ou “Robot”, mas sobre essa época não há qualquer nostalgia.

“Os primeiros discos ficaram perfeitos, mas foram difíceis de fazer, sofri bastante em todos eles. E agora no ‘Desalmadamente’, o único sofrimento foi a parte da espera para continuar um trabalho que eu tinha a certeza que ia ficar brutal”, contou.

Num tempo em que a música portuguesa era feita sobretudo por homens, Lena d’Água recorda que “o país era um bocado atrasado”, porque se interessava mais pelas pernas de uma cantora do que por aquilo que cantava.

Hoje vê tudo mais diverso, rico e multiplicado na música portuguesa e não se cansa de sublinhar a participação de duas mulheres na construção do novo disco, com Francisca Cortesão e Mariana Ricardo.

Lena d’Água quer agora levar “Desalmadamente” para o palco, com “a banda desalmada”. “Espero muito que nos queiram ver ao vivo”, disse.

O concerto de apresentação está marcado para 4 de Junho, no Teatro Villaret, em Lisboa, e esperam-se novas datas nos próximos meses com as canções novas. Enquanto isso, Lena d’Água manterá ainda alguns concertos já marcados com Primeira Dama (projecto de Manuel Lourenço) e a banda Xita, uma colaboração que se tem estendido desde 2018, com interpretação de repertório de ambos: este mês estarão no festival Aleste, na Madeira, e, em Junho, no Festival Primavera Sound, no Porto.

6 Mai 2019

Venezuela: Padre luso-descendente considera alarmante violência nas igrejas

Por João Pedro Fonseca e Felipe Gouveia, da agência Lusa

 

[dropcap]O[/dropcap] pároco da missão católica portuguesa em Caracas, Alexandre Mendonça, considera “alarmante que na celebração de uma missa as pessoas tenham de suportar gás lacrimogéneo e agressividade” policial, mas considera uma inevitabilidade, porque “ninguém escapa à realidade do país”.

A invasão de uma igreja, em San Cristobal, no Estado de Táchira, por parte de militares e polícias, na passada quarta-feira, já não surpreende o padre Alexandre Mendonça: “É uma realidade, a igreja está no país, e o país tem muita violência e em qualquer sítio podem acontecer coisas destas…”.

A Igreja Católica tomou uma posição veemente sobre estes acontecimentos de San Cristobal, mas não chegou nenhuma resposta do Governo de Nicolás Maduro. Alexandre Mendonça não se surpreende com isso.

“Do Governo, a palavra paz ouve-se a cada instante. Mas, se se preparam para a guerra, eu creio que o caminho da paz não é por aí. O caminho da paz é a construir justiça, fraternidade, perdão, solidariedade. Preparar para a guerra para alcançar paz para mim é contraditório”, clarifica.

O padre Alexandre, que celebrou este domingo uma missa na capela do Centro Português, em Macaraquai, utilizou várias metáforas na homilia, recorrendo a textos bíblicos. Questionado sobre esta mensagem, Alexandre Mendonça explicou que a missão da igreja é transmitir mensagens positivas.

“Todas estas calamidades que estamos a viver têm uma resposta precisamente naquilo que veio a vencer o pecado, a morte e a escuridão, para falarmos de luz, perdão e vida e aí encontramos força para o presente e, também, coragem para enfrentar um futuro, ainda que esteja marcada por grande incerteza”, disse.

O padre Alexandre, que durante a homilia se referiu à situação difícil que se vive no país, lembrou um pensamento da Madre Teresa de Calcutá e que o Papa Francisco tem usado e que também diz usar: “Quem não vive para servir não serve para viver”.

Sobre os actos de violência que se registaram nos últimos dias, o pároco disse que é preciso deixar “tanta soberba, orgulho, vaidade. O nosso coração, que é de pedra, tem de transformar-se em coração de carne, para que o amor ao próximo passe a ser uma verdade tangível e não palavras vãs que o vento as leva”.

Falou também nas ideologias: “Quando abandonamos Deus na nossa vida. Quando queremos substituí-lo por ideologias, quaisquer que elas sejam, passamos a acreditar num Deus que não existe. Pôr em prática aquilo que não é real leva-nos ao caminho do engano e do sofrimento”.

