Hoje Macau China / ÁsiaPreços das casas novas caem pela primeira vez na China desde 2015 Os preços das casas novas na China registaram, em setembro, a primeira queda intermensal desde abril de 2015, segundo dados oficiais divulgados hoje, numa altura em que várias construtoras chinesas enfrentam problemas de liquidez. Dados do Gabinete Nacional de Estatísticas revelaram que os preços das casas novas caíram em mais de metade das 70 cidades pesquisadas, em comparação com agosto. A análise feita pelo banco de investimento Goldman Sachs apurou um declínio de 0,5% nos preços, após incluir ajustes sazonais. Os dados vão aumentar a pressão sobre a liderança chinesa, que está a tentar regular o vasto setor imobiliário do país, mas enfrenta inadimplências crescentes e atividade mais lenta, num setor que tem sido crucial para o crescimento económico nos últimos anos. Os preços das casas novas subiram 3,8%, em termos homólogos, mas a queda mensal segue a divulgação de dados dececionantes relativos ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), no terceiro trimestre. Quedas adicionais nos preços do imobiliário representam um teste para a campanha lançada por Pequim visando reduzir a alavancagem no setor. As regulações limitaram o acesso ao financiamento bancário pelas imobiliárias com passivos excessivos ou que excedem certos níveis de alavancagem, com falta de liquidez suficiente para fazer frente a dívidas de curto prazo. A campanha resultou já numa crise de liquidez na construtora Evergrande, que falhou o pagamento de vários títulos de dívida emitidos além-fronteiras. Segundo o jornal de Hong Kong South China Morning Post, a queda deve-se também ao excesso de imóveis no inventário das imobiliárias, o que obrigou a baixar os preços. O jornal cita o diretor da consultora E-House China, Yan Yuejin, que garantiu que o mercado imobiliário chinês passou de uma situação de “superaquecimento” para “superarrefecimento”. As reformas no setor fazem parte de uma série de medidas ambiciosas do Presidente chinês, Xi Jinping, à medida que se aproxima do final do segundo mandato, e que se alarga aos setores tecnologia e ensino. Além de restringir o crédito, o Governo introduziu este ano limites aos empréstimos hipotecários e pode, em breve, iniciar um imposto sobre a propriedade, para conter a especulação. “No primeiro semestre deste ano, muitas pessoas acreditavam que as restrições imobiliárias seriam temporárias”, notou Ting Lu, economista-chefe do grupo financeiro Nomura para a China. “À medida que o Governo chinês revelou cada vez mais determinação nas restrições impostas ao imobiliário, as expectativas das famílias chinesas em relação aos preços das casas mudaram”, descreveu. “Eles podem ter deixado de acreditar que o preço das suas casas vai aumentar para sempre”, acrescentou. “Isso é muito, muito importante”.
Hoje Macau China / ÁsiaGuerra entre Taiwan e China em 2022 é improvável, diz chefe de segurança taiwanês As hipóteses de uma guerra entre a China continental e Taiwan em 2022 são “muito baixas”, defendeu hoje o diretor geral do Gabinete Nacional de Segurança taiwanês, Chen Ming-Tong, segundo a agência de notícias da ilha CNA. Embora “haja vários eventos aos quais é preciso estar atento”, Chen previu que “não haverá problemas” durante o resto do mandato da Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, que decorre até 2024. Como exemplo de “eventos inesperados” que podem surgir em qualquer momento, Chen mencionou a pandemia de covid-19. Além disso, aproveitou a ocasião para acusar o Presidente chinês, Xi Jinping, de tomar um rumo cada vez mais “autoritário e totalitário” e de pôr em perigo a “liberdade e a democracia”. As incursões de aviões chineses da Zona de Identificação de Defesa Aérea taiwanesa no início de outubro fizeram com que as relações entre Taipé e Pequim atravessassem o “seu pior momento em quatro décadas”, de acordo com o ministro da Defesa da ilha, Chiu Kuo-cheng. China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. No entanto, Pequim considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana, e ameaça usar a força caso a ilha declare independência. Os Presidentes da China e Taiwan, Xi Jinping e Tsai Ing-wen, reiteraram este mês as posições opostas sobre a ambição de Pequim de “reunificar” a República Popular com a ilha, que considera uma província rebelde. Xi Jinping que, ao contrário de outras ocasiões insistiu numa “reunificação pacífica”, disse que aqueles que “traem a pátria e procuram dividir o país serão desprezados pelo povo e condenados pela história”. Por seu lado, Tsai rejeitou a ideia e afirmou que Pequim “não oferece, nem um estilo de vida livre e democrático para Taiwan, nem soberania para os seus 23 milhões de habitantes”.
