Hoje Macau China / ÁsiaH&M deixa de aparecer em plataformas de comércio electrónico na China Várias plataformas de comércio eletrónico na China deixaram ontem de mostrar a loja digital da marca de vestuário sueca H&M, meses depois de a empresa ter anunciado a suspensão da utilização do algodão de Xinjiang. A decisão da marca deveu-se à alegada utilização de trabalho forçado no sector naquela província autónoma do noroeste da China. De acordo com a agência de notícias espanhola EFE, as pesquisas da marca sueca nas plataformas JD.com, Taobao, Tmall e Pinduoduo não produziram quaisquer resultados. Na quarta-feira, o Comité Central da Liga Comunista da Juventude chinesa publicou uma mensagem, na rede social Weibo na qual perguntava: “Querias ganhar dinheiro na China enquanto espalhas boatos para boicotar o algodão de Xinjiang? Querias!”. O texto estava acompanhado pelo comunicado da H&M, na qual a marca afirmava proibir “qualquer tipo de trabalho forçado” na sua cadeia de produção “independentemente do país ou região”. A empresa indicou também que ia pôr fim à relação de trabalho com um fornecedor chinês até que fossem esclarecidas as alegações contidas um relatório, segundo o qual 82 firmas chinesas e estrangeiras tinham beneficiado da deslocalização forçada de membros da minoria uigure. Até às 11:30, a mensagem da Liga Comunista da Juventude tinha já mais de 40 mil partilhas e mais de 411 mil “gostos” e 16 mil comentários, muitos deles a favor da expulsão da marca do país. Outras empresas, como a norte-americana Nike, que no ano passado emitiu uma declaração semelhante à da H&M, também foram afectadas por apelos ao boicote de alguns utilizadores chineses da internet, o que levou o actor Wang Yibo a rescindir o contrato publicitário com a Nike. Algodão de Xinjiang não chega para o país Como maior consumidor mundial e segundo maior produtor de algodão, a China, com uma produção de cerca de 5,95 milhões de toneladas em 2020/2021, teve de responder à procura total de 7,8 milhões de toneladas. A produção de algodão de Xinjiang correspondeu a 5,2 milhões de toneladas, representando cerca de 87% da produção nacional e cerca de 67% do consumo interno. O algodão de fibra longa de Xinjiang, um dos que apresenta melhor qualidade no mundo, não satisfaz a procura há vários anos. A fim de atender à procura doméstica, a China precisa de importar cerca de 2 milhões de toneladas de algodão por ano. Nos últimos anos, a China expandiu activamente os seus canais de importação para garantir a estabilidade da cadeia de abastecimento. Foi também estabelecido um sistema de reserva de algodão para defender os interesses dos cotonicultores nacionais.
Hoje Macau China / ÁsiaEmbaixador chinês em Roma convida deputados a visitarem Xinjiang O embaixador chinês em Roma convidou ontem os deputados italianos a visitarem pessoalmente a região de Xinjiang, na China, para verificar se a minoria muçulmana de uigures é realmente vítima de “genocídio”. “Convido-vos pessoalmente a irem a Xinjiang (…) para verem a realidade e averiguarem se realmente existe um genocídio, se os uigures realmente sofreram um genocídio nos últimos 20 anos”, disse o embaixador Li Junhua, dirigindo-se ao comité de Negócios Estrangeiros do Parlamento italiano. “Se quiserem ir, avisem-me. Digam à embaixada, para que possamos organizar (a viagem)”, acrescentou Li. Desde 2019, a China insiste em que convida diplomatas estrangeiros para visitar Xinjiang, mas uma delegação da UE disse, nesse mesmo ano, que as pessoas com quem tinham contactado estavam controladas e liam a partir de textos que tinham sido preparados pelas autoridades chinesas. Uma outra viagem, destinada a embaixadores de países da UE, foi este mês cancelada. Perante o comité de deputados italianos, o embaixador Li Junhua defendeu que a China foi “compelida a reagir” a uma acção hostil. “Será que é apenas a UE que pode impor sanções à China? A China não pode fazer o mesmo? Teremos, assim, uma relação justa e igual?”, questionou o embaixador chinês em Roma.
