Covid-19 | Governo chinês doa material de apoio a Portugal para combater pandemia

[dropcap]O[/dropcap] governo chinês vai doar materiais de apoio e facilitar a aquisição de equipamentos a Portugal para enfrentar a pandemia da covid-19, anunciou ontem o embaixador da China em Portugal, Cai Run.

Numa nota enviada à Lusa, a embaixada chinesa mostrou-se grata às autoridades portuguesas pela “solidariedade” demonstrada durante a crise provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 na China e lembrou que “no aperto do perigo, conhece-se o amigo”, assegurando que os meios “vão chegar em breve” ao país.

“Desde há muito tempo, a Embaixada da China em Portugal tem mantido comunicação e coordenação estreitas com o governo português e as suas autoridades competentes, como o Ministério dos Negócios Estrangeiros, Ministério da Saúde e Direcção-Geral da Saúde [DGS] de Portugal, e ao mesmo tempo tem articulado com as autoridades competentes chinesas, assim como autoridades locais e empresas”, referiu o diplomata no comunicado.

A representação chinesa em Portugal notou ainda ter promovido e coordenado esforços para que cidades como Pequim, Xangai, Shenzhen, Zhuhai e Shenyang, entre outras, tenham doado “prontamente às cidades geminadas portuguesas materiais de proteção, como máscaras médicas, fatos, etc.”

Cai Run indicou também que o grupo China Three Gorges, o maior accionista da EDP, se juntou à companhia elétrica portuguesa para a aquisição de materiais e equipamentos médicos – “ventiladores, monitores, máscaras médicas, fatos e óculos de proteção” –, com vista à sua doação a Portugal, à semelhança de outros membros da comunidade chinesa no país.

“Um cidadão chinês em Portugal já doou num primeiro momento fatos de protecção à DGS, enquanto os ventiladores também adquiridos pela comunidade chinesa estão prestes a chegar a Portugal e serão doados à parte portuguesa”, sublinhou o embaixador chinês.

 

24 Mar 2020

China regista 78 novos casos de contágio com a Covid-19, apenas quatro locais

[dropcap]A[/dropcap] China registou 78 novos casos de infecção pelo novo coronavírus, sendo quatro de contágio local e os restantes importados, anunciou hoje a Comissão de Saúde do país. Na cidade de Wuhan, centro da epidemia, voltou a registar um caso de contágio local, indicou.

A Comissão de Saúde da China informou que, até ao início do dia de hoje, ocorreram sete mortes devido à covid-19, o que eleva para 3.277 o número de vítimas mortais da doença no país.

Ao longo de mais de uma semana, a maioria dos casos relatados pelas autoridades chinesas são de pessoas chegadas do exterior, enquanto a transmissão comunitária quase desapareceu.

Quando a doença começou a atingir o resto do mundo, muitos chineses regressaram ao país. De acordo com dados oficiais, a China registou, no total, 400 casos de infeção oriundos do exterior.

O número de infectados diagnosticados na China desde o início da pandemia é de 81.171, entre os quais 90% já recuperaram, acrescentou.

Para impedir uma segunda vaga de contágios no país, o Governo chinês impôs uma quarentena rigorosa de 14 dias a quem entrar na China.

Ainda segundo dados oficiais, 691.185 pessoas que tiveram contacto próximo com infectados foram monitorizadas clinicamente desde o início do surto, incluindo 12.077 ainda sob observação.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 345 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.

24 Mar 2020

Faça chuva ou faça sol

[dropcap]C[/dropcap]onsegui acordar ainda de manhã. Parece que as horas estão a encontrar o seu tempo. Como de costume, o telefone já se enchia de mensagens dos de cá e dos de outros fusos. “Olá, estás boa?”,

“Como está a correr isso por aí?”, “Precisas de alguma coisa?”. Cada um destes contactos tem um valor acrescentado pelas circunstâncias. Mais do que as mensagens que divulgam convites para solidariedades várias, estas demonstram que há uma solidariedade real, dirigida a um outro que existe. Não que a solidariedade colectiva deixe de ser imperiosa. Mas para que seja verdadeira é, primeiro, necessário que exista a real percepção do outro. Uma existência com morada no coração. Sem enganos nem ilusões.

O termómetro das dez da manhã acusou 36 de temperatura. Na mesma altura abria-se a porta da frente. “Olá vizinha” dissemos uma à outra. A D. Maria também estava bem. Ainda fiquei a dar dois dedos de conversa à distância. Tinha dormido melhor, estava a ajustar tempos e mandou-me um beijo.

Mais tarde, ao telefone, o Faustino falou-me do filme que estava a ver. Estamos limitados a um quarto, a viver do mesmo. A conversa continuou de raspão sobre o mau estado do mundo. Acabou com “mas o tempo até está a passar depressa e tranquilamente”. Foi bom ouvir. E está.

Apesar do nevoeiro matinal o sol acabou por dar de si. O Carlos ligou. “Precisas de alguma coisa?”, perguntou acrescentando que estava um calor dos diabos lá fora. Olhei pela janela.

Olha as árvores

Aqui o clima é sempre o mesmo. A temperatura sempre agradável. Apercebi-me que podia estar o mais agreste Inverno do outro lado do vidro, que nem daria conta. Mas parece que o calor chegou, e podia já ser daquele que asfixia, que agora também não tem forma de se fazer sentir do lado de cá desta fortaleza de luxo. Aqui, a estação é sempre a mesma.

Lá para a hora do almoço disse à Cristina que não precisava de fruta. O mil-folhas que veio na mala para ela, já era. Quando sair vou-lhe fazer três mil-folhas para que os coma seguidinhos em forma de agradecimento. Para a Vera o mesmo, ou outra coisa que mais lhe apeteça. Para os tantos amigos que me apercebo que tenho, alguma coisa se vai arranjar embrulhada em amor.

O Mário interrompeu-me o Yoga. Mas não faz mal. Ele está uns andares acima e gostamos de dizer uns disparates por dia. Comentámos que as árvores derrubadas pelo Hato estão mais verdes que as outras, ali na montanha que nos dá vista. Se calhar, se não fosse este isolamento, nem nos teríamos apercebido.

São 15h. Está sol. Faltam quase 10 dias.