Hoje Macau EventosBreve nota sobre o Governador José Carlos da Maia (1878-1921) Tereza Sena apresenta no HM uma nota biográfica de José Carlos da Maia, Governador de Macau entre 1914 e 1916 e assassinado em Lisboa há 100 anos, no âmbito do episódio “Noite Sangrenta”. A historiadora está a preparar um livro sobre estes anos marcados pela implantação da República em Portugal e na China, sem esquecer a I Guerra Mundial. A autora disse que o livro “está muito avançado”, mas o projecto encontra-se , para já, suspenso, não podendo ser adiantada uma data para a sua conclusão São de todos conhecidos o carácter idealista, a filiação maçónica e a prática carbonária, bem como a acção revolucionária que tornou Carlos da Maia num dos heróis da República, convicções essas que, uma vez à frente dos destinos de Macau, o fizeram apoiante da jovem República chinesa e, muito particularmente, de Sun Yat Sen (1866-1925), seu fundador e primeiro Presidente, como é testemunhado na por demais conhecida carta de agradecimento que este lhe endereçou em 23 de Junho de 1916. Motivada pelo facto de Maia ter recusado a extradição dos apoiantes de Sun Yat Sen fugidos para Macau após o afastamento deste da Presidência e a reviravolta de Yuan Shikai (1914-1966), atribuindo-lhes o estatuto de “refugiados políticos” e negando o de “criminosos” — por via do qual deveriam ser entregues, ao abrigo do estipulado no Tratado de 1887 —, poderá, na opinião de alguns autores, testemunhar uma relação bem mais activa e empenhada por parte do Governador português na causa revolucionária chinesa. Da sua curta governação, que se estendeu efectivamente de 10 de Junho de 1914 a 5 de Setembro de 1916, sabe-se ter sido tão próspera e empreendedora que obteve grande apoio da comunidade chinesa, à qual deu pela primeira vez assento no Conselho de Governo, onde veremos então pontuar o primeiro grande magnata do jogo, Lou Lim Ioc (Lu Lianruo) (1884-1955). Mas também, que se preocupou com a segurança de Macau em tempo de guerra, onde inclusivamente criou o Batalhão de Voluntários de Macau, e com o fomento da colónia impulsionando diversas infraestruturas e empreendimentos que mudaram para sempre a vida da cidade. Entre estes, e entre outros, temos o início da construção da Avenida Almeida Ribeiro, ligando a Praia Grande ao Porto Interior, dando o pontapé de saída no tão almejada e sempre adiado projecto do porto de Macau, só concretizado na década seguinte. Foi também no seu mandato, e durante a chefia de José Vicente Jorge (1872-1848) — e sob a proposta deste —, que a Repartição do Expediente Sínico foi reformulada e regulamentada, tal como a respectiva Escola, o que tudo demonstra uma activa interacção com o meio, passem embora as tensões suscitadas aquando da tentativa de criação da Carta Orgânica de Macau, cujo primeiro projecto elaborou. Contudo, graves divergências com a Metrópole, e nomeadamente com Afonso Costa (1871-1937), que, de Presidente do Executivo passara à pasta das Finanças no Ministério da União Sagrada, levaram-no a pedir a exoneração em 18 de Junho de 1916. Recusada esta, Carlos da Maia anuncia a partida em 30 de Julho, e seguirá para Portugal — via Japão, Américas e com escala em Xangai onde Sun Yat Sen reorganizava as suas forças —, em 5 de Setembro de 1916, donde nunca regressará. Vai, oficialmente e devidamente autorizado, para conferenciar com o Ministro das Colónias — que era também o Presidente do Ministério —, deixando o Governo de Macau entregue a Manuel Ferreira da Rocha (1885-1951), que o assegurou até 21 de Junho de 1917, quando se constituiu um Conselho Governativo. Na origem do descontentamento de Carlos da Maia parecem estar quer a ampliação dos poderes judiciais dos cônsules portugueses — nomeadamente no caso do escândalo dos passaportes portugueses passados a chineses em Xangai —, quer divergências quanto ao destino a dar aos dinheiros de Macau que, segundo reza a tradição, abundariam por essa época nos seus cofres. Não sendo autorizado a depositá-los nos bancos de Hong Kong para virem a suportar as obras do porto de Macau como pretendia, Maia vira-se até obrigado a remeter 100 contos de réis para Lisboa, a título de empréstimo, para socorrer outras colónias. Embora o recurso aos saldos positivos de Macau não fosse inédito, as finanças públicas portuguesas estariam então ainda mais exauridas do que habitualmente com as avultadas “despesas de guerra”. O processo de exoneração de Carlos da Maia foi algo atribulado e reflecte a grande instabilidade governativa resultante da forte agitação e conflitualidade políticas que Portugal então vivia — que acabarão por o vitimar —, sem também deixar de espelhar rivalidades e visões antagónicas que perpassavam a vida político-administrativa de Macau, em sede parlamentar, e pela mão do tenente Francisco Gonçalves Velhinho Correia (1882-1943), eleito deputado por Macau em 1916, cuja candidatura Maia não patrocinara. Ressalvando-lhe embora a “honorabilidade pessoal”, colocará este correligionário de Afonso Costa sob escrutínio toda a actividade governativa de Carlos da Maia, que acusava de autoritário, prepotente, perdulário, questionando-lhe a falta de capacidade governativa e alguma permeabilidade aos chineses, ou, talvez melhor, falta de firmeza para com eles. Reproduzindo o discurso das forças conservadoras macaenses, que o apoiavam, elegerá para tema principal da sua interpelação os gastos com as obras do porto de Macau — cuja prossecução levava Maia a Portugal —, mas requeria também o acesso integral a uma série de processos existentes no Ministério envolvendo Carlos da Maia. O Governador — que voltara a pedir e a ver recusada a demissão em Dezembro de 1916 — contará no parlamento com o apoio de Alexandre Botelho de Vasconcelos e Sá (1872-1929), de João Tamagnini Barbosa (1883-1948) e de Abílio Marçal, todos eles republicanos desiludidos que em breve adeririam à “República Nova” de Sidónio Paes (1872-1918). Fosse ou não uma campanha orquestrada para derrubar Carlos da Maia, a que eventualmente Velhinho da Costa se prestaria também movido por razões pessoais — como o acusara Vasconcelos e Sá —, o certo é que, menos de um mês depois, em 12 de Junho de 1917, e no mesmo 3º governo de Afonso Costa, em exercício de 25 de Abril a 8 de Dezembro de 1917, é decretada a exoneração de Carlos da Maia. Viria ela, no entanto, a ser declarada sem efeito por Decreto de 9 de Fevereiro de 1918, já no tempo de Sidónio Paes. De facto, só se tornará definitiva com outro diploma, de 1 de Junho de 1918, depois de, na Metrópole, Maia já ter presidido à Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Lisboa, entre Janeiro e Março de 1918, e de ter sido nomeado Ministro da Marinha em 9 de Março. Não obstante ter deixado o cargo em 7 de Setembro do mesmo ano conseguiu nesse curto mandato introduzir reformas de vulto na organização do Ministério, logo se demitindo e pondo fim à sua efémera adesão activa ao Sidonismo, a que o levara a desilusão e a humilhação atrás descrita. E provavelmente também a influência do grupo que então o defendia, e onde também pontuava o histórico herói da Rotunda Machado Santos (1875-1921), seu companheiro, o que nunca lhes será perdoada pelas alas mais radicais, como a História virá a demonstrar. No executivo de José Relvas (1858-1929) — aquele mesmo que da