Hoje Macau PolíticaFórum Macau | Ho Iat Seng quer mais cooperação com PLP O Chefe do Executivo espera uma maior contribuição do Fórum de Macau para “os contactos económicos e comerciais não governamentais entre a China e os países lusófonos”. A declaração foi proferida num encontro, que decorreu na quinta-feira, entre Ho Iat Seng e o novo secretário-geral do Secretariado Permanente do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau), Ji Xianzheng. O líder de Macau indicou ser possível verificar que, desde a criação há 18 anos do Fórum, “através do volume de negócios” entre a China e os países de língua portuguesa, o território “tem desempenhado, em pleno, o papel de plataforma”, salientando esperar que “o Secretariado venha a contribuir ainda mais para os contactos económicos e comerciais não governamentais entre a China e os países lusófonos”, consta num comunicado. “O governo irá continuar a apoiar totalmente o Fórum”, prometeu Ho, sublinhando que, no futuro, irá empenhar-se “no desenvolvimento da diversificação económica”. Ainda de acordo com Ho, a pandemia da covid-19 permitiu ao governo “perceber, claramente, que Macau dependia demasiado do sector de turismo e entretenimento” e que agora a RAEM tem um espaço “alargado” para diversificar no âmbito do “Projecto Geral de Construção da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”. O secretário-geral do Fórum, em funções desde 10 de Janeiro, afirmou que a organização continua empenhada em apoiar “as várias partes participantes na recuperação estável da economia”, em promover a cooperação económica e comercial entre a China e os países lusófonos “para um novo patamar”, e em “contribuir ainda mais para a diversificação económica adequada de Macau”.
Hoje Macau InternacionalUcrânia | China considera que Rússia tem “preocupações razoáveis” A China disse ontem compreender as “preocupações razoáveis” de Moscovo em relação à Ucrânia, que os Estados Unidos receiam que seja alvo de um eventual ataque russo em meados de Fevereiro. O Ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, falou ontem por telefone com o seu homólogo norte-americano, Antony Blinken, sobre a Ucrânia. O país asiático absteve-se, até à data, de tomar explicitamente partido na crise entre a Rússia e o Ocidente, que acusa Moscovo de ter reunido 100.000 soldados junto à fronteira com a Ucrânia. “As preocupações razoáveis de segurança da Rússia devem ser levadas a sério e abordadas”, disse Wang a Blinken, segundo um comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. A posição de Wang surge um dia após a rejeição formal por parte dos Estados Unidos e da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) do principal pedido de Moscovo: recusar a adesão da Ucrânia à Aliança Atlântica. O chefe da diplomacia chinesa argumentou que a “segurança regional não pode ser garantida pelo fortalecimento ou expansão de blocos militares”. “Pedimos calma a todas as partes, que se abstenham de aumentar as tensões e de escalar a crise”, afirmou Wang, ecoando a posição de Moscovo, que acusou o Ocidente de “histeria” em relação à Ucrânia e negou quaisquer planos para invadir o país. Travão olímpico De acordo com o comunicado do Departamento de Estado norte-americano, Blinken sublinhou ao homólogo chinês os “riscos globais de segurança e económicos apresentados por uma nova agressão russa contra a Ucrânia”. Washington continua convencido do risco de um ataque russo contra Kiev. “Tudo indica” que Putin “vai usar a força militar em qualquer altura, talvez entre agora e meados de Fevereiro”, disse a vice-secretária de Estado dos EUA, Wendy Sherman, na quarta-feira. Destacou que a abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, em 4 de Fevereiro, pode influenciar o “calendário” russo, para evitar ofender o Presidente chinês, Xi Jinping, durante este evento importante para a China. Na segunda-feira, Pequim descartou informações da imprensa norte-americana que afirmaram que Xi pediu a Putin para não invadir a Ucrânia durante os Jogos Olímpicos. Durante a sua reunião com Blinken, Wang Yi também pediu a Washington que pare de “perturbar” os Jogos de Inverno. Os países ocidentais acusam a Rússia de pretender invadir novamente o país vizinho, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia, em 2014, e de patrocinar, desde então, um conflito em Donbass, no leste da Ucrânia. A Rússia nega quaisquer planos para uma invasão, mas associa uma diminuição da tensão a tratados que garantam que a NATO não se expandirá para países do antigo bloco soviético.
Hoje Macau h | Artes, Letras e IdeiasXunzi 荀子 – Elementos de ética, visões do Caminho O Caminho da Liderança, Parte XI Um líder de homens que não tiver favoritos, nem membros fiáveis do seu círculo interior, chama-se “entrevado”. Se não tiver primeiro-ministro, conselheiros ou assistentes que possam receber responsabilidades, a isso se chama “solidão”. Se aqueles que enviou como emissários aos senhores feudais nas fronteiras dos quatro lados do estado não forem as pessoas certas, a isso se chama ser “abandonado”. Se estiver abandonado, solitário e nas trevas é conhecido como aquele que “está em perigo”. Mesmo que o seu estado ainda subsista, os antigos lhe chamariam “perecido”. As Odes dizem: “Quão incrivelmente refinados e numerosos eram os homens bem-criados! O Rei Wen os usou para conseguir a paz”. Isto exprime o que quero dizer. Da classificação das pessoas segundo aquilo de que são feitas: serem conscienciosas, honestas, contidas e arduamente trabalhadoras, meticulosas no cálculo e poupadas, nunca ousando perder ou desperdiçar nada – disto deve ser feito um oficial, escriba ou funcionário. Ser cultivado, cuidadoso, probo e correcto, exaltando o modelo apropriado e respeitando a posição que lhe for atribuída, livre de qualquer tendência para o coração se transviar; alguém que vela pelas suas responsabilidades e cumpre as tarefas que lhe são dadas, nunca se atrevendo a elas acrescentar ou subtrair; alguém a quem pode ser dado o trabalho da geração anterior, mas que não pode ser forçado a abusar ou apoderar-se daquilo que não compete ao seu cargo – disto deve ser feito um homem bem-criado, um grande ministro ou um supervisor de oficiais. Compreender que o modo de venerar o seu senhor é pela exaltação do ritual e de yi [justiça]; compreender que o modo de obter uma boa reputação é apreciar homens bem-criados; compreender que o modo de conseguir a paz para o estado é cuidar do povo comum; compreender que o modo de unificar os seus costumes é através [da implementação] de um modelo constante; compreender que a forma de desenvolver as realizações é pela elevação dos meritórios e emprego dos capazes; compreender que o modo de aumentar os recursos é trabalhando nas tarefas fundamentais e proibindo as diligências insignificantes; compreender que o modo de conseguir ser expediente é evitar disputas com subordinados sobre pequenas questões de lucro; compreender que o modo de evitar que as coisas se atrasem é através de regras e medidas claras e pela aferição de que as coisas correspondem aos usos a que se destinam – disto deve ser feito um primeiro-ministro, conselheiro ou assistente. Contudo, isto ainda não constitui o caminho da liderança. Ser capaz de ajuizar a qualidade das pessoas destes três tipos, sendo depois capaz de as colocar em cargos oficiais, sem cometer erros nas respectivas patentes – esse é o caminho do líder. Se assim for, ele próprio estará tranquilo e o seu estado será bem ordenado. Os seus feitos serão grandes e boa a sua reputação. No máximo, poderá tornar-se um verdadeiro rei e, no mínimo, será um tirano. Este é o ponto crucial pelo qual o líder dos homens deve velar. Se o líder dos homens não for capaz de ajuizar a qualidade daqueles três tipos de pessoas e se não tiver por seu caminho aquele que acabamos de descrever, acabará simplesmente por desqualificar a sua autoridade ao mesmo tempo que se exaure em esforço. Deixando de lado prazeres dos olhos e ouvidos, passará os dias a tratar pessoalmente de ordenar matérias de grande detalhe. Consumirá a totalidade de cada dia na distinção exaustiva das coisas enquanto delibera sobre como discutir coisas menores com os seus ministros e subordinados e sobre como demonstrar capacidades especializadas. Desde tempos antigos até ao presente nunca houve uma situação assim que não resultasse em caos. É aquilo a que se chama “inspecionar aquilo para que não se deve olhar, escutar aquilo que não se deve ouvir e almejar aquilo que não é para ser obtido”. Isto exprime aquilo que quero dizer. Xunzi (荀子, Mestre Xun; de seu nome Xun Kuang, 荀況) viveu no século III Antes da Era Comum (circa 310 ACE – 238 ACE). Filósofo confucionista, é considerado, a par do próprio Confúcio e Mencius, como o terceiro expoente mais importante daquela corrente fundadora do pensamento e ética chineses. Todavia, como vários autores assinalam, Xunzi só muito recentemente obteve o devido reconhecimento no contexto do pensamento chinês, o que talvez se deva à sua rejeição da perspectiva de Mencius relativamente aos ensinamentos e doutrina de Mestre Kong. A versão agora apresentada baseia-se na tradução de Eric L. Hutton publicada pela Princeton University Press em 2016.