Até amanhã

Macau, 23 de Março de 2020

24 Mar 2020

Armazém do Boi | “Women in a Foreign Land – a Saiyin Project” até 17 de Maio 

[dropcap]O[/dropcap] espaço cultural Armazém do Boi apresenta ao público, até 17 de Maio, a exposição “Women in a Foreign Land – a Saiyin Project”, uma iniciativa desenvolvida ao abrigo das residências artísticas na Rua do Volong. Neste projecto, da autoria de Sai Yin, artista de Zhuhai, participaram Gong Siyue, curador do Rockbund Art Museum e Shi Hantao, académico, além de Noah Ng, presidente do Armazém do Boi.

A história de mulheres divorciadas em Macau serve de base ao projecto artístico, mas, como aponta um comunicado do Armazém do Boi, “o artista não conta as suas histórias”. “Terminada a sua licenciatura na universidade, Tatiana, uma mulher portuguesa, veio para Macau para ter uma relação. Mais de uma década depois, a relação chegou ao fim e ela gradualmente apaixonou-se pela cidade e decidiu ficar por aqui.”

O projecto revela também a história de Amy, chinesa de Guizhou, que é “mais complicada”. A protagonista, uma mulher sem estudos, decidiu acompanhar, aos 20 anos de idade, um amigo numa aventura que a levaria a trabalhar na província de Guangdong. Contudo, as voltas que a vida dá, à mistura com a desonestidade do amigo, fizeram com que se visse divorciada e com dois filhos.

“Enquanto divorciada tornou-se promotora de vendas e empregada de mesa, aceitando todo o tipo de trabalhos para criar os filhos, até que conheceu o actual marido que a trouxe para Macau.”

Estas narrativas são contadas através de trabalhos áudio e vídeo, enquanto que as imagens descrevem situações do dia-a-dia, tentando contar as histórias destas “estranhas” numa “cidade que cresce rapidamente”.

24 Mar 2020

AFA | “Floating World”, primeira mostra de Kit Lee inaugurada sexta-feira 

A AFA – Art for All Society está de volta com a primeira exposição da artista Kit Lee. “Floating World” é o nome da exposição que será inaugurada esta sexta-feira, 27, e que faz parte do projecto da associação que visa mostrar o trabalho de artistas emergentes de Macau

 

[dropcap]D[/dropcap]epois de um longo interregno devido à pandemia covid-19, que decretou o encerramento de todos os espaços culturais e de exposição, a AFA – Art for All Society regressa com a primeira exposição do ano, a partir desta sexta-feira, dia 27. “Floating World” será a apresentação do trabalho de Kit Lee, nascida em Macau, um dos novos nomes do panorama artístico local.

De acordo com um comunicado divulgado pela AFA, a mostra faz parte do projecto anual intitulado “New Generation – New Media” – Art Exhibition Series part I”, que visa precisamente mostrar o trabalho de jovens artistas de Macau.

Kit Lee formou-se em comunicação, em 2009, em Taiwan na Universidade Tamkang, onde também completou o mestrado, que concluiu em 2013. Em 2014, a artista regressou a Macau e começou a trabalhar na área do design multimédia a partir de 2016.

Beleza natural

Foi durante a licenciatura que Kit Lee começou a trabalhar na área dos media e do vídeo com um foco artístico. A AFA aponta que os seus trabalhos, numa fase inicial, “eram essencialmente de vídeo arte, sobre a disseminação de informação e temas da cultura pop, produção de animação ou pós-produção vídeo”.
Kit Lee revelou, desde cedo, uma paixão pela “beleza das flores”, tema que preencheu o seu trabalho de design multimédia a partir de 2016, através do uso de ferramentas 3D. Depois de criar formas e texturas de flores, a pós-produção permitiu a Kit Lee produzir o “efeito de água” nessas imagens.

“A característica deste tipo de trabalho é o seu vazio. Comparado com a ‘realidade’ de tudo o que existe no mundo, não é permitido tocar nas flores do vazio de Kit Lee, permanecendo apenas o silêncio numa negra profundidade”, descreve a AFA. Esta exposição estará patente até ao dia 27 de Abril.

24 Mar 2020

AL | Restrição de acesso a edifício onde funcionam escolas sem licença preocupa deputados

[dropcap]A[/dropcap] 2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa está preocupada com a medida cautelar que permite selar um edifício de uma escola, no caso da instituição estar a funcionar sem licença. O cenário foi traçado por Chan Chak Mo, presidente da comissão que analisa o diploma sobre o ensino particular não superior. Os deputados temem que mesmo que o proprietário do edifício não seja o responsável pela escola que acabe por ser indirectamente prejudicado, uma vez que fica sem poder utilizar ou aceder ao seu imóvel.

“O director da Direcção de Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) tem o poder para aplicar a medida de selar de edifícios para impedir o acesso, no caso de se verificar que uma instituição estava a funcionar sem alvará. Mas se o edifício não for da entidade responsável pela escola, será que a medida é justa para o proprietário?”, questionou Chan Chak Mo.

“Com as respectivas diferenças, e existem muitas, é uma situação como a lei das pensões ilegais, em que o proprietário pode não saber que a sua fracção está a ser arrendada e mesmo assim é penalizado”, apontou.

Ontem, os deputados estiveram a analisar a quarta versão apresentada pelo Executivo da lei sobre o estatuto das escolas particulares do ensino não superior. Chan Chak Mo acredita que ainda há alterações de pormenor para ajustar, mas que a conclusão da análise na especialidade não está longe.

24 Mar 2020

Covid-19 | Jorge Sales Marques aconselha máscaras e isolamento a portugueses

Numa altura em que o número de casos de infectados com o covid-19 não pára de subir, Jorge Sales Marques aconselha os portugueses a cumprirem instruções e ajudarem o pessoal médico numa guerra onde não se querem “heróis”

 

[dropcap]O[/dropcap] médico dos Serviços de Saúde Jorge Sales Marques considera que a ‘receita’ para vencer a guerra contra a covid-19 passa por máscaras, lavagem de mãos, isolamento e rastreios. Os conselhos foram deixados para Portugal, numa entrevista à Lusa.

O pediatra, que integra a equipa médica de Macau envolvida na linha da frente do combate ao surto, mostrou-se “preocupado”, enquanto médico e português, com o aumento de casos no país europeu e com “algumas imagens” que ilustram situações de incumprimento de regras básicas.

“Vejo às vezes, com preocupação, como português, (…) imagens na rua e em locais” que mostram pessoas “que não estão a seguir regras”, que é preciso “cumprir numa situação de pandemia”, afirmou o especialista, à Lusa, salientando que, “a curto prazo (…) será diferente: quando surgirem mais casos e mais mortes o impacto será maior”.