Hoje Macau China / ÁsiaAngola | Empresários chineses preocupados com “mudanças na política e economia” A Câmara de Comércio de Taizhou em Angola contratou um escritório chinês de advogados para “melhor proteger os direitos e interesses dos seus membros” devido às “mudanças na política e economia locais”. Segundo o Departamento de Justiça da Província de Jiangsu, adjacente a Xangai, a Jiangsu Guanqian Law Firm vai ajudar a “proteger melhor os direitos legais e interesses” dos membros da Câmara de Comércio. A associação tem um papel “fulcral” na economia angolana e tem servido de “ponte de amizade” entre a China e Angola, mas enfrenta actualmente “uma situação mais complexa”, sublinhou um comunicado. Zhu Xingya, diretor executivo da Jiangsu Guanqian, prometeu ultrapassar as dificuldades culturais e linguísticas para ajudar a associação a lidar com “disputas legais no estrangeiro”. O escritório de advogados quer usar Angola como trampolim para mais tarde alargar a cobertura legal a outros países, acrescentou Zhu Xingya. Em Dezembro, o embaixador da China em Angola, Gong Tao, tinha aconselhado os empresários chineses a reforçar o investimento em segurança devido à “recente deterioração do ambiente de segurança pública”. A Câmara de Comércio de Taizhou em Angola reúne empresários com ligações à cidade de Taizhou, na província de Jiangsu. A empresa Jiangsu Jiangzhou Agricultural Science and Technology Development Co., Ltd investiu 12 milhões de dólares no projecto agrícola Jiangzhou Agriculture, na província do Huambo. O projecto gerou 180 postos de trabalho no cultivo de vegetais, fruta e cereais e na criação de gado bovino numa área de 2.544 hectares no município da Chicala-Cholohanga. Uma delegação das autoridades de Taizhou visitou o Huambo em Dezembro de 2019, tendo ficado marcada para maio de 2020 a visita de um grupo de empresários da província angolana à China. A iniciativa foi cancelada devido à pandemia de covid-19.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Nova regra permite a expatriados de Xangai acederem à vacina Xangai, a metrópole com a maior comunidade de expatriados na China, anunciou que em breve incluirá residentes estrangeiros no seu programa de vacinação contra a Covid-19. A partir de 29 de Março, expatriados com idade adequada poderão candidatar-se às vacinas, segundo as autoridades municipais. A medida, anunciada na noite de terça-feira, fez de Xangai a segunda cidade da China a divulgar os planos de vacinação de Covid-19 para estrangeiros devido aos esforços do país para popularizar as vacinas entre os seus residentes. Residentes expatriados com idades entre 18 e 59 anos em Wuhan, na província de Hubei, também se podem inscrever para vacinação a partir deste mês. Trabalhadores de algumas comunidades residenciais de Xangai com uma grande proporção de residentes estrangeiros disseram na quarta-feira que receberam perguntas de residentes expatriados sobre como reservar as vacinas. “Em resposta às suas preocupações, traduziremos o comunicado oficial do governo municipal com etapas detalhadas sobre como marcar a vacinação e quais materiais fornecer. Pretendemos publicar um artigo bilingue sobre o assunto em breve na conta WeChat do bairro”, disse Tang Jia, funcionário do bairro no Yanlord Garden, na área financeira de Lujiazui, distrito de Pudong. “Também partilharemos o artigo no nosso grupo de WeChat de 270 membros que são expatriados ou têm familiares expatriados”, disse. Outro funcionário do bairro, de sobrenome Zhao, disse que o distrito está a considerar abrir o seu quarto centro de inoculação de vacinas de Covid-19 em Lujiazui por motivos de conveniência para os residentes locais e estrangeiros. Os expatriados abrangidos pelo seguro médico do país terão direito ao mesmo tratamento que os cidadãos chineses segurados, enquanto os que não têm pagarão 100 yuans por dose. Giuseppe Bigatti, um médico da Itália e actualmente diretor do centro de histeroscopia do Hospital Renji em Xangai, disse que completou a vacinação de duas doses em fevereiro, quando os funcionários do hospital foram vacinados voluntariamente, e que gostaria que a sua esposa, uma professora italiana, se vacinasse em breve. “Acredito que essa é a única solução para voltar a viajar quando for retomado o trânsito internacional”, afirmou. Abdurasulov Safar, do Uzbequistão, estudante de graduação na Universidade de Estudos Internacionais de Xangai, saudou a decisão de incluir expatriados no programa de vacinação e disse que marcaria uma consulta em breve. Safar disse que se sentiria muito mais seguro para voltar ao seu país natal, onde a epidemia ainda persiste, neste verão, se fosse vacinado. “A notícia chegou na hora certa para mim e dormi muito bem depois de ver as informações”, disse.
Hoje Macau SociedadeICBC cria centro de estudos focado na lusofonia O Banco Industrial e Comercial da China (ICBC, na sigla inglesa) anunciou a criação em Macau do Centro de Estudos Sino-Luso, dedicado aos países de língua portuguesa. Num comunicado, a subsidiária em Macau do ICBC refere que o centro irá analisar a situação macroeconómica dos mercados lusófonos, contando com o apoio de instituições locais para identificar oportunidades de investimento. O banco estatal chinês acrescentou que a nova instituição irá também dar sugestões ao executivo de Macau para reforçar o papel da cidade nas relações entre a China e os países de língua portuguesa. O centro irá ainda procurar promover a expansão da iniciativa chinesa ‘Uma Faixa, Uma Rota’ aos mercados lusófonos e o desenvolvimento da área da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. O comunicado sublinha que esta é a primeira instituição criada pela banca chinesa para analisar os países de língua portuguesa, assim como o primeiro centro de investigação criado pelo ICBC fora da China continental. A inauguração do centro, na terça-feira, decorreu de forma simultânea em Macau e na capital chinesa, Pequim, durante a conferência anual da China Modern Financial Society, um ‘think-tank’ ligado ao ICBC. A criação do Centro de Estudos Sino-Luso foi mencionada pelo ICBC em Novembro, quando o banco ajudou as autoridades de Macau a emitir títulos de dívida no valor de 2,1 mil milhões de yuan para financiar o desenvolvimento urbano da região. Na altura o ICBC disse que a emissão fazia parte de um plano para apoiar a construção de uma indústria financeira em Macau, voltada para os serviços financeiros entre a China e os mercados lusófonos. Em Abril, o ICBC e o Banco Nacional Ultramarino (BNU), que faz parte do grupo financeiro português Caixa Geral de Depósitos, anunciaram uma parceria para promover os negócios entre a China e os países de língua portuguesa. O ICBC foi o primeiro banco chinês a abrir uma representação em Portugal, em 2012. No ano seguinte, criou uma subsidiária no Brasil.