Habituado a ver o lado positivo das coisas, lembra: “nestas circunstâncias tão difíceis, se algo há de positivo é que aprendemos a olhar mais para os que estão ao nosso lado.

O padre luso-descendente afirma que os acontecimentos de dia 30, com a posição política de Juan Guaidó, não são garantia de mudanças. “Honestamente, digo-vos que já São 50 anos de Venezuela. Não creio. Não é que não me afete, mas esperar que aquilo que se passou, que foi doloroso, até com mortos, vai trazer mudanças… Se o coração do homem não se transforma, a vida que o circunda também não se transforma”.

O padre referiu-se na missa à angústia vivida em Turumo, onde celebrou uma missa também nesta manhã de domingo, e onde lhe foi passada a informação de que existiam ameaças do Governo da Venezuela por causa do dinheiro do Novo Banco retido em Portugal. Que poderia haver uma retaliação do Governo através da expropriação do Centro Português.

Esse rumor, defende o padre, não tem qualquer base factual, pelo que pediu prudência. “Não se deve inventar desgraças maiores. É nosso dever minimizar e aliviar a angústia que as pessoas já levam no seu dia a dia”.

Juan Guaidó desencadeou na madrugada da passada terça-feira um golpe de força contra o regime, em que envolveu militares e apelou à adesão popular.

A iniciativa da passada terça-feira constituiu o arranque da denominada “Operação Liberdade”, que, segundo Guaidó, visa pôr termo ao que chama de “usurpação” da presidência por Nicolás Maduro.

A presidência interina de Guaidó é reconhecida por cerca de 50 países, incluindo os Estados Unidos da América, enquanto Maduro, que tem o apoio da Rússia, além de Cuba, Irão, Turquia e alguns outros países, considerou que a “Operação Liberdade” configura uma tentativa de golpe de Estado.

Nicolás Maduro, que tem sido alvo de forte contestação nas ruas, mas que aparentemente mantém o controlo das instituições, continua a contar, aparentemente, com a lealdade das chefias militares, mantendo o país num impasse.

Os confrontos registados desde a madrugada da passada terça-feira provocaram a morte de cinco manifestantes, três dos quais menores, e 239 ficaram feridos, segundo informações das Nações Unidas.

6 Mai 2019

Líder norte-coreano supervisionou no sábado múltiplos disparos em direcção ao mar do Japão

[dropcap]A[/dropcap] Coreia do Norte procedeu a ensaios de lança-foguetes múltiplos de longo alcance e de armas tácticas teleguiadas no decurso de exercícios supervisionados pelo líder Kim Jong-un, referiu no sábado a agência noticiosa estatal KCNA.

A agência precisou que os disparos ocorreram no sábado, quando a Coreia do Norte também efectuou disparos de projécteis de curto alcance em direcção ao mar do Japão.

“Após determinar a ordem e o procedimento de ataque, [Kim Jong-un] deu a ordem de fogo”, revelou a agência.

“O objectivo destes exercícios consistiu em inspeccionar as capacidades operacionais e a precisão do disparo de lança-foguetes múltiplos de grande calibre e de longo alcance e ainda armas tácticas dirigidas”, indicou a KCNA, acrescentando que os disparos foram enviados na direcção do mar do Japão.

Seul instou no sábado Pyongyang “a pôr fim a acções que activam a tensão”, referindo-se ao lançamento de mísseis de curto alcance, na mensagem mais dura de Seul desde que se iniciou a aproximação entre as duas Coreias.

“O lançamento de vários mísseis de curto alcance da Coreia do Norte viola o espírito do acordo de 19 de Setembro”, é referido num comunicado do Governo sul-coreano, referindo-se à declaração assinada na cimeira entre as duas Coreias em Pyongyang do ano passado.

Este lançamento de mísseis pela Coreia do Norte ocorre numa altura de estagnação no diálogo sobre a desnuclearização com os Estados Unidos e parece indicar uma crescente impaciência de Pyongyang, que exige a Washington uma proposta de desarmamento mais flexível e acompanhada de um levantamento gradual das sanções.