Jorge Sales Marques assegurou que boa parte da ‘receita’ para vencer “a ‘guerra’ que está a ser travada” passa pela utilização de máscaras e pela lavagem de mãos, medições exaustivas de temperatura e pelos inevitáveis controlos fronteiriços. O médico vincou ainda a necessidade de se evitar a aglomeração de pessoas, de se impor uma auto-disciplina de isolamento em casa e seguir as orientações associadas ao distanciamento social.

“Temos de combater o ponto mais fraco do vírus”, através do “auto-isolamento”, já que este “só se propaga se tiver pessoas, caso contrário vai morrendo, vai perdendo forças, vai diminuindo o número de mutações, e vai acabar por desaparecer”, sustentou.

Turnos de 14 dias

Jorge Sales Marques faz parte de uma equipa composta por 23 médicos e 60 enfermeiros que combatem em Macau o vírus, em turnos de 14 dias. Segundo o médico, os profissionais estão “completamente equipados com material de protecção individual, que inclui óculos, luvas e máscaras”, seguindo, depois de revezados, para uma quarentena de outros tantos dias, que é cumprida numa residência anexa ao local onde prestam serviço equipada com uma centena de camas, em quartos individuais.

“Ficam em isolamento voluntário (…) para impedirem o contágio a familiares ou [a pessoas com] o sistema imunológico comprometido”, frisou.

O especialista sublinhou ainda que “os profissionais de saúde que estão na linha da frente, quer em Portugal, quer em Macau, em todos os lados, não querem ganhar essa guerra sozinhos”. “Não queremos ser os heróis desta guerra, temos de partilhar isto”, disse, defendendo duas convicções profundas.

A primeira é que “tem de haver sobretudo uma comunhão entre quem manda e quem orienta e quem deve cumprir, que é a população”.

A segunda, diz respeito ao momento e às ações definidas. “Só com medidas corajosas é que podemos ganhar terreno. Se tivermos medo de actuar vamos perder o ‘timing’ ideal”, sustentou.
Meses de combate à epidemia em Macau e o olhar sobre o que está a ser feito em outros territórios e países em todo o mundo, permitem-lhe fazer uma outra previsão: “Certamente virão novas pandemias e vamos estar mais preparados para as combater logo de início com medidas corajosas”, rematou.

24 Mar 2020

PME | Quase três mil candidaturas ao plano de apoio financeiro

[dropcap]U[/dropcap]m total de 2994 pequenas e médias empresas (PME) candidataram-se ao Plano de Apoio a PME concedido pela Direcção dos Serviços de Economia (DSE) no âmbito das respostas à crise causada pela pandemia da covid-19.

Estes números dizem respeito ao período compreendido entre o dia 1 de Fevereiro e 20 de Março, sendo que 20 por cento das candidaturas foram apresentadas via online. Um total de 1 556 candidaturas já têm o processo de apreciação concluído.

Em comunicado, a DSE explica que “desde que sejam entregues todos os elementos necessários, é muito provável que os trabalhos de apreciação e aprovação sejam concluídos dentro de 10 dias”. Para se candidatarem, as PME devem cumprir quatro passos para ter acesso a um empréstimo sem juros até 600 mil patacas, com um prazo de reembolso de oito anos. No que diz respeito ao plano de bonificação de juros, até ao dia 20 de Março a DSE recebeu um total de 622 pedidos, com o prazo de candidaturas a terminar a 17 de Setembro.

24 Mar 2020

Covid-19 | Macau regista 25º caso de infecção. Doente é trabalhador não residente da Indonésia

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Macau anunciaram esta segunda-feira mais um caso de contágio da covid-19, elevando o número de infectados para 25 desde o início do surto do novo coronavírus. Trata-se de um indonésio, de 41 anos, “marido do 14.º caso e pai do 17.º caso confirmado em Macau”, informou em comunicado o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus.

O trabalhador não residente do território, no dia 17 de Março, “apanhou o voo CX718 (com o assento n.º 47D) da companhia aérea Cathay Pacific, com a sua mulher e seu filho, com partida de Jacarta, Indonésia e destino Hong Kong”. Apesar de ter logo registado febre, os primeiros dois testes deram negativos, mas hoje foi submetido a um terceiro teste e o “resultado revelou positivo para o novo tipo de coronavírus”, acrescentaram as autoridades.

Este é o 15.º caso detectado pelas autoridades em pouco mais de uma semana, depois de Macau ter estado 40 dias sem identificar qualquer infecção.

Ontem foi anunciado o 24º caso de contágio com a covid-19, e que diz respeito a um estudante no Reino Unido, residente de Macau, de 21 anos de idade que viajou de Londres para Hong Kong. Na fronteira, declarou ter sentido febre nos 14 dias anteriores à entrada no território. Os testes realizados posteriormente confirmaram a infecção.

No domingo foi também detectado o 21º caso positivo numa mulher de 19 anos, regressada do Reino Unido via Tailândia, e que chegou a Macau dia 18, estando actualmente em tratamento. No sábado, foi detectado o 22º caso de infecção, respeitante a um homem de 44 anos, residente de Macau, que viajou de Dublin, Irlanda, para Macau via Frankfurt. Quando chegou à fronteira, para cumprir quarentena, declarou ter corrimento nasal, tendo feito testes no Centro Hospitalar Conde de São Januário.

O doente “apresentou sintomas de pneumonia”. Por sua vez, o 23º caso diz respeito a um estudante, residente de Macau, que chegou de Hong Kong na sexta-feira, dia 20. O teste de ácido nucleico deu positivo, mas o raio-x não comprovou a evolução para pneumonia.

24 Mar 2020

Covid-19 | Portugal com 23 mortes confirmadas e 2.060 pessoas infectadas

[dropcap]P[/dropcap]ortugal tem 23 mortes associadas ao vírus da Covid-19 confirmadas, mais nove do que no domingo, e 2.060 pessoas infectadas, segundo o boletim de hoje da Direcção-Geral da Saúde (DGS). Estão confirmadas nove mortes na região Norte, cinco na região Centro, oito na região de Lisboa e Vale do Tejo e uma no Algarve, revela o boletim epidemiológico divulgado hoje, com dados referentes até às 24:00 de domingo.