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas enviam navios de guerra para zona marítima disputada A armada filipina ordenou ontem o envio de navios para o mar da China Meridional, em plena escalada de conflito diplomático sobre uma frota chinesa estacionada perto de um recife disputado. A China reivindica a quase totalidade deste mar rico em recursos naturais e esta semana foi acusada pelos Estados Unidos de tentar “intimidar, coagir e ameaçar outras nações” com a presença dos seus navios perto do recife de Whitsun. Manila pediu a Pequim para recolher 183 embarcações que estão estacionadas perto deste recife, localizado no arquipélago Spratley, cerca de 320 quilómetros a oeste da ilha filipina de Palawan, considerando a sua presença como uma “incursão”. Cerca de 220 barcos foram detectados pela Guarda Costeira filipina em 7 de março, mas a sua presença não foi divulgada até ao fim de semana passado. Uma patrulha aérea militar realizada na segunda-feira sobre o recife descobriu que 183 embarcações ainda se encontravam na zona e a China alega que os barcos de pesca estão apenas a proteger-se do mau tempo. Um porta-voz das Forças Armadas das Filipinas disse que os navios da marinha que serão enviados conduzirão “patrulhas de soberania” na área. Vários países, incluindo Canadá, Austrália e Japão, expressaram preocupação com o recrudescimento das tensões na região. O Presidente filipino, Rodrigo Duterte, reuniu-se esta semana com o embaixador da China nas Filipinas e mostrou a sua preocupação com a presença das embarcações, disse o porta-voz da presidência Harry Roque, garantindo que não houve “nenhuma polémica, desde que eles (os chineses) não insistam em ficar permanentemente”. A China afirma ter sido o primeiro país a descobrir e a nomear as ilhas do mar da China Meridional e, portanto, reivindica o controlo sobre a maioria delas. Um tribunal sediado em Haia (Holanda), o Tribunal Permanente de Arbitragem, já se pronunciou sobre esta disputa, concluindo que Pequim não tem qualquer “direito histórico” sobre esta zona estratégica. Apesar destes casos, as relações entre a China e as Filipinas melhoraram sob o mandato de Duterte, que está a tentar tirar o seu país do controlo dos Estados Unidos, em detrimento de uma maior cooperação económica com seu vizinho chinês.
Hoje Macau SociedadeDSPA | Recolhidos mais de dois milhões de envelopes de lai si usados A Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) recolheu 2,2 milhões de envelopes de lai si usados por ocasião do Ano Novo Lunar deste ano. Destes, após feita a triagem, 410 mil envelopes (cerca de 1,2 toneladas) estão em condições de ser reutilizados no próximo ano. Segundo um comunicado divulgado ontem pela DSPA, a iniciativa intitulada “É muito fácil recolher envelopes de lai si”, que decorreu até 6 de Março, irá evitar o corte de 86 árvores e contou, apesar da pandemia, “com um maior apoio e participação por parte dos cidadãos e dos diferentes sectores da sociedade”. Para materializar a actividade, foram colocados mais de 840 pontos de recolha em diversas zonas de Macau. A DSPA aponta ainda que os envelopes de lai si disponíveis para reutilização serão distribuídos pelo público antes do Ano Novo Lunar do próximo ano, com a colaboração das associações e instituições. Alguns envelopes de lai si serão ainda usados em actividades ou workshops ambientais. Quanto aos envelopes que não podem ser reciclados, serão reencaminhados para a reciclagem.
Hoje Macau SociedadeLicença sem vencimento | DSAL defende negociação entre empregadores e trabalhadores Wong Chi Hong, director dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) defende que a licença sem vencimento deve ser gerida por concordo entre as partes laboral e patronal. Em resposta a uma interpelação escrita do deputado Sulu Sou sobre supervisão na licença sem vencimento, indicou que os funcionários que considerem que os seus direitos laborais são prejudicados podem denunciar o caso à DSAL. A urgência em colmatar a falha de um sistema de protecção legal para licença sem vencimento no contexto da epidemia era a preocupação central de Sulu Sou, que explicou que “um elevado número de residentes não tem alternativa senão aceitar licenças sem vencimento de longo prazo para assegurar os seus empregos”. O deputado queria saber porque não há necessidade de as empresas notificarem as autoridades destas licenças, questionando também se a Lei das relações laborais será revista para se impor um limite mensal ou anual para o número de férias sem vencimento. Na resposta, Wong Chi Hong aponta que se os empregadores despedirem os funcionários por não concordarem com a licença sem vencimento, isso consiste em despedimento sem justa causa, pelo que os empregadores têm que pagar uma remuneração. Além disso, o director da DSAL garante que se situações em que a importação de trabalhadores não residentes possa resultar no despedimento de residentes que ocupam o mesmo cargo sem justa causa ou em que os seus direitos são prejudicados, devem ser tratadas “seriamente, segundo as leis”. Wong Chi Hong apelou também às partes laborais e patronais para se “compreenderem e respeitarem mutuamente” durante o período de dificuldades.
Hoje Macau PolíticaTDM | Inês Chan defende que há independência editorial Inês Chan, directora do Gabinete de Comunicação Social (GCS), declarou ontem que há independência editorial dos meios de comunicação locais, quando questionada sobre a demissão de jornalistas do departamento português da TDM – Teledifusão de Macau. Vários jornalistas da TDM apresentaram demissão na sequência de uma directiva que exigia uma linha editorial patriótica. De acordo com o departamento chinês da TDM Rádio Macau, Inês Chan disse que é o conselho de administração da TDM que define a direcção de desenvolvimento da empresa e que todos os meios de comunicação são independentes a nível editorial, acrescentando que as operações diárias e decisões de recursos humanos são da responsabilidade da Comissão Executiva.