Hoje Macau DesportoAutomobilismo | Delfim Mendonça Choi vai “saltar” para outras corridas Delfim Mendonça Choi tem construído a carreira no automobilismo na categoria “1950cc e Acima”, também conhecida no meio automobilístico local por “Road Sport”. Contudo, o futuro desta categoria terá os dias contados e o piloto macaense já definiu o que vai fazer a seguir No 68.º Grande Prémio de Macau, Delfim, que alinhou na Taça Challenge Macau aos comandos de um Mitsubishi EVO 9, esteve envolvido numa animada luta pelos lugares do pódio ao longo de toda a prova, subindo a terceiro a meio da corrida, antes de passar Chan Chi Ha na última volta para terminar em segundo. Este resultado foi o cumprir de um sonho, pois subir ao pódio numa das corridas do Grande Prémio de Macau tem sempre um significado especial para os representantes das gentes da terra. “Fiquei feliz com o resultado do Grande Prémio, pois o meu novo carro não tinha tanta potência quanta a dos outros carros de outras equipas”, afirmou ao HM o piloto que se estreou no Circuito da Guia em 2017, não deixando de acrescentar que “esta categoria já tem 10 anos e nós queremos ter carros novos para mostrar aos espectadores daqui e de fora de Macau”. Existe a discussão nos bastidores se estes carros da categoria Road Sport – habitualmente construídos localmente com preparações extremas – deverão ou não ser abolidos este ano ou na próxima época, ao que Delfim responde “o melhor é trocá-los já este ano”. O piloto da SLM Racing Team explica o seu ponto de vista com base no facto “que em todo o mundo a categoria Road Sport só existe em Macau”, por isso mais vale retirar estas viaturas de circulação, apostando em novas categorias do automobilismo para as competições locais; “na minha opinião, em carros das classes TCR ou GT4”. Ano Novo, Carro Novo Delfim não esconde que este ano o objectivo é dar o passo para as corridas de GT e para isso “a minha equipa está a planear a troca para um carro da categoria GT4”. Quanto à viatura a escolher, essa ainda é uma interrogação: “Ainda estamos a ver, talvez um Audi, um BMW ou um Mercedes-AMG. Ainda não decidimos qual deles é o melhor.” E quanto ao Mitsubishi do ano passado? “Vamos tentar alugá-lo ou então vendê-lo”. Fazer planos quanto à próxima temporada é um exercício complicado para qualquer piloto da RAEM, visto que paira sobre os calendários de todos os campeonatos o fantasma da pandemia. “Depois do Grande Prémio de Macau (do ano passado), tínhamos decidido ir a fazer uma corrida a Xangai, mas depois apareceram mais casos de Covid-19 e acabamos por não ir”, relembrou. No entanto, para além do Grande Prémio, Delfim espera acumular quilómetros fora de portas. “Vamos a ver se haverá outras corridas e se a pandemia permite. Espero que corra tudo bem”, desabafa o piloto.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Especialista alerta que seria catastrófico se a China abrisse as fronteiras O epidemiologista chinês Zeng Guang alertou ontem que “seria uma catástrofe”, caso a China levantasse ou relaxasse as restrições impostas à entrada no país asiático, devido à pandemia da covid-19. As declarações de Zeng surgem após o apelo da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que os países levantem ou aliviem as restrições de viagem. A OMS assegurou que, dadas as variadas respostas globais ao aparecimento da variante Ómicron da covid-19, as restrições já não são eficazes para suprimir a propagação internacional da pandemia. A China mantém uma política de “zero casos”, que envolve a imposição de restrições nas entradas no país, com quarentenas de até três semanas, e testes em massa e medidas de confinamento selectivas quando um surto é detectado. O país mantém as fronteiras encerradas desde Março de 2020. Para Zeng, ex-chefe do Centro Chinês de Controlo e Prevenção de Doenças, a perspetiva da OMS “reflecte, em certa medida, as opiniões de académicos ocidentais” e “não leva em consideração a eficácia dos programas de prevenção lançados em outros países de acordo com as suas características”. As autoridades chinesas também suspenderam voos oriundos do exterior por semanas quando são detectados casos do novo coronavírus entre os passageiros que viajam para o país. Os preços dos voos custam 10 vezes mais do que custavam antes da pandemia. O epidemiologista acrescentou que as medidas adoptadas na China “revelaram-se eficazes” e que, dadas as circunstâncias, é “inadequado relaxar ou levantar as restrições”. “Isso teria consequências catastróficas”, disse o especialista. Zeng apontou que os países ocidentais que agora estão a levantar as restrições são “obrigados a fazê-lo” devido às suas “dificuldades sociais e económicas internas” e que as suas decisões não se baseiam num “julgamento científico sobre a saúde pública”. Vacinas e imunidade “Se a pandemia piorar dentro e fora da China, a China terá que tomar precauções extremas, não relaxar”, disse o especialista, que assegurou que a imunidade de grupo “ainda não foi totalmente alcançada”. Mais de 86 por cento da população chinesa já recebeu duas doses das vacinas que o país administra contra a covid-19, segundo dados oficiais divulgados em meados de Janeiro pela Comissão Nacional de Saúde do país. Alguns especialistas apontaram a menor eficácia das vacinas chinesas, ou a ausência de imunidade de grupo devido ao baixo número de infecções. Este cenário poderia levar a um colapso do sistema de saúde se os casos aumentassem. A China anunciou ontem a detecção de 63 novos casos de infeção por SARS-CoV-2 nas últimas 24 horas, 25 dos quais por contágio local. O número total de pacientes activos na China continental é de 2.361, entre os quais sete em estado grave. Desde o início da pandemia, 105.811 pessoas foram infectadas no país e 4.636 morreram.
Hoje Macau SociedadeNúmero de junkets caiu para quase metade num ano O número de licenças de promotores de jogo em Macau passou para cerca de metade no espaço de um ano, de acordo com os dados divulgados ontem pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). Para este ano, foram licenciados 46 junkets, quando no ano passado tinham sido 85 os promotores de jogo licenciados. Os números apresentados ontem, mostram uma redução de 39 empresas, ou 45,9 por cento. Contudo, este dado é mais significativo quando a comparação é feita com 2013, altura em que se viviam os anos dourados das receitas de jogo. Nesse ano, a DICJ tinha licenciado 235 empresas ou empresários individuais para desempenharem funções de promoção de jogo. A indústria do jogo VIP sofreu um duro golpe em Novembro do ano passado, após a queda do maior angariador de apostas VIP do mundo, a empresa Suncity. As autoridades de Macau, decretaram a prisão preventiva ao director executivo do grupo, Alvin Chau, dias depois de o empresário ter sido acusado no Interior de liderar uma vasta rede que captava apostadores para salas de jogo e casas de aposta ‘online’ a operar além-fronteiras. De seguida, a Suncity anunciou o fim das suas operações relacionadas com os ‘junkets’, já depois de em 30 de Novembro ter encerrado as suas salas de jogo VIP em Macau, sendo que o grupo estava presente em mais de 40 por cento dos casinos do território. Indícios criminosos Segundo o Ministério Público, a detenção foi feita depois de se ter verificado a existência de indícios suficientes da prática dos crimes de participação em associação criminosa, chefia de uma associação criminosa, branqueamento de capitais e de exploração ilícita do jogo. A somar a todas dificuldades vividas pelos ‘junkets’, o Governo anunciou que para os próximos cinco anos quer aumentar a proporção do jogo de massas nos casinos do território. Por fim, na proposta de revisão da lei do jogo, aprovada já na generalidade na Assembleia Legislativa, estabelece-se ainda que “cada promotor de jogo só pode exercer a actividade de promoção de jogos em uma concessionária”.