Das 2.060 pessoas infectadas pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), a grande maioria (1.859) está a recuperar em casa, 201 estão internadas, 47 das quais em Unidades de Cuidados Intensivos. De acordo com os dados da DGS, há mais 460 casos (22,3%) confirmados de infecção com o novo coronavírus, que provoca a doença Covid-19, do que no domingo.

Desde 1 de Janeiro existem 13.674 casos suspeitos, dos quais 1.402 aguardam resultado laboratorial. Houve ainda 10.212 casos em que os testes não confirmaram a infecção e 14 doentes que já recuperaram.

De acordo com o relatório da situação epidemiológica em Portugal, existem 11.842 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde (menos 720).

A região Norte continua a registar o maior número de infecções, totalizando 1.007, seguida da região de Lisboa e Vale do Tejo (737), da região Centro (238), do Algarve (42) e do Alentejo (cinco casos). Há nove casos na Madeira e 11 nos Açores. O boletim dá ainda conta de 11 casos de estrangeiros.

Os dados da DGS indicam que há 44 casos resultam da importação do vírus de Espanha, 26 de França, 20 de Itália, 11 da Suíça, 11 do Reino Unido, seis dos Países Baixos, cinco do Brasil, quatro da Áustria, três dos Emirados Árabes Unidos, três da Índia, dois da Alemanha, dois de Andorra, um da Bélgica, um da Alemanha e Áustria, um do Irão, um do Egito e outro da Dinamarca.

Segundo a DGS, só existe informação sobre sintomas em 46% dos casos confirmados. Nesses casos, 72% têm tosse, 60% dos doentes apresentam febre, 42% dores musculares, 34% cefaleias, 28% fraqueza generalizada e 23% dificuldade respiratória. Portugal está em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira, até às 23:59 de 2 de Abril. O novo coronavírus já infectou mais de 341 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.

23 Mar 2020

Covid-19 | Hong Kong proíbe entrada de não residentes durante 14 dias

[dropcap]H[/dropcap]ong Kong vai proibir todos os não residentes de entrarem na região semi-autónoma chinesa a partir de quarta-feira, disse hoje a chefe do Executivo local, como parte das medidas para tentar conter a propagação do novo coronavírus.

Carrie Lam, Chefe do Executivo de Hong Kong, ordenou ainda que todos os restaurantes e bares parem de servir álcool. O número de pessoas infectadas em Hong Kong duplicou, nas últimas duas semanas, e atingiu os 318 casos, sobretudo após o retorno de pessoas da Europa e da América do Norte, onde o surto assumiu maior proporção nas últimas semanas.

Até à data, e apesar da proximidade com a China continental, o “centro” financeiro internacional tinha conseguido evitar o surto do novo coronavírus, em particular graças às precauções tomadas pela população local, como o uso de máscara, lavar as mãos e manter a distância social.

“A partir da meia-noite de 25 de março, todos os não residentes de Hong Kong que chegarem de avião do exterior não poderão entrar na cidade”, disse Carrie Lam. A medida vigorará durante duas semanas, podendo ser prolongada no final desse período. O trânsito de passageiros pelo aeroporto da cidade – a oitava mais movimentada do mundo – também será interdita, acrescentou.

O Governo de Macau anunciou, na semana passada, uma medida idêntica, com exceção para trabalhadores não residentes que residam na China continental, Hong Kong e Taiwan, o que afecta parte da comunidade portuguesa.

Em Hong Kong o Executivo ditou ainda que cerca de 8.600 restaurantes e bares licenciados permanecerão abertos, mas não poderão mais servir bebidas alcoólicas. As autoridades de saúde estavam preocupadas com o agrupamento de pessoas em alguns dos bairros movimentados da cidade. Na semana passada, uma série de contaminações foi registada entre as pessoas que se encontravam no distrito de Lan Kwai Fong, conhecido pela vida nocturna.

23 Mar 2020

Covid-19 | Cabelo da China pagava tudo, agora Hélder desespera na baixa de Maputo

[dropcap]H[/dropcap]élder Patrício, vendedor de cabelo oriundo da China, está a enfrentar uma sucessão de problemas por causa do novo coronavírus que o deixam à beira do desespero, conta à Lusa, na baixa de Maputo. “Tenho dependentes, uma filha e os meus pais também”, relata.

Além disso, tem de custear os seus estudos e os dos irmãos, mas com “este rompimento [do negócio] é preciso controlar os recursos escassos”, numa espécie de milagre da multiplicação.

O ‘rompimento’ começou em janeiro com as dificuldades de fornecimento da China, agravadas com a suspensão de vistos e a impossibilidade de ir comprar mercadoria, culminando agora com medidas mais restritivas para a circulação e vida social impostas como medida de prevenção pelo Governo moçambicano.

Ainda só há registo oficial de um caso de Covid-19 em Moçambique, mas a vida de Hélder já está virada do avesso.

Nalgumas das avenidas da capital moçambicana, há carros estacionados com o porta-bagagens aberto, expondo cabelos lisos e cacheados, de diferentes cores, cortes e tamanhos.

São vendidos em mechas a preços que variam entre 1.500 meticais (20 euros) e 15 mil meticais (200), num negócio dominado maioritariamente por jovens.

“O meu ´stock` está a baixar devido à falta de viagens. Estamos a consumir e não estamos a repor e isso é mau”, lamenta Hélder Patrício.

Apesar dos riscos, o comerciante assume que “seria uma das primeiras pessoas a viajar” até à China para comprar cabelo, caso as companhias aéreas o permitissem.

“É o meu trabalho principal e dependo dele para a escola e tantas outras coisas. Tudo parou. Tanto as viagens, quanto o negócio, estamos a passar maus momentos”, desabafa.

Marta Simbine, comerciante de vestidos de noiva feitos na China, fazia viagens àquele país antes da eclosão da doença, mas agora conta que poucos vestidos lhe restam e tem cinco noivas em lista de espera.

“O meu negócio parou. Assim estou a pensar no que fazer porque não posso perder clientes”, diz à Lusa.

A vendedora, de 53 anos, abastecia-se na China desde 2011, para vender em Maputo sob a marca Bride to Be.

A história assemelha-se à de Hélder: a sua última viagem estava marcada para fevereiro, mas “a covid-19 veio estragar tudo”.

“Nem tenho como receber encomendas. Não sei o que fazer”, desabafa a mãe de três filhos, beneficiários dos rendimentos do seu negócio – além de vestidos, Marta vende acessórios para noivas, brindes ou roupas para os pais dos noivos.