varanda da Câmara Municipal de Lisboa proclamara a implantação da República —, Maia teve uma igualmente brevíssima passagem, desta vez pelo Ministério das Colónias, entre 27 de Janeiro e 21 de Março de 1919. Não se esqueceu, mesmo assim, de uma série de indivíduos de Macau e da diáspora macaense, com destaque para os seus corpos militares, nomeadamente os Corpos de Voluntários de Macau e de Xangai, condecorando-os pelos feitos na conjuntura de beligerância pela qual se acabava de passar. Em 8 de Março de 1919 também fará atribuir a Comenda da Ordem de Sant´iago da Espada pelos “serviços prestados às letras e artes de Macau” a Camilo Pessanha, seu irmão maçónico e indivíduo por quem nutria especial estima e admiração e a quem muita apoiara no processo de doação de parte da sua colecção de arte chinesa a Portugal. Pouco mais de dois anos depois Carlos da Maia encontrará a morte, sendo barbaramente assassinado ao lado de outros heróis da República como Machado de Santos, e do presidente do Ministério já demissionário, António Granjo (1881-1921), naquela que ficou para a História como a noite sangrenta de 19 de Outubro de 1921, em circunstâncias nunca convenientemente averiguadas. Não o esqueceram, no entanto, os homens do Batalhão de Voluntários de Macau, por ele criado como se referiu, que, na passagem do 3º aniversário da sua morte, em 19 de Outubro de 1924, farão colocar uma lápide no seu jazigo na Rua 21 do Cemitério dos Prazeres em Lisboa, então erigido, juntando-se assim àqueles que, com tal homenagem, pretendiam acima de tudo fazer justiça à memória de Carlos da Maia, que ficaria para a História como um herói e romântico revolucionário. Excerto de um livro em preparação Tereza Sena Investigadora Adjunta Sénior do Centro Xavier de Investigação para a Memória e Identidade, da Universidade de São José, Macau Macau, 19 de Outubro de 2021
Hoje Macau China / ÁsiaNATO | Organização quer mudanças para lidar com ascensão da China O secretário-geral da NATO disse numa entrevista ao jornal Financial Times que lidar com a “ameaça à segurança” que acarreta a ascensão da China vai ser parte importante do futuro da Organização do Tratado do Atlântico Norte. Numa entrevista ontem publicada, Jens Stoltenberg referiu que a ascensão do país asiático já está a ter impacto na segurança europeia, face às suas capacidades cibernéticas, novas tecnologias e mísseis de longo alcance. Como defender os aliados dessas ameaças vai ser abordado de forma “integral” na nova doutrina da aliança para a próxima década, apontou. “A NATO é uma aliança da América do Norte com a Europa. Mas esta região enfrenta desafios globais: terrorismo, cibersegurança, mas também a ascensão da China. Portanto, quando se trata de fortalecer a nossa defesa colectiva, trata-se também de como lidar com a ascensão da China”, disse Stoltenberg, citado pelo Financial Times. A NATO vai adoptar o seu novo conceito estratégico numa cimeira marcada para o Verão de 2022, que delineará o propósito da aliança para os próximos 10 anos. A versão actual, adoptada em 2010, não contém qualquer referência à China.
Hoje Macau China / ÁsiaCrescimento da China abranda no terceiro trimestre com crises na construção e na energia O ritmo de crescimento da economia chinesa abrandou, no terceiro trimestre, com a crise na construção e as restrições oficiais sobre o uso de energia pelas fábricas a pesarem na recuperação do país, foi hoje anunciado. A segunda maior economia do mundo cresceu 4,9%, em relação ao mesmo período do ano anterior, nos três meses entre junho e setembro, quando no trimestre anterior tinha registado uma subida de 7,9%, de acordo com os dados do Governo chinês. A produção nas fábricas, as vendas no retalho e o investimento na construção e em outros ativos fixos enfraqueceram. O crescimento enfrenta pressão devido a uma vasta campanha reguladora, à medida que Pequim tenta tornar a economia chinesa energeticamente mais eficiente e reduzir o galopante aumento da dívida, pública e privada, para evitar problemas financeiros. O setor manufatureiro foi prejudicado pela escassez de ‘chips’ de processador e outros componentes, devido à pandemia da covid-19. Na comparação com o trimestre anterior, a produção no período entre julho e setembro praticamente estagnou, expandindo-se apenas 0,2%. Este valor foi inferior ao registado no período entre abril e junho, de 1,2%, um dos mais fracos dos últimos dez anos. “O crescimento vai desacelerar ainda mais”, disse Louis Kuijs, da consultora Oxford Economics, num relatório. O analista argumentou que os “números de crescimento fracos” devem levar Pequim, nos próximos meses, a aliviar o controlo sobre o crédito e a impulsionar a atividade económica, incentivando a construção de infraestruturas. A construção, que sustenta milhões de empregos na China, desacelerou, desde que os reguladores aumentaram o controlo, no ano passado, sobre o endividamento das empresas. Uma das maiores construtoras, a Evergrande Group, está a lutar para cumprir o pagamento de juros sobre títulos de dívida que ascendem a milhares de milhões de dólares. Isto alimentou receios de que o colapso da empresa se possa alastrar a outras construtoras, embora economistas tenham afirmado que a ameaça para os mercados financeiros globais é pequena. O setor manufatureiro foi prejudicado pela redução no fornecimento de energia, imposto por algumas províncias, para evitar exceder as metas oficiais de eficiência energética. A produção nas fábricas abrandou, em setembro, ao expandir apenas 0,05%, em comparação com o mês anterior. Isto ficou abaixo do crescimento de 7,3% nos primeiros nove meses do ano. Os analistas do setor privado reduziram as perspetivas de crescimento da economia chinesa, para este ano, embora ainda esperem um aumento de cerca de 8%, o que estaria entre os mais fortes do mundo. A meta oficial do Partido Comunista Chinês é “acima de 6%”, o que deixa espaço para Pequim manter a campanha reguladora. “A perspetiva de curto prazo para a economia da China, no quarto trimestre, continua a ser difícil, devido ao impacto da contínua escassez de energia no inverno e à desaceleração contínua no setor imobiliário”, disse Rajiv Biswas, da consultora IHS Market, num relatório. “O setor imobiliário continua a ser atingido por incertezas, relacionadas com problemas de dívida da Evergrande e temores de contágio noutras empresas de imobiliário”. Os números deste ano são exagerados pela comparação base com 2020, quando fábricas e retalhistas foram fechados, devido às medidas de confinamento. No primeiro trimestre de 2021, a economia chinesa cresceu um recorde de 18,3%. Em setembro, o crescimento das vendas do retalho abrandou 4,4%, em relação ao ano anterior. Os investimentos em imóveis, fábricas, habitação e outros ativos fixos aumentaram 0,17, em setembro, depois de terem aumentado 7,3%, nos primeiros nove meses. As vendas de automóveis caíram 16,5%, em setembro, em relação ao mesmo mês do ano anterior, de acordo com a Associação de Fabricantes de Automóveis Chinesa. O grupo afirmou que a produção foi interrompida pela falta de ‘chips’ de processador. As importações, um indicador da procura interna chinesa, aumentaram 17,6%, em setembro, em relação ao ano anterior, mas isso representou apenas metade do crescimento de 33% registado no mês anterior.