Hoje Macau China / ÁsiaMais de mil manifestantes pró-democracia pedem reformas na Tailândia Mais de mil manifestantes pró-democracia ocuparam ontem um dos principais cruzamentos de Banguecoque, desafiando as autoridades, no primeiro grande protesto desde que a polícia dispersou os manifestantes com balas de borracha no último fim de semana. Os manifestantes reuniram-se no principal bairro comercial da capital tailandesa, gritando “libertem os nossos amigos” e “abulam (o artigo) 112.º” do Código Penal, referente ao crime de lesa-majestade, que protege a monarquia de todas as críticas. Num estrado foi colocada uma enorme faixa a defender uma “reforma da monarquia”, enquanto um grande número de manifestantes brandia retratos de ativistas presos ou colavam-nos aos sinais de trânsito. “Não interessa quantos dos nossos amigos estão presos, sejam 10 ou 100, não vamos parar de nos manifestarmos”, afirmou à multidão uma das figuras do protesto, Benja Apan, que enfrenta várias acusações. A Tailândia tem sido alvo, desde o verão passado, de uma série de manifestações, que, no auge dos protestos – entre julho e dezembro de 2020 -, reuniram dezenas de milhares de pessoas na capital. Os manifestantes exigem a renúncia do primeiro-ministro, Prayut Chan-O-Cha, e a abolição da Constituição de inspiração militar. Além disso, é também exigida a abolição da lei sobre difamação do rei, crime punível com uma pena de até 15 anos de prisão, e a reforma da monarquia. Os protestos ganharam novo fôlego após a acusação, em fevereiro, de quatro líderes do movimento por crimes de lesa-majestade, o que impede que sejam libertados sob fiança. Até agora, mais de 70 manifestantes e líderes estudantis foram acusados de insultar a monarquia e 12 continuam na prisão. No início da noite de terça-feira, quando a manifestação começou a formar-se, a polícia enviou reforços para a zona, incluindo forças antimotim. Antes do protesto, a vice-porta-voz da polícia nacional, Kissana Phathanacharoen, visou que a reunião era ilegal devido às restrições impostas para combater a covid-19 e disse que a polícia estava determinada a “fazer cumprir a lei”. No sábado, uma manifestação pró-democracia em frente ao Grande Palácio de Banguecoque foi dispersa pela polícia com a ajuda de balas de borracha, gás lacrimogéneo e canhões de água, tendo ficado feridos 20 manifestantes e 13 polícias e sido detidas outras 20 pessoas.
Hoje Macau PolíticaMNE | Augusto Santos Silva confunde Lei Básica com Declaração Conjunta O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal confundiu a Lei Básica com a Declaração Conjunta emitindo uma consideração, no mínimo, estranha. Referindo que “Macau está num processo de transição desde a transferência da administração portuguesa para a administração chinesa” em 1999, Augusto Santos Silva frisou que essa transição é regulada “por uma lei, que resulta do acordo entre a China e Portugal, que se chama Lei Básica e que, por um período de 50 anos – portanto, de 1999 até 2049 – (…) define os termos da transição em Macau”. “Essa Lei Básica é muito clara na garantia da liberdade de imprensa e, portanto, da mesma forma que Portugal respeita escrupulosamente a Lei Básica em Macau, Portugal espera que a República Popular da China também respeite escrupulosamente a Lei Básica em Macau, designadamente, entre muitas outras áreas (…) em matéria de liberdade de imprensa”, sublinhou. O que se estranha é a frase ” Portugal respeita escrupulosamente a Lei Básica”, um documento produzido pela Assembleia Nacional Popular e não um tratado internacional como a Declaração Conjunta que, esse sim, deve ser respeitado e cumprido pela China e por Portugal. “O Governo português espera e conta que ambas as partes cumpram a Lei Básica em todas as suas determinações”, disse Augusto Santos Silva à Lusa. Ora não se compreende como podem “ambas as partes” cumprir a Lei Básica, se uma dessas partes é um país estrangeiro. Seria muito estranho, para não dizer bizarro, que Portugal cumprisse uma lei que gere uma região de outro país, ainda que essa lei possa ter, parcialmente, resultado de certas cláusulas de um tratado internacional. Por exemplo, quando refere “muitas outras áreas” da Lei Básica, perguntar-se-ia ao ministro se também pensa interferir no facto de não ter sido implementada em Macau uma Lei Sindical ou uma Lei da Greve, ambas previstas no articulado da Lei Básica. Segundo juristas consultados pelo HM, Portugal pode e deve interpelar a China em relação ao conteúdo da Declaração Conjunta mas não da miniconstituição da RAEM, cuja capacidade para ser interpretada depende exclusivamente da Assembleia Nacional Popular. Augusto Santos Silva falava após pelo menos cinco jornalistas portugueses da TDM – Teledifusão de Macau terem apresentado a sua demissão em resposta a uma directiva que os proibia de divulgar informações contrárias às políticas da China, instando-os a aderir ao “princípio do patriotismo” e do “amor a Macau”. A polémica levou a administração da TDM a anunciar que o manual editorial da empresa vai continuar a ser cumprido, reiterando, no entanto, a adesão ao “princípio do patriotismo” e do “amor a Macau”. Já o chefe do Governo de Macau, Ho Iat Seng, negou que o território esteja a impor restrições à liberdade de imprensa e que acredita que os ‘media’ são patrióticos e amam a região administrativa especial chinesa.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong: Membro do grupo que inclui luso-chinês acusado de conluio com Jimmy Lai O activista Andy Li, detido em 2020 num grupo de 12 fugitivos que incluía um jovem luso-chinês, foi ontem acusado de conluio com o magnata dos ‘media’ Jimmy Lai, após regressar a Hong Kong, anunciou a polícia. Andy Li, de 30 anos, faz parte dos oito activistas pró-democracia entregues na segunda-feira às autoridades da antiga colónia britânica, após terem cumprido uma pena de sete meses em Shenzhen, na China continental, por travessia ilegal. A polícia do território anunciou que Andy Li foi acusado de conluio com forças estrangeiras, um dos crimes previstos na lei da segurança nacional. De acordo com a agência France-Presse (AFP), que cita um documento do tribunal, Andy Li é acusado de conspirar com Jimmy Lai, o magnata dos meios de comunicação social detido no ano passado, para que fossem impostas sanções do estrangeiro aos líderes de Hong Kong. Andy Li é também acusado de conspirar com Jimmy Lai para auxiliar a fuga do grupo para Taiwan, segundo o documento. Jimmy Lai, de 72 anos, já tinha sido acusado em Fevereiro de ajudar os 12 ativistas capturados em Shenzhen quando tentavam fugir do território. Li é ainda acusado de posse não autorizada de munições, uma acusação relacionada com o facto de a polícia ter encontrado latas de gás lacrimogéneo vazias disparadas pelas forças de segurança durante os protestos de 2019, segundo a AFP. Os restantes sete activistas entregues pela China às autoridades de Hong Kong deverão enfrentar acusações no território pela participação nos protestos de 2019. O luso-chinês Tsz Lun Kok, também entregue às autoridades de Hong Kong na segunda-feira, tinha sido detido na antiga colónia britânica em 18 de novembro de 2019, durante o cerco da polícia à Universidade Politécnica daquele território, e mais tarde libertado. Kok, que é acusado de motim, deveria ter sido ouvido no tribunal de Tuen Mun, em Hong Kong, em 25 de Setembro de 2020, altura em que estava detido na China continental, segundo o seu advogado disse então à Lusa, não sendo ainda conhecida nova data para o julgamento.