O setor informal moçambicano alimenta-se em boa parte de produtos oriundos da China, país que fornece também mobiliário, telemóveis e pronto-a-vestir, segundo a Associação de Comércio, Indústria e Serviços (ACIS) de Moçambique, que representa cerca de 400 empresas.

Edson Chichongue, diretor executivo da ACIS, explica que pequenos empresários e vendedores informais moçambicanos tendem a viajar até à China para comprar as suas mercadorias devido à facilidade de acesso ao mercado e aos baixos custos de aquisição.

“Nalguns países da Europa não é muito fácil os informais entrarem para comprar estes produtos, enquanto na China o mercado é um pouco mais livre”, explica.

Por conta da facilidade de entrada no mercado, Edson acredita que aqueles agentes económicos estão entre os que mais se ressentem dos efeitos da covid-19.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 324 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 14.300 morreram.

23 Mar 2020

China anuncia primeiro ensaio clínico da vacina contra vírus da Covid-19

[dropcap]A[/dropcap] China iniciou o primeiro ensaio clínico para testar uma vacina contra o novo coronavírus, numa altura em que vários países estão numa corrida para encontrar um tratamento eficaz contra o patógeno, noticiou hoje a imprensa oficial. Cento e oito voluntários, divididos em três grupos, receberam as primeiras injecções na sexta-feira, de acordo com o jornal oficial em língua inglesa Global Times.

Os voluntários têm entre 18 e 60 anos e são todos oriundos da cidade chinesa de Wuhan, centro do surto detetado em Dezembro. As autoridades de saúde chinesas aprovaram o uso de seres humanos em experiências, em 17 de março passado, no dia em que os seus colegas norte-americanos realizaram o primeiro teste de uma vacina para a Covid-19, com 45 voluntários adultos.

Os voluntários chineses serão acompanhados ao longo de seis meses. Actualmente, não existe vacina ou tratamento aprovado para o coronavírus SARS-CoV-2.

O anúncio dos testes ocorre numa altura de renovadas tensões entre os Estados Unidos e a China sobre a pandemia, com o Presidente norte-americano a acusar Pequim de ser parcialmente responsável pela propagação do “vírus chinês”, um termo recorrentemente usado por Donald Trump e fortemente condenado pelo regime do Presidente chinês, Xi Jinping.

Em editorial, o Global Times sublinhou, na semana passada, que “desenvolver uma vacina é uma batalha que a China não pode perder”.

Também na passada semana, as empresas farmacêuticas multinacionais comprometeram-se a fornecer uma vacina contra a Covid-19 “em qualquer lugar do mundo”, num tempo estimado entre 12 e 18 meses, no mínimo.

A Rússia anunciou também que começou a testar uma vacina em animais. Os primeiros resultados serão conhecidos em Junho.

23 Mar 2020

Covid-19 | China volta a não registar casos locais de contágio

[dropcap]A[/dropcap] China anunciou hoje que voltou a não registar novas infecções locais pelo novo coronavírus, ao mesmo tempo que detectou 39 novos casos oriundos do exterior. Ao longo de mais de uma semana, a maioria dos casos relatados pelas autoridades chinesas foram importados, ou seja, pessoas chegadas do exterior, enquanto a transmissão comunitária desapareceu, indicou a Comissão de Saúde da China.

No sábado, o país registou uma nova infecção local, após três dias a diagnosticar apenas casos importados. Nove pessoas morreram devido à Covid-19, nas últimas 24 horas, pelo quinto dia consecutivo em que a contagem se fixa abaixo dos dois dígitos. Todas as mortes ocorreram na província de Hubei, sobretudo em Wuhan, cidade com cerca de 11 milhões de habitantes e centro do surto.

Até ao início do dia de hoje, o número total de mortes devido à doença no país foi de 3.270. O número de infectados diagnosticados na China Continental, que exclui Macau e Hong Kong, desde o início da pandemia, é de 81.093, incluindo 72.703 pessoas que já receberam alta. Os casos ativos são 5.120, entre os quais 1.749 em estado grave.

Para impedir uma segunda vaga de contágios no país, o Governo chinês impôs uma quarentena rigorosa de 14 dias a quem entrar no país. A partir de hoje, todos os voos para Pequim vão ser desviados para outras cidades, onde os passageiros serão submetidos a um exame de saúde, antes de seguirem para a capital chinesa.

Em Pequim, os viajantes ficam sujeitos a uma quarentena em hotel designado pelas autoridades, com custos equivalentes a 100 euros [cerca de 850 patacas] por noite. O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infectou mais de 324 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 14.300 morreram.

Depois de surgir na China, em Dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 5.476 mortos em 59.138 casos. Segundo as autoridades italianas, 7.024 dos infectados já estão curados. Vários países adoptaram medidas excepcionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

23 Mar 2020

Covid-19 | Luís Estanislau, treinador de futebol, diz que na China isolamento foi mais respeitado

[dropcap]A[/dropcap]s medidas de isolamento foram mais respeitadas na China do que têm sido em Portugal, considera o treinador de futebol Luís Estanislau, que trabalhava em Wuhan, cidade na origem do surto do novo coronavírus, responsável pela Covid-19.

Depois de um período de isolamento em Wuhan, urbe com cerca de 11 milhões de habitantes, entre 22 de Janeiro e 1 de Fevereiro, o preparador físico do Hubei Chufeng Heli, do terceiro escalão da China, está agora a viver o mesmo cenário em Guimarães, cidade de onde é natural, e considerou estar mais enraizada na população chinesa a “cultura de respeitar as ordens do Governo”, sem “necessidade de contrariar”.

“Na China, fecha-se uma cidade de 11 milhões, está feito e acabou. Alguém manda, alguém decide e toda a gente cumpre, porque há essa cultura de [se] respeitar as decisões do Governo. Aqui [Portugal], como vivemos numa democracia de livre expressão, cada um pode dizer aquilo que quiser e bem lhe apetecer”, disse à Lusa o técnico, de 27 anos, que rumou a Wuhan no início de 2019 para integrar uma equipa com mais dois vimaranenses: o treinador principal, Luiz Felipe, e o treinador de guarda-redes, Miguel Matos.

Apesar das medidas de contenção em solo luso não serem, a seu ver, “tão drásticas” como as tomadas na China, até pela “capacidade económica” díspar dos dois países, Luís Estanislau realçou que Portugal está agora “no caminho certo”, sem “grandes dramatismos”, após a “demora” inicial em “perceber a dimensão” da Covid-19, já classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como pandemia.