Hoje Macau China / Ásia MancheteHong Kong pode ficar em confinamento até 2024, prevê Câmara Europeia de Comércio A Câmara Europeia de Comércio em Hong Kong considera que a abordagem das autoridades locais à pandemia de covid-19 pode manter o território isolado até 2024 e potenciar uma saída em massa dos expatriados. De acordo com a agência de informação financeira Bloomberg, que cita a versão preliminar de um relatório, Hong Kong, que tem as mesmas políticas de isolamento sanitário que Macau, deverá esperar que a China desenvolva uma vacina e imunize os seus 1,4 mil milhões de habitantes antes de abandonar as medidas restritivas em vigor. A reabertura pode acontecer no próximo ano ou no princípio de 2024, segundo o documento, que aponta que as empresas devem preparar-se para Hong Kong continuar “semifechado” às viagens internacionais. “Antecipamos uma saída de estrangeiros, provavelmente a maior que Hong Kong alguma vez viu, e uma das maiores, em termos absolutos, de qualquer cidade na região” na história recente, lê-se no relatório interno citado pela Bloomberg. De acordo com a Câmara, isso tornaria Hong Kong menos diversa e menos apelativa para as empresas internacionais, o que acabaria por limitar o contributo para o crescimento da economia chinesa, que recomenda que as multinacionais se preparem para ter escritórios regionais noutras cidades asiáticas em vez de na antiga colónia britânica. O aviso dos empresários europeus surge numa altura em que Hong Kong está a impor medidas de quase confinamento e com restrições de voos provenientes de oito locais, incluindo os Estados Unidos e o Reino Unido, para conter a propagação da variante Ómicron. O território tem uma tolerância zero para os casos de covid-19, mesmo quando o número é baixo em relação aos padrões globais, e divergindo face ao ajustamento que o resto do mundo tem feito para viver com o vírus com um elevado nível de vacinação da população. Hong Kong, por exemplo, obriga a que os viajantes fiquem 21 dias em quarentena ao chegar ao território, o que dificulta a entrada dos executivos na cidade e torna mais difícil a contratação dos melhores profissionais, segundo a Bloomberg. O relatório, que explora vários cenários, foi criado para ajudar as empresas internacionais a prepararem-se para o futuro em Hong Kong, já que, como as restrições às viagens deverão durar pelo menos um a três anos, os negócios precisam de decidir como manter os talentos e os trabalhadores mais talentosos.
Hoje Macau SociedadePorto Exterior | Au Kam San e Ng Kuok Cheong querem desenvolvimento de zona comercial A associação Iniciativa de Desenvolvimento Comunitária, fundada pelos ex-deputados Au Kam San e Ng Kuok Cheong, entregou ontem uma carta ao Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, onde pede o desenvolvimento da zona comercial central, que segundo o projecto do Plano Director, irá ficar situada no Porto Exterior. Na carta, a associação entende que o desenvolvimento desta zona irá destacar o caminho que deve ser seguido pela economia do território, mas alerta para o facto de o Governo ainda não ter tomado decisões sobre a concretização deste projecto, o que pode atrasar os planos de desenvolvimento económico apresentados pelo Chefe do Executivo em 2020. Estes planos prevêem a atracção de empresas, tendo Ho Iat Seng referido que faltam edifícios de escritórios, pelo que se prevê a delimitação de uma zona comercial central para este fim. A associação lamenta que tenham passado dois anos sem que o Governo tenha definido um calendário para este projecto, sendo que a sua concepção e trabalhos no terreno ainda podem demorar vários anos. Segundo o Plano Director, pretende-se também, na zona do Porto Exterior, “aproveitar as características da extensa linha costeira de Macau, no sentido de proporcionar ao público uma zona de lazer com qualidade e boas condições”.
Hoje Macau VozesO desenvolvimento da China fortalece os países de língua portuguesa Por Rui Lourido A China tem-se revelado um parceiro comercial da maior importância para os oito Países de Língua Portuguesa (PLP). Estas nações têm uma enorme diversidade geográfica, uns são continentais, outros são arquipélagos e estão dispersos por todos os continentes: na África estão cinco – Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe; na Ásia está Timor-Leste; na América está o imenso Brasil; e na Europa está Portugal. Contudo, todos têm uma característica comum com a China, o facto de terem o oceano a uni-los e, nos últimos anos, todos têm vindo a celebrar acordos económicos significativos com este país. Estas características são importantes para os PLP explorarem, a seu favor, as respectivas participações na iniciativa chinesa “Uma Faixa, Uma Rota”. Os PLP usufruem de vantagens concorrenciais, se beneficiando de um melhor acesso a financiamento, crédito e facilidades económicas da China, pelo facto de terem estreitas relações com a cidade chinesa de Macau (de origem portuguesa). Desde o regresso de Macau à China (criação da RAEM em Dezembro de 1999) que o governo central do país tem vindo a promover o desenvolvimento da região, nomeadamente, com a criação, em 2003, do Fórum para a Cooperação Económica e o Comércio entre a China e os Países de Língua Portuguesa, mais conhecido por Fórum Macau. A importância do Fórum Macau foi expressamente destacada pelo presidente chinês, Xi Jinping, e pelo primeiro-ministro, Li Keqiang, nas duas reuniões realizadas com o Governo da RAEM, em Pequim, no passado dia 21 de Dezembro. Para além da integração de Macau no projecto da Grande Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau (iniciativa que agrega 11 cidades, onde se incluem Macau e Hong Kong), o Governo central reforçou o apoio a Macau com o projecto da “Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”, iniciativa que pretende promover a diversificação e sustentabilidade das actividades económicas de Macau, para “contribuir para o novo avanço da integração de Macau no desenvolvimento” da parte continental da China. Tendo Xi Jinping referido que “a pátria é sempre o forte apoio para a manutenção da estabilidade e da prosperidade de Macau a longo prazo. Deste modo, o Governo Central vai continuar a cumprir firme e escrupulosamente o princípio de Um País, Dois Sistemas’ e apoiar plenamente a diversificação adequada da economia” de Macau. As trocas comerciais entre a China e os Países de Língua Portuguesa foram de US$167,565 mil milhões, entre Janeiro e Outubro de 2021, um aumento homólogo de 40,92%. As importações Chinesas dos Países de Língua Portuguesa foram de US$115,431 mil milhões, um aumento homólogo de 35,12%, sendo as exportações da China para os Países de Língua Portuguesa de US$52,134 mil milhões, correspondendo a 55,69% de aumento homólogo1. Podemos constatar que a balança comercial é, globalmente, muito favorável aos PLP, com um superavit de 63,297 mil milhões. Os valores das trocas comerciais da China com os PLP colocam o Brasil em primeiro lugar, seguido de Angola, Portugal, Moçambique e com valores bem inferiores Timor-Leste, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Desde 2009 que o Brasil tem feito da China o seu principal parceiro comercial, quer ao nível das exportações, quer das importações, substituindo cerca de um século de primazia dos EUA. A imensidão continental do Brasil justifica que ocupe, isolado, o primeiro lugar nas trocas comerciais dos PLP com a China. Só as trocas do Brasil, entre Janeiro e Outubro de 2021, totalizam US$138,005 mil milhões, sendo a balança comercial favorável ao Brasil em US$51,774 mil milhões. Algumas previsões internacionais, nomeadamente do FMI, assinalam as potencialidades económicas do Brasil que, ao recuperar da grave crise pandémica, poderá ascender da actual situação de 12.ª maior economia do mundo, em termos de PIB, em 2020, para a 7.ª e mesmo, a médio prazo, para a 4.