Sobe para 15 o número de mortos e 75 feridos em duplo atentado nas Filipinas

[dropcap]P[/dropcap]elo menos 15 pessoas morreram e outras 75 ficaram feridas esta segunda-feira num atentado duplo na Ilha Jolo, reduto da organização ‘jihadista’ Abu Sayyaf, no sul das Filipinas.

Sete soldados, um polícia e seis civis, além da presumível bombista suicida – ainda por identificar – perderam a vida em duas explosões na mesma rua da cidade de Jolo, declarou o tenente-general Corleto Vinluan, à agência francesa France-Presse. Quarenta e oito civis, 21 soldados e seis polícias também ficaram feridos.

A primeira explosão ocorreu perto de um supermercado quando uma bomba caseira presa a uma moto foi detonada, segundo a mesma fonte.

Um soldado viu uma pessoa a estacionar o veículo junto a essa mercearia “onde havia muita gente”, particularmente militares, sublinhou por sua vez o tenente-coronel Ronaldo Mateo. O dispositivo explodiu quase imediatamente.

Enquanto a polícia tentava evacuar a zona, uma mulher fez-se explodir na mesma rua da primeira explosão.

Uma terceira bomba, que não chegou a explodir, foi encontrada num mercado da cidade de Jolo, que foi imediatamente isolada pelos militares e pela polícia.

Os atentados ainda não foram reivindicados, mas o exército responsabilizou um comandante do Abu Sayyaf, Mundi Sawadjaan.

Estes ataques ocorreram poucas semanas depois da prisão de um dos líderes da organização, Abduljihad Susukan, na ilha de Mindanao.

Desde então, as forças de segurança temiam ataques do Abu Sayyaf em retaliação. Susakan é acusado de 23 homicídios, cinco sequestros e seis tentativas de assassínio.

O porta-voz do Presidente filipino Rodrigo Duterte, Harry Roque, condenou os atos que classificou de “ataques vis”.

“Pedimos aos moradores de Jolo que fiquem atentos e avisem as forças de segurança caso avistem pessoas com comportamento suspeito ou objetos abandonados na área”, disse.

Os muçulmanos pegaram em armas na década de 1970 para exigir a autonomia ou independência do sul do arquipélago predominantemente muçulmano e a insurreição já provocou a morte de 150.000 pessoas.

O principal grupo rebelde, a Frente de Libertação Moro Islâmica, assinou um acordo de paz em 2014 com o Governo para conceder autonomia à minoria muçulmana em partes do Mindanao e nas ilhas do extremo sudoeste.

O processo de paz, que começou na década de 1990, não inclui todas as organizações islâmicas – incluindo as que juraram fidelidade ao grupo extremista Estado Islâmico.

A ilha de Jolo, de maioria muçulmana, é o bastião do grupo islamita Abu Sayyaf, considerado uma organização terrorista por Washington.

O grupo dividiu-se em diversas facções, algumas das quais juraram lealdade ao Estado Islâmico.

25 Ago 2020

Cidadão de Hong Kong regressado de Espanha é primeiro caso oficial de re-infecção mundial

[dropcap]U[/dropcap]m homem de 33 anos natural de Hong Kong será o primeiro caso oficial de re-infecção pelo novo coronavírus no mundo, segundo investigadores da Universidade de Hong Kong, citados ontem pelos ‘media’ desta região administrativa especial chinesa.

O doente em questão teve alta após ter sido declarado curado da doença covid-19 em Abril passado, mas no início deste mês o homem voltou a testar novamente positivo depois de ter regressado de uma viagem a Espanha, relatou a televisão pública local RTHK.

Inicialmente foi equacionado que este homem poderia ser um “portador persistente” do SARS-CoV-2, o novo coronavírus responsável pela doença covid-19, e como tal mantinha o agente infeccioso no seu organismo desde a altura em que foi infetado, segundo indicaram as autoridades sanitárias de Hong Kong.

No entanto, os investigadores da Universidade de Hong Kong afirmam agora que as sequências genéticas das estirpes do vírus contraídas pelo homem em abril e em agosto são “claramente diferentes”.

Esta descoberta poderá representar um revés para quem defende uma estratégia contra a atual pandemia sustentada na aquisição de uma presumível imunidade após a doença ser superada.

“Muitos acreditam que os doentes de covid-19 recuperados têm imunidade contra as re-infecções porque a maioria desenvolveu uma resposta sustentada em anticorpos neutralizantes em soro”, observou o estudo da Universidade de Hong Kong.

Os investigadores recordaram, no entanto, que “existem evidências de que alguns doentes apresentam níveis decrescentes de anticorpos passados poucos meses”. Este estudo foi aceite pela revista médica “Clinical Infectious Diseases”, publicada pela universidade britânica de Oxford.

De acordo com os investigadores da Universidade de Hong Kong, “o SARS-CoV-2 poderá persistir entre a população mundial, como é o caso de outros coronavírus humanos comuns associados a gripes e constipações, apesar de os doentes terem conseguido adquirir imunidade através de uma infecção natural”.

Como tal, os peritos recomendam que os doentes recuperados continuem a usar máscaras de protecção individual e a respeitarem as regras de distanciamento físico.

Da mesma forma, os especialistas frisam, e perante a potencial ausência de uma imunidade natural de longa duração, que os doentes recuperados também devem ser abrangidos por uma futura e eficaz vacina contra a covid-19.

“Como a imunidade pode durar pouco (…), também deve ser considerada a vacinação para aqueles que tiveram um episódio de infeção”, indicaram os especialistas.

Em meados de Julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) manifestou esperança de que os doentes de covid-19 recuperados pudessem manter um certo grau de imunidade durante vários meses.

A pandemia da doença covid-19 já provocou pelo menos 809 mil mortos e infectou mais de 23,4 milhões de pessoas em todo o mundo, desde Dezembro, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

25 Ago 2020

Volume de negócios no comércio a retalho em Macau cai 61,3 por cento no 2.º trimestre

[dropcap]O[/dropcap] volume de negócios do comércio a retalho no segundo trimestre deste ano em Macau diminuiu 61,3% em relação ao período homólogo de 2019, devido ao impacto económico causado pela pandemia da covid-19, informaram ontem as autoridades.

O valor total foi de 6,92 mil milhões de patacas, uma diminuição de 61,3% em relação ao período homólogo de 2019, segundo a Direção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

De acordo com a DSEC, o índice do volume de vendas desceu 61,5%, no segundo trimestre.

“De entre os principais tipos de comércio a retalho, os volumes de negócios de relógios e joalharia (-87,3%), de artigos de couro (-72,8%), de mercadorias de armazéns e quinquilharias (-71,7%) e de vestuário para adultos (-71,2%) tiveram os maiores decréscimos, face ao segundo trimestre de 2019”, lê-se no comunicado das autoridades.

Por outro lado, o volume de negócios de supermercados aumentou 13,7% e o índice do volume de vendas destes estabelecimentos subiu 12,7%.

Na mesma nota, as autoridades indicaram ainda que “no primeiro semestre de 2020 o volume de negócios dos estabelecimentos do comércio a retalho totalizou 18,08 mil milhões de Patacas, menos 52,8%, face ao semestre homólogo de 2019 e o índice do volume de vendas desceu 52,7%”.

Macau foi dos primeiros territórios a ser atingido pela pandemia. Até ao momento foram identificados 46 casos, mas actualmente não há nenhum activo, sem que se tenha detectado qualquer transmissão comunitária.

25 Ago 2020

Sinergia de Macau acusa DSSOPT de irresponsabilidade sobre insegurança das janelas

[dropcap]O[/dropcap] presidente da Associação da Sinergia de Macau, Ron Lam, acusou a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) de ser irresponsável e de não agir por não avisar ou alertar os proprietários para verificarem as janelas, noticiou o jornal Cidadão.