O técnico lembrou ter-se apercebido da gravidade da epidemia em 22 de janeiro, quando a equipa técnica regressou a Wuhan após um estágio de cinco semanas, em Kunming (sul da China), mas viu cancelado o voo do dia seguinte para as Filipinas, para a semana de férias do Ano Novo Lunar, antes do regresso aos treinos de preparação para a época que iria começar em 07 de março.

Num período de “dois a três dias”, recordou, tudo fechou na cidade, à exceção dos supermercados, locais onde os consumidores eram obrigados a utilizar máscara, óculos e luvas, sob pena de serem colocados “logo em casa” pelas autoridades assim que saíssem dos estabelecimentos.

“A partir do momento em que temos máscaras, óculos na cara, podemos tocar em tudo. Não vamos conseguir tocar nem na boca, nem no nariz, nem nos olhos [canais de propagação do novo coronavírus]”, explicou, tendo dito ainda que, na hora de chegar a casa, deitava a máscara ao lixo e desinfectava os óculos.

Apesar das restrições impostas, o número de mortes na China subiu de 17 para 259, até 1 de Fevereiro, quando a equipa técnica foi repatriada num voo com 17 portugueses entre 250 cidadãos de várias nacionalidades europeias.

Depois da quarentena no hospital Pulido Valente, em Lisboa, e da “normalidade” com que viveu os últimos dias de fevereiro, Luís Estanislau viu-se obrigado a um segundo isolamento forçado, em Guimarães, cidade que, a seu ver, tem cumprido as recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS).

“Fui ao supermercado e vi pouquíssimas pessoas na rua, e mesmo no supermercado. Talvez pela proximidade a Felgueiras [um dos epicentros do surto, a 20 quilómetros], as pessoas possam ter um pouco mais de receio de sair”, observou.

O preparador físico, que também já trabalhou nos escalões de formação do Vitória de Guimarães e do Sporting, confirmou ainda que a equipa técnica quer voltar ao Hubei Chufeng Heli, clube com o qual tem contrato até ao final de 2020, mesmo sem ainda saber a data em que regressa a competição.

23 Mar 2020

Covid-19 | Macau anuncia novo caso e eleva total para 24

[dropcap]M[/dropcap]acau anunciou hoje mais um caso de contágio da covid-19, elevando o número de infectados para 24 desde o início do surto do novo coronavírus.

Um estudante de 21 anos no Reino Unido, que viajou de Londres para Hong Kong, entrou no território no domingo, “tendo declarado, junto do pessoal de quarentena no posto fronteiriço dos Serviços de Saúde, que tinha manifestado febre nos 14 dias anteriores à entrada em Macau”, indicou, em comunicado, o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus.

O estudante, residente de Macau, foi levado para o Centro Hospitalar Conde São Januário (CHCSJ) para realizar análises, “cujo resultado de ácido nucleico relevou positivo para o novo tipo de coronavírus”, acrescentou.

Este é o sétimo caso detectado pelas autoridades em pouco mais de 24 horas e o 14.º em cerca de un semana, depois de Macau ter estado 40 dias sem identificar qualquer infecção. Macau registou uma primeira vaga de dez casos de infecção pela Covid-19 em Fevereiro, que já tiveram alta hospitalar. Após a deteção de novos casos, as autoridades reforçaram medidas de controlo e restrições fronteiriças.

Desde a passada quinta-feira só é possível a entrada de residentes de Macau, Hong Kong, Taiwan e China continental. Mesmo estes passaram a estar sujeitos a uma quarentena obrigatória de duas semanas, caso tenham estado nos 14 dias anteriores em qualquer território ou país.

Segundo os últimos dados do Governo de Macau, estão 1.394 pessoas isoladas em sete hotéis que o Governo de Macau decidiu converter em centros de quarentena.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 324 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 14.300 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir actualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 5.476 mortos em 59.138 casos. Segundo as autoridades italianas, 7.024 dos infectados já estão curados.

23 Mar 2020

Covid-19 | Tenor Plácido Domingo infectado

[dropcap]O[/dropcap] tenor espanhol Plácido Domingo anunciou este domingo que está infectado com o novo coronavírus, disse que ficará em isolamento “o tempo que for necessário” e apelou à adopção de medidas que impeçam a propagação da pandemia. Numa publicação na rede social Facebook, Plácido Domingo considerou ser “uma obrigação moral anunciar” que está infectado pela covid-19.

“Eu e a minha família vamos continuar, individualmente, isolados, o tempo que for necessário”, lê-se no texto divulgado pelo tenor espanhol. Plácido Domingo apelou ainda à adoção de cuidados de proteção, como “lavar as mãos com frequência, manter uma distância de dois metros das outras pessoas”, bem como o isolamento social, impedindo a propagação do vírus.

“Juntos podemos lutar contra este vírus e travar a crise mundial, para assim podermos regressar à normalidade da nossa vida diária, o mais rápido possível”, concluiu.

23 Mar 2020

Covid-19 | Angela Merkel contactou com médico infectado e vai ficar em quarentena

[dropcap]A[/dropcap] chanceler alemã, Ângela Merkel, esteve em contacto na sexta-feira com um médico que testou positivo para o novo coronavírus e “decidiu ficar imediatamente em quarentena” em casa, anunciou o porta-voz do governo alemão. A chanceler foi “informada que um médico que lhe tinha dado uma vacina contra infeções pneumocócicas na sexta-feira à tarde estava positivo” para o novo coronavírus, indicou Steffen Seibert num comunicado.

Merkel “será testada nos próximos dias” para saber se foi contagiada, adiantou o porta-voz. A chanceler, 65 anos e à frente do governo alemão desde 2005, “prosseguirá as suas actividades oficiais em quarentena no domicílio” em Berlim, disse ainda Seibert.

Antes do anúncio da sua entrada em quarentena, Merkel tinha apresentado novas medidas para conter a epidemia da Covid-19, incluindo a proibição de se reunirem mais de duas pessoas e o encerramento de todos os restaurantes no país.

A Alemanha conta com 18.610 casos do novo coronavírus e 55 vítimas mortais, de acordo com a página oficial do Instituto Robert Koch, entidade responsável pela prevenção e controlo de doenças. O país registou um aumento de 1.948 casos em relação ao dia anterior, com os estados federados da Renânia do Norte-Vestefália, Baviera e Bade-Vurtemberga a serem os mais afectados.