ª economia do mundo. Não é assim de estranhar que o Brasil tenha sido escolhido para integrar a plataforma de relacionamento internacional com a China – os Brics, que partilha com a Índia, a Rússia e a África do Sul. O relacionamento da China com os Países Africanos de Língua Portuguesa acompanha o sucesso da China na África, o qual pode ser explicado com base em três principais razões: a China não é um novo parceiro, desde muito cedo que apoiou a independência dos países africanos do colonialismo europeu; a China não impõe a sua visão ou modelo político, como condição para apoiar o desenvolvimento dos países africanos, ao contrário dos governos dos EUA e da Europa; por fim, e não menos importante, os investimentos da China respondem às necessidades estruturais dos países que pedem esse apoio, investindo, nomeadamente, em infraestruturas essenciais ao desenvolvimento autónomo desses países. O comércio entre a China e a África atingiu US$167,8 mil milhões nos primeiros 11 meses de 2020, sendo Angola o terceiro maior parceiro comercial da China no continente africano. Desde 2012 que a União Europeia deixou de ser o principal parceiro de África. A China é um dos mais importantes parceiros comerciais deste continente tendo, em 2009, ultrapassado os EUA e é o principal parceiro comercial da África do Sul (absorve 2/3 do capital chinês investido na África). Apesar da pressão contra e ilegítima do governo dos EUA, Portugal e os Países de Língua Portuguesa integraram a Iniciativa Chinesa “Uma Faixa, Uma Rota”, o maior projecto mundial de comunicação intercontinental, de adesão voluntária e baseado no interesse comum dos países participantes. Durante a visita de Xi Jinping a Portugal, em Dezembro de 2018, foram assinados 17 protocolos, entre os quais podemos destacar: a abertura de portos portugueses ao transporte marítimo chinês para a Europa e para a África; a abertura às novas tecnologias e ao apoio a centros de investigação científica dedicados ao Espaço e aos Oceanos. Dando continuidade aos compromissos assumidos, Portugal foi o primeiro país da União Europeia a emitir obrigações do tesouro em Renminbi (Panda Bonds, em maio de 2019, cuja emissão foi um sucesso). É nossa firme convicção, ser do interesse estratégico da Europa, de Portugal e de todos os países de língua portuguesa, reforçarem as respectivas Parcerias Estratégicas com a China (sem esquecer a Rússia e a Índia e, naturalmente, sem hostilizar a América). É neste contexto que a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” se transformou num importante e consistente projecto para promover um mundo pacífico, através de uma rede de comércio ligando o Oriente e o Ocidente. Portugal e a Europa devem rejeitar hostilizar a China, recusando o espírito de guerra fria ou de cruzada de nós (os “bons”, os “democratas” do Ocidente) contra os outros (os “maus” do Oriente, o papão do comunismo e da China). É possível, é necessário, contar com a China para reforçar o espírito de confiança mútua entre os países, para o sucesso urgente no triplo combate, deste mundo globalizado, à pandemia da Covid-19, às alterações climáticas e à diminuição da iníqua partilha de riqueza. 1 Segundo as estatísticas dos Serviços da Alfândega da China, de janeiro a outubro de 2021, https://www.forumchinaplp.org.mo/pt/trocas-comerciais-entre-a-china-e-os-paises-de-lingua-portuguesa-de-janeiro-a-outubro-de-2021-foram-de-us167565-mil-milhoes/
Hoje Macau China / ÁsiaCorrupção | PCC expulsa alto quadro das reservas estratégicas de grãos O Partido Comunista da China expulsou Xu Ming, o segundo encarregado da Administração Estatal de Grãos, por alegada corrupção, e passou o caso para as instâncias judiciais, informou ontem o seu órgão anticorrupção. A Comissão de Disciplina Central, órgão encarregado de combater a corrupção dentro do Partido no poder, anunciou em comunicado divulgado pela imprensa estatal que a expulsão de Xu se deve a “graves violações disciplinares e legais”. Uma investigação da agência apurou que Xu usou a sua posição para beneficiar as empresas de um familiar e de outras pessoas, recebendo em troca grandes somas de dinheiro e presentes. As práticas ilícitas incluíam a “contratação de projectos e a promoção pessoal”, segundo a mesma nota, que acrescentou que o ex-líder aceitava dinheiro e presentes de empresas privadas, visitava clubes privados e participava em banquetes, violando as regras internas do Partido Comunista. Xu é ainda acusado de fazer “críticas infundadas” às políticas do Partido e de se envolver em “actividades supersticiosas”. Xu foi “desleal ao Partido e moralmente corrupto, perdeu os seus ideais e convicções e traiu a sua missão e aspirações iniciais”, apontou a Comissão de Disciplina. Além disso, o salário e os benefícios do ex-funcionário foram retirados e os lucros obtidos ilegalmente confiscados. Após ascender ao poder, em 2012, o actual secretário-geral do PCC e Presidente da China, Xi Jinping, iniciou uma campanha anticorrupção na qual mais de um milhão de funcionários foram punidos, incluindo centenas de altos quadros. A gestão das reservas de grãos é estratégica para o país, que alimenta quase 19 por cento da população mundial com apenas 8,5% por cento das terras aráveis do mundo.
Hoje Macau China / ÁsiaJO Inverno | Xi Jinping recebe líder do COI O Presidente da China, Xi Jinping, recebeu o presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), o alemão Thomas Bach, a 10 dias do início dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022, anunciou ontem a agência estatal chinesa Xinhua. O também secretário-geral do Partido Comunista Chinês terá encontros presenciais com vários chefes de Estado ou de Governo mundiais, durante o certame que se vai realizar entre 4 e 20 de Fevereiro, algo que não acontece há quase dois anos, em virtude de Xi Jinping ter permanecido em território chinês desde o eclodir da pandemia de covid-19, além das restrições fronteiriças, entretanto impostas para o combate ao coronavírus SARS-CoV-2. A China vai receber nos próximos dias as mais altas figuras de diversas nações, incluindo o presidente russo, Vladimir Putin, apesar de muitos países ocidentais terem já anunciado que não marcarão presença em Pequim2022, incluindo Portugal. “Portugal não terá representação política na cerimónia de abertura ou na cerimónia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno, e estamos também a coordenar-nos com os demais estados europeus nessa matéria, mas não teremos representação política na cerimónia de abertura ou na cerimónia de encerramento”, declarou segunda-feira o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | China e Israel promovem cooperação em inovação Wang Qishan e Yair Lapid acordaram em construir relações mais frutíferas para a promoção do desenvolvimento económico e social dos dois países O vice-presidente chinês, Wang Qishan, co-presidiu à quinta reunião do Comité Conjunto de Cooperação para a Inovação (JCIC, em inglês) China-Israel com Yair Lapid, primeiro-ministro substituto e ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, na segunda-feira, por videoconferência. Os dois lados comprometeram-se a promover a cooperação em inovação. Wang disse que, desde a implementação do Plano de Acção de Cooperação para a Inovação China-Israel (2018-2021), os dois lados fortaleceram a orientação de inovação e as garantias institucionais, aprofundaram a cooperação pragmática e promoveram o intercâmbio de pessoal. Saudando o contínuo aprofundamento das relações bilaterais e a cooperação, e o facto de que a parceria abrangente inovadora China-Israel entrou numa nova etapa, Wang pediu que os dois lados sigam as instruções dos dois chefes de Estado e observem o importante papel do JCIC China-Israel sob uma perspectiva estratégica, aproveitando o 30.º aniversário dos laços diplomáticos como uma oportunidade para aumentar a confiança política mútua e expandir intercâmbios pessoais e culturais. O responsável expressou também a esperança de que os dois lados promovam a implementação de importantes consensos e grandes projectos, concluam as negociações de livre comércio durante este ano, sinergizem ideias e recursos de inovação e fortaleçam a cooperação em áreas como a investigação e desenvolvimento de vacinas e medicinas, para que a cooperação de inovação China-Israel em vários campos possa florescer e desempenhar um papel maior na promoção do desenvolvimento económico e social dos dois países, ao mesmo tempo que fortalecem o bem-estar do povo. Do outro lado Por sua parte, Lapid disse que Israel está disposto a trabalhar em estreita colaboração com a China para aproveitar o papel do JCIC e promover a cooperação em inovação entre Israel e a China para beneficiar melhor os dois povos. Wang e Lapid assinaram conjuntamente o Plano de Acção de Cooperação para a Inovação China-Israel (2022-2024), e testemunharam a assinatura de sete acordos de cooperação nas áreas de ciência e tecnologia, saúde, cultura, proteção ambiental, energia limpa e direitos de propriedade intelectual.