Ron Lam recordou que os residentes dos Edifícios Nova Taipa Gardens entregaram uma petição ao Chefe do Executivo, alegando que anteriormente a DSSOPT nada tinha feito e o Secretário para os Transportes e Obras Públicas negou o problema. Por outro lado, o presidente da Sinergia de Macau indicou que, durante ao período de propaganda eleitoral, Ho Iat Seng afirmou que iria valorizar o tema.

Como as janelas de fracção pertencem ao espaço privado e o conselho de administração de cada edifício não tem autorização para tratar do assunto, Ron Lam defende que há razões suficientes em Macau para tornar a verificação de janelas obrigatória. Até à criação de uma lei relevante, o responsável acha que as autoridades devem intervir nos edifícios com acidentes frequentes de queda de janelas, exigindo o pagamento das despesas decorrentes aos proprietários das fracções.

25 Ago 2020

Covid-19 | China autorizou uso de potencial vacina desde Julho em funcionários hospitalares

[dropcap]A[/dropcap] China autorizou o uso de potenciais vacinas para a covid-19 em funcionários hospitalares, para “casos de emergência”, desde 22 de Julho passado, revelou hoje um alto responsável da Comissão de Saúde do país.

Em entrevista à televisão estatal CCTV, o diretor do Departamento de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Comissão de Saúde, Zheng Zhongwei, revelou que pessoal médico e funcionários das alfândegas foram vacinados.

“Estes grupos foram escolhidos porque têm maior exposição ao novo coronavírus. A maioria dos casos que a China agora regista são importados, então as autoridades fronteiriças são um grupo de alto risco também”, justiçou.

Zheng não detalhou quantas pessoas receberam injecções ou qual a vacina que foi administrada, entre aquelas que o país está a desenvolver. O mesmo responsável acrescentou que o programa de vacinação vai expandir-se para pessoas que trabalham nas indústrias dos transporte e serviços ou nos mercados de rua, para “criar uma barreira de imunidade”.

Zheng indicou que “as vacinas chinesas serão acessíveis ao público”, assim que estiverem prontas e que o preço poderá ser “ainda mais baixo” do que o anunciado, na semana passada, por Liu Jingzhen, o presidente da estatal China National Biotec Group, que faz parte do grupo Sinopharm- Pharmaceutical.

Liu disse que a vacina do grupo vai estar pronta “provavelmente em Dezembro”, a um preço inferior a 1.000 yuan, e que via começar a ser comercializada assim que for concluída a terceira fase de testes, nos Emirados Árabes Unidos.

Outra das vacinas em desenvolvimento pelo país, a do Instituto Científico Militar e da biofarmacêutica chinesa CanSino Biologics, também está na terceira fase de testes, no Paquistão.

Segundo o jornal oficial China Daily, a China tem cinco vacinas candidatas que já passaram, pelo menos, na segunda fase de testes.

O período para uma vacina estar disponível para uso em massa é, por norma, de entre 12 a 18 meses, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Pequim acelerou o processo devido à emergência de saúde pública e tem permitido que algumas das fases de teste sejam realizadas em simultâneo.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 805 mil mortos e infectou mais de 23 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

24 Ago 2020

Covid-19 | China regista 16 casos nas últimas 24 horas, todos oriundos do exterior

[dropcap]A[/dropcap] China diagnosticou, nas últimas 24 horas, 16 casos da covid-19, todos oriundos do exterior, informaram hoje as autoridades. A Comissão de Saúde da China detalhou que os casos “importados” foram diagnosticados na cidade de Xangai e nas províncias de Fujian, Sichuan, Yunnan, Shanxi e Shandong.

As autoridades de saúde informaram ainda que, nas últimas 24 horas, 30 pacientes receberam alta, pelo que o número de pessoas infectadas activas no país asiático se fixou em 215, incluindo dois em estado considerado grave.

Desde o início da pandemia, a China registou 84.967 infectados e 4.634 mortos devido à covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. As autoridades chinesas referiram que 811.824 pessoas que tiveram contacto próximo com infectados estiveram sob vigilância médica na China, entre as quais 13.220 permanecem sob observação.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 805 mil mortos e infectou mais de 23 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).

24 Ago 2020

Pelo menos cinco mortos e 17 feridos em ataque à bomba nas Filipinas

[dropcap]P[/dropcap]elo menos cinco soldados morreram hoje e 17 outros militares e civis ficaram feridos num ataque à bomba numa cidade no sul das Filipinas, apesar da segurança reforçada motivada pelas ameaças do movimento extremista islâmico Abu Sayyaf.

O porta-voz militar regional, capitão Rex Payot, e a polícia disseram que as explosões danificaram lojas e dois camiões do exército em Jolo, na província de Sulu. Uma informação inicial indicava que a primeira bomba foi colocada numa motocicleta estacionada.

Uma segunda explosão foi ouvida na zona pouco depois, mas não ficou claro se causou mais vítimas ou danos no centro da cidade, que foi isolado por soldados e polícias. Dois oficiais militares disseram que cinco soldados do exército morreram na explosão inicial, mas não forneceram outros detalhes.

O ataque não foi reivindicado até ao momento, mas os militantes de Abu Sayyaf foram responsabilizados pela maioria dos atentados mortais em Sulu e nas províncias remotas, onde estão presentes.

Os militares estão a empreender uma ofensiva há meses contra o Abu Sayyaf, um grupo pequeno, mas violento, alinhado com o Estado Islâmico e colocado na lista negra dos Estados Unidos e das Filipinas por atentados, sequestros de resgate e decapitações.

24 Ago 2020

Covid-19 | Timor-Leste foi país do Pacífico que mais gastou na resposta à pandemia

[dropcap]T[/dropcap]imor-Leste foi o país do Pacífico que mais gastou na resposta à pandemia, em termos do Produto Interno Bruto (PIB), com a maior fatia em apoio social, segundo um estudo da Universidade Nacional Australiana (ANU).

Em concreto, Timor-Leste gastou na sua resposta à pandemia da covid-19 o equivalente a 8,3% do PIB não petrolífero, mais dois pontos percentuais que o segundo país com mais gastos, Tonga, que dedicou às várias medidas cerca de seis por cento do PIB.

A análise, dos professores Stephen Howes e Sherman Surandiran, foi publicada hoje num blogue do Centro de Política de Desenvolvimento da Crawford School of Public Policy da Universidade Nacional Australiana, em Camberra. O texto compara dados de vários países do Pacífico – Fiji, Papua Nova Guiné, Samoa, Ilhas Salomão, Tonga e Vanuatu e Timor-Leste – e analisa a forma em que os vários países responderam à pandemia da covid-19.

Para isso olha para as percentagens de gastos em seis categorias – saúde, apoio social, apoio às empresas, segurança alimentar, infra-estruturas e outras despesas –, e para o que isso representa em termos de PIB.

Em termos de categorias de gasto, Timor-Leste dedicou cerca de 43% do total da resposta à covid-19 em medidas de apoio social directo a famílias, segundo valor mais elevado atrás do Vanuatu, que dedicou a este componente 72% do total dos seus gastos.

Em média, os gastos líquidos no apoio social foram a principal prioridade deste grupo de países, representando cerca de 22% dos gastos totais dos países abrangidos, acima dos 21% em despesas na saúde, 13% no apoio empresarial, nove% em segurança alimentar e 4% em infra-estruturas.

Admitindo alguma limitação nos dados disponíveis, o estudo coloca uma fatia de 31% em “outras despesas” – que inclui gastos como forças de segurança, medidas de contingência e fundos sectoriais. Os gastos dos países em apoio social representaram 1% do PIB, com as despesas em saúde a ser de 0,5% do produto, e os apoios às empresas a representarem 0,4%.