23 Mar 2020

Covid-19 | COI decide em quatro semanas se adia ou não os Jogos Olímpicos de Tóquio

[dropcap]O[/dropcap] Comité Olímpico Internacional (COI) vai deliberar num período de quatro semanas sobre a realização dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, devido à pandemia de Covid-19, com o adiamento na agenda, mas não o cancelamento, revelou o organismo.

Através de um comunicado, o presidente do COI, Thomas Bach, esclarece que estão vários cenários em discussão, contudo o cancelamento não é uma hipótese, apesar da rápida propagação do novo coronavírus pelo Mundo, que deixou os atletas sem condições para se preparem para o evento, previsto para se realizar entre 24 de julho e 9 de agosto.

“O COI, em cooperação com o Comité Organizador de Tóquio2020, as autoridades japonesas e o Governo Metropolitano de Tóquio, iniciará conversações detalhadas para concluir a avaliação da rápida evolução do panorama global da saúde e o seu impacto nos Jogos Olímpicos, incluindo a hipótese de adiamento. O cancelamento não está em agenda”, refere a nota.

Nos últimos dias, o organismo responsável pelos Jogos tem sido pressionado por vários comités e federações, que defendem o adiamento do evento, por considerarem que existe risco para a saúde e bem-estar dos atletas.

A entidade acredita que dentro de quatro semanas terá uma decisão final e agradece a solidariedade dos comités e federações.

“O COI está confiante de que essas discussões serão concluídas nas próximas quatro semanas, e agradece muito a solidariedade e colaboração dos comités olímpicos nacionais e federações internacionais por apoiar os atletas e adaptar a planificação dos Jogos”, concluiu.

23 Mar 2020

Covid-19 | Empresário chinês Jack Ma doa seis milhões de equipamentos médicos a África

[dropcap]O[/dropcap] empresário chinês Jack Ma, dono do grupo de comércio eletrónico Alibaba, doou cerca de seis milhões de equipamentos médicos, como máscaras e ‘kits’ de teste, aos países africanos para combaterem a pandemia da Covid-19.

Um avião de carga da Ethiopian Airlines chegou hoje da cidade chinesa de Guangzhou, à capital etíope, Adis Abeba, com um total de 5,4 milhões de máscaras, mais de um milhão de ‘kits’ de teste, 40 mil conjuntos de roupas de proteção e 60 mil proteções para o rosto, anunciaram as autoridades locais e a Jack Ma Foundation.

O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, prometeu distribuir estes equipamentos para outros países de África. Além de África, o multimilionário chinês enviou ainda equipamentos médicos para países da Ásia, Europa, América do Norte e América Latina.

A Covid-19 já causou pelo menos 13.444 mortos no mundo desde que apareceu em dezembro, segundo um novo balanço, que dá conta ainda de mais de 308.130 casos de infeção oficialmente diagnosticados em 170 países e territórios desde o início da epidemia.

Em África, há mais de mil casos em 40 países e territórios, com registos de 30 mortes, segundo os dados mais recentes.

23 Mar 2020

Covid-19 | Número de mortos em Itália aumenta 651 em 24 horas para 5.476

[dropcap]I[/dropcap]tália registou mais 651 mortos pela Covid-19 nas últimas 24 horas, elevando o número total de vítimas mortais para 5.476, segundo os números indicados este domingo pela protecção civil italiana.

As autoridades italianas anunciaram mais 5.560 casos positivos pelo novo coronavírus, o que representa um aumento de cerca de 10% do número de infectados, que agora se cifra em 59.158.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 300 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 14.000 morreram.

EUA com 100 mortos

Mais de 100 pessoas morreram devido ao novo coronavírus nos Estados Unidos nas últimas 24 horas, elevando para 389 o número de óbitos, contra 278 à mesma hora de sábado, de acordo com a universidade Johns Hopkins. Os Estados de Nova Iorque (114 mortos), de Washington (94) e da Califórnia (28) são o centro da epidemia de Covid-19 que já infectou cerca de 30.000 pessoas nos Estados Unidos.

23 Mar 2020

Turismo | Número de visitantes da China caiu 100% em Fevereiro

[dropcap]M[/dropcap]acau registou menos 95,6 por cento de visitantes em Fevereiro, devido ao impacto causado pelo Covid-19 no território, que manteve os casinos fechados durante metade desse mês, segundo dados oficiais.

“Em Fevereiro do corrente ano chegaram a Macau 156.394 visitantes, tendo-se observado um decréscimo significativo de 95,6 por cento, face ao mês homólogo de 2019, devido ao contínuo impacto gerado pela epidemia da pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus”, anunciaram as autoridades de Macau, em comunicado.

Com os vistos turísticos da China para Macau suspensos, o número de visitantes provenientes do interior da China caiu drasticamente em Fevereiro: 72.307, “tendo descido notavelmente 97,2 por cento”, apontaram as autoridades da capital mundial do jogo.

“Destaca-se ainda que o número dos visitantes do Interior da China que tinham visto individual (5.822) baixou 99,6 por cento e que o número dos visitantes oriundos das nove cidades do Delta do Rio das Pérolas da Grande Baía (23.907) decresceu 97,6 por cento”, detalharam as autoridades.

Também de Hong Kong entraram menos 90,5 por cento (62.489) e de Taiwan (5.967) menos 92,8 por cento. As autoridades de Macau acrescentaram ainda que nos dois primeiros meses do ano “entraram no território 3.006.859 visitantes, menos 56,9 por cento, face ao período homólogo do ano transato”.

Em 2019, Macau recebeu mais de 39 de milhões de visitantes, um aumento de 10,1 por cento em relação ao ano anterior e um novo recorde para a cidade.

23 Mar 2020

Covid-19 | Portugal com 14 mortes confirmadas e mais de 1.600 infectados

[dropcap]P[/dropcap]ortugal tinha ontem 14 mortes associadas ao vírus da Covid-19 confirmadas, mais duas do que no sábado, e 1.600 pessoas infectadas, segundo o boletim de domingo da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

Estão confirmadas cinco mortes na região Norte, quatro na região Centro, quatro na região de Lisboa e Vale do Tejo e uma no Algarve, revela o boletim epidemiológico divulgado ontem, com dados referentes até às 24:00 de sábado. De acordo com os dados da DGS, há mais 320 casos confirmados de infecção com o novo coronavírus, que provoca a doença Covid-19, do que no sábado.