Hoje Macau EventosLisboeta | Inaugurado hotel “Casa de Amigo” O empreendimento Lisboeta, situado no Cotai e propriedade da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), conta com um novo hotel, projecto do estúdio Line Friends, fundado pelo designer sul-coreano Kang Byeong. “Casa de Amigo” apresenta 82 quartos com três distintos, intitulados “Brown’s Room”, “Cony’s Room” e “Line Friend’s Room”. O conceito por detrás deste novo empreendimento hoteleiro é, como o próprio nome indica, ter uma casa que recebe os amigos, num espaço cheio de criatividade. É dado um grande destaque aos elementos culturais específicos de Macau, tal como a arquitectura portuguesa e “cores esplêndidas, perfeitamente misturadas” com a imagem do estúdio Line Friends. Os preços dos quartos, por noite, variam entre 1,5888 e 3,388 patacas.
Hoje Macau Manchete SociedadeArte | Instituto Cultural rescinde com músicos das orquestras de Macau A medida afecta 84 membros da Orquestra de Macau e da Orquestra Chinesa de Macau, através de despedimentos. O maestro Lu Jia terá sido despedido em Dezembro, mas só foi informado na semana passada. O IC garante que as orquestras vão passar a funcionar como empresas de capitais públicos O Instituto Cultural (IC) rescindiu contratos com todos os membros da Orquestra de Macau e da Orquestra Chinesa de Macau. Numa posição citada pela LUSA, o IC garantiu que a partir de 1 de Fevereiro as duas orquestras vão continuar a funcionar, sendo transferidas para “uma sociedade de capitais públicos”. As rescisões dos contratos de mais de 80 pessoas devem-se a esta transferência, cujo objectivo, sublinhou o IC, é “acompanhar o desenvolvimento sustentável a longo prazo das duas orquestras”. A medida respeita as novas regras de organização e funcionamento do IC, publicadas em Novembro do ano passado, acrescentou. O regulamento administrativo eliminou uma alínea que atribuía ao IC a competência de “assegurar as condições necessárias à expansão e divulgação da Orquestra de Macau e da Orquestra Chinesa de Macau”. Ainda de acordo com o IC, acredita-se que a constituição da sociedade das duas orquestras vai estar concluída “antes de 1 de Fevereiro”. Problemas laborais Um membro da Orquestra de Macau, que pediu para não ser identificado por temer represálias, disse à Lusa que a possível desvinculação das duas orquestras do IC foi mencionada pela primeira vez no início de 2020. Contudo, na altura não foi apresentado qualquer plano aos músicos, apesar de terem sido realizadas cinco reuniões para o efeito. De acordo com as páginas das duas orquestras na Internet, a Orquestra Chinesa de Macau, com 39 membros, tem 21 concertos marcados até ao final de Julho, e a Orquestra de Macau, com 45, tinha agendados 15. Mas, o músico disse que um concerto da Orquestra de Macau já foi cancelado e considerou que o mesmo deverá acontecer aos restantes porque o director musical Lu Jia “foi despedido em Dezembro, mas só soube na semana passada”. Lu Jia, que lidera a Orquestra de Macau desde 2008, confirmou já ter abandonado a região, com a secção sobre o director musical e maestro chinês, entretanto retirada da página na Internet da orquestra. O IC garantiu ainda que vai pagar uma indemnização aos músicos das orquestras, “de acordo com as respectivas leis e regulamentos administrativos”. O músico acrescentou que cerca de 25 membros não-residentes não terão direito a qualquer compensação, enquanto os residentes vão receber “até 250 mil patacas”.
Hoje Macau SociedadeCTM | Redução de preços a partir de Fevereiro A Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM) anunciou uma redução média de 22 por cento nos preços dos serviços de internet banda larga para os clientes residenciais. A redução entra em vigor a partir de Fevereiro, e é acompanhada por um aumento da velocidade que, no serviço mais baixo, sobe para 150 Mbps. Os descontos da banda larga dependem do tipo serviços contratualizados, e se a ligação é comum ou através de Acesso Directo à Internet (DIA, em inglês). No caso de os clientes serem comerciais, a CTM promete descontos que variam entre 23 e 70 por cento. Os cortes nos preços abrangem também os clientes dos serviços de telefone de rede fixa, 20 por cento para empresas, e de 54 por cento para as linhas telefónicas fixas instaladas em habitações sociais. Estes descontos entram em vigor a 1 de Abril. No comunicado, a empresa assumiu o compromisso de ajudar a RAEM na luta contra a pandemia. “Uma vez que a prevenção epidémica se tornou a norma em Macau, através do lançamento da melhoria das velocidades e da redução dos preços, a CTM espera facilitar a transformação ‘inteligente’ nas Pequenas e Médias Empresa”, foi declarado, no mesmo comunicado.
Hoje Macau PolíticaEconomia | AMCM destaca elogios do FMI sobre luta pandémica A Autoridade Monetária de Macau emitiu um comunicado a destacar os elogios do Fundo Monetário Internacional ao Governo e à situação macroeconómica e financeira da RAEM. “Os especialistas do FMI reconheceram os esforços envidados pelo Governo da RAEM no âmbito da implementação das medidas efectivas de prevenção da epidemia, bem como o resultado alcançado em relação à minoração do impacto económico negativo da epidemia através da utilização das reservas financeiras”, pode ler-se. Num relatório divulgado na segunda-feira, o FMI estimou que o Produto Interno Bruto de Macau cresça 15 por cento ao longo do ano. Apesar dos esforços e utilização das reservas financeiras, analistas do FMI notaram que as medidas fiscais deviam ser mais direccionadas para auxiliar “os grupos vulneráveis e a criação de emprego, a fim de promover a recuperação e inclusão”. Um dos assuntos ainda mencionados no relatório foi a necessidade diversificar a economia e os desafios deste objectivos, como a necessidade de quadros qualificados e infra-estruturas. Para alcançar esta meta, a AMCM reconhece que é preciso alterar as leis. “Quanto à promoção do desenvolvimento do sector financeiro, verifica-se uma necessidade de reforçar os diplomas jurídicos e o quadro da supervisão, com vista a assegurar a estabilidade e a credibilidade na área financeira”, foi explicado.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim acolhe cimeira entre a China e cinco países da Ásia Central O Presidente chinês presidiu ontem em Pequim a uma cimeira virtual com os líderes da Ásia Central. Na mesa esteve a influência desestabilizadora do Ocidente e a promessa de mais cooperação, num momento em que se diz ter-se atingido, nas relações diplomáticas, económicas e políticas, um “máximo histórico” O Presidente chinês, Xi Jinping, disse nesta terça-feira que “as chaves para a cooperação bem-sucedida entre a China e cinco países da Ásia Central (Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão) são respeito mútuo, boa vizinhança e amizade, solidariedade e benefício mútuo”. Xi fez as observações numa cimeira virtual em comemoração do 30º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e cinco países da Ásia Central. “Os quatro princípios são valiosas experiências e riqueza compartilhada para os países, e servem como garantias políticas para relações estáveis e duradouras entre a China e os cinco países, bem como a fonte de força para trocas amigáveis no futuro”, disse Xi. O Presidente chinês disse ainda que a China está pronta para trabalhar com os países da Ásia Central na construção de uma comunidade mais próxima com um futuro compartilhado. Por seu lado, os líderes dos cinco países da Ásia Central disseram que estão “ansiosos para ir à cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022”, na próxima semana. A primeira grande acção A cimeira foi a primeira grande acção diplomática da China na Ásia Central este ano e a primeira reunião de chefes de Estado entre a China e os cinco países da Ásia Central. “A cimeira tem grande significado para todas as partes por resumir as realizações e experiências nas relações China-Ásia Central, e procurar coordenação e fazer planos para uma futura cooperação bilateral em toda a linha num novo ponto de partida histórico”, disse Zhao Lijian, um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros. “A cimeira irá também adoptar e divulgar uma declaração conjunta dos líderes no 30º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas”, disse Zhao, acrescentando que as relações entre a China e os países da Ásia Central atingiram “um máximo histórico”. “A cooperação tem produzido resultados e avanços históricos e icónicos, dando o exemplo de um novo tipo de relações internacionais e contribuindo para a construção de uma comunidade de futuro comum para a humanidade”, concluiu Zhao. “A China está disposta a trabalhar com os países da Ásia Central para levar por diante o passado e forjar o futuro, continuar a aprofundar a confiança mútua política e expandir a cooperação em todas as frentes, de modo a melhorar ainda mais a relação e levá-la a novos patamares”, disse Zhao. Graças ao sucesso das últimas décadas, especialistas previram que os dois lados teriam uma cooperação mais profunda em matéria de comércio, energia e intercâmbios interpessoais, para melhorar a coordenação em assuntos internacionais no momento histórico em que as situações regionais e