Hoje Macau Manchete SociedadeTribunal Judicial de Base absolve casal português do crime de branqueamento de capitais O Tribunal Judicial de Base de Macau absolveu na sexta-feira um casal português acusado do crime de branqueamento de capitais, disse à Lusa o advogado de Tiago e Fong Fong Guerra, Álvaro Rodrigues. O caso arrastava-se desde 2014, numa ação que teve por base o processo de Timor-Leste e as cartas rogatórias na sequência de pedidos de informação feitos a Macau, estando em causa um montante de quase 900 mil euros. “Estamos satisfeitos com o resultado. Finalmente fez-se justiça”, disse à Lusa o advogado do casal, que em Timor-Leste já tinha sido absolvido num outro caso, depois de condenado a oito anos de prisão em 2017, por peculato, e a uma indemnização ao Estado. O casal foi detido pela polícia timorense em Díli a 18 de outubro de 2014. Enquanto aguardava a decisão sobre o recurso à sentença do Tribunal Distrital de Díli, mantendo a sua inocência e acusando o Tribunal de primeira instância e o Ministério Público de várias irregularidades, o casal fugiu para a Austrália, onde chegou, de barco, a 09 de novembro de 2017, tendo chegado a Lisboa a 25 de novembro desse ano. Os dois portugueses foram julgados pelos crimes de peculato, branqueamento de capitais e falsificação documental sendo central ao caso uma transferência de 859 mil dólares, feita em 2011 a pedido do consultor norte-americano, Bobby Boye. Boye foi um consultor pago pelo Governo norueguês e, posteriormente, pelo Governo timorense. Este chegou a ser co-arguido no processo, tendo sido, entretanto, condenado nos Estados Unidos, onde cumpre pena. A fuga do casal causou tensão diplomática entre Portugal e Timor-Leste, com o assunto a suscitar críticas de dirigentes políticos e da sociedade civil, com artigos a exigir até investigações à embaixada de Portugal em Díli. Na sequência da fuga do casal, o Ministério Público timorense acusou um outro português e dois timorenses de vários crimes, incluindo branqueamento de capitais, por alegadamente terem apoiado na fuga do casal. Esse processo está ainda a decorrer no Tribunal Distrital de Díli.
Hoje Macau VozesForma urbana (I) – Das tempestades e do atrito urbano Por Mário Duarte Duque, arquitecto A forma urbana é uma característica que condiciona tudo o que constitui transporte no espaço urbano, nomeadamente água e ar. Tal característica é, por sua vez, uma síntese de vários aspectos da forma urbana, entre eles “o atrito”, ou seja, a resistência ao transporte, e que na cidade se designa por “atrito urbano”. O atrito da superfície urbana retarda a drenagem da água das chuvas, aumenta o tempo de concentração de toda a água recolhida numa bacia hidrográfica, assim como atrasa a possibilidade do colector de toda essa bacia entrar em colapso. Esse atrito urbano forma-se no tipo de revestimento de superfície e nas características desse revestimento. Um coberto vegetal constitui não só maior atrito que uma superfície construída como contribui par um maior tempo de concentração da drenagem de uma bacia, porque também grande parte da água é infiltrada no solo. Assim como, uma via em paralelepípedos de pedra constitui maior atrito que uma via em laje lisa de betão. As vias de paralelepípedos de pedra, na RAEM só não contribuem para um maior tempo de concentração de toda a drenagem porque, acessoriamente e para facilidade de manutenção, são construídas sobre uma laje de betão que não permite qualquer infiltração de água no solo. Já para o que se prende com o transporte do ar, importa separar as brisas geradas localmente, dos ventos de circulação regional ou geral. Na situação de tempestades, são os ventos regionais que estão em comando e o “atrito urbano” a esse transporte já não se forma na superfície urbana, mas no chamado “canópio urbano”, constituído pela superfície urbana quando ela não está ocupada, mas também por todo o relevo que resulta de copas de árvores e de construção. Sendo o “canópio urbano” da RAEM formado na sua generalidade por construção, interessa conhecer porque os ventos são sentidos de modo diferente na cidade durante uma tempestade, independentemente da exposição dos lugares. Uma morfologia urbana constituída por construção com a mesma altura, rasgada por vias a que chamamos espaços canal afundados na massa construída, o vento varre esse “canópio urbano” com muito pouco atrito e pouca repercussão ao nível da superfície urbana. É muito parecido ao modo como as populações dos desertos se defendem em torno de pátios abaixo do nível do solo, durante uma tempestade de areia. Se ao longo do mesmo “canópio urbano” existir alguma irregularidade de alturas, isso confere um acréscimo de textura a esse “canópio urbano”, o mesmo quer dizer maior “atrito urbano”, mas ainda com muito pouca repercussão ao nível da superfície urbana. O risco que advém dessas situações é mais porque a resistência ao vento reside na textura desse “canópio urbano” que muitas vezes é constituído por construções informais nas coberturas, não sujeitas a cálculo, por vezes mal fixas, que se desprendem durante uma tempestade, e que podem causar danos graves. Todavia, quando o espaço urbano é constituído por grandes torres dispersas, o atrito que disso resulta é enorme e dá origem a um verdadeiro caos. Esse caos resulta do facto de que a textura do “canópio urnbano” constitui um “atrito urbano” cuja resistência e exposição equivale ao impacto do vento, e reencaminha o ar no espaço urbano, não só numa multiplicidade de direcções, mas também em diferentes sinais de sentido. Isso explica porque na mesma fachada de um edifício alto há vidros que entram pelos interiores da construção e vidros que são sugados para o exterior. O centro ou a meia altura de uma fachada é o centro do impacto e é onde os vidros são comprimidos no interior de uma construção. As extremidades da fachada é para onde o ar é divergido, se liberta do obstáculo, e de onde os vidros são sugados para o exterior com tudo o que se encontra no interior dessas construções. Se dobrarmos a esquina de uma construção alta, e que sequer é o lado exposto ao vento, todos os vidros dessa esquina acabam por estar também sujeitos a um efeito de sucção. Nada mais que o mesmo efeito que mantém os aviões no ar quando eles se deslocam. E se numa construção pequena temos a certeza que a água corre de cima para baixo quando chove. Numa construção alta podemos ter a certeza de que ela pode correr ao longo das fachadas em qualquer direcção. Chegados aqui, o “canópio urbano” só pode ser visto como uma componente do planeamento urbano e não um resultado aleatório desse planeamento. Convencionalmente a atmosfera classifica-se por caótica. O sentido que nisso reside prende-se com uma infinidade de condições e de magnitudes diversas que é ainda impossível introduzir num modelo, para reproduzir e explicar os efeitos exactos. “Caos” caracteriza tudo o que percepcionamos, mas que não compreendemos na totalidade, nem temos o controlo. “Caos é a “cruzada” primordial da razão, para compreender e controlar fenomenologia, com o propósito de converter as ideais em “cosmos”. Mesmo não compreendendo na totalidade, “caos” é também algo que se alimenta para aumentar a energia que se reconhece nos sistemas e para facilitar actuação de mecanismos que são capacidade própria desses sistemas. Em ciência, “caos” está associado a uma componente dos sistemas a que se chama “entropia”, e é também a razão por que toda a investigação na vertente da manipulação ambiental e atmosférica é comtemplada com grande cautela, exactamente porque mexe em muito que não se conhece na totalidade. O certo é que, hoje, na passagem de uma tempestade, temos o ar limpo, não tivemos danos, e todos partilhamos uma sensação de “fresh start”.