Hoje Macau China / ÁsiaGuangzhou cria escola para estudantes das RAEs A primeira escola para estudantes de Hong Kong e Macau em Guangzhou, capital da província de Guangdong, deverá matricular o seu primeiro grupo de estudantes em Setembro, com o objectivo de proporcionar uma educação internacional de alta qualidade às crianças das regiões administrativas especiais. “A escola tentará criar uma atmosfera diversificada no campus e ajudar os seus estudantes a alcançar um crescimento global”, disse Lucas Deng, director executivo da Escola Afiliada da Universidade de Jinan para estudantes de Hong Kong e Macau. “O estabelecimento de ensino tornar-se-á numa escola internacional com características chinesas que representará a tendência de desenvolvimento da área de da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau nos próximos anos”, disse Deng. Cobrindo cerca de quatro hectares no distrito de Tianhe, a escola internacional sem fins lucrativos terá capacidade para acomodar mais de 1.200 estudantes na pré-escola, escola primária, e ensino secundário e sénior, revelou o director. A escola inscreverá 300 alunos para o seu primeiro semestre, com início em Setembro. Para além dos estudantes de Hong Kong e Macau, a escola matriculará alguns estudantes de Taiwan e de países estrangeiros. A escola está a ser fundada conjuntamente pela Universidade Jinan de Guangzhou, pela Hong Kong Victoria Harbour Education Group, Aoyuan Group e Eton House Dongguan. É a primeira escola para estudantes de Hong Kong e Macau sob a orientação directa de uma universidade de topo do continente chinês.
Hoje Macau China / ÁsiaRelatório chinês acusa EUA em matéria de violações de direitos humanos A China publicou ontem um relatório sobre as violações dos direitos humanos nos Estados Unidos em 2020, no qual exorta Washington a abandonar a “hipocrisia e os dois pesos e duas medidas” sobre a questão. Segundo o documento, emitido pelo Gabinete de Informação do Conselho de Estado da China, descontrolo da epidemia de COVID-19, desordem política, conflitos inter-étnicos e divisão social, são alguns dos pontos de violações dos direitos humanos nos EUA. O relatório afirma que devido “à resposta imprudente do seu governo, a epidemia matou mais de 500.000 americanos”. Por outro lado, “a política monetária está a transformar as eleições americanas num ‘espectáculo de um homem só’ da classe rica e a confiança do povo no sistema democrático americano atingiu um mínimo de 20 anos”. Os grupos étnicos minoritários sofreram discriminação racial sistemática nos Estados Unidos, onde “um em cada quatro jovens asiáticos-americanos tem sido alvo de bullying racial”. O relatório cita a morte do afro-americano George Floyd e a repressão dos protestos que se seguiram, que levou “à prisão de mais de 10.000 pessoas”. “O governo dos EUA, em vez de introspecção no seu próprio terrível registo de direitos humanos, continuou a fazer comentários irresponsáveis sobre a situação dos direitos humanos noutros países, expondo a sua duplicidade de critérios e hipocrisia em matéria de direitos humanos”, disse o relatório. A agitação social contínua ameaça a segurança pública nos Estados Unidos. “O governo não conseguiu manter uma lei e ordem adequadas, e os tiroteios e crimes violentos, que já eram de elevada incidência, registaram novos máximos durante a pandemia, causando pânico entre o público”, refere o relatório. “Mais de 41.500 americanos morreram devido à violência armada em 2020, uma média de mais de 110 por dia, o que é um recorde. Houve 592 tiroteios em massa em todo o país, uma média de mais de 1,6 por dia. O uso desenfreado da violência pela polícia desencadeou ondas de protestos que varreram todo o país”, lê-se no documento. Os confinamentos, os protestos anti-racistas e as lutas eleitorais levaram a um recorde de vendas de armas de cerca de 23 milhões em 2020, um aumento de 64 por cento em relação às vendas de 2019. Por outro lado, dá-se conta de uma crescente polarização entre ricos e pobres. “O 1% mais rico dos americanos tem um património líquido combinado que é 16,4 vezes superior ao dos 50% mais pobres”. O relatório chama ainda a atenção para o desemprego em massa e a crise alimentar resultante da epidemia, na sequência da resposta imprudente do seu governo. “Em Abril de 2020, a taxa de desemprego subiu para 21,2 por cento para pessoas com menos de um diploma do ensino secundário, ultrapassando o recorde anterior, estabelecido na sequência da Grande Recessão”. Mais de 50 milhões de pessoas – uma em cada seis norte-americanos, incluindo uma em cada quatro crianças – poderiam experimentar insegurança alimentar em 2020, lê-se, citando um relatório da Feeding America. Ao impor sanções contra o pessoal do Tribunal Penal Internacional e intimidar outros países, os Estados Unidos escaparam das investigações internacionais para possíveis crimes de guerra. As sanções unilaterais impostas pelos EUA a países