internacionais estão a ter grandes mudanças. Pan Zhiping, director do Instituto da Ásia Central na Academia de Ciências Sociais de Xinjiang, disse que as relações da China com cada um dos cinco países e a região como um todo estão a desenvolver-se solidamente. Laços a múltiplos níveis A China e os países da Ásia Central forjaram laços sólidos no quadro da Organização de Cooperação de Xangai (SCO), que acaba de celebrar o seu 20º aniversário. A China também construiu parcerias estratégicas com o Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão. “A confiança mútua política de alto nível e os frequentes intercâmbios de alto nível tornaram as relações China-Ásia Central resilientes à instigação e às tentativas de atrair a discórdia”, disseram os especialistas, insinuando o papel dos EUA na região. Graças a essa confiança mútua entre a China e os países da Ásia Central, Pan apontou uma cooperação frutuosa em múltiplos campos, muitos deles centrados na iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” na qual a Ásia Central desempenha um papel fulcral, citando como exemplo os comboios de mercadorias China-Europa. A iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” foi proposta pela primeira vez na Ásia Central, durante a visita do Presidente Xi ao Cazaquistão em 2013. Em 2020, 91% dos 900.000 contentores que o Cazaquistão transportou foram para comboios de mercadorias China-Europa, informou a agência de notícias Xinhua. De acordo com dados divulgados pelo Ministério do Comércio chinês, o comércio entre a China e os cinco países saltou de menos de 500 milhões de dólares há 30 anos para 50,1 mil milhões de dólares, o que representa um aumento de 100 vezes. Existem múltiplas áreas onde a China e a Ásia Central podem aprofundar a cooperação, incluindo a redução da pobreza, a prevenção de pandemias, a segurança dos cereais e o financiamento do desenvolvimento, disseram os peritos, observando que a China também pode trabalhar em mais projectos de infra-estruturas com o Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão. Durante a pandemia, a China não só enviou fornecimentos médicos e equipas de peritos para a Ásia Central, como também forneceu vacinas, em termos de doses reais, bem como de capacidades de produção. Em Setembro de 2021, uma linha de produção de COVID-19 de Anhui Zhifei Longcom começou a fabricar no Uzbequistão, com uma capacidade anual de 100 milhões de doses, informou a Xinhua. Conter a influência do Ocidente Segundo especialistas, a China e a Ásia Central têm uma tradição de comunicação desde a antiga Rota da Seda, e o espírito de diálogo entre civilizações foi herdado, com ambos os lados a respeitarem a cultura e o caminho de desenvolvimento um do outro. As duas partes estão a coordenar estreitamente os assuntos regionais, nomeadamente, a questão do Afeganistão, bem como outras ameaças à paz e segurança regionais. Na sequência da recente agitação em grande escala no Cazaquistão que ameaçou a paz regional, a China expressou vontade de apoiar firmemente o governo na manutenção da estabilidade e no fim da violência no momento crítico relativo ao futuro do Cazaquistão. Yang Jin, um investigador associado do Instituto de Estudos Russos, da Europa Oriental e da Ásia Central da Academia Chinesa de Ciências Sociais, disse que “apesar dos EUA e o Ocidente investirem e gastarem esforços nestas áreas para competir com a Rússia e conter a China, a Ásia Central trabalharia no sentido de estreitar as relações com a Rússia e estaria atenta à interferência dos EUA e do Ocidente”. Pan disse que a Rússia tem uma forte influência na Ásia Central. “As melhores relações de sempre China-Rússia e uma boa coordenação também abriram o caminho para a estabilidade e desenvolvimento das relações China-Ásia Central, e as três partes podem lidar conjuntamente com os desafios, quer se trate de infiltração dos EUA ou de forças terroristas regionais”, disse Pan. Na segunda-feira, os meios de comunicação quirguizes noticiaram que o Presidente quirguize Sadyr Zhaparov visitará a China de 3 a 5 de Fevereiro, durante a qual participará na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022, informou a agência de notícias do Quirguizistão AKIpress.
Hoje Macau Grande Plano MancheteUcrânia | China desmente notícia de que o conflito estaria a afastar Moscovo e Pequim Com os EUA e o Reino Unido a ordenar às famílias dos funcionários da embaixada em Kiev que partam da Ucrânia e a autorizar o pessoal a partir no domingo, os receios de guerra aumentam devido à alegada “invasão iminente” da Ucrânia por parte da Rússia. A crise na Ucrânia tem causado o aparecimento de algumas notícias, nomeadamente entre alguns meios de comunicação social ocidentais, incluindo a Bloomberg, segundo as quais o conflito pode afectar a confiança mútua China-Rússia. Para os chineses, isto reflecte a “má intenção” das forças ocidentais que tentam instigar divergências entre Pequim e Moscovo, disseram analistas. Na segunda-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês refutou um relatório da Bloomberg que afirmava que o líder chinês tinha alegadamente “pedido ao Presidente russo Vladimir Putin que não invadisse a Ucrânia durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022”. “O relatório foi puramente feito do nada. Procura não só difamar e perturbar as relações China-Rússia, mas também perturbar e minar deliberadamente os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. Um truque tão desprezível não pode enganar a comunidade internacional”, disse Zhao Lijian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, numa conferência de imprensa. A Embaixada chinesa na Rússia também refutou o relatório, afirmando numa declaração enviada à agência noticiosa russa TASS no sábado que a notícia “é um embuste e uma provocação”. A embaixada observou que a posição da China sobre a questão ucraniana é consistente e clara. No domingo o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo rejeitou igualmente o que descreveu como “desinformação” da Grã-Bretanha, como informou a AFP, depois de Londres ter acusado Moscovo de trabalhar para instalar um líder pró-russo na Ucrânia à medida que as tensões aumentavam. “A desinformação circulada pelo governo britânico é mais uma indicação de que são os membros da OTAN liderados pelas nações anglo-saxónicas que estão a aumentar as tensões em torno da Ucrânia”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo num tweet. “Forçado a reagir” “O impasse militar na fronteira ucraniana atingiu um ponto muito perigoso”, disse Yang Jin, um investigador associado do Instituto de Estudos Russos, da Europa Oriental e da Ásia Central da Academia Chinesa de Ciências Sociais. “Ninguém quer escalar a crise para uma guerra, mas os conflitos podem ser facilmente desencadeados por acidentes, e é difícil prevenir totalmente os acidentes no impasse intenso”, observou Yang. “A China sempre esperou que a Rússia e os EUA pudessem resolver o problema sobre a Ucrânia através do diálogo, e esta posição não irá mudar”, disse Yang. Mesmo que ocorram alguns conflitos nos próximos dias, é pouco provável que seja a Rússia a iniciar provocações, uma vez que Moscovo apoiou anteriormente a Trégua Olímpica aprovada pela ONU durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022, enquanto alguns países como os EUA, o Reino Unido e a Austrália se recusaram a assiná-la. Entretanto, as relações entre os EUA e os membros da UE divergem. Os peritos disseram que as divisões profundas dentro da Europa estão a tornar difícil para a UE agir como mediador das actuais tensões. Os ministros dos negócios estrangeiros da UE reuniram-se em Bruxelas na segunda-feira apelando a uma “desescalada” da situação em torno da Ucrânia. O chefe da política externa da UE, Josep Borrell, disse que a UE não seguirá a iniciativa dos EUA de retirar pessoal e famílias da embaixada na Ucrânia, mas “todos os membros da UE estão unidos”, e estão a mostrar uma unidade sem precedentes sobre a situação na Ucrânia, informou a AP. No meio de tensões crescentes, o Ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, disse que o seu país tinha recebido uma segunda remessa de armas dos EUA como parte da ajuda à defesa no total de 200 milhões de dólares, informou a Reuters no domingo. A Europa “não é uma placa de ferro” A falta de unidade no seio da UE é também evidente na crise da Ucrânia, e a recente demissão do chefe da marinha alemã Kay-Achim Schonbach pelos seus comentários “pró-Rússia” expôs as profundas divergências no seio do Ocidente sobre questões de segurança regional, observaram os analistas chineses. Schonbach demitiu-se após ter dito a um grupo de reflexão durante a sua visita à Índia na sexta-feira que Putin “provavelmente” merecia respeito, e que a Crimeia “desapareceu” e “nunca mais voltaria” à Ucrânia, argumentando a favor da cooperação com a Rússia para conter a ascensão da China. Algumas reportagens dos media descreveram os comentários como um incidente diplomático sem precedentes, e o governo alemão distanciou-se dos comentários de Schonbach, segundo o Deutsche Welle. “Muitos dos países europeus querem a paz com a Rússia, ao contrário dos EUA”, disse Yang. “Só os EUA querem o caos”.
Hoje Macau China / ÁsiaPortugal sem representação política nos Jogos de Inverno de Pequim Portugal não terá representação política nas cerimónias de abertura e de encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, “por várias razões”, revelou ontem em Bruxelas o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva. “Portugal não terá representação política na cerimónia de abertura ou na cerimónia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno, e estamos também a coordenar-nos com os demais Estados europeus nessa matéria, mas não teremos representação política na cerimónia de abertura ou na cerimónia de encerramento”, declarou o chefe da diplomacia portuguesa. Santos Silva, que falava aos jornalistas após participar numa reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, justificou a ausência com “várias razões”, desde “o momento político que se vive em Portugal” ao “sentido de unidade próprio da União Europeia” nas atuais “circunstâncias”, admitindo também o peso que tem o facto de os Jogos Olímpicos de Inverno não serem, “do ponto de vista, desportivo «o alfa e o ómega» do desporto nacional”. Depois de, na semana passada, o Parlamento Europeu ter apelado a um boicote diplomático e político dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, face às tentativas da China de “legitimar o seu sistema autoritário”, Santos Silva confirmou que “há uma coordenação que se está a fazer [entre os 27], respeitando evidentemente todos os interesses de cada Estado-membro”. “Por exemplo, sei que alguns Estados europeus se farão representar ao nível de ministro do Desporto dada a dimensão da sua representação desportiva. Outros far-se-ão representar apenas ao nível de embaixador, e, como é habitual nestas coisas, mesmo quando a decisão é nacional, nós concertamos sempre posições e é isso que estamos a fazer”, disse. Quanto à posição portuguesa, atribuiu-a então ao “sentido de unidade próprio da UE e também o que é típico da diplomacia não-confrontacional que Portugal pratica”, voltando a recordar o “momento político que se vive em Portugal, e que se viverá nas próximas semanas”, com a realização de eleições legislativas no próximo domingo, 30 de janeiro. “Entendemos que uma representação ao nível ministerial ou de membro do Governo não seria a solução apropriada”, concluiu.
Hoje Macau China / ÁsiaEpidemiologista chinês avisa para surtos de covid-19 dez vezes maiores em Xangai O epidemiologista Zhang Wenhong alertou hoje as autoridades de Xangai que, devido ao “levantamento global” das medidas contra a covid-19, a China enfrenta “mais riscos”, pelo que a cidade deve “preparar-se para surtos cinco ou dez vezes maiores”. Ao contrário dos países que levantaram as suas restrições, a China “não pode relaxar de forma alguma as medidas de prevenção contra a pandemia”, advertiu Zhang, numa carta enviada ao governo de Xangai. A disseminação da variante Ómicron, caracterizada como altamente contagiosa, traria grande pressão sobre o sistema de saúde, segundo alertou o epidemiologista. O especialista, que lidera a luta contra a pandemia em Xangai e é um dos rostos mais reconhecidos entre os epidemiologistas chineses, recomendou que as autoridades “realizem simulações”, “reforcem o sistema de tratamento” e “façam um bom trabalho na preparação dos materiais e na organização de cursos de formação”. Na missiva, Zhang lembrou que a nova variante “está a espalhar-se pelo mundo a uma velocidade sem precedentes”, o que implica o risco de “casos importados” do exterior, que podem somar-se a “casos de transmissão local”. A China continua a aplicar uma política de tolerância zero contra o novo coronavírus, estratégia que envolve campanhas massivas de testes de diagnóstico PCR e restrições à mobilidade sempre que um caso é detetado. Desde março de 2020, as fronteiras do país asiático estão praticamente fechadas para visitantes estrangeiros não residentes. Todos os passageiros que chegam à China devem passar por uma quarentena centralizada de pelo menos 14 dias em hotéis pagos pelo viajante. Xangai continua a ser uma das principais portas de entrada no país. As autoridades locais decidiram aumentar os 14 dias de vigilância centralizada para 21 no caso de viajantes que não residem na cidade, uma política que vai ser mantida até pelo menos 31 de março, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua. Segundo dados oficiais chineses, desde o início da pandemia, 105.660 pessoas foram infetadas no país e 4.636 morreram. A covid-19 provocou pelo menos 5,58 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse (AFP).
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan revela nova incursão de aviões militares chineses Taiwan revelou hoje que 39 aviões militares da China entraram na sua Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) no domingo à noite, a maior incursão desde outubro. De acordo com o comunicado do Ministério da Defesa de Taiwan, participaram na incursão, no sudoeste da ilha, 24 caças J-16, dez caças J-11 e um bombardeiro nuclear H-6, entre outras aeronaves. A Força Aérea da ilha emitiu avisos e mobilizou unidades até que os aviões chineses abandonaram o espaço aéreo taiwanês, que não está definido ou regulado por nenhum tratado internacional. Nos últimos dois anos, a China aumentou o assédio militar, através de exercícios nas águas em redor da ilha e do envio de aviões de guerra em direção ao território. O número e frequência de aviões militares chineses que entraram na ADIZ de Taiwan aumentou no último ano meio, desde que Taipé começou a divulgar os dados. A maior incursão, envolvendo 56 aviões de combate num único dia, aconteceu em outubro, semanas após a ilha ter submetido um pedido de adesão ao Acordo Progressivo e Abrangente para a Parceria Transpacífica (CPTPP), um dos maiores acordos comerciais do mundo. Só em outubro, Taiwan registou 196 incursões, incluindo 149 em apenas quatro dias, o período do Dia Nacional da República Popular da China. O regime comunista reivindica Taiwan como uma província sua, apesar de o território funcionar como uma entidade política soberana. Pequim admite o uso da força para assumir o controlo sobre a ilha e tem aumentando a pressão diplomática para a isolar no cenário internacional. China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. As tensões aumentaram desde que os cidadãos de Taiwan elegeram Tsai Ing-wen como presidente em 2016, ao que Pequim respondeu cortando as comunicações previamente estabelecidas com o Governo da ilha.