Em Timor-Leste o apoio social representou 3,5% do PIB com as restantes categorias a ficarem abaixo dos 0,1%. Seis dos sete países reportam gastos em apoio social, apoio às empresas e segurança alimentar, e cinco registaram despesas em saúde, com apenas dois a reportarem despesas com infra-estruturas.

“Este resultado é inesperado porque os países do Pacífico têm sido criticados por terem redes fracas de apoio social financiadas pelo Governo fraco. A maior parte dos países do mundo que não têm um sistema de proteção social em vigor estão no Pacífico”, assinalou-se no estudo.

Ainda que os gastos em apoio social tenham sido uma “clara prioridade”, no estudo notou-se as abordagens “muito diferentes” adoptadas nos vários países.

“Timor-Leste destaca-se tanto por destinar a maior quantidade de fundos para este objectivo (3,5% do PIB), como por adotar uma abordagem universal e não apenas a focar-se no sector formal”, explica-se, indicando um apoio de 200 dólares dado a praticamente todas as famílias do país.

“O facto de Timor-Leste já ter em vigor uma série de pagamentos em dinheiro – a famílias pobres com crianças, veteranos e idosos, entre outros, – provavelmente tornou-o mais inclinado a olhar para além do setor formal. Outros países, no entanto, concentraram-se no setor formal”, refere-se no estudo.

Além de apoio social, Timor-Leste implementou apoio a empresas para a manutenção do emprego, subsídios para electricidade, apoio a estudantes no estrangeiro e subsídios para trabalhadores da linha da frente, entre outras medidas.

No estudo apontou-se, porém, que apesar de positivo, o apoio a famílias levanta “questões óbvias sobre sustentabilidade”, especialmente por durarem apenas três meses.

O Governo timorense está actualmente a incorporar nos Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2020 e 2021 um conjunto de medidas de recuperação económica que vão incluir apoio a famílias e empresas.

Timor-Leste tem actualmente um caso activo de covid-19, com 25 doentes recuperados e está actualmente no quarto período de estado de emergência que o Governo deverá alargar mais 30 dias.

24 Ago 2020

Malásia | Cientistas pretendem clonar rinoceronte de Sumatra

O último rinoceronte de Sumatra que vivia na Malásia morreu no ano passado, mas cientistas malaios procuram financiamento para recuperar a população da espécie usando uma técnica de clonagem de células-tronco num projecto pioneiro

 

[dropcap]”T[/dropcap]emos confiança na tecnologia para conseguir isso, mas precisamos de cinco milhões de ringgit (um milhão de euros). Estamos a procurar patrocinadores”, disse à agência de notícias EFE Muhammad Lokman, investigador da Universidade Islâmica Internacional da Malásia.

Após o seu desaparecimento na Malásia, apenas cerca de 80 rinocerontes de Sumatra (“Dicerorhinus sumatrensis”) permanecem na Indonésia e estão “perigo crítico” de extinção.

Lokman afirmou que já receberam cerca de um milhão de ringgit (cerca de 200 mil euros) do Governo da Malásia e preservaram tecidos vivos de diferentes órgãos como rins, fígado, pele ou coração dos últimos três espécimes de rinoceronte que morreram no país.

Uma equipa liderada por Lokman está a trabalhar para obter óvulos de um rinoceronte africano no zoológico de Kuala Lumpur com a intenção de fertilizá-los com células somáticas dos espécimes extintos. “Extraímos o núcleo dos óvulos e inserimos as células somáticas (dos rinocerontes extintos) para que no óvulo se desenvolva num embrião que possamos transferir para o útero de um animal substituto, que pode ser outra espécie de rinoceronte ou outro mamífero como um cavalo”, explicou Lokman. O objectivo é clonar pelo menos cinco ou seis exemplares para garantir a reabilitação da espécie na Malásia.

Dias contados

Esta técnica foi usada para clonar a ovelha Dolly, em 1997, mas é a primeira vez que foi aplicada para reviver espécimes extintos num determinado local.

O projecto de clonagem começou depois de Imam, o último rinoceronte de Sumatra na Malásia, ter morrido de cancro aos 25 anos em Novembro do ano passado. A morte de Imam, uma fêmea, na província malaia de Sabah, na ilha de Bornéu, chocou muitos malaios e a comunidade de cientistas e conservacionistas, depois de o último macho da espécie ter falecido seis meses antes.

Os últimos 80 exemplares desta espécie, a menor entre os rinocerontes, medindo até 1,3 metros de altura na cernelha, eram encontrados principalmente na ilha de Sumatra e, em menor extensão, na parte indonésia de Bornéu.

A Indonésia também abriga o rinoceronte de Java (“Rhinoceros sonicus”), a espécie de rinoceronte e provavelmente o mamífero mais ameaçado do mundo, com apenas 70 espécimes restantes na ilha de Java.

De acordo com a organização não-governamental Save the Rhino International, também existem cerca de 3.500 rinocerontes indianos na Ásia, enquanto que em África existem entre 5.300 e 5.600 rinocerontes pretos e entre 17.000 e 18.000 rinocerontes brancos.

As maiores ameaças aos rinocerontes são a caça furtiva – principalmente para recolher os seus chifres, muito procurados pelos consumidores da medicina tradicional -, bem como a perda de ‘habitat’ natural.

24 Ago 2020

Tecnologia | Utilizadores do WeChat nos EUA e TikTok processam Trump

Utilizadores do WeChat nos Estados Unidos estão a processar Donald Trump, numa tentativa de bloquear a ordem executiva que, segundo defendem, impediria o acesso à aplicação chinesa de mensagens extremamente popular nos EUA. Entretanto, a TikTok vai também avançar com uma queixa contra o Governo norte-americano

 

[dropcap]A[/dropcap] queixa, registada na sexta-feira em São Francisco, foi apresentada pela organização sem fins lucrativos “US WeChat Users Aliance” e várias outras pessoas que dizem confiar na aplicação para trabalhar ou manter contacto com familiares na China, garantindo que não são associados ao WeChat, nem à Tencent, multinacional chinesa que detém a aplicação.

Os utilizadores recorreram a um tribunal federal e pretendem impedir a ordem executiva de Trump, alegando que a mesma viola a liberdade de expressão dos utilizadores dos Estados Unidos, o livre exercício da religião e outros direitos constitucionais.

Em 6 de Agosto, Donald Trump assinou uma ordem executiva a proibir transações com os proprietários chineses do WeChat e de outro aplicativo de consumo popular, o TikTok, defendendo que ambos são uma ameaça à segurança nacional, política externa e economia norte-americanas. O chefe de Estado falou de uma “emergência nacional” e acusou a rede social TikTok de espionagem de utilizadores norte-americanos em nome de Pequim, num contexto de crescentes tensões comerciais e políticas com a China.
As ordens executivas devem entrar em vigor em 20 de Setembro, ou 45 dias a partir da data de emissão.

O tico e o teco

A aplicação chinesa de partilha de vídeos TikTok, acusada de espionagem pelo presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que vai avançar na próxima semana com uma queixa contra o Governo dos Estados Unidos.

“Para garantir que a lei é cumprida e que os nossos negócios e utilizadores são tratados de forma justa, não temos escolha a não ser contestar a ordem executiva (assinada pelo senhor Trump) através do sistema judicial”, afirmou o grupo, numa declaração enviada à agência de notícias francesa AFP.

Na quarta-feira, o Presidente dos Estados Unidos disse apoiar uma oferta da Oracle para a compra do TikTok, apesar de estarem já em curso negociações com a Microsoft, segundo a Bloomberg.

Segundo a agência de notícias económicas, a empresa informática Oracle, cujo presidente, Larry Ellison, ofereceu milhões de dólares em fundos para a campanha presidencial de Trump, estará na corrida para a aquisição das actividades do TikTok nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.

A administração Trump deu 90 dias ao grupo chinês proprietário do TikTok, ByteDance, para vender rapidamente as operações da rede nos Estados Unidos, sob pena de as bloquear no país.