Hoje Macau China / ÁsiaEvergrande | Banco Central diz que riscos são “administráveis” O banco central da China considerou “administráveis” os riscos que a dívida da construtora Evergrande acarreta para o sistema financeiro chinês, numa altura em que o conglomerado ameaça entrar em incumprimento. A maior imobiliária da China soma quase 260 mil milhões de euros em dívidas, valor superior ao Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal. A queda da construtora pode ter um efeito dominó no resto da economia: o imobiliário é o veículo de investimento favorito das famílias chinesas, pelo que uma crise sistémica no sector poderia ter fortes repercussões. A Evergrande “tem sido muito mal administrada”, observou um alto quadro do Banco Popular da China, Zou Lan, citado pela imprensa local. O grupo luta há várias semanas para honrar o pagamento de juros e entregar apartamentos aos seus clientes. “No geral, o risco de contágio para o sistema financeiro é administrável”, disse Zou. As autoridades “instaram a Evergrande a aumentar esforços para se desfazer de activos e acelerar a retomada das obras”, acrescentou. Vários fornecedores subcontratados pela empresa reclamaram que não estão a ser pagos e alguns levaram os seus casos a tribunal. Além do sector imobiliário, a empresa investiu nos sectores turismo, tecnologia digital, seguros, saúde e até veículos eléctricos. Fundada em 2019, a construtora automóvel Evergrande Auto tinha como ambição revolucionar o sector e competir com a norte-americana Tesla. Zou considerou agora que a empresa diversificou “às cegas”.
Hoje Macau PolíticaAu Kam San, Sulu Sou e Agnes Lam dizem adeus à Assembleia Legislativa Ao mesmo tempo que os novos deputados eleitos para a 7ª legislatura da Assembleia Legislativa prestavam juramento perante o Chefe do Executivo, Au Kam San, Sulu Sou e Agnes Lam encerravam os seus gabinetes e disseram as suas últimas palavras enquanto legisladores. Au Kam San, que optou por não se recandidatar às últimas eleições, agradeceu o apoio da população ao longo de mais de 20 anos e prometeu continuar a ser um “companheiro” de todos os cidadãos. “Quando acabamos de ler um livro devemos fechá-lo, não me arrependo de nada”, escreveu no Facebook. Por sua vez, Sulu Sou, candidato excluído por não ser fiel a Macau e à Lei Básica limitou-se a agradecer o apoio da população e fez votos para um reencontro futuro. “Até à próxima”, atirou. Por fim, Agnes Lam, que não conseguiu a reeleição, reiterou que “há muitas formas de amar Macau” e que vai encontrar novamente o seu caminho.
Hoje Macau PolíticaImpostos | Governo propõe novo Código Tributário O Governo vai enviar para a Assembleia Legislativa uma proposta de Código Tributário, que considera imprescindível para “um regime mais moderno que corresponda às exigências do desenvolvimento económico” da RAEM e da administração pública. O novo código pretende unificar “normas avulsas da legislação fiscal vigente, bem como definir, claramente, os direitos e as obrigações nas relações jurídicas tributárias”, além de estabelecer “princípios e trâmites a respeitar no procedimento tributário, no processo judicial tributário e no processo de execução fiscal”. O futuro Código Tributário vai ainda ajudar a RAEM a coadunar-se com a legislação internacional, uma vez que passa a prever figuras jurídicas de “residente fiscal” e “domicílio fiscal”. O Conselho Executivo anunciou ainda a revisão do regime de troca de informações que introduz alterações como o alargamento do “âmbito de aplicação da troca de informações a pedido até às informações que se encontrem na disponibilidade de fundos de pensões e entidades gestoras de fundos da previdência central não obrigatória”.
Hoje Macau China / ÁsiaChina testou míssil supersónico em órbita, escreve Financial Times A China testou em órbita, em agosto, um míssil hipersónico com capacidade nuclear, noticiou o Financial Times, citando várias fontes com conhecimento da realização deste teste. De acordo com as fontes citadas pelo jornal, na edição de sábado, o míssil circulou a terra em órbita baixa antes de descer em direção a um alvo, que falhou. Três das fontes disseram ao jornal que o planador hipersónico foi lançado por um foguete “Long Marche”, tendo o teste sido mantido em segredo. O progresso da China em armas hipersónicas surpreendeu os serviços secretos dos EUA, segundo o artigo. O porta-voz do Pentágono, John Kirby, não comentou os detalhes do artigo, mas mostrou preocupação. “Exprimimos claramente as nossas preocupações sobre o desenvolvimento militar que a China continua a prosseguir, que aumenta as tensões na região e arredores. Esta é uma das razões pelas quais consideramos a China como o nosso desafio número um”, disse. Além de Pequim, também os Estados Unidos, a Rússia e pelo menos cinco outros países estão a trabalhar em tecnologia hipersónica. Os mísseis hipersónicos conseguem voar ultrapassando mais de cinco vezes a velocidade do som, tal como os tradicionais mísseis balísticos que podem transportar armas nucleares. Enquanto os mísseis balísticos voam alto no espaço, fazendo um arco para atingir o seu alvo, um míssil hipersónico faz uma trajetória baixa na atmosfera, podendo atingir o seu alvo mais rapidamente. Por outro lado, um míssil hipersónico é manobrável, dificultando um contra-ataque para o derrubar. O teste agora relatado ocorre no momento em que as tensões entre os EUA e a China aumentaram e Pequim intensificou as atividades militares perto de Taiwan, a democracia autónoma alinhada a Washington que a China vê como uma província à espera da reunificação.