Comparando com os dados de sábado, que registavam 260 casos confirmados, houve um aumento de 23 por cento no número de casos. De acordo com os dados, uma morte foi registada na região norte e a outra na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Desde 1 de Janeiro existem 11.779 casos suspeitos, dos quais 1.152 aguardam resultado laboratorial. Houve ainda 9.027 casos que não se confirmaram e cinco doentes que já recuperaram.

De acordo com o relatório da situação epidemiológica em Portugal, existem 12.562 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde, menos 4,5 por cento face a sábado (13.155).

Das 1.600 pessoas infectadas pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), a grande maioria (1.431) está a recuperar em casa, 169 estão internados, 41 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos, mais seis do que no sábado.

A região Norte continua a registar o maior número de infecções, totalizando 825, mais 181 do que no sábado, seguida da região de Lisboa e Vale do Tejo, num total de 534, mais 86, da região Centro, com 180 casos (mais 43), do Algarve, com 35, mais quatro, e do Alentejo com cinco casos, mais dois relativamente ao dia anterior.

Há cinco casos na Madeira, mais dois do que no sábado, quatro nos Açores (mais um) e 10 casos de estrangeiros (mais um).

Entre os doentes infectados, 821 são mulheres e 771 homens. A faixa etária mais afectada é a dos 40 aos 49 anos (314), seguida dos 30 aos 39 anos (288) e dos 50 aos 59 anos (282). Há ainda 23 casos de crianças com idades até aos nove anos, 57 de jovens com idades entre os 10 e os 19 anos e 187 com idades entre os 20 e os 29 anos.

Os dados indicam também que há 354 casos de pessoas com idades entre os 60 e os 70 anos e 96 com mais de 80 anos.

De fora

Os dados da DGS apontam que 33 casos resultam da importação do vírus de Espanha, 24 de França, 20 de Itália, nove da Suíça, quatro do Brasil, sete do Reino Unido, cinco dos Países Baixos, dois de Andorra, dois dos Emirados Árabes Unidos, um da Bélgica, outro da Alemanha e Áustria, dois da Índia e outro do Irão.

Segundo a DGS, 36 por cento dos doentes positivos ao novo coronavírus apresentam como sintomas febre, 24 por cento dores musculares, 20 por cento cefaleias, 16 por cento fraqueza generalizada, 44 por cento tosse e 14 por cento dificuldade respiratória.

Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira. O estado de emergência proposto pelo Presidente prolonga-se até às 23:59 de 2 de Abril. A pandemia da Covid-19 já provocou 12.895 mortos e 300.097 pessoas estão infectadas em 169 países e territórios.

23 Mar 2020

VIP é solução imediata para combater crise do jogo, diz analista

O especialista no jogo Rui Pinto Proença disse à Lusa que apostar no mercado VIP é uma solução imediata para combater a crise que se abateu sobre Macau, capital mundial dos casinos, devido à pandemia da Covid-19

 

[dropcap]“A[/dropcap]cho que os jogadores VIP [grandes apostadores] representam um potencial de receita imediato muito maior, com um menor número de pessoas a deslocarem-se”, salientou o advogado da firma MdME e que tem como umas das áreas de especialização as empresas de jogos em Macau e na região Ásia-Pacífico.

“A tendência ou a direcção política de diversificação de Macau do ponto de vista de ser menos dependente do [jogo] VIP, mais das massas, do turismo de família e entretenimento não vai ser alterada, no médio e no longo prazo, mas no curto prazo acho que vai prevalecer algum pragmatismo”, sustentou Rui Pinto Proença, que também assessoria governos nos mercados emergentes a desenvolver as políticas de jogo e estruturas de regulação.

Num momento em que os números oficiais apontam para uma quebra de 95 por cento no número de visitantes em Fevereiro (ver texto em baixo) e de receitas dos casinos de cerca de 90 por cento, concluiu:

“No curto prazo ou durante este ano vai haver, se calhar, algum relaxamento [no] que era a política quanto à entrada de jogos VIP, precisamente para injectar alguma receita no mercado. A médio, longo prazo, eu diria que a política se vai manter”, ressalvou.

Contudo, há um risco associado, caso a estratégia imediata passe pela aposta no mercado VIP, já que se trata “de um sector muito mais volátil do que o do turismo de massas”, frisou.

Ainda assim, os números de março referentes às receitas do jogo já apontam para um crescimento no mercado VIP e, “portanto, para uma melhoria mais rápida nas operadoras mais expostas a esse segmento”, indicou.

Incógnita total

A retoma para números de 2019 não será ainda previsível no próximo trimestre, afirmou. “E mesmo no terceiro temos de ser muito cautelosos”, alertou, sublinhando que é “difícil arriscar sobre o que vai acontecer para a semana, quanto mais no próximo mês”.

Tudo depende de quando a China reiniciar a emissão de vistos que permitam ao turista chinês deslocar-se até Macau, mas sobretudo de ser “restabelecida alguma confiança do ponto de vista da saúde pública (…) e do ponto de vista económico porque, no fim do dia, o turismo e em particular o turismo do jogo não são bens essenciais”, assinalou.

As últimas projecções do Governo de Macau, de perda de receita em 2020 na ordem dos 50 por cento “prevêem alguma recuperação algures este ano”, o que não será “assim tão mal”, tendo em conta a realidade – agora com os novos casos de infecção registados em Macau – e as estimativas de analistas a apontarem para um decréscimo nas receitas na ordem dos 70 a 80 por cento, ainda antes da nova vaga de contágios identificados no território.

As receitas provenientes das grandes apostas em Macau atingiram 135,23 mil milhões de patacas em 2019, menos 18,6 por cento face a 2018, com o jogo VIP a perder o estatuto de segmento mais preponderante nas receitas globais.

De acordo com dados divulgados pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), este valor, angariado nas salas de grandes apostas dos casinos, representou menos 30,87 mil milhões de patacas do que no ano anterior.

A acrescentar a esta perda, junta-se o facto de o jogo VIP ter perdido para o segmento de massas a posição mais dominante: pelo menos nos últimos cinco anos, as grandes apostas representaram mais de 50 por cento das receitas globais. Em 2019, o jogo VIP representou apenas 46,2 por cento do total das apostas angariadas.

23 Mar 2020