24 Ago 2020

Miguel Oliveira conquista primeira vitória portuguesa em MotoGP

[dropcap]”F[/dropcap]izemos história, hoje, para Portugal”, afirmou ontem Miguel Oliveira (KTM), após ter conquistado a primeira vitória de um português no Mundial de MotoGP, ao vencer o Grande Prémio de Estíria, na Áustria.

“Não sei o que dizer, estou muito emocionado. Há tanto que gostaria de dizer. Quero começar por agradecer a toda a gente que acreditou em mim, a começar pela família, à equipa, os patrocinadores, os fãs portugueses, mostrámos que somos os melhores”, começou por dizer o português, após o triunfo na quinta prova da temporada.

Prosseguindo com o agradecimento ao “apoio” dos adeptos, Miguel Oliveira destacou o feito, inédito, do motociclismo nacional. “Fizemos história, hoje, para Portugal. Não podia estar mais feliz por tê-lo conseguido aqui em casa da Red Bull e da KTM”, sublinhou o piloto da Tech3.

Miguel Oliveira, que cumpre a segunda temporada em MotoGP, tinha como melhor resultado o sexto lugar no Grande Prémio da República Checa, em Brno, disputado em 9 de Agosto último.

O português seguia no terceiro lugar e, na última curva do circuito de Spielberg, aproveitou a ‘luta’ entre o australiano Jack Miller (Ducati) e o espanhol Pol Espargaro (KTM) para vencer a corrida.
Miller, que terminou no segundo lugar, felicitou Oliveira, destacando “a importância da vitória do Miguel para Portugal”.

Tudo começou com Miguel Oliveira a partir do sétimo lugar da grelha, conquistando várias posições na segunda partida, para as últimas 12 voltas, depois do acidente do espanhol Maverick Viñales (Yamaha).

Orgulho oficial

Com este resultado, Miguel Oliveira somou 43 pontos e subiu do 14.º ao nono lugar da classificação de pilotos, que continua a ser liderada pelo francês Fabio Quartararo (Yamaha), com 70, mais três do que o italiano Andrea Dovizioso (Ducati).

A próxima etapa do Mundial de MotoGP, que vai terminar em Portimão, em 22 de Novembro, está marcada para 13 de Setembro, em Misano, em Itália.

O secretário de Estado da Juventude e do Desporto classificou como “extraordinária” a vitória de Miguel Oliveira (KTM) no Grande Prémio de MotoGP de Estíria, considerando que esta “enche de orgulho o país”.

“A vitória na Áustria, apenas na sua segunda época na prova rainha do motociclismo e a correr numa mota que não é de fábrica só confirma o que há muito sabíamos: O Miguel Oliveira é um piloto extraordinário”, afirmou João Paulo Rebelo, em declarações à agência Lusa.

O governante, que endereçou os parabéns ao piloto da Tech3, referiu que o triunfo no Grande Prémio de Estíria, em Spielberg, na Áustria, na quinta prova do campeonato, “enche de orgulho o país e o motociclismo nacional”.

24 Ago 2020

Cartão de consumo | Segunda fase injectou 790 milhões na economia

[dropcap]A[/dropcap] segunda fase do cartão de consumo electrónico injectou nos 20 primeiros dias de uso cerca de 790 milhões de patacas na economia, de acordo com os dados divulgados pelo Governo na sexta-feira. Este é o resultado de 7,7 milhões de transacções registadas desde o primeiro dia de Agosto.

O consumo em restauração representou 22,9 por cento, com o primeiro lugar ocupado pelos “estabelecimentos de comidas e lojas de sopas de fitas e canjas”. Já no comércio a retalho, o maior valor de transação foi registado pelos supermercados, representando 19,6 por cento do valor total.

Foram carregados mais de 610 mil cartões de consumo e levantados mais 19 mil novos cartões, pelo que cerca de 630 mil residentes já receberam o subsídio de consumo da segunda fase. Em Setembro há ajustamentos aos postos de atendimento para carregamento ou levantamento dos cartões. Os residentes passam a ter de o fazer na secretaria da Direcção dos Serviços de Economia, no balcão de atendimento de mediadores de seguros da Autoridade Monetária de Macau, ou nos centros de serviços da RAEM da Areia Preta ou das Ilhas.

Em Julho, durante a primeira fase de utilização, a Direcção dos Serviços de Economia informou que cerca de 1,74 mil milhões de patacas tinham sido injectadas em Macau na primeira fase do cartão de consumo. A mesma entidade adiantou então que cerca de 63 por cento das mais de 19,4 milhões de transações beneficiaram pequenas e médias empresas, com a restauração (24 por cento) e o comércio a retalho (70 por cento) a serem os sectores mais beneficiados.

24 Ago 2020

Estatuto das polícias vai ser revisto

[dropcap]O[/dropcap] Governo enviou para a Assembleia Legislativa uma lei para rever o Estatuto dos Agentes das Forças e Serviços de Segurança, que vai integrar as carreiras do pessoal alfandegário no regime. A mudança foi justificada com a necessidade de “responder melhor aos novos desafios e garantir uma evolução adaptada ao ritmo dos tempos modernos” além de permitir que “a gestão dos recursos humanos seja mais racional”.

As alterações são feitas em três aspectos, de acordo com a informação apresentada no final do Conselho Executivo, nomeadamente na reestruturação da carreira, revisão das modalidades de promoção e melhoramento dos regimes disciplinares e de recompensas.

A nível das carreiras das forças de segurança, o pessoal de base passa a poder aceder às carreiras superiores, o que é visto como uma forma de promoção para quem obtém um desempenho “excelente”. Além disso, são criadas as posições de chefe superior do Corpo de Polícia de Segurança Pública, Corpo de Bombeiros e inspector superior alfandegário.

Já no CPSP são extintas as carreiras especiais de mecânicos, músicos e radiomontadores, que passam a integrar a carreira de pessoal técnico-especializado.

No que diz respeito às promoções, vai ser criada uma comissão que pode ter pessoal externo às forças de segurança para decidir que é promovido. A abertura a pessoas de fora das forças de segurança acontece igualmente ao nível dos processos disciplinares. Com base nas sugestões do Governo, passa a ser possível nomear instrutores externos às forças e serviços de segurança, o que é justificado com a necessidade de reflectir “imparcialidade”.

24 Ago 2020

Hong Kong | Editores de livros escolares apagam conteúdos dos manuais

É já no próximo ano lectivo que os alunos terão acesso a manuais escolares em Hong Kong alvos de alterações, que passam pela eliminação de conteúdos relacionados com matérias de desobediência civil ou sufrágio universal. Tudo devido à implementação da nova lei de segurança nacional no território

 

[dropcap]A[/dropcap]s escolas secundárias de Hong Kong vão começar o próximo ano lectivo com manuais escolares revistos em que foram alterados ou eliminados temas como a desobediência civil ou o sufrágio universal, em aplicação da nova lei de segurança.

Os seis editores responsáveis pela maioria dos manuais utilizados na disciplina “Estudos Liberais” aceitaram submeter-se a um programa de revisão voluntário, efectuado pelas autoridades educativas locais, que resultou na supressão de conceitos democráticos como separação de poderes, noticiou ontem o diário em língua inglesa South China Morning Post.

A disciplina cobre seis tópicos, incluindo Hong Kong, China contemporânea e globalização, participação política, o sistema jurídico da cidade e a identidade dos seus residentes.

O agora eliminado princípio democrático de que os poderes executivo, legislativo e judicial devem funcionar de forma independente tinha sido objecto de críticas por parte de sectores pró-Pequim, incluindo do antigo líder do território Tung Chee-hwa, que no ano passado acusou o sistema educativo de Hong Kong de encorajar os jovens a participar nos protestos anti-governamentais.