Hoje Macau Manchete PolíticaDeputados à VII Assembleia Legislativa tomam posse este sábado A cerimónia de posse dos 33 deputados à Assembleia Legislativa (AL) de Macau vai decorrer este sábado, no culminar de um processo eleitoral marcado pela exclusão de candidatos de movimentos pró-democracia. A sétima legislatura (2021-25) da RAEM arranca com a posse dos deputados, seguida da eleição do presidente do órgão legislativo, do vice-presidente e do primeiro e do segundo secretários da Mesa da AL. A AL integra 14 deputados eleitos por sufrágio direto, 12 por sufrágio indireto e sete nomeados pelo chefe do Executivo, Ho Iat Seng. Nas eleições, realizadas em 12 de setembro, a Associação dos Cidadãos Unidos de Macau foi a lista mais votada em sufrágio direto, enquanto a lista encabeçada pelo único candidato português, José Pereira Coutinho, tornou-se na terceira força na AL, tendo eleito dois deputados. O escrutínio para o parlamento local ficou marcado por uma abstenção recorde e uma taxa de afluência de 42,38%, bem como pela exclusão de cinco listas e 21 candidatos, 15 dos quais associados ao campo pró-democracia, por não serem “fiéis à RAEM” e “não defenderem a Lei Básica da RAEM”, por deliberação da Comissão de Assuntos Eleitorais da AL. A decisão da comissão eleitoral foi validada posteriormente pelo Tribunal de Última Instância do território.
Hoje Macau Manchete SociedadeFMI reduz previsões sobre o crescimento da RAEM para 20 por cento O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em baixa as previsões para o crescimento económico de Macau em 2021, passando para 20,4 por cento, quando em Abril antecipava um crescimento de 61,2 por cento. A revisão da previsão de crescimento foi feita na quarta-feira. Em Abril, quando o FMI fez a primeira previsão para 2021, a maioria dos dados oficiais e as expectativas governamentais apontavam para um aumento gradual do turismo no território e subsequentemente para o crescimento das receitas dos casinos na capital mundial do jogo, praticamente o único motor da economia de Macau. Contudo, o turismo e os gastos em jogo parecem demorar a subir. Em Setembro, por exemplo, a indústria do jogo registou o segundo pior resultado do ano, devido ao impacto das medidas epidémicas impostas pelo Governo que se fizeram sentir de imediato, após terem sido registados cerca de uma dezena de casos no território. Macau é um dos únicos territórios no mundo que continua a apostar numa política de casos zero. Desde o início da pandemia, foram registados apenas 77 casos, sem que tivesse havido vítimas mortais. Segundo o FMI, em 2020 a economia do território caiu 56,3 por cento, depois de uma quebra do número de visitantes devido às restrições fronteiriças, que se traduziu na redução significativa das receitas do jogo: os casinos em Macau terminaram 2020 com receitas de 60,4 mil milhões de patacas, menos 79,3 por cento em relação a 2019. Redução também em 2022 Segundo o documento, as previsões para 2022 são também revistas em baixa. O FMI, de acordo com o documento divulgado na terça-feira, prevê agora que em 2022 o crescimento seja de 37,6 por cento, quando em Abril previa um crescimento substancial de 43 por cento. Ainda de acordo com o documento das Perspectivas Económicas Mundiais, em termos de desemprego, a taxa da capital mundial do jogo permanecerá baixa: 2,9 por cento este ano e no ano seguinte de 2,5 por cento. Ainda assim, o FMI estima um aumento de 0,4 pontos percentuais de desemprego este ano, quando comparado com as suas previsões em Abril. Finalmente, o organismo internacional espera uma deflação de 0,3 por cento e uma inflação de 2 por cento no ano seguinte.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Xi espera que UE assegure “independência” na relação com Pequim O Presidente da China, Xi Jinping, disse ontem à chanceler cessante da Alemanha, Angela Merkel, desejar que a União Europeia (UE) “mantenha a sua independência”, nas relações com o país asiático, durante uma conversa por telefone. “Espero que a UE mantenha a sua independência, proteja os seus próprios interesses e a unidade da comunidade internacional, e trabalhe com a China e outros países para resolver conjuntamente os problemas da paz e desenvolvimento”, frisou Xi, segundo um comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China. A mensagem é transmitida numa altura em que os Estados Unidos tentam reaproximar-se dos aliados tradicionais, como a UE, depois de as relações entre Washington e grande parte do mundo terem sido abaladas pela política isolacionista do anterior líder norte-americano Donald Trump (2017 -2021). Xi disse ainda que a “aspiração comum da China e da UE é a procura pela paz e o desenvolvimento” e que ambas as partes “estão comprometidas em manter o multilateralismo”, enquanto “apoiam a liberalização do comércio e do investimento”. Amiga Merkel No entanto, fontes diplomáticas e empresariais da Europa a operar na China têm denunciado repetidamente a desigualdade que as suas empresas enfrentam ao entrar e competir no mercado chinês. Sobre as relações com a Alemanha, o Presidente chinês elogiou a forma como Merkel se relacionou com a China, durante os 16 anos que liderou a Alemanha. “China e Alemanha colocaram em jogo a complementaridade económica dos dois países”, lê-se no comunicado, que aponta que ambos beneficiaram da relação. “Isto mostra como uma relação de tudo ou nada pode ser completamente evitada”, concluiu. A Alemanha é um dos membros da UE que mais aposta nas relações com a China, país no qual algumas das suas grandes empresas – especialmente do sector automóvel, como a Volkswagen ou a Mercedes – têm importantes interesses económicos.