como o Irão, Cuba, Venezuela, e Síria, dificultaram a obtenção atempada dos fornecimentos médicos anti-pandémicos necessários. O perdão do então Presidente dos EUA a contratantes da Blackwater condenados por crimes de guerra no Iraque violou as obrigações dos EUA ao abrigo do direito internacional e teve o efeito de incentivar outros a cometerem tais crimes no futuro, acrescentou o relatório. Os requerentes de asilo foram tratados com crueldade, refere o relatório, observando que um grande número de crianças migrantes ficou retido sob custódia durante um longo período e dezenas de mulheres afirmaram que foram submetidas a cirurgias ginecológicas desnecessárias sem o seu consentimento, incluindo a remoção do útero em alguns casos. O relatório também afirma que o governo dos EUA expulsou pelo menos 8.800 crianças imigrantes desacompanhadas, apesar dos sérios riscos de protecção durante o surto da COVID-19. As minorias étnicas nos Estados Unidos são devastadas pela discriminação racial, e o racismo existe de forma abrangente, sistemática e contínua, de acordo com o Relatório sobre as Violações dos Direitos Humanos nos Estados Unidos em 2020. Grupos como os índios americanos, asiáticos-americanos e afro-americanos viram os seus direitos violados, e o elevado nível de crimes de ódio. A desigualdade entre as raças piorou nos Estados Unidos, diz o relatório, citando estatísticas que mostram que a família branca média tem 41 vezes mais riqueza do que a família negra média e 22 vezes mais do que a família latina média.
Hoje Macau EventosFRC | Sessão de conversa em celebração do aniversário de Béla Bartók “Béla Bartók: O Castelo do Barba Azul”, é o tema da quarta sessão do ciclo de Conversas Ilustradas com Música da Fundação Rui Cunha (FRC). A iniciativa que comemora o 140.º aniversário do nascimento do compositor húngaro decorre hoje, pelas 18h30. Para o recordar, a galeria da FRC vai acolher uma conversa entre José Carlos Pereira e Shee Va. “Ouviremos na íntegra a sua única ópera, “O Castelo do Barba Azul”, com libretto do seu amigo escritor, poeta, intelectual e crítico de cinema, Béla Bálazs, escrita em 1911 e revista posteriormente”, comunicou a fundação. A entrada é livre. Na nota, a FRC descreve como Béla Bartók passou de uma criança débil a um adulto pouco sociável, mas que ainda assim participou em eventos políticos revolucionários e nacionalistas da Hungria.
Hoje Macau SociedadeFronteira | Homem que atou mulher e roubou 300 mil HKD detido A Polícia Judiciária (PJ) divulgou ontem a detenção de um homem de 24 anos, oriundo do Interior da China, suspeito de manietar uma mulher, que supostamente trocava dinheiro, e de lhe roubar 300 mil dólares de Hong Kong. O indivíduo, detido ontem de manhã quando tentava sair de Macau pela fronteira com Hengqin, terá acordado com a alegada vítima, também na casa dos 20 anos e do Interior da China, trocar dinheiro num quarto de hotel do Cotai. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, o suspeito terá atado a mulher com cintos de roupões e subtraído 300 mil HKD à alegada vítima. De seguida, a PJ afirma que o homem terá transferido parte da verba apurada para uma conta bancária chinesa, através de uma casa de penhores no NAPE. Entretanto, a mulher conseguiu libertar-se e pediu ajuda aos seguranças do hotel. A PJ afirma que o homem terá confessado o crime, que justificou com dívidas de jogo, e que parte do dinheiro foi recuperado.
Hoje Macau PolíticaAL | Lei Chan U apela a regulação do voluntariado Lei Chan U defende que o Governo deve criar “uma plataforma de inscrição e registo” de voluntários. Numa interpelação oral, o deputado defendeu que “o trabalho voluntário, além de estar virado para a sociedade, foca-se no desenvolvimento da região no seu todo, necessitando, portanto, de orientação e apoio do Governo”. Em causa estão também iniciativas nacionais. Lei Chan U recordou as normas sobre inscrição de voluntários na China e a sua revisão em 2013 para regulamentar elementos como direitos, obrigações e premiação. “A tendência internacional é legislar sobre o voluntariado, que é o que a China tem feito nos últimos anos”, escreveu. Os últimos anos deixaram a descoberto “as fraquezas do sistema de gestão, a falta de regulação das actividades e a carência de um mecanismo de incentivo e garantia”, descreveu o legislador ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau, que acrescentou ser “urgente” resolver a situação. Lei Chan U considera que o voluntariado está “numa fase importante de desenvolvimento”, a necessitar de políticas legislativas para clarificar as atribuições dos serviços públicos e dar “garantias legais para o seu desenvolvimento ordenado”. O deputado também quer saber se será criado um mecanismo para coordenar diferentes organizações de voluntariado, frisando que não existem “políticas uniformizadas” de coordenação. Além disso, questionou o Governo sobre quando vai legislar a questão.