Sobre a questão da desobediência civil, os novos textos enfatizam as consequências legais em que os participantes incorrem, enquanto o material gráfico que mostra manifestantes a segurar bandeiras ou a criticar Pequim desapareceu de alguns livros.

O conceito de “identidade” também foi alterado: enquanto nos livros anteriores os textos eram acompanhados de fotografias de cartazes com as palavras “Sou um ‘Hong-Konger'” e “Libertem a comunidade”, nas versões actuais as imagens foram substituídas.

As escolas podem escolher entre as ofertas dos editores ou utilizar o seu próprio material para ensinar a disciplina, que desde 2009 é obrigatória para os alunos do ensino secundário, visando “reforçar o seu pensamento crítico, alargar os seus conhecimentos gerais e aumentar a sua consciência dos problemas contemporâneos”.

Aplausos oficiais

O jornal estatal chinês Global Times aplaudiu ontem as mudanças, destacando que sublinham que “os manifestantes serão responsabilizados se abusarem da lei” e defendendo que “reforçam a identidade dos estudantes” como sendo “de Hong Kong e chineses”.

O jornal aponta o caso da editora Aristo Educational Press, que acusa de anteriormente fornecer “informação venenosa” e “pró-secessionista”, e que concordou com a revisão.

Em 6 de Julho, uma semana após a aprovação da polémica lei da segurança nacional imposta pela China ao território, o Governo de Hong Kong pediu às escolas que “examinassem o material didáctico, incluindo livros”, e “os retirassem” caso tivessem “conteúdos desactualizados ou provavelmente semelhantes aos quatro tipos de delitos” definidos pelo diploma.

A directiva enviada às escolas foi anunciada dois dias depois de as bibliotecas terem também sido avisadas para retirar das prateleiras obras susceptíveis de violar a lei da segurança nacional, incluindo de figuras do movimento pró-democracia, como o activista Joshua Wong ou a política Tanya Chan.

20 Ago 2020

CCM | Novo espectáculo da Comuna de Pedra decorre entre hoje e domingo 

Têm hoje início as primeiras sessões do espectáculo “Mira-monte”, nome do novo espectáculo da companhia teatral Comuna de Pedra. O texto de Inês Kuan conta a história de Lumi e a sua aventura na montanha. O espectáculo insere-se na iniciativa CCM Artmusing Summer e destina-se aos mais pequenos

 

[dropcap]A[/dropcap] companhia teatral Comuna de Pedra está de regresso aos palcos, desta vez com um espectáculo destinado aos mais pequenos e inserido no cartaz CCM Artmusing Summer. “Mira-monte” é o nome do espectáculo que começa hoje no Centro Cultural de Macau (CCM) e que poderá ser visto até domingo, dia 23 de Agosto. Diariamente decorrem três sessões às 11h, 14h30 e 17h, com a duração de 45 minutos cada.

Com direcção artística e coordenação de Jenny Mok, “Mira-monte” conta a história de Lumi e o seu percurso desafiante até ao topo de “uma bela montanha nevada”. Segundo uma nota divulgada pelo CCM, trata-se de um “adorável espectáculo sem palavras, mas repleto de efeitos visuais para miúdos a partir dos quatro anos”.

O público poderá assistir a uma apresentação que combina “movimento corporal e manipulação de marionetas ao doce som do grupo Water Singers, as alegres artistas vão interagir num fantástico acampamento, montado pertinho do público”.

O texto e a encenação do espectáculo está a cargo de Inês Kuan, que decidiu explorar a vida de Lumi depois da sua subida à montanha. “Qual será a próxima aventura? Será que Lumi vai explorar novas paisagens e fazer novos amigos? A conquista da montanha é a primeira de muitas histórias. A energia criativa leva-nos sempre muito para além dos sonhos mais audaciosos”, descreve o CCM.

De volta

Este espectáculo marca o regresso da Comuna de Pedra ao activo, depois de uma paragem forçada devido à pandemia da covid-19. Fundada em 1996, a companhia teatral tem-se dedicado a produções de dança e teatro físico bem como a trabalhos multimédia, explorando elementos diversos para desenvolver uma gama alargada de possibilidades artísticas.

A companhia criou mais de 50 trabalhos tendo sido convidada para espectáculos e intercâmbios culturais com outros países, tendo também organizado uma série de projectos de colaboração, convidando artistas internacionais de renome.

Nos últimos dez anos, a Comuna de Pedra tem trabalhado muito na área do teatro para a infância, tendo produzido, além de “Mira-monte”, o espectáculo Kidult Man. A companhia liderada por Jenny Mok tem-se dedicado também a vários projectos educacionais para os mais jovens, tendo organizado workshops e divulgado histórias na comunidade, palestras e seminários sobre a educação teatral das crianças.

20 Ago 2020

Tufão | Testemunhos apontam para ausência de danos graves

Houve quem não dormisse com o vento e a chuva que afectaram o território durante a passagem do “Higos”, e ao final da manhã eram visíveis os trabalhos de limpeza. O cenário, após a tempestade, é de uma destruição inferior à deixada por outros tufões de nível semelhante

 

[dropcap]O[/dropcap]s avisos do nível de tempestade tropical foram aumentando ao longo da madrugada, e com eles o volume das rajadas do vento que soprou entre as ruas e testou a resistência das janelas. O nascer do dia tornou visíveis as marcas da passagem do “Higos”: árvores que cederam, lojas onde a água não pediu licença para entrar e lixo disperso. Os alertas apontavam para cheias até à hora de almoço, mas nessa altura já algumas zonas baixas da cidade começavam a regressar à normalidade.

Nos negócios afectados pela torneira que o céu abriu sobre a cidade durante a madrugada, viam-se funcionários munidos de vassouras a expulsar a água para a estrada. Ainda assim, perto da rua Cinco de Outubro, várias lojas mostravam danos inferiores aos provocados por tufões de anos anteriores. As barreiras anti-inundações deram luta à força da natureza.

“O impacto não foi grande, nomeadamente as inundações. Só houve algumas fugas de água que precisamos de limpar”, disse Chang , responsável por três lojas. Duas delas tiveram infiltrações de água, enquanto a outra escapou ao problema. “Elevámos o chão quando fizemos remodelações porque previmos a hipótese de inundações”, indicou o proprietário de 63 anos ao HM.

Quando recebeu as notícias de que o tufão ia passar por Macau, teve entre cinco a seis horas para mudar a arrumação dos produtos. Foram deixados em locais mais altos – uma táctica que impediu perdas. “Depois da limpeza, podemos voltar a fazer negócio”, lançou. Chang mora no Jardins do Oceano, na Taipa, onde ouviu bem alto o som do vento e sentiu a casa a tremer. Depois de o tufão atravessar o território e voltar a sentir-se seguro, pediu aos funcionários para voltarem ao trabalho nas lojas.

Na mesma rua, o dono de uma loja de marisco seco chegou mesmo a descrever a ocorrência como algo sem grande importância. “Não foi muito grave, foi um bom tufão”, disse o proprietário de apelido Leong. Quando a tempestade tropical chegou já estava tudo preparado para a receber. “Não tive problemas na preparação, se tivesse já estaria a chorar. (…) Eu também moro nesta zona, o vento foi muito forte. Desta vez as inundações não foram muito altas, na loja a água chegou a cerca de 20 centímetros de altura”, disse.

Não muito distante, no Estabelecimento de Comidas Veng Meng, as comportas anti-inundações foram pedidas, mas ainda não tinham sido instaladas. Foi o que contou um funcionário que não quis divulgar o nome. No entanto, a altura a que as coisas foram arrumadas evitou maiores prejuízos. De acordo com a sua descrição, houve marisco, num valor de cerca de mil e cem patacas, a morrer por causa do aquário ficar em baixo.

Acordar estremunhado

Poucos minutos tinham passado desde que o sinal 8 deu finalmente lugar a algum início de paz, quando a zona da Barra acordava também ela desordenada. A espaços algumas sirenes. Mas tudo aparentemente calmo. As bancas de fruta junto ao mercado de São Lourenço estavam desmebradas ou pareciam ter ficado por arrumar do dia anterior, mas sem fruta para vender.

Na Travessa dos Vendilhões, as barreiras de protecção contra inundações começam aos poucos a ser desmontadas. Gary, tem 40 anos e admitiu ter ficado assustado com o comportamento do tufão Higos durante a madrugada. Contudo, prevê abrir as portas da clínica que gere, como habitualmente.

“Tivemos medo durante a noite e chegámos a tirar os equipamentos mais valiosos para outro local, mas agora está tudo bem e não prevemos encontrar estragos quando abrirmos as portas”, contou ao HM enquanto dá uso à chave inglesa para aliviar as trancas das barreiras de protecção, com a ajuda da mulher.

Já há estabelecimentos abertos para servir alguma normalidade a quem ganhou coragem de sair, entretanto, à rua. Debaixo das arcadas da Rua do Almirante Sérgio, vassouradas empurram água acumulada em excesso, mas não parecem motivar grandes preocupações, embora as máquinas estejam ainda desligadas.

“Entrou alguma água dentro da loja, mas não houve estragos de maior”, confirmou a funcionária de um restaurante. “Agora, temos de tratar disto”, atirou visivelmente atarefada.

No chão, há ainda pedaços de néons que não voltarão a anunciar mais nada. O painel onde estavam, ainda abana e quem passa, olha para cima e repara que falta ali qualquer coisa. Subindo a Escada Quebra-Costas, o Largo do Lilau está mais verde do que o habitual, fruto dos ramos e folhas caídas e que decoram agora o chão. Em cima deles, um contentor do lixo tombado.

Por entre entulho e roupa caída dos estendais, a Rua do Padre António termina numa igreja de São Lourenço onde as folhas também estão onde não deviam estar. Junto à entrada principal uma árvore foi arrancada do chão, enquanto do outro lado da rua, vários ramos impedem o acesso às escadas.

Um bombeiro, que estava na zona, confirma a manhã atarefada com a ocorrência de “várias operações de limpeza”. Apesar disso, considera que a situação está “bastante controlada”.

Mais abaixo, a Sede do Governo está também com ar de quem pouco dormiu. Várias funcionárias vestidas de azul esfregam as portadas das janelas com vassouras e os jardineiros afastam os ramos das árvores com a água atirada das mangueiras.

À frente da entrada principal, uma equipa munida com uma grua móvel tenta remover um tronco que quase fugiu para a Avenida da Praia Grande. Um agente, que coordenava a operação, assegura que a normalidade está assegurada. “Há muitas árvores e troncos que caíram, mas está tudo bem. Os estragos são ligeiros”, confirmou.

Noite mal dormida

Com 84 anos, a senhora Ip seguiu a recomendação das autoridades, que na noite de terça-feira apelaram a que voltasse para casa em vez de ficar na loja. “Claro que nós saímos porque este edifício é muito velho”, disse. Durante a noite, dormiu um pouco e viu televisão. E foi alternando entre as duas opções até saber que tinha sido içado o sinal 10. À semelhança da sua casa, o tufão não teve impacto no negócio das Frutas Tong Vo Chan, gerido pelo filho. “Desta vez não houve inundações na loja. Além disso, já tínhamos deixado os produtos nos lugares mais altos”, comentou.

Para a senhora Au Ieong, da loja em frente, foi uma noite passada em branco. “Este tufão foi muito forte. Eu moro numa fracção que fica acima do vigésimo andar, na Taipa, e senti que a fracção estava a tremer e as luzes [piscavam], não dormi toda a noite e estive atenta às novidades do tufão. Às cinco horas começou a ficar mais forte, e às seis começou a acalmar”, descreveu. Algumas janelas deixaram entrar água, mas a casa resistiu à tempestade sem danos maiores.

O vento impressionou, mas o negócio do marido – a loja de Frutas Kung Loi Fu Kei – conseguiu resistir às inundações. Se ainda é visível na parede o nível que a água atingiu durante o tufão Hato, desta vez o chão estava praticamente seco. “Não tivemos perdas. Estávamos preocupados com as inundações e deixámos os bens em lugares mais altos”. O empregado voltou à loja às quatro da manhã, acompanhado de amigos, para colocar os produtos em lugares mais altos e ajudar a evitar o impacto de inundações, explicou.

Missão pós-tufão

O interior tranquilo da loja contrastava com o exterior, onde os bombeiros tentavam resolver a queda de um painel. Em causa, estava uma estrutura de zinco e ferro que os donos instalaram no edifício da loja por ter mais de cem anos e fugas de água. “Não conseguimos preencher todas as lacunas, por isso instalámos este quadro para cobrir o edifício”, explicou Au Ieong. Acabaria por ser arrastado pelo vento e quando chegou ao local de manhã, já os bombeiros estavam a cortar ferro.

Como uma oficina a céu aberto – que não parou apesar da chuva que decidiu voltar a cair sobre o território a meio do dia – a equipa de bombeiros trabalhava para retirar o painel que caiu durante a tempestade. As fagulhas laranjas para o cortar contrastavam com as fardas escuras, e as veias dos braços sobressaiam com o esforço físico necessário para dobrar o metal. Oito bombeiros e muito barulho depois, a estrutura mudou de forma e tornou-se passível de ser transportada com mais facilidade.

Lam era um dos bombeiros em acção. Encara a sua profissão como uma forma de servir a população: “é uma missão”. Explica que foram várias as zonas a sofrer o impacto do tufão e que o volume de trabalhos aumentou. “Esperamos ajudar os residentes o mais possível para limpar e recuperar os sítios que sofreram com o tufão. Todo o pessoal faz os maiores esforços para ajudar a sociedade”, disse. O soldado da paz, de mais de 40 anos, comentou que estavam no Corpo de Bombeiros de alerta para os pedidos de ajuda.

20 Ago 2020

Segurança Nacional | Leonel Alves diz que Macau não deve copiar Hong Kong

[dropcap]O[/dropcap] antigo deputado e membro do conselho executivo, Leonel Alves, considera que Macau não deve seguir o exemplo de Hong Kong em matéria de segurança nacional. As declarações foram proferidas ontem, à margem do lançamento da primeira pedra do Centro de Artes da China, Macau e Países de Língua Portuguesa, avançou a TDM – Rádio Macau.

“O modelo de Hong Kong poderá não ser o melhor para ser importado ipsis verbis para Macau. Macau tem as suas características e prioridades (…) e a sua própria dinâmica de desenvolvimento. São estes os factores fundamentais que estarão subjacentes numa futura análise, não só desta lei de segurança nacional, mas quaisquer outras que possam ter interesse para o desenvolvimento da estabilidade de Macau”, afirmou Leonel Alves.

Segundo a mesma fonte, sobre a forma de actuar das autoridades na noite de 4 de Junho em que foram feitas várias detenções, o antigo deputado adiantou ainda que a comissão de fiscalização das forças de segurança não recebeu qualquer queixa.

“Até à data, a comissão não recebeu nenhuma queixa, nenhuma carta anónima ou não-anónima. Na sequência dos poderes alargados que nós tivemos, a comissão de fiscalização tomou a iniciativa de, em relação a casos apresentados, encetar diligências de averiguação. Face aos resultados que vierem a ser apurados, poderemos então sugerir os procedimentos subsequentes que deverão ser encetados pelas corporações respectivas”, acrescentou o também presidente da comissão, Leonel Alves, segundo a TDM – Rádio Macau.

Recorde-se que foi a primeira vez em 30 anos, que a vigília em memória do massacre de Tiananmen não foi realizada em Macau depois de ter sido proibida pelas autoridade devido à pandemia.

19 Ago 2020

Gastronomia | IC lança programa de recolha de receitas macaenses

[dropcap]C[/dropcap]om o objectivo de preservar e promover a gastronomia macaense, o Instituto Cultural (IC) lançou um programa de recolha de receitas junto da público, a fim serem guardadas na “Base de Dados da Cozinha Macaense” para uso público. A informação foi divulgada na segunda-feira através de uma nota oficial do IC.

“O IC lançou (…) o programa ‘Apelo Internacional para o Envio de Receitas da Cozinha Macaense’, visando enriquecer a futura ‘Base de Dados da Cozinha Macaense’, a qual será criada pelo Governo da RAEM, tendo em vista a promoção do estudo e a consolidação do registo sobre as artes culinárias”, pode ler-se no comunicado.

As receitas poderão estar patentes em manuscritos ou formato digital, contribuindo, desta forma, para a ajudar na investigação e promoção da gastronomia Macaense. Os formulários de inscrição e declaração relativos ao programa podem ser descarregado através da página online do IC.

Segundo o organismo, “ gastronomia macaense destaca-se pela sua singularidade e pelas suas respectivas artes culinárias, fazendo parte do valoroso património cultural intangível da cidade, desempenhando igualmente um papel importante para o desenvolvimento sustentável de Macau”.

Macau foi designada Cidade Criativa da UNESCO na área da Gastronomia em 2017.

19 Ago 2020

Lançada primeira pedra do centro de artes sino-lusófono

[dropcap]M[/dropcap]acau assistiu ontem ao lançamento da primeira pedra de um centro de artes sino-lusófono, investimento particular que já atingiu quase 300 milhões de patacas, “para ajudar os artistas lusófonos”, disse à agência Lusa o benemérito, Ieong Tai Meng.

O centro de artes vai funcionar também como uma residência artística, num edifício com mais de 20 pisos e uma galeria de exposições para trabalhos lusófonos, da China continental e de Macau.

“O prédio vai ter mais de 20 andares. (…) Esperamos em 2022 ter obra feita e fazer exposições de arte”, num edifício que pode acolher mais de 100 pessoas, sendo que o investimento situa-se actualmente entre “250 e 300 milhões de patacas”, explicou Eduardo Ambrósio, presidente da Associação Comercial Internacional para os Mercados Lusófonos, durante o evento.

“Todos os países lusófonos são bem-vindos a Macau” e há planos para subsidiar o transporte dos artistas, em especial daqueles que “são muito pobres, em início de carreira”, para reforçar “ainda mais a amizade com o povo de língua portuguesa”, acrescentou Eduardo Ambrósio, cuja associação deu apoio à organização do evento.

Já o investidor chinês que financia inteiramente o projecto, afirmou que “como artista” conhece as dificuldades daqueles que estão a arrancar com a sua carreira e “quer oferecer a Macau o que ganhou com Macau”, salientou.

Nascido em Sanshui, na província de Guangdong, o benemérito Ieong Tai Meng é um dos artistas chineses mais conceituados e premiados internacionalmente, assim como um importante académico que tem desempenhado um papel fundamental na formação de novos talentos artísticos em Macau.

“Este centro de arte está a ser preparado há mais de um ano e já fizemos um registo como Associação de Artista de Macau, China e Países Lusófonos. Através desta oportunidade, esperamos criar um centro, aumentando os encontros com as artistas dos países lusófonos”, afirmou Ieong Tai Meng, à margem do evento.

Casa de artistas

Para o cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Paulo Cunha-Alves, trata-se de um projecto “que vai cimentar (…) a cooperação cultural que já existe entre a China e os países de língua portuguesa”, sobretudo porque vai “passar a existir um sítio onde vai haver um centro de exposições onde os artistas podem ser acolhidos, onde podem tomar as suas refeições, onde podem ter encontros com outros artistas deste grupo de países”.

“Penso que a questão da cultura e da língua são fundamentais para aprofundar as relações entre os povos. Prezo muito a diplomacia económica, (…) mas a diplomacia cultural é muito, muito importante, porque no fundo é aquela que vai permitir laços mais aprofundados entre os povos”, defendeu Paulo Cunha-Alves.

19 Ago 2020

“Higos” | Sinal 8 será emitido a partir das 22h de hoje

[dropcap]O[/dropcap]s Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) vão içar o sinal 8 de tempestade tropical entre as 22h de hoje e as 2h desta quarta-feira, dia 19. Segundo uma nota informativa, prevê-se que o ciclone tropical “Higos” “se intensifique continuamente e se mova a uma velocidade relativamente rápida para noroeste em direcção à costa oeste da Foz do Rio das Pérolas (entre Zhuhai e Maoming)”.

Segundo os SMG, o ciclone tropical “vai cruzar num ponto ainda mais próximo do território do que inicialmente previsto, a cerca de 100 quilómetros de Macau, durante a madrugada, tendo possibilidade de intensificar-se próximo da costa”. Desta forma, até à manhã desta quarta-feira, “o vento vai intensificar-se consideravelmente e pode soprar ao nível 7 a 9 (Escala de “Beaufort”) do quadrante leste com rajadas, havendo aguaceiros fortes acompanhados de trovoadas”.

A mesma nota dos SMG dá conta que, nas últimas horas, o “Higos” “tomou um rumo mais para norte, existindo a possibilidade de se intensificar continuamente e trazer um ‘Storm Surge’ mais acentuado”. O sinal de “Storm Surge” amarelo será, assim, içado hoje às 20h30, prevendo-se a sua substituição pelo sinal “Storm Surge” laranja. Estão previstas inundações nas zonas baixas do território entre as 5h e as 12h desta quarta-feira, sendo que a água poderá atingir entre 1,0 e 1,5 metros de altura.

18 Ago 2020

“Higos” | Sinal 8 de tempestade deverá ser içado esta madrugada

[dropcap]O[/dropcap]s Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) prevêem içar o sinal 8 de tempestade tropical entre a noite de hoje e a madrugada desta quarta-feira, dia 19. Além disso, “espera-se que na noite do dia 18 e no dia 19 de Agosto o vento se intensifique na região significativamente, havendo aguaceiros fortes acompanhados de trovoadas”.

O mesmo comunicado dá conta que o “Higos” “tomou um rumo sensivelmente mais para norte do que o previsto e vai cruzar o ponto mais próximo do território, a cerca de 150 quilómetros de Macau”.

Segundo as últimas informações disponíveis, o ciclone tropical “Higos” continua a intensificar-se, devendo mover-se a uma velocidade “relativamente rápida” para noroeste, dirigindo-se à costa oeste da província de Guangdong.

Os SMG alertam ainda para a ocorrência de inundações nas zonas baixas do território. “Devido à influência da maré astronómica, associado com o efeito de ‘Storm Surge’, no dia 19 de manhã podem ocorrer inundações em zonas baixas. A altura de inundação máxima prevista será entre 0,5 e 1,0 metros”, pode ler-se.

18 Ago 2020

EUA vão endurecer sanções contra gigante chinesa das telecomunicações Huawei

[dropcap]O[/dropcap]s Estados Unidos vão endurecer as sanções contra a gigante chinesa das telecomunicações Huawei e 38 subsidiárias para impedir o seu acesso a tecnologias norte-americanas, anunciou ontem o Departamento de Comércio dos EUA, em comunicado.

A administração dos Estados Unidos acusou a Huawei de usar as suas subsidiárias internacionais para contornar as sanções, referindo que o grupo representa um risco de segurança para o país devido aos seus laços com o Governo chinês, o que a Huawei nega.

A Huawei e as suas subsidiárias “intensificaram esforços para obter semicondutores de ponta desenvolvidos ou produzidos a partir de ‘software’ e tecnologias norte-americanas com vista a atingir objetivos políticos do Partido Comunista da China”, afirma o secretário norte-americano do Comércio, Wilbur Ross, citado no comunicado.

Numa outra nota divulgada ontem, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, acrescentou que a administração Trump vê a Huawei como “um braço armado da vigilância do Partido Comunista Chinês” e alega que as novas sanções visam “proteger a segurança nacional dos Estados Unidos, a privacidade dos cidadãos e a integridade das infraestruturas 5G face à influência nefasta de Pequim”.

Washington tem tentado impedir que a Huawei e outros fornecedores chineses dominem o mercado de telecomunicações e a rede 5G, tendo proibido, há um ano e meio, a venda de tecnologia ‘made in USA’ ao gigante chinês.

O conflito entre a China e os Estados Unidos tem aumentado desde que os dois países assinaram um acordo comercial histórico, em janeiro, para acalmar as relações.

“A China fez-nos coisas terríveis. Eles [responsáveis chineses] poderiam ter parado. Travaram essa doença, que eu chamo vírus chinês. Impediram que se propagasse na China, mas não nos Estados Unidos e no resto do mundo”, afirmou hoje o Presidente norte-americano, Donald Trump, referindo-se, numa entrevista dada à Fox News, à Huawei como “espiões”.

A administração Trump tem também pressionado os seus aliados para banirem os equipamentos da Huawei, acusando o grupo de partilhar dados com os serviços secretos do regime chinês e de colocar a sua tecnologia ao serviço da vigilância dos dissidentes e da repressão de um milhão de uigures.

O Reino Unido já proibiu a compra de novos equipamentos Huawei a partir de 31 de dezembro.

A Huawei foi a empresa que mais telemóveis vendeu, no segundo trimestre de 2020, em todo o mundo, segundo dados divulgados 3m 30 de julho pela analista de mercados Canalys, que considerou difícil o grupo chinês de telecomunicações manter aquela posição.

A Huawei registou uma queda homóloga de 5% nas vendas, para 55,8 milhões de dispositivos, mas o desempenho da rival direta, a Samsung, foi ainda pior: o conglomerado sul-coreano vendeu 53,7 milhões de dispositivos, ou seja, 30% a menos do que no mesmo período de 2019, mostra um relatório divulgado pela empresa de análise do mercado.

O grupo chinês de tecnologia tornou-se assim a primeira empresa a quebrar o duopólio entre Apple e Samsung no topo da lista de fornecedores globais de ‘smartphones’, segundo estimativas da Canalys.

As sanções dos Estados Unidos contra a empresa e a campanha internacional lançada por Washington, tentando convencer os seus aliados a excluírem a Huawei das redes de quinta geração (5G), pesaram nas suas vendas no exterior, que caíram 27%, entre abril e junho.

No entanto, durante o mesmo período, a Huawei vendeu 8% a mais na China, onde já controla mais de 70% do mercado de ‘smartphones’.

18 Ago 2020

António Félix da Costa admite que título de Fórmula E é “a maior conquista da carreira”

[dropcap]O[/dropcap] piloto português António Félix da Costa (DS Techeetah) considera que o título conquistado na semana passada no Campeonato de Fórmula E, para carros elétricos, é a “maior conquista” da sua carreira. Em entrevista à Agencia Lusa, o piloto de Cascais recorda as duas vitórias em Macau em Fórmula 3, mas admite que o título de Fórmula E as supera.

“Os grandes prémios de Macau que venci foram, de facto, muito grandes e a felicidade que senti foi muito alta, mas este campeonato de Fórmula E chega a bater isso. O esforço, a dedicação, os anos que demorei a colocar-me na posição de conseguir ganhar… é o melhor resultado da minha carreira até agora”, diz.

António Félix da Costa revela que sentiu algumas dificuldades de adaptação ao DS após seis anos com um BMW, mas, no final, o esforço compensou.

“Ingressar numa equipa nova é sempre complicado. Estive seis anos na BMW, conhecia a equipa toda, os cantos à casa. O carro foi desenhado por mim na BMW. No início, não estava a acertar com as qualificações, não tinha ainda a confiança no carro. Mas, com o tempo e com trabalho, conseguimos aperfeiçoar essa fase, o que tornou a nossa vida mais fácil”, frisa.

O piloto de 28 anos acredita que a próxima temporada “vai ser muito complicada. “Esta equipa é campeã há três anos e toda a gente nos vai querer bater”, sublinha o luso.

O piloto português terminou o campeonato com uma vantagem de 71 ponto em relação ao segundo classificado, um recorde na disciplina.

Nas últimas corridas do campeonato, saltou à vista alguma tensão no relacionamento com o companheiro de equipa, o francês Jean-Eric Vergne, que era o bicampeão da categoria.

“É um piloto ganhador, que quer ser campeão. Não me ajudou, mas também não me prejudicou. Não me tratou pior do que trataria qualquer outro piloto. Mas já estava à espera, pelo que não foi uma surpresa”, declara Félix da Costa.

Quanto à possibilidade de Portugal vir a acolher uma corrida do campeonato, revela que já existiram conversações entre os responsáveis da categoria e a Câmara de Lisboa.

“Há essa vontade. Sei que há coisas a acontecer, Portugal está no mapa, mas a Fórmula E está a crescer de uma forma incrível, tem 20 países à espera para entrar no campeonato. Pode ser que com este título se desperte um pouco mais esse interesse e haja mais vontade”, atira.

O carro que deu o título ao piloto luso é já de segunda geração. “É um carro 100% elétrico. A forma como a potência chega às rodas é incrível, tens um binário instantâneo e muito consistente. Não precisas de mudanças, o motor elétrico está sempre pronto para o seu nível máximo”, explica, abrindo a porta “a uma terceira geração”, que deverá surgir “dentro de dois anos”.

“Terá quatro motores e o dobro da potência. Atualmente temos cerca de 370 cavalos”, revela.

Anda assim, muito longe da potência da Fórmula 1, que ficou como um espinho atravessado na garganta. Mas Félix da Costa garante que já ultrapassou a desilusão e já não pensa nisso.

“Já estou velho. Os miúdos que estão na calha têm todos 21, 22 anos. O meu foco já não está aí”, frisa.

Agora, o próximo objetivo passa pelas 24 Horas de Le Mans.

“Acho que se tivermos cabeça e minimizarmos os erros, podemos fazer um pódio”, conclui.

18 Ago 2020

Habitação | Metro quadrado aumentou 4,8 por cento

[dropcap]O[/dropcap] preço médio do metro quadrado de fracções habitacionais fixou-se em 105.134 patacas no segundo trimestre deste ano, o que representa um aumento trimestral de 4,8 por cento, indicam dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). O maior crescimento foi de 7,1 por cento, na península de Macau, enquanto em Coloane o valor desceu 2,9 por cento.

Entre Abril e Junho de 2020 foram compradas 2.636 fracções autónomas e lugares de estacionamento pelo valor de 14,71 mil milhões de patacas, que indica um crescimento de mais de 80 por cento face ao trimestre anterior. A DSEC adianta que foram compradas 1.971 fracções, mais 990 do que no primeiro trimestre do ano, pelo valor de 12,69 mil milhões de patacas. A maioria foi em edifícios construídos, cujo preço médio aumentou 4,7por cento para 98.710 patacas. As casas foram compradas sobretudo na Baixa da Taipa (267), nos Novos Aterros da Areia Preta (247), bem como no Móng Há e Reservatório (122).

Já o preço médio das habitações em edifícios em construção, fixou-se em 152.088 patacas, um crescimento trimestral de 13,7 por cento.

No que toca a espaços para escritório, o preço médio do metro quadrado foi de 112.216 patacas, que se traduz numa queda de 0,7 por cento em termos trimestrais. Enquanto isso, o preço nas fracções industriais aumentou para mais de 52 mil patacas.

Ao nível da construção privada, até Junho 8.916 fracções estavam em fase de projecto, 3.766 em construção e 689 sob vistoria.

18 Ago 2020