O lançamento de sábado aconteceu pouco mais de uma semana depois da cimeira entre o presidente da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e o presidente russo, Vladimir Putin, em Vladivostok.

A Coreia do Norte tem exigido que cessem “totalmente” as sanções que a ONU impôs ao regime de Pyongyang devido aos testes nucleares e balísticos iniciados em 2006.

A Casa Branca, no entanto, mantém a posição de não ceder a essa pressão enquanto Pyongyang não tomar medidas concretas para desmantelar o seu arsenal nuclear.

6 Mai 2019

Linguista teme efeito dos atentados no Sri Lanka na preservação do crioulo português

[dropcap]O[/dropcap] linguista Alan Baxter disse à Lusa temer que os atentados no Sri Lanka, no domingo de Páscoa, tenham afectado falantes do crioulo de base portuguesa na região, que pertencem a comunidades pequenas e maioritariamente católicas.

“Quantos falantes – e falantes idosos – estavam naquela igreja”, questionou o especialista australiano em crioulos de base portuguesa, em entrevista à Lusa, referindo-se à igreja de São Sebastião, em Negombo, um dos locais atingidos pelos atentados à bomba que provocaram pelo menos 257 mortos no dia 21 de Abril.

O crioulo português do Sri Lanka, antigo Ceilão, é uma herança da expansão marítima portuguesa no século XVI, quando nasceu como língua de contacto entre cingaleses e portugueses, os primeiros europeus a lá chegar.

A colonização portuguesa da ilha não durou mais de 150 anos, mas, mais de meio século depois, este crioulo continua a ser falado no seio das comunidades burghers, tradicionalmente católicas.

“É uma preocupação, é um risco. Porque os melhores falantes e os mais religiosos são os idosos, as pessoas que mais tendem a frequentar a igreja nessas ocasiões especiais [domingo de Páscoa]”, alertou o director da Faculdade de Humanidades de Universidade de São José (USJ) em Macau, referindo-se aos factores de risco que ameaçam extinguir estas línguas de contacto, que se estenderam pela costa da Ásia e do Pacífico a partir do século XVI.

Por seu lado, o investigador da Universidade de Lisboa Hugo Cardoso indicou que nos crioulos luso-asiáticos, em particular, “há o risco de as comunidades serem relativamente reduzidas”.

“Independentemente do grau de vitalidade e robustez da transmissão, sempre fragiliza qualquer comunidade linguística”, apontou Cardoso, também especializado em crioulos de base portuguesa nesta região e que esteve em Macau, no ano passado, para um seminário de documentação linguística.

E quando as comunidades linguísticas são pequenas, factores de risco como desastres naturais ou ataques terroristas representam uma ameaça ainda maior. A língua tambora, por exemplo, falada na ilha indonésia de Sumbawa, desapareceu por completo na sequência da erupção do Monte Tambora, em 1815.

“Muitas vezes, o efeito decisivo de uma catástrofe natural para a extinção de uma língua pode não ser imediato, mas resultar de uma redução significativa da comunidade de fala ou da sua dispersão após o evento”, ressalvou Hugo Cardoso.

No Sri Lanka, desconhece-se ainda quantos falantes do crioulo com origem portuguesa terão morrido na sequência dos ataques, os piores de que há memória naquele país desde o fim da guerra civil, em 2009.

Em todo o caso, para Alan Baxter os principais desafios dos crioulos “são socioeconómicos”. É o caso da educação, do enriquecimento e da expansão das línguas dominantes.

Sobre Malaca, na Malásia, o investigador contou à Lusa como “todo o processo dos aterros”, a partir da década de 1970, levou ao declínio da pesca e à ascensão do turismo.

“O kristang (língua cristã de Malaca) ia muito bem quando era língua de pescadores, não era uma vida fácil, era uma vida mais simples e a língua servia para aquele contexto, para aquelas funções”, disse.

Entre 1979 e 1981, período em que viveu naquela antiga colónia portuguesa, Baxter lembrou que o nível escolar “era mínimo”, mas que hoje em dia “é muito diferente”.

Mais tarde, o enriquecimento da comunidade, ligado à educação e ao turismo, exerceu naturalmente “uma influência negativa relativamente ao uso” da língua, uma vez que as famílias “veem as oportunidades dos filhos crescer se dominarem o inglês”.

Hoje, Malaca não é “a favela” de 1980. “Hoje em dia, você vai [a Malaca] e todas as casas foram alvo de restauro”, descreveu Baxter do sítio que é hoje património da UNESCO. Ainda assim, “o kristang é ainda uma língua viva e falada”.

Já em Macau, até há 20 anos sob administração portuguesa, o contexto para a perda da língua, como língua comunitária, foi um pouco diferente.

“Imagino que houve uma atitude negativa fomentada por atitudes ignorantes e atitudes colonialistas (…) e o patuá foi suprimido”, afirmou o linguista, que vai dirigir um novo mestrado da USJ que tem este crioulo de base portuguesa no currículo.

“Para trabalhar na administração colonial, era preciso falar português. Então imagino que no século XIX, e durante o século XX, houvesse pessoas a criticar e a falar mal do patuá”, disse.

Com a extinção destas línguas, perdem-se “culturas e maneiras de pensar”, advertiu.

“Quando se perde uma língua, perde-se a representação de toda uma semântica cultural. Áreas culturais, área de pensamento que você não pode representar de nenhuma outra maneira, estão na língua”, disse.

6 Mai 2019

EUA vão aumentar para 25% as taxas aduaneiras de diversos produtos comerciais chineses

[dropcap]O[/dropcap]s EUA vão aumentar na sexta-feira de 10% para 25% as taxas aduaneiras sobre o equivalente a 200 mil milhões de dólares de bens chineses importados, anunciou ontem o Presidente Donald Trump.

Esta sanção, também justificada pelo “avanço demasiado lento” das negociações comercias entre os dois países, surge quando uma importante delegação de responsáveis chineses é esperada em Washington na quarta-feira para conversações, até agora apresentadas como finais e que poderiam resultar num acordo comercial.

“Durante 10 meses a China pagou taxas alfandegárias aos Estados Unidos de 25% sobre 50 mil milhões de dólares de [bens] tecnológicos, e 10% sobre 200 mil milhões de dólares de outros bens”, escreveu o Presidente norte-americano no Twitter. “Os 10% vão ser aumentados para 25% na sexta-feira”, acrescentou.

No início de Dezembro o Presidente norte-americano decidiu suspender o aumento destas taxas devido ao recomeço das negociações comerciais que até esta semana estavam a ser apresentadas como “frutuosas” e com fortes hipóteses de resultarem num acordo.

“O acordo comercial com a China avança, mas demasiado lentamente, e quando eles tentam renegociar. Não!”, referiu Trump.

O Presidente republicano pretende reduzir o colossal défice comercial dos Estados Unidos com a China. Para além de uma maior abertura do mercado chinês aos produtos norte-americanos, Trump também exige de Pequim mudanças estruturais que terminem com a transferência forçada de tecnologia norte-americana, roubo de propriedade intelectual ou as subvenções às empresas estatais.

O líder da Casa Branca, que desencadeou a guerra comercial através de taxas aduaneiras punitivas, também ameaça taxar a totalidade das importações chinesas, avaliadas em 539,5 mil milhões de dólares em 2018.

6 Mai 2019

Museu do Oriente adquire e mostra peças da Colecção Cunha Alves

[dropcap]O[/dropcap] Museu do Oriente inaugura a exposição “Um Mundo de Porcelana Chinesa – A Antiga Colecção Cunha Alves”, no dia 9 de Maio, quinta-feira, com cerca de 180 peças de porcelana de exportação, decorada com cenas europeias, datada dos séculos XVII a XIX, que a Fundação Oriente adquiriu no ano de 2018.

O conjunto faz agora parte integrante do acervo museológico, segundo informa a instituição. A Colecção Cunha Alves é “uma das maiores e mais completas colecções de porcelana chinesa de exportação existente na Europa, que passa a estar integrada na exposição permanente dedicada à presença portuguesa na Ásia”. Foi adquirida ao coleccionador e diplomata Paulo Cunha Alves, que a constituiu ao longo de 25 anos, em países como Portugal, Bélgica, Estados Unidos, França, Países Baixos, Reino Unido e Austrália.

A aquisição constitui um importante marco para a instituição. Trata-se de um conjunto expressivo de peças que, pela sua raridade, qualidade e quantidade, constitui um dos mais valiosos núcleos de porcelana chinesa de encomenda no contexto nacional. A mostra dá a conhecer diferentes formas e motivos decorativos que foram resultado de encomendas inspiradas em distintas fontes iconográficas europeias.

O que se encontra neste conjunto são “imagens ao gosto europeu que os artesãos chineses copiaram deixando transparecer no traço a pouca familiaridade para com este tipo de representação, muitas vezes conotada com costumes e hábitos ocidentais”, revela o comunicado do Museu do Oriente.

“Desenhos, gravuras e pequenas pinturas a óleo, tendo por base modelos em prata, faiança, porcelana, estanho e madeira, eram enviados para serem copiados pelos artesãos chineses, resultando em coloridas representações a azul e branco sob o vidrado, e a esmaltes da “família rosa”, grisaille, preto e sépia, rosa carmim e dourado, sobre o vidrado”, conforme exemplifica a instituição.

A exposição vai estar agrupada de acordo com os temas “Expansão da Fé Cristã”, “Os Deuses do Olimpo” e “Prazeres da Vida ao Ar Livre”.

Arte por encomenda

A chegada de Vasco da Gama à Índia, em 1498, e a conquista de Malaca em 1511, marcaram o início das encomendas de porcelana chinesa para o mercado ocidental, onde Portugal desempenhou um papel pioneiro, recorda o museu.

“Foi na dinastia Ming que os portugueses procederam à encomenda de uma série de porcelanas personalizadas, as mais antigas a ostentarem formas ou decorações europeias, como as armas reais portuguesas, (…), a esfera armilar, o monograma IHS, heráldica de nobres e ordens religiosas e inscrições em português e latim”, lê-se no documento.

Sob a dinastia Qing, “a porcelana atingiu uma perfeição incomparável no âmbito da técnica”. “Todos os problemas foram resolvidos, desde os da matéria aos do fogo, e o gosto pela cor domina, tendo sido inventados novos tons até então desconhecidos”.

A produção sob a dinastia Qing foi extremamente abundante, tendo sido exportada em massa para a Europa pelas diferentes Companhias das Índias europeias e, posteriormente, para os Estados Unidos da América, recorda ainda o museu.

6 Mai 2019

Estacionamento | Novas câmaras para detectar ilegalidades

[dropcap]A[/dropcap] zona do NAPE, junto do edifício China Civil Plaza e a Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues estão agora equipadas com novas câmaras de vigilância para detectar carros ilegalmente estacionados, apontou a Rádio Macau.

Esta é a terceira versão do sistema de detecção de estacionamento ilegal e é constituída por quatro câmaras que registam imagens fotográficas e de vídeo com melhor resolução do que os equipamentos já instalados noutros pontos da cidade.

O sistema utiliza um novo método em que identifica a matrícula, sem identificar o condutor. O objectivo é aumentar a eficácia da autuação electrónica, segundo a mesma fonte. As autoridades acreditam que este sistema terá efeitos dissuasores.

No troço da Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, as câmaras cobrem a paragem de autocarro e a zona de estacionamento do Centro de Transfusões de Sangue, e o centro comercial do Grupo Brilhantismo. Já na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, apanham o edifício da Nam Kwong e a paragem de autocarro. No centro, a área fiscalizada pelo novo equipamento abrange a paragem do edifício comercial Si Toi.

As quatro câmaras custaram 130 mil patacas. O sistema começou a ser instalado pela Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) em 2011 e encontra-se em funcionamento em 19 locais. As multas para quem parar ou estacionar ilegalmente variam entre 300 e 600 patacas. No ano passado foram aplicadas quase 20 mil multas.