Hoje Macau PolíticaEstudo de Políticas | Desmentido estudo sobre sistema de crédito social A Direcção dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvimento Regional negaram ontem que estejam a estudar a criação de um sistema de crédito social, à semelhança do que existe no Interior da China, ou que estejam actualmente a ponderar essa hipótese. Os serviços liderados desde a semana passada por Cheong Chok Man emitiu ontem um comunicado a garantir que “não realizou qualquer estudo sobre a possibilidade de implementação de um sistema de avaliação de crédito social em Macau”, de acordo com um comunicado. A mesma entidade acrescentou que “actualmente, (…) não tem planos de realizar um estudo sobre o ‘sistema de avaliação de crédito social’”. O desmentido surge depois de na cerimónia da tomada de posse Cheong ter afirmado: “É muito importante uma pessoa ser sincera e ter crédito. Vamos estudar se Macau já tem todas as condições e, de acordo com a realidade local, estudar a possibilidade de implementar uma coisa semelhante”.
Hoje Macau DesportoMorre judoca Toshihiko Kuga aos 53 anos, japonês foi ouro nos Jogos Olímpicos de 1992 O judoca japonês Toshihiko Koga, que ganhou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Barcelona de 1992 na categoria de menos 71 quilos, morreu hoje aos 53 anos, noticiaram meios de comunicação japoneses. Koga tinha sido submetido no ano passado a uma cirurgia e estava a receber tratamento médico oncológico, informou a emissora pública japonesa NHK. Nascido em 1967 na província de Fukuoka (sudoeste), Koga começou a frequentar a prestigiada escola de judo Kodogakusha, em Tóquio, logo após a escola primária. Ganhou títulos nacionais consecutivos na juventude e levou o bronze no campeonato mundial de Essen, no ano anterior à estreia olímpica em Seul 1988, onde foi eliminado na terceira volta. Depois de conquistar o ouro nos campeonatos do mundo de 1989 e 1991, foi capitão da equipa masculina japonesa nos Jogos Olímpicos de Barcelona 1992, onde ganhou a medalha de ouro, na categoria de menos 71 quilos (kg), apesar de uma lesão no joelho. Depois de se reformar brevemente, regressou para competir na categoria de menos 78kg e ganhou a medalha de ouro no campeonato mundial de 1995 em Chiba (Japão) e nos Jogos Olímpicos de Atlanta de 1996. A reforma definitiva aconteceu em 2000 e tornou-se treinador feminino antes de fundar a própria escola de judo, onde treinou a judoca Ayumi Tanimoto, medalha de ouro na categoria de -63kg nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004 e de Pequim 2008. Koga foi uma celebridade no Japão, onde o seu estilo de competição foi sempre muito apreciado. Para muitos observadores, foi o judoca que melhor executou o “ippon seoi nage”, técnica na qual atira o adversário por cima do ombro. Devido à plasticidade e competitividade, Koga foi apelidado no Japão como o “Sanshiro da era Heisei (1989-2019)” em homenagem ao protagonista judoca do famoso romance “Sugata Sanshiro”, cuja adaptação cinematográfica (que em inglês se intitulava “The Legend of the Great Judo”) foi a estreia do célebre realizador Akira Kurosawa em 1943. Em conferência de imprensa, esta manhã, o porta-voz do Governo japonês, Katsunobu Kato, lamentou a morte de Koga e destacou as conquistas do atleta, tal como o ouro em Barcelona e “a contribuição para a formação de jovens gerações no judo”.
Hoje Macau Eventos“Game Changer”, obra de Banksy, atinge novo recorde em leilão com 19,4 milhões de euros Uma obra do artista visual britânico Banksy foi ontem vendida em leilão pelo valor recorde de 19,4 milhões de euros, com a verba arrecada a ser canalizada para organizações de solidariedade e ligadas à Saúde. A obra, que tinha um valor base de licitação de dois milhões de euros, intitula-se “Game Changer” e mostra uma criança a segurar uma pequena boneca que representa uma enfermeira com máscara e capa de super-heroína. Com a venda na leiloeira Christie’s, por 19,4 milhões de euros (16,7 milhões de libras), fixa-se um novo recorde de um leilão de uma obra de Banksy, artista de rua cuja identidade é desconhecida. Banksy tinha oferecido esta obra, em Maio de 2020, ao hospital de Southampton, no Reino Unido, durante a primeira vaga da pandemia da covid-19, como forma de agradecimento e valorização do trabalho dos médicos e enfermeiros no acompanhamento dos doentes infectados por este coronavírus. “Obrigada por tudo o que estão a fazer. Espero que isto traga alguma luz, mesmo que seja a preto e branco”, escreveu Bansky numa nota de agradecimento juntamente com a obra de arte. Em comunicado, Katherine Arnold, da leiloeira Christie’s, sublinha a importância do recorde do leilão, numa altura em que o Reino Unido assinala um ano desde o primeiro confinamento, e depois de “se terem perdido tantas vidas”. Banksy “é um artista extraordinário, é um barómetro do sentimento nacional”, afirmou. Já o responsável pelo hospital de Southampton, David French, citado pela Efe, considerou que o dinheiro conseguido com o leilão é “um presente incrível”, que ajudará a promover o bem-estar dos trabalhadores perante o esforço todo realizado ao longo do último ano. O recorde anterior de um leilão de uma obra de Bansky tinha sido atingido em outubro de 2019, quando foi vendida a obra “Devolved Parliament” – que representava o parlamento britânico ocupado por chimpanzés -, por 11,3 milhões de euros.