Hoje Macau EventosNovo livro de Astérix foi lançado esta segunda-feira O álbum de banda desenhada “Astérix e o Grifo”, lançado esta segunda-feira, mostra os gauleses Astérix e Obélix numa viagem ao encontro dos nómadas Sármatas, anunciou o grupo editorial francês Hachette Livre. “Astérix e o grifo” é assinado pelo argumentista Jean-Yves Ferri e pelo desenhador Didier Conrad, a dupla que tem dado continuidade à série criada há mais de 60 anos por René Goscinny e Albert Uderzo. Este é o 39.º álbum de BD protagonizado pelos gauleses Astérix e Obélix e terá uma tiragem mundial de cinco milhões de exemplares, com edição simultânea em vários países. Sobre “Astérix e o Grifo”, a filha do desenhador, Sylvie Uderzo, revelou que esta é a derradeira história que o pai ainda acompanhou, nos primeiros esboços e trabalho de escrita, antes de morrer em Março de 2020. Na nova banda desenhada, Astérix e Obélix rumam a Leste no encalce do exército romano, que quer capturar um grifo por ordem do imperador Júlio César. É num território desconhecido e gelado, de paisagens brancas na Ásia Central, que os gauleses encontram os Sármatas, povo da antiguidade que é considerado antepassado dos Eslavos. Além da galeria habitual de personagens, a narrativa conta ainda com um geógrafo romano que tem de partir com a expedição militar, e a quem os autores da BD emprestaram a fisionomia do escritor francês Michel Houellebecq. Abordagem ecológica Na apresentação do álbum à imprensa, em Vanves, região de Paris, o argumentista Jean-Yves Ferri explicou que “Astérix e o Grifo” tem ainda uma abordagem sobre ecologia. “Os romanos representam um pouco a atitude, digamos, ocidental em relação à natureza e à maneira como se servem dela, enquanto os Sármatas são apresentados como respeitadores do ambiente, em particular dos animais. Os gauleses estão ali no meio, entre ambos”, afirmou Ferri. Além de Astérix e Obélix, entre as personagens que povoam o imaginário criado por Uderzo e Goscinny, contam-se ainda o druida Panoramix, o bardo Cacofonix e o pequeno cão Ideafix, entre muitas outras. O irredutível guerreiro gaulês apareceu pela primeira vez em Portugal, nas páginas da revista Foguetão, no dia 4 de Maio de 1961. A primeira edição portuguesa de um álbum de Astérix data de 1967, e foi “Astérix, o Gaulês”.
Hoje Macau Manchete Sociedade“Kompasu” | Sinal 8 de tempestade tropical içado às 22h30 Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) vão içar o sinal 8 de tempestade tropical às 22h30, uma vez que o ciclone tropical “Kompasu” vai cruzar o ponto mais próximo da região, a cerca de 400 quilómetros de Macau, entre esta madrugada e o início da manhã desta quarta-feira. Esta noite o tempo deverá ser “instável com aguaceiros fortes frequentes acompanhados de trovoadas”, apontam os SMG. Entre as 21h e as 5h devem ocorrer inundações nas zonas baixas da cidade, com o nível de altura da água a não ir além dos 0,5 metros.
Hoje Macau China / ÁsiaEvergrande volta a falhar pagamento de juros sobre títulos de dívida Detentores de dívida da construtora chinesa Evergrande disseram hoje não ter recebido o pagamento de juros sobre três títulos emitidos em dólares, numa altura em que a dívida corporativa chinesa negoceia aos preços mais altos numa década. A construtora mais endividada do mundo deveria ter feito o pagamento de juros, num valor total de 148 milhões de dólares, até ao meio-dia de terça-feira em Hong Kong. Os investidores disseram não terem recebido o dinheiro, de acordo com duas pessoas familiarizadas com o assunto, citadas pelo jornal Financial Times. Os títulos foram negociados pela última vez entre 21 e 22 cêntimos por cada dólar. No mês passado, a Evergrande falhou um pagamento crucial de 83,5 milhões de dólares de juros, sobre um título que vence no próximo ano. A falha desencadeou um período de carência de 30 dias, antes de a empresa entrar formalmente em incumprimento. A empresa já perdeu pelo menos cinco pagamentos de juros de títulos. A crise de liquidez da Evergrande suscitou dúvidas sobre a saúde financeira do setor imobiliário chinês, à medida que as vendas diminuem e Pequim pressiona as construtoras a reduzirem os níveis de dívida. O mercado de títulos de dívida com altas taxas de juros da Ásia, no qual as construtoras chinesas estão entre os maiores emissores, após décadas de rápida urbanização no país, foi agitado por vendas em pânico, nos últimos dias, que empurrou as taxas para os valores mais altos numa década. A Sinic Holdings, outra construtora chinesa, disse na noite de segunda-feira que “provavelmente” vai entrar em incumprimento, porque “não tem recursos financeiros” suficientes. As obrigações estão a ser negociados a cerca de 25 cêntimos por cada dólar. A construtora Fantasia, que foi fundada por uma sobrinha do ex-vice-presidente chinês Zeng Qinghong, falhou também o pagamento de juros sobre um título de 206 milhões de dólares. O sentimento em relação aos títulos da Evergrande piorou consideravelmente em julho, após uma série de incidentes que incluíram o congelamento dos seus depósitos num banco chinês e a suspensão da venda de alguns projetos. A venda de novas casas e terrenos no setor imobiliário da China representa cerca de um quarto da economia do país.
Hoje Macau Manchete Sociedade“Kompasu” | Governo pede que não haja corrida aos supermercados Depois de uma corrida aos supermercados verificada nas últimas horas, devido à chegada do ciclone tropical “Kompasu”, a Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) e o Conselho de Consumidores (CC) garantem que a quantidade de bens alimentares disponível para venda é suficiente. Segundo uma nota de imprensa, os fornecedores e comerciantes já foram contactados pelas autoridades para que assegurem “o fornecimento estável dos bens de primeira necessidade”. As autoridades afirmam que “o stock de bens de primeira necessidade em Macau é suficiente”, sendo que as mercadorias têm chegado ao território “constantemente”. Neste sentido, é feito um apelo aos residentes para que “não comprem em excesso nem façam uma corrida às compras”. Até este mês chegaram a Macau 1,47 milhões de quilos de arroz e 920 mil litros de óleo alimentar, “uma quantidade suficiente para o consumo de cerca de um mês”.
Hoje Macau Sociedade“Kompasu” | Sinal 8 emitido entre as 20h e as 23h de hoje Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) prevêem içar o sinal 8 de tempestade tropical entre as 20h e as 23h de hoje. Segundo uma nota divulgada esta tarde, o ciclone tropical deverá continuar a intensificar-se, atravessando a parte setentrional do Mar do Sul da China. Durante a madrugada de hoje e o início da manhã desta quarta-feira “o sistema vai cruzar o ponto mais próximo da região, a cerca de 400 quilómetros a sul de Macau”, deslocando-se depois “genericamente” para a Ilha de Hainan. Esta noite o tempo deverá ser instável, com aguaceiros fortes e frequentes, acompanhados de trovoadas. O vento deverá intensificar-se gradualmente. Entre as 21h e as 3h de amanhã deverão ocorrer inundações nas zonas baixas do Porto Interior, com uma altura do nível de água inferior a 0,5 metros. Tendo em conta a ocorrência destas inundações, a Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) e o Centro de Produtividade e Transferência de Tecnologia de Macau (CPTTM) deslocaram-se hoje às zonas baixas da cidade para lembrar os comerciantes de que devem adoptar medidas preventivas.
Hoje Macau China / ÁsiaCiclone “Kompasu” deixa nove mortos e 11 desaparecidos nas Filipinas Pelo menos nove pessoas morreram e 11 foram dadas como desaparecidas nas Filipinas, após a passagem do ciclone tropical severo Kompasu, que provocou inundações e aluimentos de terra, anunciaram hoje as autoridades. As fortes chuvas provocadas pela tempestade tropical fustigaram a ilha mais populosa do arquipélago, Luzon. Quatro pessoas morreram em aluimentos de terras na província montanhosa de Benguet e uma pessoa afogou-se na província costeira de Cagayan, disse a agência de gestão de catástrofes filipina. Sete pessoas foram dadas como desaparecidas na ilha de Luzon. “Onze municípios foram inundados mas a situação acalmou esta manhã”, disse Rogelio Sending, responsável pelas comunicações para a província de Cagayan, à agência France-Presse (AFP). As principais estradas e pontes ainda estão inundadas, acrescentou, embora as águas tenham começado a regredir. A tempestade tropical provocou uma inundação repentina numa aldeia na província de Palawan, uma ilha no sudoeste do arquipélago, fazendo quatro mortos. Quatro pessoas estão desaparecidas nesta ilha. Todos os anos, cerca de 20 tempestades atingem as Filipinas, um arquipélago composto por mais de 7.600 ilhas, devastando culturas e infra-estruturas, o que contribui para manter milhões de pessoas em situação de pobreza.
Hoje Macau China / ÁsiaCharles Michel e Xi Jinping realizam videoconferência esta semana O presidente da China, Xi Jinping, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, vão ter uma conversa por telefone na sexta-feira, avançou hoje o jornal de Hong Kong South China Morning Post. A teleconferência, que decorre por volta das 10:30 no horário de Bruxelas, será a primeira ocasião em que os dois líderes falam diretamente, desde o final do ano passado. Xi falou em várias ocasiões com líderes de países europeus, como a chanceler cessante da Alemanha, Angela Merkel, e o Presidente francês, Emmanuel Macron. Fontes citadas pelo South China Morning Post asseguram que a China estava relutante em retomar as negociações oficiais, após a deterioração nas relações entre Pequim e a União Europeia, mas que um “esforço coletivo” foi realizado em Bruxelas para consertar os laços. Em março, a UE impôs as suas primeiras sanções ao país asiático – especificamente a quatro altos funcionários e uma entidade – desde o massacre da Praça de Tiananmen, em 1989, como resultado das “graves violações dos direitos humanos” contra minorias de origem muçulmana na região de Xinjiang, no noroeste da China. Pequim respondeu com medidas semelhantes contra eurodeputados, políticos, investigadores e entidades europeias que criticam o país asiático. O Parlamento Europeu congelou em maio o processo de ratificação do acordo de investimento alcançado entre a UE e a China, em dezembro do ano passado, após sete anos de negociações, com uma resolução aprovada por ampla maioria.
Hoje Macau SociedadeCovid-19 | Confirmado novo caso de recaída oriundo do exterior Um residente, que foi diagnosticado com covid-19 fora de Macau, voltou a testar positivo, tendo sido classificado esta segunda-feira pelas autoridades como um caso confirmado de recaída do exterior. À chegada ao território, o homem fez um teste de zaragatoa com um resultado “fraco positivo”, tendo feito depois um teste sorológico, com resultados de anticorpos IgM e IgG positivos. Segundo uma nota de imprensa, trata-se de um homem de 20 anos que foi diagnosticado com covid-19 nos EUA dia 28 de Agosto, não estando vacinado. No dia 8 de Outubro, o residente efectuou nos EUA um teste de ácido nucleico com resultado negativo. No dia seguinte viajou desde Detroit até São Francisco, tendo feito novo voo para Singapura. Esta segunda-feira o homem viajou de Singapura para Macau. O residente encontra-se internado no Centro Clínico de Saúde Pública do Alto de Coloane, estando neste momento sem sintomas. As autoridades não consideram este caso de infecção como sendo importado.
Hoje Macau Sociedade“Kompasu” | Probabilidade “alta” de ser içado sinal 8 já esta noite Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) deverão içar esta noite e durante a madrugada desta quarta-feira o sinal 8 de tempestade tropical, a propósito da passagem pelo território do ciclone tropical “Kompasu”. De momento o sinal 3 continua em vigor, sendo que o vento se deverá intensificar nas próximas horas. Por volta das 14h o ciclone tropical encontrava-se a cerca de 550 quilómetros a sueste de Macau, com direcção à ilha de Hainan. Segundo as previsões dos SMG, a partir da noite de hoje “o tempo na região tornar-se-á instável havendo, frequentemente, aguaceiros fortes acompanhados de trovoadas”. Entre as 21h e 3h poderão ocorrer inundações nas zonas baixas do Porto Interior, com uma altura do nível das águas inferior a 0,5 metros.
Hoje Macau SociedadeAMC | Acordo com banca procura evitar crédito malparado A Autoridade Monetária de Macau (AMCM) anunciou ontem ter coordenado com o sector bancário medidas para agilizar os apoios financeiros às PME anunciados pelo Governo. Para aliviar a pressão financeira em relação ao reembolso de empréstimos, “a AMCM suporta a adopção pelos bancos, de medidas de concessão de benefícios às PMEs, nomeadamente o ‘pagamento apenas de juros, sem amortização do capital’, no pressuposto de os riscos serem controláveis”. Assim sendo, é afirmado que os bancos podem também estender, “de forma adequada”, o período de reembolso de empréstimos para as empresas em dificuldades. Para evitar situações de incumprimentos, a AMCM esclarecer que não será considerado empréstimo vencido, ou situação de crédito malparados, a falta de reembolso do capital emprestado. Para aceder a este programa, as PME podem candidatar-se nos bancos de Macau. Outra medida que visa reduzir encargos operacionais foi com acordo que estabelece que PME em dificuldade que usem os serviços da Simple Pay podem beneficiar de “redução ou abatimento da taxa de transação” quando usado este meio de pagamento electrónico. As “PME que tenham realizado a actualização dos aparelhos existentes para o “Simple Pay”, por um período de seis meses, ficando dispensadas da necessidade de apresentar qualquer pedido”.