6 Mai 2019

Saúde | Detectados mais dois casos de rubéola

[dropcap]O[/dropcap]s Serviços de Saúde de Macau (SSM) foram notificados, na passada sexta-feira, sobre a ocorrência de mais dois casos de rubéola no território, sendo que neste momento já foram diagnosticados 33 casos desde o início do ano.

O primeiro caso foi diagnosticado num homem de 41 anos, residente de Macau e que trabalha no Casino Landmark. Na noite de 28 de Abril o paciente apresentou dores de cabeça, dores nas articulações dos membros e erupções cutâneas na perna, tendo recorrido, numa primeira fase, a uma clínica privada e depois ao centro de saúde da Ilha Verde no dia seguinte.

Só na quinta-feira, 2 de Maio, é que o doente se dirigiu ao serviço de urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário. Actualmente, o paciente “ainda apresenta erupções cutâneas, sem febre, sendo o estado de saúde considerado normal”.

O segundo caso foi detectado num homem com 48 anos de idade, topógrafo, residente de Macau. No dia 22 de Abril, durante uma viagem ao exterior manifestou sintomas de calafrios e fadiga. “Neste momento o paciente já não tem febre nem erupções cutâneas, sendo o estado de saúde considerado normal”, aponta um comunicado, que explica ainda que os “familiares de ambos os doentes não apresentaram sintomas semelhantes”.

6 Mai 2019

Grande Baía | Shenzhen procura atrair talentos de Macau e Hong Kong

As autoridades de Shenzhen anunciaram um pacote de medidas que visam atrair os jovens talentos de Macau e Hong Kong. Entre os incentivos contam-se baixas rendas, subsídios, apoios nos custos dos transportes e recompensas em dinheiro vivo

 

[dropcap]N[/dropcap]o total, são 36 as medidas avançadas pelas autoridades da zona económica especial de Qianhai, em Shenzhen, para atrair jovens empreendedores de Macau e Hong Kong, com idades entre os 18 e os 45 anos, segundo uma notícia publicada no South China Morning Post.

As autoridades de Shenzhen vão atribuir subsídios, recompensas em dinheiro vivo que ascendem a vários milhões de yuan, alojamentos de rendas baixas e apoios nos transportes. As medidas destinam-se a servir de chamariz para os jovens que queiram sediar o seu negócio nos 15 quilómetros quadrados da zona de comércio livre de Qianhai, na costa oeste de Shenzhen.

“Os incentivos foram pensados para criar um clima favorável para que os jovens de Macau e Hong Kong se integrem no desenvolvimento nacional”, lê-se num comunicado emitido pelas autoridades de Qianhai.

A iniciativa surge semanas depois da divulgação do alívio fiscal que saiu da segunda reunião de planeamento do grupo de desenvolvimento do projecto da Grande Baía. Os baixos impostos têm a mesma intenção de encorajar os jovens das regiões administrativas especiais a desenvolver inovação na região.

Mundos e fundos

De acordo com o comunicado emitido pela Autoridade de Qianhai, será criado um fundo com cerca de 58.2 milhões de HKD destinados às start-ups das regiões administrativas especiais.

Empresas criadas por jovens de Macau e Hong Kong em Qianhai podem ser recompensadas até 2 milhões de yuan se forem aceites nas bolsas de valores de Xangai, Shenzhen, Hong Kong, Tóquio e Nova Iorque.

Os incentivos também se vão estender a profissionais oriundos das regiões administrativas especiais, assim como aos empregadores de Qianhai que os contratarem, com a atribuição de apoios entre os 20 mil e os 50 mil yuan, dependendo do grau académico do empregado.

Num outro patamar, o South China Morning Post dá conta do plano de construção de apartamentos pensados para profissionais de Hong Kong, e a possibilidade de arrendar apartamentos de renda baixa com contratos de três anos.

Finalmente, serão prestados apoios ao nível dos transportes, como a agilização na passagem da fronteira, criação de autocarros shuttle e apoios monetários.

De acordo com o South China Morning Post, as autoridades de Shenzhen vão divulgar, num futuro próximo, mais detalhes concretos.

6 Mai 2019