Hoje Macau China / ÁsiaFukushima | Japão pede a AIEA para rever o seu plano de despejar água no mar O Governo do Japão pediu à Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) para rever o seu plano para despejar gradualmente no mar água tratada, mas ainda radioactiva, da central nuclear destruída de Fukushima. O ministro da Indústria nipónico, Hiroshi Kajiyama, solicitou por videoconferência ao director-geral da AIEA, Rafael Grossi, que o organismo de controlo nuclear da ONU realize uma revisão científica do plano para eliminar a água e transmita a sua opinião à comunidade internacional, informou a agência noticiosa japonesa Kyodo. O Governo japonês estuda há algum tempo a possibilidade de despejar no Oceano Pacífico a água usada para arrefecer os reatores da central nuclear, gravemente afectada por um terramoto e tsunami em 2011, mas ainda não tomou uma decisão e conta com forte oposição da indústria pesqueira e de países vizinhos como a Coreia do Sul e a China. O Japão pediu à AIEA que confirme se o método e as instalações utilizadas para a eliminação da água cumprem os padrões de segurança da agência, verifique os dados da radiação à volta da central e divulgue as suas descobertas. As instalações de Fukushima Daiichi geraram toneladas de água contaminada que tiveram de ser armazenadas depois de usadas para arrefecer os núcleos parcialmente derretidos de três reatores. Desde há anos que a empresa responsável pela central utiliza um sistema para filtrar aquela água e eliminar todos os seus isótopos radioativos com exceção do trítio. O pedido de Tóquio ocorre depois de, no início do mês, especialistas das Nações Unidas terem destacado que a água da central representa um grave risco ambiental e que seria “inaceitável” libertá-la no Oceano Pacífico, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.
Hoje Macau DesportoBarcos-dragão | Regatas internacionais em Junho A edição deste ano das regatas internacionais de barcos-dragão de Macau, em Junho, vai ter um número máximo de 2.700 participantes, incluindo da China continental, foi ontem anunciado. “Estamos a discutir com equipas do interior da China, eles também esperam que seja possível vir a Macau novamente”, disse o director do Instituto de Desporto de Macau, Pun Weng Kun, em conferência de imprensa. As regatas, que vão decorrer entre 12 e 14 de junho, vão ter seis provas. No dia 13 decorrem as regatas para pequenas embarcações, e no dia seguinte, dia do festival dos barcos-dragão, será a vez das grandes embarcações, num total de seis provas, indicou a organização.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Agência europeia admite avaliar vacina chinesa Sinopharm A Agência Europeia do Medicamento (EMA) disse ontem estar em discussões com o grupo farmacêutico estatal chinês Sinopharm sobre a vacina desenvolvida contra a covid-19, admitindo avaliar este fármaco para dar resposta às necessidades europeias e globais. “Há várias vacinas produzidas por farmacêuticas chinesas e estamos em discussões com um grupo que produz uma dessas vacinas, a Sinopharm, e esperamos ficar em posição de também avaliar essa vacina”, disse a directora executiva da EMA, Emer Cooke. Intervindo numa audição por videoconferência na comissão de Saúde Pública do Parlamento Europeu, a responsável pelo regulador europeu notou serem “necessárias todas as vacinas eficazes e seguras possíveis para não só dar resposta às necessidades da população europeia, como ao nível mundial”. Em causa está a chamada “análise contínua”, um instrumento regulador que a EMA utiliza para acelerar a avaliação de um medicamento promissor durante uma emergência de saúde pública, já que, ao rever os dados em tempo real à medida que estes ficam disponíveis, pode chegar mais cedo a um parecer final sobre a autorização de comercialização, quando esta der entrada. Nesta situação de avaliação preliminar encontram-se as vacinas russa Sputnik V, a da alemã CureVac e a da norte-americana Novavax. Até ao momento, a EMA deu ‘luz verde’ a três vacinas para a covid-19: a da Pfizer/BioNTech a 21 de Dezembro de 2020, a da Moderna a 6 de Janeiro, da AstraZeneca a 29 de Janeiro e, em meados deste mês, a vacina da Johnson & Johnson, produzida pela farmacêutica Janssen. “Não nos podemos esquecer de que são as vacinas que nos vão ajudar a vencer esta pandemia”, vincou Emer Cooke perante os eurodeputados na sessão à distância.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | BGI Group doa a Angola kits para detectar novas estirpes O grupo chinês de biotecnologia BGI Group doou ao Ministério da Saúde de Angola 40 mil kits para ajudar a detectar as novas estirpes do coronavírus responsável pela covid-19, foi anunciado segunda-feira. Segundo um comunicado, durante a cerimónia de doação a ministra angolana da Saúde, Sílvia Lutucuta agradeceu ao BGI Group por apoiar novamente Angola “face aos novos desafios trazidos pelas variantes da covid-19”. A ministra lembrou que o grupo chinês assinou em Julho do ano passado um acordo com o Governo angolano para instalar quatro laboratórios, conhecidos como Huoyan (‘Olho de Fogo’), com capacidade para processar até 6.000 testes de diagnóstico da covid-19 por dia. Os laboratórios abriram na segunda metade de 2020, com 18 técnicos angolanos treinados pelo BGI Group, referiu o grupo no comunicado. Durante a cerimónia o Embaixador chinês em Luanda, Gong Tao, disse que a China está disposta a colaborar com Angola no fornecimento de vacinas contra a covid-19. Angola foi o primeiro país de língua portuguesa em África a receber vacinas da AstraZeneca e Pfizer contra a covid-19 (624.000 doses), ao abrigo da Covax, uma iniciativa da Organização Mundial da Saúde em parceria com a Vaccine Alliance e a Coalition for Epidemic Preparedness Innovations. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.716.035 mortos no mundo, resultantes de mais de 123 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Em Angola, morreram 530 pessoas dos 21.757 casos de infecção confirmados, revelou ontem o secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda.