Hoje Macau China / ÁsiaUE acompanha “de perto” caso de detido na China com passaporte português A União Europeia (UE) está a acompanhar “de perto” o caso de Tsz Lun Kok, o estudante de Hong Kong com passaporte português detido na China com 11 activistas pró-democracia, disse ontem à Lusa um porta-voz. “A União Europeia está a acompanhar de perto o caso do Sr. Kok e dos outros detidos, nomeadamente através do Gabinete da UE em Hong Kong e Macau”, referiu Nabila Massrali, porta-voz para a Política Externa e de Segurança da União Europeia. A Lusa questionou o Serviço Europeu de Acção Externa da UE sobre a situação do estudante de 19 anos, com dupla nacionalidade portuguesa e chinesa, detido em Shenzhen, na China, por alegada travessia ilegal, após ter sido intercetado na embarcação em que seguia com um grupo de activistas pró-democracia pela guarda costeira da província chinesa de Guandgong, em 23 de agosto, quando se dirigiam a Taiwan. Numa nota enviada ontem, em resposta a questões sobre o jovem, que estará sem acesso a advogado desde a sua detenção, a porta-voz afirmou que “o Gabinete da UE está em estreito contacto com o Consulado Geral de Portugal em Macau, que está envolvido no caso do Sr. Kok”, precisando no entanto que a União Europeia não presta assistência consular direta aos cidadãos da UE. “Notando que, neste caso, o Sr. Kok tem nacionalidade portuguesa e chinesa, a prestação de serviços consulares a um cidadão continua a ser um assunto da competência das autoridades nacionais. As delegações da UE não prestam assistência consular direta aos cidadãos da UE”, pode ler-se na nota. Na sexta-feira, o advogado do jovem em Hong Kong, onde enfrenta acusações relacionadas com a participação nos protestos pró-democracia no território, no ano passado, disse que a mãe do jovem contratou um advogado chinês em Shenzhen, mas que a polícia lhe recusou o acesso. “A polícia chinesa disse ao advogado que a investigação do caso não está concluída, e que [o detido] não tem o direito de ver um advogado”, contou à Lusa o advogado em Hong Kong, que pediu para não ser identificado. “Já são 12 dias em total isolamento”, acrescentou, então. A Lusa também questionou o MNE na sexta-feira sobre se considera tomar alguma iniciativa em relação à recusa de acesso ao advogado. Em resposta, o gabinete de Augusto Santos Silva informou apenas que “a China não reconhece a dupla nacionalidade a cidadãos chineses”, mas que continua a acompanhar o caso. Na semana passada, o consulado português em Macau já tinha dito à Lusa que a China só reconhece o passaporte português “enquanto documento de viagem não atributivo da nacionalidade”, o que limita a intervenção das autoridades portuguesas “ao domínio humanitário, procurando assegurar que o detido se encontra bem, que lhe seja dispensado um tratamento digno e que possa ser defendido por um advogado”. Uma posição já criticada pelo advogado em Hong Kong, que defendeu que o jovem, cujo pai tem cidadania portuguesa, é “cidadão português” de pleno direito, lamentando que o consulado não tenha informações sobre a sua situação, numa altura em que a família e o advogado na China continuam sem conseguir falar com Kok. Tsz Lun Kok tinha sido detido em 18 de novembro, com outras centenas de estudantes, durante o cerco da polícia à Universidade Politécnica de Hong Kong (PolyU), que se prolongou de 17 a 29 desse mês, tendo terminado com a invasão dos agentes ao campus universitário, onde a polícia diz ter encontrado milhares de bombas incendiárias e armas. O jovem é acusado de motim, por ter participado alegadamente numa manobra para desviar as atenções da polícia que cercou as instalações do campus, com o objetivo de permitir a fuga de estudantes refugiados no seu interior. Kok, que estudava engenharia noutra universidade, enfrenta ainda acusações de posse de “instrumentos passíveis de uso ilegal”, disse o advogado, precisando que, ao contrário do que a polícia de Hong Kong afirmou na quinta-feira à Lusa, não está acusado de posse de armas. O jovem deveria ser ouvido no tribunal de Tuen Mun, em Hong Kong, em 25 de setembro, mas o advogado desconhece se a polícia da China o vai manter detido por travessia ilegal. Aprovada em 30 de junho e criticada pela União Europeia, a lei da segurança nacional, considerada uma resposta de Pequim ao protestos pró-democracia em Hong Kong, sob administração chinesa desde 1997, levou vários activistas a refugiar-se no Reino Unido e Taiwan, para onde fugiram muitos manifestantes em busca de asilo. No barco onde seguia o jovem com passaporte português encontravam-se mais 11 pesssoas, incluindo Andy Li, activista pró-democracia detido no mesmo dia da detenção de Jimmy Lai, proprietário do jornal Apple Daily, numa operação da nova unidade policial criada pela lei de segurança, segundo o jornal South China Morning Post, que cita fontes policiais.
Hoje Macau PolíticaCreches | Leong Sun Iok pede medidas para evitar maus tratos [dropcap]L[/dropcap]eong Sun Iok quer saber quais os planos do Governo para prevenir maus tratos em crianças nas creches. Numa altura em que existem três casos suspeitos de maus tratos reportados na mesma instituição desde o início de Julho, o deputado pediu para as autoridades responsáveis investigarem os casos a fundo e que, a longo prazo, estabeleçam mecanismos para supervisionar a actuação dos funcionários das creches. Com o objectivo de recuperar a confiança dos residentes, Leong Sun Iok questiona ainda se o Governo vai rever o regime das creches subsidiadas para melhorar as condições de trabalho dos educadores e, consequentemente, elevar a qualidade dos serviços. Apontando que, das mais de 60 creches existentes em Macau, 24 são privadas, o deputado está preocupado com as diferenças de funcionamento em relação aos estabelecimentos públicos, pedindo que o Governo incentive a formação de pessoal dos privados ao nível dos cuidados a prestar às crianças. Em interpelação escrita, Leong Sun Iok faz também questão de lembrar que ainda não foram divulgados os resultados de um estudo da Universidade de Macau sobre a qualidade dos serviços das creches, que o Governo anunciou em 2019. Recorde-se que circulou nas redes sociais o caso de uma criança alegadamente ferida na creche Sun Child Care Center, sendo que os maus tratos foram revelados pela própria mãe, através de uma fotografia onde podem ser vistas várias nódoas negras nos braços da criança.
Hoje Macau China / ÁsiaEstados Unidos | Trocas de acusações sobre interferência chinesa nas eleições No final da semana passada, oficiais de topo da Administração Trump, incluindo o Procurador-Geral, William Barr, afirmaram que a China representa a maior ameaça internacional à integridade das eleições presidenciais norte-americanas. Tese refutada pela Partido Democrata, que acusa Barr de mentir, sem olhar a meios para atingir fins eleitorais. No ano passado, Trump pediu a Pequim para investigar Biden [dropcap]D[/dropcap]epois da muito badalada polémica devido à alegada interferência russa nas eleições de 2016, o comboio da campanha Trump prossegue a todo o vapor na via da deslegitimação da integridade das eleições presidenciais de 3 de Novembro. Além das infundadas suspeitas quanto à validade dos votos postais e as alegadas fraudes de dimensões históricas, a campanha de Donald Trump aponta baterias a Pequim. No final da semana passada, um conselheiro de segurança da Casa Branca e o Procurador-Geral William Barr, descreveram a China como a maior ameaça de interferência nas eleições presidenciais norte-americanas. Uma teoria deitada por terra, e que motivou a oposição democrata. O presidente do Comité de Informação de Segurança da Câmara dos Representantes, o democrata Adam Schiff, acusou Barr de mentir. “A declaração do Procurador-Geral é simplesmente falsa. O que William Barr fez naquela declaração foi iludir redondamente o povo norte-americano”. O Procurador-Geral nomeado por Donald Trump no ano passado, disse à CNN, na passada quarta-feira, que a China constituía uma ameaça maior que a Rússia em relação a possíveis interferências nas eleições de Novembro. “Vi relatórios de segurança e foi o que conclui”, declarou Barr, sem acrescentar detalhes. Também em declarações à CNN, quando questionado directamente se Barr estaria a mentir, Schiff respondeu: “É basicamente o que está a fazer. Hesitei dizê-lo, mas, sim, é essa a realidade. Aparentemente, Bill Barr está disposto a dizer e fazer tudo para ajudar Donald Trump”. Robert O’Brien, conselheiro de segurança da Casa Branca, seguiu as pisadas de Barr na passada sexta-feira, quando numa conferência de imprensa afirmou ter conhecimento de que Pequim estaria a ter “o papel mais activo” na tentativa de comprometer a fidelidade dos resultados eleitorais, seguido do Irão e depois da Rússia. Importa recordar que os serviços de informação norte-americanos encontraram provas de uma campanha cibernética russa de apoio à candidatura de Donald Trump, e foram produzidos relatórios a apontar para possíveis ataques de hackers russos durante as eleições que se aproximam. Como é hábito, o Kremlin desmentiu qualquer interferência em 2016. No mês passado, O’Brien afirmou que os Estados Unidos apanharam hackers chineses a tentar atacar infra-estruturas essenciais ao acto eleitoral. A acusação foi comentada da mesma forma por Pequim, que tem negado consistentemente as incriminações de ataque informáticos a empresas, políticos e agências governamentais. Face ao pedido da agência Reuters para comentar as últimas declarações de O’Brien, a Embaixada da China nos Estados Unidos remeteu para o comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês onde se reiterava que Pequim não tinha qualquer interesse no sufrágio norte-americano. Por outro lado O conselheiro de segurança da Casa Branca deixou ainda uma vaga ameaça. “Já deixámos bem claro a chineses, russos, iranianos e outros que ainda não foram revelados, que quem tentar interferir nas eleições norte-americanas irá enfrentar consequências extraordinárias”, alertou O’Brien. Quanto aos detalhes que levaram Washington a temer influência chinesa, o conselheiro foi poupado nos pormenores e hiperbólico na retórica. “Não me vou alongar sobre informações de segurança, mas as vastas actividades de interferência de Pequim acontecem online. É algo de extraordinário, como nunca vimos antes, nem no tempo da Guerra Fria.” Do outro lado da barricada política, o candidato democrata, Joe Biden, negou na sexta-feira que a China seja a maior ameaça nas eleições americanas. Contrariando William Barr e o secretário de Estado Mike Pompeo. “Não é consistente com os briefings que tenho recebido. [William Barr] é um péssimo Procurador-Geral, com um terrível oficial de informações de segurança”, comentou o candidato à margem de uma acção de campanha, citado pelo The Washington Post. Desde de Julho, Biden tem recebido briefings de agências de segurança e informação classificada que, no seu entender, é completamente contrária ao que sai da Casa Branca. “Acho que existem muitos países que gostariam de ver as nossas eleições destabilizadas. Mas ninguém está a trabalhar nisso com mais afinco e de forma mais consistente do que a Rússia”, apontou Biden deixando uma provocação: “Porque será que [Donald Trump] tem tanto medo de Vladimir Putin? Qual será o problema? É quase deferente. Mas, quero deixar uma coisa bem clara. Qualquer país que incorre em acções que deslegitimem ou impactem as eleições americanas está a violar directamente a nossa soberania”. Sob influência Apesar do jogo eleitoralista de palavras, recorde-se que Trump, durante a polémica do pedido para que a Ucrânia investigasse Joe Biden, convidou Pequim a investigar o seu rival político, num extraordinário pedido público de interferência eleitoral. “A China devia abrir uma investigação aos Bidens, porque o que se passou na China foi quase tão mau como o que se passou na Ucrânia”, dizia Donald Trump em Outubro de 2019, depois de uma ronda de negociações comerciais. Este não foi um caso raro, depois do famoso desafio lançado a Putin para investigar Hillary Clinton em 2016, juntando a China ao grupo de países a que Trump pediu favores eleitorais, composto pela Ucrânia, Austrália, Itália e Reino Unido. Outro argumento dissonante na forma como a Administração Trump tem progressivamente mudado a abordagem à China, foram as repetidas juras de amizade do Presidente norte-americano a Xi Jinping, que parecem extraídas de outra vida, longe desta campanha eleitoral. No mês passado, William Evanina, um oficial americano especialista em contra-espionagem, confirmou a possibilidade de a Rússia, China e Irão tentaram interferir nas eleições de Novembro. Em declarações citadas pela Reuters, Evanina revelou que Moscovo já estava a atacar Biden, por o considerar um norte-americano anti Rússia do establishment democrático, com acções encomendadas do Kremlin a inundar as redes sociais com propaganda pró-Trump. Por outro lado, Pequim parece preferir a vitória de Joe Biden. “Segundo informações apuradas, Pequim prefere que Trump, considerado imprevisível, não seja eleito”, apontou Evanina. “A China tem aumentado esforços para moldar o panorama político dos Estados Unidos, pressionando figuras políticas consideradas opostas aos interesses chineses e refutando acusações dirigidas a Pequim. Além disso, a retórica pública, incluindo nos jornais oficiais, tem sido cada vez mais crítica em relação a esta Administração, à forma como lida com a pandemia e ao encerramento do consulado chinês em Houston”, acrescentou o oficial. O que resulta dos resultados Enquanto a mensagem democrata parece estar centrada numa espécie de promessa de retorno à normalidade, analistas políticos encaram como improvável a possibilidade das relações entre as duas maiores economias mundiais se manterem no estado em que estão actualmente. Apesar de Biden seguir à frente nas sondagens, é expectável que a corrida se torne mais renhida à medida que se aproxima o dia de ir às urnas. Nessa altura, o tópico China deverá voltar à baila na retórica eleitoralista. Citado pelo South China Morning Post, o académico Pang Zhongying realçou a relevância do acto eleitoral de Novembro. “Dada a importância histórica das eleições de 2020, ambos os candidatos têm oportunidade para escalar ou diminuir as tensões típicas de Guerra Fria, qualquer que seja o vencedor”, comentou o especialista em política internacional da Ocean University os China. O próprio silêncio de Pequim em relação a uma preferência assumida por um candidato é visto como sinal da importância dada ao resultado das eleições. Gu Su, da Universidade de Nanjing em Pequim, destacou ao jornal de Hong Kong o aprofundar das hostilidades entre as duas potências, que está em níveis nunca vistos nos últimos 40 anos. O especialista em política internacional acha que Pequim leu mal as intenções da Administração Trump em confrontar o Governo Central nas suas intenções no Mar do Sul da China, ou em temas como Taiwan e Xinjiang. “Aparentemente, o topo da hierarquia do Partido Comunista Chinês começou a preparar-se para diferentes cenários saídos das eleições americanas, não me parece que vão ser apanhados de surpresa”, perspectiva o analista.
Hoje Macau China / ÁsiaTufão faz estragos na Coreia do Sul, após causar mais de 20 feridos no Japão [dropcap]A[/dropcap] passagem de um tufão na Coreia do Sul danificou prédios, inundou estradas e cortou a energia a milhares de casas, depois de ter causado mais de 20 feridos no Japão, segundo dados oficiais hoje divulgados. Após ter atingido ilhas no sul do Japão, o tufão Haishen já motivara alertas da Administração Meteorológica da Coreia, devido aos ventos e chuva forte, que atingiram a cidade portuária de Ulsan, no sudeste. A agência meteorológica informou que o tufão, o terceiro a atingir a península em poucas semanas, está a enfraquecer e provavelmente será classificado como tempestade tropical em 24 horas. Os carros tiveram dificuldade para navegar pelas estradas inundadas em Ulsan e outras cidades costeiras, como Busan, Sokcho e Gangneung. Pelo menos 318 voos de e para a província insular de Jeju e no continente foram cancelados. Algumas pontes e secções de ferrovia foram fechadas, milhares de barcos de pesca e outras embarcações foram enviados para um local seguro e foram retirados mais de 1.600 residentes nas regiões sul do continente. Esta manhã, as autoridades conseguiram repor o abastecimento de energia para 11.523 das 17.620 famílias que perderam eletricidade nas áreas sul do continente e em Jeju. Haishen, que significa “deus do mar” em chinês, passou por Okinawa e outras ilhas do sul do Japão no fim de semana. O tráfego ainda estava paralisado em alguns lugares, os comboios de alta velocidade foram suspensos e a maioria dos voos domésticos de e para os aeroportos do sudoeste japonês foram hoje cancelados. A Agência de Gestão de Incêndios e Desastres do Japão disse que pelo menos 20 pessoas ficaram feridas, duas delas gravemente. Esta manhã, cerca de meio milhão de casas ainda estavam sem energia. A emissora pública NHK noticiou que quatro pessoas estão desaparecidas em Miyazaki. Espera-se que a tempestade chegue no final do dia de hoje à região nordeste da Coreia do Norte, que foi atingida pelo tufão Maysak na semana passada, causando ainda mais problemas a uma economia devastada pelas sanções lideradas pelos Estados Unidos, encerramento da fronteira devido à pandemia do novo coronavírus e escassez crónica de alimentos. Segundo a imprensa estatal, o líder Kim Jong-un visitou áreas atingidas por tufões, demitiu um alto funcionário regional e prometeu enviar 12 mil trabalhadores da capital, Pyongyang, para ajudar nos esforços de recuperação. O tufão Maysak destruiu mais de mil casas e inundou edifícios públicos e explorações agrícolas. O Maysak danificou estradas e edifícios e causou pelo menos um morto na Coreia do Sul. Um navio de carga de gado afundou na costa do Japão aquando da passagem do Maysak. Dois dos 43 tripulantes foram resgatados e um corpo foi recuperado antes que a busca fosse interrompida por causa do Haishen. O navio transportava 5.800 vacas da Nova Zelândia para a China.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China regista 12 casos nas últimas 24 horas, todos oriundos do exterior [dropcap]A[/dropcap] China atingiu hoje 22 dias consecutivos sem registar casos locais de covid-19, já que os 12 novos casos diagnosticados nas últimas 24 horas são todos oriundos do exterior, informaram as autoridades. A Comissão de Saúde da China detalhou que os casos importados foram diagnosticados nos municípios de Xangai, Tianjin e Chongqing e nas províncias de Guangdong e Sichuan. As autoridades informaram ainda que, nas últimas 24 horas, 18 pacientes receberam alta, pelo que o número de pessoas infectadas activas no país asiático se fixou em 180, incluindo dois em estado considerado grave. Desde o início da pandemia, a China registou 85.134 infetados e 4.634 mortos devido à covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. As autoridades chinesas referiram que 819.075 pessoas que tiveram contacto próximo com infectados estiveram sob vigilância médica na China, das quais 5.959 permanecem sob observação. A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 880.396 mortos e infectou mais de 26,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Dezenas de detidos em protestos contra lei de segurança [dropcap]A[/dropcap] polícia de Hong Kong deteve ontem cerca de 90 pessoas na sequência dos protestos contra a lei de segurança aprovada pela China para o território e contra o adiamento das eleições legislativas. No dia 31 de Julho, a Chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou que as eleições legislativas seriam adiadas por um ano devido ao “risco extremo para a saúde” representado pela terceira vaga de infecções da covid-19, negando que a decisão tivesse motivações políticas, como alegavam os movimentos pró-democracia. Carrie Lam argumentou com os riscos levantados pela previsível aglomeração de eleitores e trabalhadores nas mesas de voto e a incapacidade dos residentes de Hong Kong no estrangeiro de viajarem para votar devido a exigências de quarentena. O adiamento das eleições legislativas foi o mais recente capítulo na história recente de convulsão política na antiga colónia britânica. A imposição por Pequim em Julho de 2019 de uma nova lei de segurança nacional, que pune com penas que podem chegar à prisão perpétua actos como a secessão ou conluio com forças estrangeiras, mergulhou Hong Kong num clima de agitação e gerou uma reação de protesto da comunidade internacional. Polícia em força Leung Kwok-hung, Raphael Wong Ho-ming e Figo Chan Ho-wun, membros da Liga Social Democrática, foram alguns activistas presos “por participarem numa marcha não autorizada”, de acordo com a imprensa, que refere ainda a adesão pouco significativa aos protestos, marcados por uma forte presença da polícia, com cerca de 2.000 agentes mobilizados. Numa publicação no Facebook, a polícia reconhece que prendeu quase 90 pessoas por terem participado numa manifestação não autorizada. Em vários vídeos publicados nas redes sociais consegue perceber-se que os manifestantes exigiam a possibilidade de voto e gritaram que a corrupção atingiu a polícia. Os protestos concentraram-se nos bairros de Kowloon e Mong Kok.
Hoje Macau Manchete SociedadeShenzhen | Português ficou, pelo menos, 12 dias sem falar com família ou advogado O estudante de Hong Kong com passaporte português e cartão de cidadão detido na China no dia 23 de Agosto foi impedido de contactar família e o advogado, pelo menos, até sexta-feira. A polícia chinesa justificou a ausência de direito a representação legal com o facto de a investigação ainda não ter terminado [dropcap]A[/dropcap] mãe de Tsz Lun Kok contratou um advogado no Interior da China para representar o filho, que tem dupla nacionalidade, detido desde 23 de Agosto em Shenzhen. De acordo com a Lusa, o mandatário não foi autorizado a falar com o jovem de 19 anos, que está acusado de travessia ilegal, após ter sido interceptado na embarcação em que seguia pela guarda costeira da província chinesa de Guangdong. “A polícia chinesa disse ao advogado que a investigação do caso não está concluída, e que [Kok] não tem o direito de ver um advogado”, contou à Lusa o advogado em Hong Kong, que pediu para não ser identificado. “Já são 12 dias em total isolamento”, acrescentou na sexta-feira, manifestando preocupação com o seu cliente. “Não consigo imaginar o que ele sente neste momento, ele só tem 19 anos”, recordou. A família não tem quaisquer notícias do jovem, natural de Hong Kong, que estudava Engenharia naquele território. “A mãe, que tem estado em contacto comigo, e o pai, estão muito preocupados. Como foi detido no mar, pode ter sido ferido, e ela não sabe [do filho]. Ele não pode sequer fazer um telefonema para falar com a família e não pode falar com o advogado [na China]”. Kok, que enfrenta acusações em Hong Kong relacionadas com os protestos pró-democracia no território, no ano passado, foi detido numa embarcação que teria como destino Taiwan. Jornais de Hong Kong relatam que advogados de outros detidos também terão sido impedidos de contactar os seus clientes. O jovem, cujo pai tem cidadania portuguesa, é “cidadão português” de pleno direito, frisou o advogado, apesar de a China só reconhecer o passaporte enquanto documento de viagem não atributivo da nacionalidade. “Além de ter um passaporte português, também tem cartão de cidadão português”, frisou o advogado. “Não se pode dizer que ele tinha um documento de viagem, ele é legal e tecnicamente um cidadão português”, acrescentou, lamentando que o consulado também não disponha de informações sobre o jovem. Contas e tesoura O jovem é acusado de motim, por ter participado alegadamente numa manobra para desviar as atenções da polícia que cercou as instalações do campus, com o objectivo de permitir a fuga de estudantes refugiados no seu interior. Kok, que estudava noutra universidade, e foi detido na área de Mong Kok, perto da PolyU, enfrenta ainda acusações de posse de “instrumentos passíveis de uso ilegal”, disse o advogado, precisando que, ao contrário do que a polícia de Hong Kong afirmou na quinta-feira à Lusa, não está acusado de posse de armas. Por detrás desta acusação estará a posse de “pequenas contas de vidro” e de “um par de tesouras” de corte de metal, não tendo a acusação precisado de que forma poderiam ser usados, segundo o mandatário. O jovem deveria ser ouvido no tribunal de Tuen Mun, em Hong Kong, em 25 de Setembro, mas o advogado desconhece se a polícia chinesa o vai manter detido por travessia ilegal. Nesse caso, “o processo pode levar cerca de meio ano a oito meses, e se forem considerados culpados terão de cumprir pena na China”, disse o advogado, caso em que o seu cliente poderá estar “um ou dois anos” sem “poder regressar a casa”. O Consulado de Portugal em Macau e Hong Kong declarou na semana passada que devido ao não reconhecimento da dupla nacionalidade pela China a sua acção ficaria limitada a “ao domínio humanitário, procurando assegurar que o detido se encontra bem, que lhe seja dispensado um tratamento digno e que possa ser defendido por um advogado”.
Hoje Macau EntrevistaMari Alkatiri diz que gasoduto para Timor-Leste tem de ser “viável” [dropcap]O[/dropcap] líder da Fretilin, maior partido timorense, disse que defende o projecto do gasoduto dos poços de Greater Sunrise para Timor-Leste, se for viável, mas que, em caso contrário, os líderes do país devem ser claros com a sociedade. “Não estamos a ir contra o gasoduto. Estamos é a garantir ao povo que queremos uma economia sustentável e que o setor petrolífero contribui da melhor forma”, afirmou Mari Alkatiri, secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), em entrevista à Lusa. “Não mudámos de linha. Queremos é poder provar que a linha para onde o país estava direcionado é a mais viável e benéfica para o país. Ninguém exclui nenhuma opção. Muito menos a opção de trazer o gasoduto para Timor-Leste, desde que seja viável”, considerou. Questionado sobre se a posição é ecoada pelos outros dois partidos no Governo – o Partido Libertação Popular (PLP), do primeiro-ministro Taur Matan Ruak, e o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO) – Alkatiri disse que “a posição da Fretilin é da Fretilin”. “A posição do Governo está agora a ser assumida, e grandes mudanças estão a ser introduzidas no setor do petróleo”, afirmou, recordando que a nova liderança do setor, no Governo, na petrolífera e no regulador – a Autoridade Nacional de Petróleo e Minerais (ANPM) – está no cargo há pouco mais de dois meses. “Os outros estiveram 12 anos e não produziram nem um cêntimo cá para dentro. Só despesas”, acusou. Mari Alkatiri falava à Lusa na sequência de uma troca de críticas entre a atual equipa que lidera o setor petrolífero timorense e Francisco Monteiro, ex-presidente da petrolífera nacional, Timor Gap, exonerado em julho. “A Fretilin foi a primeira a defender o gasoduto do Greater Sunrise para Timor. Mas a economia tem as suas regras e para começar deve haver estudos de viabilidade. E eu ainda não vi nada, não vi nenhum estudo que me convencesse”, afirmou Mari Alkatiri. Às críticas do ex-presidente da Petrolífera, Alkatiri recomenda que “não se meta em questões políticas”. “Devia apresentar argumentos técnicos mais válidos. Não discuto política com um ex-presidente de uma empresa. A verdade é que quando defendi o gasoduto para Timor, Monteiro era um simples assessor do então Presidente Xanana Gusmão. E já na altura era arrogante”, considerou. Alkatiri defendeu que é essencial ter estudos de viabilidade económica antes de avançar com decisões políticas, porque “se o objetivo é reforço da soberania então a economia só se reforça quando é viável e floresce”, disse. “O que significa que estudos técnicos têm de ser feitos. E não inventem números, não façam projeções para poder justificar o resultado. Não inventem”, afirmou. Caso os estudos que o Governo agora quer realizar mostrem que o projeto não é economicamente viável, Alkatiri diz que os líderes políticos “têm que ser claros” para a população timorense. “Pessoalmente ainda acredito que é possível trazer o gasoduto para cá, mas é preciso também que todo esse esforço seja conjugado com a necessidade de diversificação da economia”, afirmou ainda. E, caso seja inviável, então os responsáveis pelo investimento feito até aqui “vão responder se a informação que apresentaram foi feita de forma falaciosa” já que “em termos económicos, o país só é sustentável se a economia for sustentável”, considerou. Alkatiri sustentou que entre a informação que falta está um estudo comparativo entre as várias opções, incluindo a possibilidade de Timor-Leste comprar uma participação no gasoduto para Darwin, no Norte da Austrália. O líder da Fretilin considerou ainda “gravíssimo” o investimento de 650 milhões de dólares que a Timor Gap fez, em nome de Timor-Leste, para conseguir uma participação maioritária no consórcio do Greater Sunrise. “Ninguém entra para uma atividade, altamente especializada sem capacidade de responder questões técnicas e investir para ser o primeiro parceiro na ‘joint-venture’. Este investimento foi para comprar o quê? Se calhar até ferro velho abandonado no mar”, afirmou. Alkatiri considerou várias apresentações públicas feitas pelo ex-Presidente Xanana Gusmão sobre o projeto como “propaganda política”, em que ficou manifestada “muita falta de seriedade”. E justificou a decisão de, enquanto primeiro-ministro do VII Governo, o executivo ter autorizado Agio Pereira, então ministro de Estado, a assinar o tratado de fronteiras marítimas com a Austrália por questões eleitorais. “Estávamos às portas de campanha para as eleições e se não tivesse feito isso a grande arma que iriam usar contra a Fretilin seria essa. Mas sabia que havia outro filtro por passar que é o parlamento”, afirmou, recordando que o seu partido votou contra. Além disso, considerou, o acordo de fronteiras com a Austrália é “completamente leonino” por misturar questões de soberania fronteiriça com um pacote económico e por, na prática, ainda dar à Austrália parte dos recursos que são de Timor-Leste. “Segundo a fronteira, 100% do Sunrise deveria ser nosso, mas damos 30% a Austrália para trazer o gasoduto para Timor-Leste. E se for para Darwin, onde tínhamos antes 90% [no anterior tratado] agora passamos a ter 80 e damos 20 à Austrália”, considerou. “Foi pura simplesmente o ego de uma pessoa a querer dizer que delineou a fronteira marítima, mas que não afirma verdadeiramente a nossa soberania porque a Austrália ainda tem algo a dizer sobre exploração do Sunrise”, afirmou. Insistindo na necessidade de uma auditoria a tudo o que foi gasto nos últimos no desenvolvimento da estratégia fronteiriça, Alkatiri disse que se deve aproveitar a atual situação económica – que adia necessariamente o calendário de desenvolvimento proposto – para concluir os estudos. “O calendário, com estudos ou sem estudos, não vai ser cumprido. O preço do petróleo e os efeitos da covid-19 e da recessão económica internacional têm esse feito. Portanto o calendário já não ia ser cumprido e Xanana Gusmão sabe disso”, afirmou, referindo-se ao homem que liderou a estratégia para o setor na última década.
Hoje Macau EventosMorreu o editor Francisco Espadinha, nascido em Macau, com 86 anos [dropcap]O[/dropcap] Presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou o editor Francisco Espadinha, que morreu na segunda-feira, aos 86 anos, como “uma figura histórica da edição em Portugal”. Numa nota de condolências, Marcelo Rebelo de Sousa refere “a longevidade da Presença”, editora que Espadinha fundou em 1960, e “a diversidade do seu catálogo” com autores como Eduardo Lourenço, J. K. Rowling, George Steiner, Alçada Baptista, David Mourão-Ferreira ou Umberto Eco, além de “importantes coleções de poesia e teatro, de ensaio e de livros policiais”. “Em época de reconfiguração, por vezes muito dura, do panorama editorial português, em tempos de pandemia, e no mês em que o regresso das Feiras do Livro de Lisboa e Porto nos convoca à memória e à militância cultural, recordo uma vida dedicada ao livro e à edição, em dois regimes e em situações muito diversas nos seus desafios”, escreve Rebelo de Sousa que apresenta à família de Espadinha “sentidas condolências”. “Um projecto emblemático” A ministra da Cultura em Portugal considerou que o editor Francisco Espadinha liderou “um dos projectos mais emblemáticos e ecléticos da história da edição em Portugal”. Numa nota de pesar pela morte do fundador da editorial Presença, Graça Fonseca recorda que Francisco Espadinha presidiu por duas vezes à Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), de 1987 a 1992, e foi durante a sua direção que a Feira do Livro de Lisboa se mudou da Avenida da Liberdade para o Parque Eduardo VII. Foi “uma decisão corajosa e que o sucesso das consecutivas edições deste evento literário veio confirmar como acertada”, afirma a ministra. Para Graça Fonseca, o editor transformou “o seu gosto pelos livros e pela leitura num trajeto exemplar” e é um dos nomes que mais marcaram o setor do livro nos últimos 60 anos em Portugal. Francisco Espadinha “será sempre uma figura marcante no mundo editorial”, acrescenta Graça Fonseca. “Um dos mais prestigiados editores portugueses” A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), por sua vez, lamentou também a morte de Francisco Espadinha, que definiu como “um dos mais prestigiados editores portugueses”. A APEL recorda que Espadinha “se afirmava ‘essencialmente um leitor'”, e ficará ligado à carreira de muitos “dos mais importantes escritores portugueses do século XX”, como Irene Lisboa, António Alçada Baptista, David Mourão-Ferreira, Vergílio Ferreira e Vitorino Magalhães Godinho, entre outros. Entre as iniciativas de Francisco Espadinha, a APEL realça “a divulgação de muitos autores estrangeiros, incluindo traduções próprias de muitos clássicos, e uma coleção como a extraordinária ‘Biblioteca de Babel’, com ‘direção editorial’ de Jorge Luís Borges”. Recordou igualmente a sensibilidade de Francisco Espadinha para a área infantojuvenil, na Editorial Presença, dando “atenção ao que se faz pelo mundo, como aconteceu, por exemplo, com a série Harry Potter”. Em Maio de 2011, no decorrer da 81.ª Feira do Livro de Lisboa, “foi feita uma justa e devida homenagem a esta figura ímpar do nosso sector”, recorda a APEL. Francisco Espadinha presidiu a associação de 1981 a 1987 e de 1998 a 1999, tendo sido durante seu mandato que se procedeu à transferência da Feira do Livro de Lisboa da Avenida da Liberdade, em Lisboa, para a sua actual localização, no Parque Eduardo VII, “dando ao livro e à Feira a notável visibilidade que hoje todos lhe reconhecem”. Francisco José da Conceição Espadinha nasceu em Macau, em 30 de Junho de 1934, era licenciado em Direito, pela Universidade de Lisboa, e fundou a Editorial Presença em 1960. O editor foi membro da Comissão Consultiva do Instituto Português do Livro e da Leitura (1986-87), e dirigiu a revista “Livros de Portugal”, editada pela APEL, durante os seus dois mandatos. Fez ainda parte da Comissão Nacional da Língua Portuguesa (1988-1990), foi delegado português na Federação de Editores Europeus e membro do Conselho Superior das Bibliotecas Portuguesas (1991). Em 2015, o então Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, condecorou-o com a Comenda da Ordem de Mérito.
Hoje Macau SociedadeSuncity | Alvin Chau defende maior regulação do capital vindo da China Alvin Chau, CEO do grupo Suncity, defendeu, em entrevista à revista Inside Asian Gaming, uma maior regulação do capital oriundo da China usado nos casinos de Macau. O empresário deseja combater as chamadas “zonas cinzentas” e canais ilegais por onde circula o dinheiro. O CEO defende também a emissão de cheques viagem para jogadores a fim de garantir uma maior supervisão [dropcap]R[/dropcap]egular e supervisionar. São estas as palavras de ordem de Alvin Chau, CEO do grupo Suncity, que, em entrevista à edição de Setembro da revista Inside Asian Gaming, defendeu uma nova regulação do dinheiro oriundo da China e que é gasto nos casinos de Macau. “É necessária regulação para supervisionar os jogadores chineses ao nível da qualidade do capital, incluindo as fontes de capital dos casinos e salas VIP, à medida que se recolhem dados sobre os fundos do jogo em Macau”, disse na entrevista. Alvin Chau disse ainda que o novo sistema regulador poderia “evitar que as pessoas autorizadas ou entidades que gerem casinos ou salas VIP em Macau caiam em zonas cinzentas no que diz respeito às leis que vigoram na China”. O empresário fala numa actual falta de transparência e clareza. “A falta de clareza entre os dois sistemas tem criado dificuldades aos operadores de jogo para cumprirem as leis. Espero que as entidades em Macau possam estabelecer um conjunto de estratégias e canais financeiros que estejam de acordo com as leis de ambos os lados.” À Inside Asian Gaming, Alvin Chau vai mais longe e diz que a manutenção de canais ilegais usados para fluxo de dinheiro acaba por beneficiar o sector do jogo, apesar de as autoridades chinesas terem conseguido pôr um fim a muitos deles. “Precisamos de canais financeiros apropriados. No passado, a maior parte dos fluxos de capital vinham para Macau através de canais ilegais para apoiar o desenvolvimento da indústria do jogo de Macau. O capital chega a Macau através de canais ilegais e não podemos negar que o negócio legal do jogo beneficia desse capital, por isso este é um tema muito sensível.” O empresário acrescentou ainda que “devido ao facto de as autoridades chinesas terem de travar os fluxos ilícitos de capital oriundos da China, tal tem um impacto indirecto negativo à indústria do jogo em Macau e causa um enorme golpe na economia de Macau”. O olhar dos bancos Ainda no campo da supervisão, Alvin Chau defendeu a emissão, por parte dos bancos da China, de cheques de viagem individuais para serem usados nos casinos de Macau, salas VIP e bancos. “Com esta medida, os bancos poderiam verificar a qualidade do capital dos indivíduos que usam os cheques enquanto que os bancos e as autoridades chinesas poderiam também supervisionar o estatuto financeiro de cada jogador. Isto iria também reduzir as possibilidades das operadoras de jogo de Macau emprestarem grandes quantias de dinheiro a jogadores e reduzir o risco de mau crédito”, apontou. Alvin Chau disse ainda que o montante usado nas apostas de jogo também deveria ser sujeito a uma regulação. “Talvez o crédito possa ser limitado um certo número de cheques de viagem ou a uma quantia. Através desta medida poderíamos ver claramente quem providencia o crédito e quanto é que é providenciado, e também o que é legal.” O empresário referiu também que as apostas por jogada deveriam ser limitadas a um valor máximo de 1.5 milhões de dólares de Hong Kong.
Hoje Macau China / Ásia ManchetePolícia de Hong Kong aguarda informações de estudante com passaporte português detido na China [dropcap]U[/dropcap]m porta-voz da polícia de Hong Kong disse hoje desconhecer qualquer informação sobre o caso de um estudante de 19 anos, detentor de passaporte português, detido na China quando tentava sair por mar do território. O superintendente Cheung, do departamento de Relações Públicas da polícia de Hong Kong, acrescentou à Lusa que as autoridades locais aguardam informações da congénere de Shenzhen, zona económica especial adjacente à antiga colónia britânica, sobre a detenção de um grupo de 12 pessoas. Na segunda-feira, a polícia de Hong Kong afirmou que 12 pessoas, envolvidas em “vários casos” na região foram acusadas de vários crimes, incluindo tentativa de fogo posto, posse de armas ofensivas, conluio com país estrangeiro, motins e posse de explosivos, foram interceptadas no mar pelas autoridades da província de Guangdong. O grupo de 11 homens e uma mulher, com idades entre os 16 e os 33 anos, pretendia chegar a Taiwan, tendo iniciado a viagem em 23 de agosto. Horas depois de terem partido, a embarcação foi apresada pela guarda costeira da província chinesa de Guangdong, a 50 milhas a sudeste da península de Sai Kung. De acordo com a polícia de Hong Kong, as 12 pessoas foram acusadas de entrarem ilegalmente em território chinês, encontrando-se detidas na China continental. Entre os detidos e passageiros da embarcação, conta-se Tsz Lun Kok, de 19 anos, estudante da Universidade de Hong Kong, confirmou à Lusa a instituição do ensino superior. Por outro lado, Cheung indicou que Kok foi acusado pelos crimes de tumulto, posse de arma ofensiva com intenção e posse de arma ofensiva em local público. Residente de Hong Kong, portador de passaporte português, Kok é suspeito de ter participado no cerco da Universidade Politécnica de Hong Kong (entre 17 e 29 de novembro de 2019), incidente pelo qual foi acusado, referiu. Na sequência do caso, ocorrido durante os protestos que abalaram a cidade no ano passado, os tribunais de Hong Kong proibiram 11 das pessoas, que tentaram deixar o território com destino a Taiwan, de sair da cidade, enquanto três eram procuradas, de acordo com a polícia. Kok foi libertado sob fiança e deverá “estar presente” na audiência do tribunal de Tuen Mun, um dos tribunais de Hong Kong, para o processo de que é alvo, afirmou Cheung. Na terça-feira, num nota enviada à Lusa, o Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong indicou que Kok, “natural e residente na RAEHK [Região Administrativa Especial de Hong Kong], detentor de passaporte português, se encontrará detido em Shenzhen por travessia ilegal da fronteira ao sair de Hong Kong, por via marítima, com destino a Taiwan”. O consulado português lembrou que a China reconhece “o passaporte português apenas enquanto documento de viagem não atributivo da nacionalidade”, o que limita a intervenção das autoridades portuguesas “ao domínio humanitário, procurando assegurar que o detido se encontra bem, que lhe seja dispensado um tratamento digno e que possa ser defendido por um advogado”. Por outro lado, as regras internacionais que “regem as relações consulares entre os Estados no que respeita à proteção consular de cidadãos detentores de dupla nacionalidade, a assistência consular por parte deste Consulado Geral fica formalmente excluída nos casos em que os indivíduos em questão se encontrem no país da sua outra nacionalidade”. O cônsul geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Paulo Cunha Alves, indicou que “em coordenação com a Embaixada de Portugal em Pequim e com o Consulado Geral de Portugal em Cantão, estão em curso contactos com as autoridades competentes da República Popular da China”. O caso surge quase um mês depois da entrada em vigor, em 30 de junho, da lei de segurança nacional imposta ao território por Pequim. A lei de segurança nacional criminaliza actos secessionistas, subversivos e terroristas, bem como o conluio com forças estrangeiras para interferir nos assuntos da cidade. O documento entrou em vigor em 30 de Junho.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China regista onze casos nas últimas 24 horas, todos oriundos do exterior [dropcap]A[/dropcap] China atingiu hoje 18 dias consecutivos sem registar casos locais da covid-19, já que os onze novos casos diagnosticados nas últimas 24 horas são todos oriundos do exterior, informaram as autoridades. A Comissão de Saúde da China detalhou que os casos importados foram diagnosticados nas províncias de Shaanxi, Guangdong e Sichuan. As autoridades informaram ainda que, nas últimas 24 horas, 17 pacientes receberam alta, pelo que o número de pessoas infectadas activas no país asiático se fixou em 192, incluindo três em estado considerado grave. Desde o início da pandemia, a China registou 85.077 infectados e 4.634 mortos devido à covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. As autoridades chinesas referiram que 816.868 pessoas que tiveram contacto próximo com infectados estiveram sob vigilância médica na China, entre as quais 7.259 permanecem sob observação. A pandemia do coronavírus que provoca a covid-19 já provocou pelo menos 857.824 mortos e infectou mais de 25,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Hoje Macau SociedadeUM | Divisão de turmas e medição de temperatura no regresso às aulas [dropcap]A[/dropcap] Universidade de Macau (UM) emitiu ontem um comunicado sobre o regresso às aulas, agendado para a próxima segunda-feira, 7 de Setembro. As aulas do primeiro semestre irão decorrer de forma presencial, mas apenas para classes que tenham até 100 alunos. No caso das aulas que tenham entre 100 a 200 alunos, será feita uma divisão entre dois grupos, em que “cada grupo terá uma participação presencial e online, de forma rotativa”. No caso das aulas com mais de 200 alunos serão totalmente online. Além disso, no caso dos alunos que não consigam entrar em Macau, a UM promete disponibilizar o ensino online. Antes de entrar em qualquer sala de aula os alunos serão sujeitos à medição de temperatura, devendo usar uma máscara e desinfectar as mãos, além de serem obrigados a apresentar um código de saúde. No caso dos alunos que regressem de Zhuhai, são obrigados a ficar em casa durante 14 dias no caso de não terem um certificado que comprove a realização de quarentena emitido pelas autoridades de Macau ou de Zhuhai. A UM aponta ainda que “vai monitorar de perto o desenvolvimento da pandemia e ajustar o ensino de acordo com os requisitos de entrada [no território] e as directrizes de prevenção adoptadas pelo Governo da RAEM”.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China regista 8 casos nas últimas 24 horas, todos oriundos do exterior [dropcap]A[/dropcap] China atingiu hoje 17 dias consecutivos sem registar casos locais da covid-19, já que os oito novos casos diagnosticados nas últimas 24 horas são todos oriundos do exterior, informaram as autoridades. A Comissão de Saúde da China detalhou que os casos importados foram diagnosticados na cidade de Xangai e nas províncias de Guangdong, Liaoning e Sichuan. As autoridades informaram ainda que, nas últimas 24 horas, 26 pacientes receberam alta, pelo que o número de pessoas infectadas activas no país asiático se fixou em 198, incluindo três em estado considerado grave. Desde o início da pandemia, a China registou 85.066 infectados e 4.634 mortos devido à covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. As autoridades chinesas referiram que 816.307 pessoas que tiveram contacto próximo com infectados estiveram sob vigilância médica na China, entre as quais 7.587 permanecem sob observação. A pandemia do coronavírus que provoca a covid-19 já fez pelo menos 851.071 mortos e infectou mais de 25,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Hoje Macau China / ÁsiaMorreu primeiro homem condenado pelos crimes dos Khmer Vermelhos no Camboja [dropcap]O[/dropcap] antigo carcereiro Kaing Guek Eav, primeiro homem condenado pelos crimes dos Khmer Vermelhos por um tribunal internacional, em 2010, morreu hoje, aos 77 anos, na capital do Camboja. Conhecido por “camarada Duch”, o chefe da prisão de segurança S-21 do regime de Pol Pot, responsável pela morte e tortura de mais de 15 mil prisioneiros, morreu no Hospital da Amizade Khmer-Soviética de Nom Pen às 00:52, enquanto cumpria uma pena de prisão perpétua por crimes contra a humanidade, disse um porta-voz do tribunal na rede social Twitter, Neth Pheaktra. O homem condenado por crimes contra a humanidade tinha dado entrada no hospital na segunda-feira, depois de desenvolver dificuldades respiratórias, na prisão de Kandal, disse o responsável do estabelecimento prisional para onde Duch tinha sido transferido, em 2013. A mesma fonte acrescentou que será feita uma autópsia para determinar a causa da morte, antes de o corpo ser entregue à família. Antigo professor de matemática, Duch documentou meticulosamente os prisioneiros que entravam na prisão, convertido mais tarde num museu da memória, com fotografias das vítimas e das celas onde foram torturadas. O antigo comandante da prisão ultra-secreta Tuol Sleng, com o nome de código S-21, foi um dos poucos Khmer Vermelhos que reconheceu a responsabilidade, ainda que parcial, pelos seus atos, durante o julgamento. Homens, mulheres e crianças vistos como inimigos do regime foram encarcerados e torturados às suas ordens, e apenas uma mão cheia sobreviveu. “Todos os que eram presos e enviados para [a prisão] S-21 já se presumiam mortos”, testemunhou Duch, durante o julgamento. Os descendentes dos detidos foram assassinados para garantir que a geração seguinte não se pudesse vingar. As torturas e execuções em Tuol Sleng foram registadas e fotografadas de forma meticulosa, e quando os Khmer Vermelhos foram forçados a abandonar o poder, em 1979, os milhares de documentos deixados na prisão tornaram-se prova das atrocidades do regime. Duch fugiu, desaparecendo durante quase duas décadas no noroeste do Camboja, convertendo-se ao cristianismo, até ser descoberto por um fotógrafo irlandês, Nic Dunlop, em 1999, levando à sua prisão. Foi condenado a 35 anos de prisão em julho de 2010, uma pena prolongada em prisão perpétua em 2012. Os Khmer Vermelhos, um grupo maoísta que queria abolir a propriedade privada e converter o Camboja num país rural, tomaram o poder em 1975 e impuseram um regime repressivo, até serem expulsos em 1979 pelas tropas vietnamitas, também comunistas. Cerca de 1,7 milhões de pessoas morreram devido a purgas, fome e abusos às mãos dos Khmer Vermelhos, liderados por Pol Pot, que morreu em 1998. Além de Duch, o tribunal internacional condenou a prisão perpétua dois líderes dos Khmer Vermelhos, Nuon Chea e Khieu Samphan, em 2014 e 2018. Na segunda condenação contra Nuon Chea, o braço direito de Pol Pot, e Khieu Samphan, antigo chefe de Estado, o tribunal reconheceu pela primeira vez o genocídio cometido pelos Khmer Vermelhos contra as minorias vietnamitas e os muçulmanos cham. Nuon Chea morreu no ano passado, enquanto outros líderes do regime, Ieng Sary e Ieng Thirith, morreram em 2013 e 2015, antes de serem condenados. Pol Pot morreu em abril de 1998 na base guerrilheira de Amlong Veng, no noroeste do Camboja, assassinado pelas suas próprias forças.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia cumpre 100 dias sem casos locais de covid-19 [dropcap]A[/dropcap] Tailândia cumpre hoje 100 dias sem registar contágios locais de covid-19, depois de instaurar medidas estritas para combater a pandemia, incluindo o encerramento das fronteiras. As autoridades tailandesas anunciaram hoje mais oito casos do novo coronavírus, todos importados, de países como os Estados Unidos, Austrália e Japão, elevando o total acumulado desde janeiro para 3.425 infeções, além de 58 mortes. Estes números fazem da Tailândia um dos países menos afetados no mundo pela pandemia. A Tailândia foi o primeiro país a detectar, em Janeiro, uma infeção de covid-19 fora da China. Apesar da sua proximidade com o gigante asiático e de ser o principal destino dos turistas chineses, a Tailândia escapou ao grande número de infeções de países próximos, como a Indonésia (com 178.000 casos) ou as Filipinas (com 224.000). Em Março, o Governo ordenou o recolher obrigatório, o uso obrigatório de máscaras em supermercados e transportes públicos e o encerramento das fronteiras e da maioria das empresas, embora não tenha decretado o confinamento rigoroso. As medidas foram aligeiradas a partir de junho, apesar de as fronteiras continuarem fechadas aos turistas. Em 21 de Agosto, as autoridades decidiram prorrogar o estado de emergência pela quinta vez, até 31 de setembro. O encerramento das fronteiras e a queda da procura externa infligiram um duro golpe à economia tailandesa, que entrou em recessão, com o produto interno bruto (PIB) a cair 12,2% no segundo trimestre do ano, após uma contração de 2% nos primeiros três meses. Segundo as previsões do Banco da Tailândia, o PIB perderá 8,1% este ano em relação ao ano anterior, o pior valor desde a crise financeira que devastou o país e grande parte do Sudeste Asiático em 1998. As autoridades aprovaram pacotes de ajuda multimilionários para aliviar os efeitos económicos da pandemia, em setores como o turismo. O país deverá receber este ano menos 80% de visitantes que em 2019, quando acolheu 40 milhões de turistas.
Hoje Macau China / ÁsiaBerlim exige a Pequim respeito pelos direitos humanos [dropcap]A[/dropcap] Alemanha interpelou ontem a República Popular da China apelando ao respeito pelos direitos humanos nomeadamente ao povo uigur e aos cidadãos de Hong Kong, enquanto manifestantes em Berlim exigiam pressão política sobre Pequim. “Você sabe que as nossas preocupações no que diz respeito à lei sobre a segurança [em Hong Kong não estão dissipadas”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Heiko Mass, numa conferência de imprensa conjunta com o homólogo da República Popular da China, Wang Yi, em Berlim. “Queremos que o princípio ‘um país dois sistemas’ seja totalmente aplicado”, acrescentou o ministro da Alemanha, atualmente o país com a presidência rotativa da União Europeia. Heiko Mass referia-se à Região Administrativa Especial de Hong Kong onde Pequim implementou a lei de segurança nacional, que constitui uma limitação aos direitos, liberdades e garantias de mais de sete milhões de pessoas que residem na ex-colónia britânica. Em relação à minoria muçulmana reprimida na República Popular da China, Mass reiterou o pedido da Alemanha para que Pequim autorize uma missão de observação independente das Nações Unidas aos campos de prisioneiros uigurs. Várias organizações de defesa de Direitos Humanos acusam a República Popular da China de promover a detenção e trabalhos forçados a milhares de muçulmanos na província de Xinjiang, no noroeste do país. “Como é que tantos chineses estão tão contentes com o trabalho do governo [de Pequim], se o trabalho é assim tão mau”, respondeu o ministro dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China. Enquanto decorria a conferência de imprensa, centenas de manifestantes, incluindo dissidentes políticos de Hong Kong e membros da comunidade uigur na Alemanha, demonstravam em Berlim desagrado pelas políticas de Pequim. A visita do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês a Berlim é a última etapa da deslocação a cinco países europeus – Holanda, França, Noruega e Itália – no quadro do reforço das relações diplomáticas e económicas.
Hoje Macau PolíticaTerapia da fala | Governo admite contratar TNR perante falta de terapeutas [dropcap]O[/dropcap] Governo admite contratar terapeutas da fala não residentes para fazer face à insuficiência destes profissionais no território, ao mesmo tempo que desenvolve sistemas de inteligência artificial para auxiliar crianças com transtornos da linguagem. O anúncio foi feito em resposta a uma interpelação escrita apresentada pela deputada Ella Lei Cheng I, questionando o Executivo sobre a escassez de terapeutas da fala. Isto numa altura em que os profissionais residentes em Hong Kong, contratados “para atenuar a carência”, “não podem deslocar-se a Macau” por causa das restrições instauradas para combater a propagação da pandemia de covid-19. A deputada também questionou “a oferta e a procura” de terapeutas para os próximos cinco anos. Na resposta, o Governo admitiu que, “para fazer face a essa insuficiência de terapeutas”, o Instituto de Acção Social (IAS) “permite que, caso seja necessário, os equipamentos sociais possam solicitar e recrutar um número adequado de trabalhadores não residentes”. O executivo sublinhou, no entanto, que se trata apenas de “uma solução de curto prazo”, na “condição de salvaguardar as oportunidades e os benefícios de emprego dos residentes locais”. O Governo confirmou igualmente que, “devido ao impacto da pandemia do novo coronavírus”, os terapeutas recrutados em Hong Kong “não podem temporariamente vir prestar serviços no território”. Por essa razão, o IAS encaminhou os “utentes afetados para receber tratamentos em entidades apropriadas no território”. Até 31 de Julho havia 230 utentes, com idade igual ou inferior a três anos, “a receber os serviços do IAS e das instituições de intervenção precoce, não se encontrando de momento ninguém na lista de espera”. De acordo com dados do Governo, o território contava no último ano lectivo com 18 terapeutas da fala, além de 23 fisioterapeutas e 46 terapeutas ocupacionais, que prestaram serviços em escolas oficiais e particulares com turmas do ensino especial. O número de terapeutas da fala caiu este ano para metade, com apenas nove a prestar serviços até Abril. O Governo recordou que o Instituto Politécnico de Macau tem um curso de licenciatura em Ciências de Terapia da Fala e da Linguagem, “com o objectivo de formar quadros profissionais locais nesta área, aliviando a procura” em Macau. “Actualmente, o número de estudantes inscritos é de 68”, informou o Governo, que prevê que os primeiros 16 licenciados concluam o curso em 2021.
Hoje Macau China / Ásia MancheteResidente de Hong Kong com passaporte português detido em Shenzhen [dropcap]A[/dropcap]s autoridades portuguesas disseram hoje à Lusa que um residente de Hong Kong, detentor de passaporte português, estará detido em Shenzhen “por travessia ilegal da fronteira”. “O Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong foi informado que o sr. Tsz Lun Kok, natural e residente na RAEHK [Região Administrativa Especial de Hong Kong], detentor de passaporte português, se encontrará detido em Shenzhen por travessia ilegal da fronteira ao sair de Hong Kong, por via marítima, com destino a Taiwan”, de acordo com uma nota enviada à Lusa. O consulado português lembrou que a China reconhece “o passaporte português apenas enquanto documento de viagem não atributivo da nacionalidade”, o que limita a intervenção das autoridades portuguesas “ao domínio humanitário, procurando assegurar que o detido se encontra bem, que lhe seja dispensado um tratamento digno e que possa ser defendido por um advogado”. Por outro lado, as regras internacionais que “regem as relações consulares entre os Estados no que respeita à proteção consular de cidadãos detentores de dupla nacionalidade, a assistência consular por parte deste Consulado Geral fica formalmente excluída nos casos em que os indivíduos em questão se encontrem no país da sua outra nacionalidade”. O cônsul geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Paulo Cunha Alves, indicou que “em coordenação com a Embaixada de Portugal em Pequim e com o Consulado Geral de Portugal em Cantão, estão em curso contactos com as autoridades competentes da República Popular da China”. Na segunda-feira, a polícia de Hong Kong afirmou ter intercetado 12 pessoas no mar, envolvidas em “vários casos” na antiga colónia britânica, incluindo tentativa de fogo posto, posse de armas ofensivas, conluio com país estrangeiro, motins e posse de explosivos, de acordo com uma declaração citada pelo jornal norte-americano Washington Post. Os tribunais de Hong Kong tinham proibido 11 daquelas pessoas de saírem da cidade e três eram procuradas, acrescentou a polícia. O grupo de 11 homens e uma mulher, com idades entre os 16 e os 33 anos, pretendia chegar a Taiwan, tendo iniciado a viagem em 23 de agosto. Horas depois de terem partido, a embarcação foi apresada pela guarda costeira da província chinesa de Guangdong, a 50 milhas a sudeste da península de Sai Kung, noticiou o Washington Post. De acordo com a polícia de Hong Kong, as 12 pessoas foram acusadas de entrarem ilegalmente em território chinês, encontrando-se detidas na China continental. Entre os detidos e passageiros da embarcação, conta-se Tsz Lun Kok, de 19 anos, cidadão com passaporte português e estudante da Universidade de Hong Kong, segundo o diário. O caso surge quase um mês depois da entrada em vigor, em 30 de junho, da lei de segurança nacional imposta ao território por Pequim.
Hoje Macau China / ÁsiaAntigo Presidente da Índia Pranab Mukherjee morreu aos 84 anos após contrair covid-19 [dropcap]O[/dropcap] antigo Presidente indiano Pranab Mukherjee, um veterano da política com grande reputação de negociador, morreu esta segunda-feira aos 84 anos, depois de ter contraído covid-19, informou a sua família. O antigo Presidente indiano estava hospitalizado há várias semanas após contrair covid-19 e morreu por falência geral dos órgãos. Originário de Bengala, no nordeste da Índia, Pranab Mukherjee era um protegido da ex-primeira-ministra Indira Gandhi, que foi assassinada em 1984. Pranab Mukherjee, do Partido do Congresso, tornou-se o braço direito do primeiro-ministro Manhoman Singh (2004-2014), servindo sucessivamente como ministro da Defesa, Negócios Estrangeiros e depois Finanças, ganhando a reputação de negociador de destaque. Em 2012, Mukherjee assumiu a Presidência da Índia, permanecendo no cargo até 2017. O actual primeiro-ministro Narendra Modi, do rival partido nacionalista Bharatia Janaty, disse no Twitter que Pranab Mukherjee era “admirado por toda a classe política” e que deixou “uma marca indelével na trajectória de desenvolvimento” da Índia. A Índia é o quarto país do mundo com mais caos de covid-19 registados, contando mais de 3,6 milhões infectados e 64.469 mortos.
Hoje Macau DesportoFutebol | Shanghai SIPG, de Vítor Pereira, vence Tianjin Teda e consolida liderança [dropcap]O[/dropcap] Shanghai SIPG, treinado pelo português Vítor Pereira, venceu esta segunda-feira por 4-1 o Tianjin Teda, para a oitava jornada do campeonato chinês de futebol, e consolidou a liderança do Grupo B da fase regular. Os golos do Shanghai SIPG foram marcados pelo uzbeque Odil Akhmedov, aos 29 minutos, pelo brasileiro ex-FC Porto Hulk, aos 45, pelo austríaco Marko Arnautovic, aos 72, e pelo também brasileiro Óscar, aos 82, de grande penalidade. O Tianjin Teda atenuou a goleada com um golo de Zhao Honglüe, aos 90+3 minutos. O Shanghai SIPG passa a somar 20 pontos na liderança do Grupo B, com seis de vantagem e mais um jogo do que o Beijing Guoan (segundo posicionado), que na terça-feira recebe o Chongping Dangdai Lifan (sétimo) para a oitava jornada. O Tianjin Teda, que na jornada inaugural da primeira volta tinha perdido em casa por 3-1 com o Shanghai SIPG, somou nova derrota frente à equipa orientada pelo português Vítor Pereira e segue na oitava e última posição, apenas com um ponto. O Shanghai SIPG desloca-se no sábado a casa do Hebei CFFC (quarto classificado, com 11 pontos), para a nona jornada, enquanto o Tianjin Teda recebe no domingo o Chongping Dangdai Lifan.
Hoje Macau EventosBailado | Leão desperta em Outubro no CCM [dropcap]C[/dropcap]omeçam a ser vendidos na quinta-feira os bilhetes para o espectáculo “O Despertar do Leão”. O bailado, que comemora o 71º aniversário da Implantação da República Popular da China e celebra o festival do bolo lunar, sobe a palco dia 1 de Outubro, pelas 19h30, no grande auditório do Centro Cultural de Macau. De acordo com o Instituto Cultural (IC), o bailado é centrado na história de dois jovens artistas de dança do leão, cujas escolhas de vida levam a um processo de auto-descoberta e transformação, “manifestando assim o espírito da nação chinesa através da luta corajosa pela honra e pela força”. O espectáculo foi produzido ao longo de três anos e será apresentado pelo Teatro de Danças e Cantares de Guangzhou. Recebeu vários prémios, incluindo na categoria de bailado do 11º Prémio Lótus para a Dança Chinesa em 2018. É uma junção de dança, cenografia, iluminação, música e guarda-roupa. A cultura de Lingnan está presente com artes marciais “Punhos do Sul” (Nanquan), acrobacias da dança do leão do sul (Nanshi) e canções narrativas acompanhadas de blocos de madeira na percussão, para promover o património cultural intangível da região. O evento é organizado conjuntamente pelo Instituto Cultural do Governo da RAEM e pelo Departamento de Propaganda e Cultura do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM. O preço dos bilhetes varia entre 100 e 200 patacas.
Hoje Macau SociedadeMalásia | 70 alunos sentem-se “desamparados” por não poderem regressar à UM [dropcap]C[/dropcap]erca de 70 alunos da Malásia a estudar na Universidade de Macau (UM) dizem sentir-se “desamparados” por não poderem voltar ao território, noticiou o jornal Orange Post. Os estudantes pediram apoio aos Serviços de Saúde de Macau (SSM), ao Gabinete de Protocolo, Relações Públicas e Assuntos Externos (GPRPAE) do Governo e aos serviços consulares do seu país para poderem regressar à UM, mas o seu pedido foi recusado. Os SSM explicaram, segundo o jornal, que este se trata “de um caso excepcional que não corresponde ao interesse público”, enquanto que o Gabinete de Protocolo adiantou que a UM disponibiliza o ensino à distância. No entanto, um aluno disse ao Orange Post que as regras de funcionamento do ensino à distância são pouco claras, sendo difícil a organização das aulas e trabalhos com os professores. O mesmo aluno frisou que a diferença horária dificulta todo o processo de coordenação, temendo dificuldades na atribuição de notas com este sistema. A 29 de Julho a UM anunciou a continuação do ensino online para todos os alunos estrangeiros que não conseguem viajar para Macau devido à pandemia. Segundo os dados relativos ao primeiro semestre do actual ano lectivo, há 206 alunos estrangeiros [que não são oriundos da China, Hong Kong, Macau e Taiwan], constituindo 1,89 por cento do total de alunos matriculados na universidade.
Hoje Macau China / ÁsiaPraga convoca embaixador chinês após ameaças de Pequim devido a visita a Taiwan [dropcap]O[/dropcap] ministro dos Negócios Estrangeiros da República Checa, Tomas Petricek, vai convocar o embaixador chinês em Praga, depois de Pequim ter advertido que o país europeu pagará “caro” pela visita de uma delegação a Taiwan. Ao anunciar hoje a sua intenção de pedir explicações ao representante do Governo chinês, Petricek considerou que a reação de Pequim “ultrapassou o limite”. O ministro referia-se às declarações do homólogo chinês, Wang Yi, que avisou que a República Checa vai pagar “caro” por “desafiar o princípio de ‘uma China’ com a visita a Taiwan de uma delegação checa chefiada pelo presidente do senado, Milos Vystrcil. “Desafiar o princípio de ‘uma China’ é equivalente a tornar-se no inimigo de 1,4 mil milhões de chineses”, advertiu Wang Yi, durante a actual viagem pela Europa, em declarações publicadas hoje pelo ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. Para Pequim, a visita da delegação checa é “um acto de traição internacional”. Petricek considerou as declarações de Wang como “abruptas e incomuns na diplomacia” e indicou que o seu país está pronto para “protestar”. “Espero que a parte chinesa explique estas palavras, que ultrapassaram os limites”, afirmou, enquanto lembrou que o governo checo respeita a política de “uma China” e que a viagem do senador a Taiwan “não mudou nada”. Vystrcil, do Partido Democrático Cidadão (ODS), liberal-conservador, e que integra a oposição na Câmara dos Deputados, disse à imprensa checa em Taiwan que a declaração de Pequim representa uma “interferência nos assuntos internos da República Checa”. “Somos um país livre, que tem interesse em manter boas relações com todos, e espero que isso continue apesar da declaração [chinesa]”, explicou Vystrcil, que destacou o caráter económico da visita. As empresas de alta tecnologia de Taiwan são os maiores investidores na República Checa, enquanto a robusta democracia do país marca um forte contraste com o sistema autoritário do Partido Comunista da China. Durante a sua visita, Vystrcil deve encontrar-se com a Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, que é repudiada por Pequim devido à sua posição pró-independência. A visita de seis dias de Vystrcil a Taiwan foi motivada em parte por reclamações do lado checo de que a China estava a introduzir elementos políticos indesejados nas suas relações. Praga e Pequim romperam as relações entre cidades geminadas depois de a China se recusar a retirar a linguagem do acordo que ditava que o governo da cidade apoiasse o “princípio de ‘uma China'”, que define Taiwan como parte da República Popular da China. O antecessor de Vystrcil, Jaroslav Kubera, tinha uma viagem planeada a Taiwan. Kubera morreu em janeiro passado e Vystrcil disse que a pressão da China, incluindo um aviso da embaixada chinesa contra a decisão de parabenizar a Presidente de Taiwan, Tsai Ying-wen, pela sua reeleição, contribuiu para a decisão de viajar para a ilha.