Hoje Macau China / ÁsiaChina suspende bloqueio em Xian após cidade registar zero casos de covid-19 O bloqueio de Xian foi hoje suspenso, após a cidade chinesa ter alcançado os zero casos de covid-19, depois de um mês sob as medidas mais restritas desde o isolamento da cidade de Wuhan, no início da pandemia. O anúncio feito hoje pelo governo de Xian ocorreu após a retomada dos voos domésticos de e para a cidade, no fim de semana. A cidade foi colocada sob quarentena em 22 de dezembro após um surto atribuído à variante Delta do coronavírus. Com uma população de 13 milhões de pessoas, a cidade registou mais de 2.000 infeções desde dezembro do ano passado. A semana passada alcançou os zero casos. Em Pequim, dois milhões de moradores do distrito de Fengtai foram submetidos a testes para o novo coronavírus, após a descoberta de algumas dezenas de infeções locais na capital chinesa. Testes direcionados estão também a ser realizados em comunidades residenciais em seis outros distritos. As autoridades informaram os residentes em áreas de Pequim consideradas de alto risco de infeção para que não saiam da cidade, depois de 25 casos terem sido diagnosticados em Fengtai e 14 em outros distritos. Moradores fizeram fila, no domingo, em calçadas cobertas de neve, sob temperaturas negativas, para fazerem o teste. A Comissão Municipal de Saúde de Pequim também disse, no domingo, que qualquer pessoa que tenha comprado remédios para a febre, tosse e outros sintomas, nas últimas duas semanas, vai ser obrigada a fazer um teste para a covid-19 nas próximas de 72 horas, informou o jornal oficial Global Times. Os Jogos Olímpicos de Inverno vão ser realizados em Pequim, no próximo mês, sob restrições rígidas que visam separar atletas, funcionários, jornalistas e funcionários dos residentes locais. Os atletas devem ser vacinados ou passar por uma quarentena após a chegada à China. Outros surtos levaram o governo a impor proibições de viagens em várias cidades, incluindo Tianjin, a cerca de uma hora de Pequim. As rígidas medidas permitiram à China prevenir grandes surtos em todo o país. O país China detetou relativamente poucos casos da variante Ómicron, considerada altamente infecciosa. Na segunda-feira, o país relatou apenas 18 novos casos de infeção local, incluindo seis em Pequim. O país tem 2.754 casos ativos e registou um total de 105.660 casos de covid-19 e 4.636 mortes desde o início da pandemia. Várias províncias próximas relataram casos relacionados com os surtos em Pequim, incluindo as províncias de Shandong e Hebei. A cidade de Shenyang, na província de Liaoning, relatou um caso assintomático, também oriundo de Pequim. Apesar da queda no número de casos, as medidas foram intensificadas nas vésperas dos Jogos Olímpicos de Inverno, onde todos os participantes devem ser testados antes e depois da sua chegada a Pequim. Os organizadores disseram hoje que 39 pessoas entre os 2.586 atletas, treinadores, funcionários e jornalistas que chegaram a Pequim desde o início de janeiro testaram positivo para o coronavírus ao desembarcarem no aeroporto. Outras 33 pessoas que já estavam dentro da “bolha” sanitária testaram também positivo mais tarde.
Hoje Macau VozesJuntos para os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. Juntos por um futuro compartilhado No seu discurso de ano novo de 2022, o Presidente Xi Jinping enfatizou que “Não pouparemos esforços para apresentar excelentes Olimpíadas ao mundo. O mundo está voltando os olhos para a China, e a China está pronta. ”A cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022 será revelada no dia 4 de Fevereiro, o dia do “Início da Primavera” no calendário lunar chinês, indicando que os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022 irão penetrar no Inverno frio da pandemia de COVID-19 que envolve o mundo e, iluminarão um futuro brilhante para a humanidade com o espírito olímpico deixar brilhar. Os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim apresentarão ao mundo uma gala simples, segura e maravilhosa. A China compromete-se a sediar uma Olimpíada “simples, segura e maravilhosa” com uma abordagem “verde, inclusiva, aberta e honesta”, estabelecendo um novo padrão para os Jogos Olímpicos. A China realiza preparativos gerais de maneira suave e ordenada contra a pandemia que tem estado a expandir-se pelo mundo. Entretanto, a China tira proveito do legado dos Jogos Olímpicos de Verão de Pequim 2008, modernizando vários locais desportivos para “Estádios Olímpicos Duplos”. Pela primeira vez na história das Olimpíadas, todos os estádios dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim serão sustentados de maneira totalmente verde. Tendo publicado duas versões de livro de instruções sobre contramedidas COVID-19 e aderido ao gerenciamento preciso e de circuito fechado da epidemia, a China coloca a saúde e a segurança dos participantes em primeiro lugar. Os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim serão realizados conforme programado, demonstrando o espírito chinês de cumprimento de promessas, autoconfiança e abertura. Os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim envolveram mais de 300 milhões chineses em desportos de Inverno e, assim promoveram efectivamente a cultura olímpica e os intercâmbios e aprendizado mútuo entre as civilizações. Nos últimos 6 anos , desde que Pequim ganhou a licitação para sediar esta Olimpíadas de Inverno, os desportes de Inverno na China têm continuado a aquecer nas regiões do sul, oeste e leste, dando forte impulso à China, com o objectivo de construir uma nação de potência desportiva e saudável, expandindo notavelmente o mercado global de desportos de inverno. A China, aproveitando os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim como uma oportunidade, adopta novas práticas para melhorar o ambiente ecológico, constrói novos modelos para o desenvolvimento de regiões e cidades e cria um novo ambiente para o progresso do ser humano e da sociedade. Os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim coincidirão com o Ano Novo chinês. A China mostrará ao mundo uma civilização oriental antiga enquanto vigorosa, uma moral de grande país de abertura e inclusão, e reunirá a vontade e a força para construir conjuntamente um futuro compartilhado. Os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim têm conquistado amplo apoio da comunidade internacional. Politizar os desportos e interromper os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim não será suportado. Actualmente, as grandes mudanças do mundo sem precedentes no último século e a pandemia ocorrem combinadas, o apelo ao fortalecimento da solidariedade e cooperação para enfrentar desafios comuns está se tornando mais forte do que nunca. O slogan dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, “Juntos por um futuro compartilhado”, está alinhado com o lema olímpico “Mais rápido, mais alto, mais forte, juntos”, a tendência dos tempos de paz, desenvolvimento e cooperação, bem como as expectativas do mundo. A 76.ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas adoptou por consenso a resolução sobre a Trégua Olímpica para os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, co-patrocinada por 173 estados membros. A 10ª Cimeira Olímpica, realizada pelo COI, declarou o apelo da comunidade desportiva internacional para apoiar os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim e opor-se à politização dos desportos. Mecanismos multilaterais, incluindo o G20, Fórum de Cooperação China-África, Fórum China-CELAC e Organização para Cooperação de Xangai, juntamente com a maioria dos países,expressaram firme apoio aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, reflectindo plenamente a justiça e a aspiração da comunidade internacional. É de destacar, que mesmo a imprensa dos EUA admite, que a posição dos EUA sobre os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim foi seguida por somente 9 países, incluindo Reino Unido, Canadá, Austrália e Lituânia etc., demonstrando o fracasso do governo dos EUA em politizar o evento. O desporto é a linguagem comum da humanidade que transcende as fronteiras e civilizações nacionais. O espírito olímpico é o melhor retrato do progresso contínuo e da autotranscendência da humanidade. Os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim vão injectar um forte impulso na reparação das feridas da epidemia, aumentando a confiança no desenvolvimento, consolidando a solidariedade e a amizade no mundo e promovendo a construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade. Vamos dar as mãos com toda a confiança e trabalhar juntos por um futuro compartilhado! Por Liu Xianfa, Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros da RPC na RAEM
Hoje Macau h | Artes, Letras e IdeiasSalitre, de Duarte Drumond Braga Por Jorge Arrimar Cláudia Ribeiro, no seu livro, No dorso do dragão (2001), escreveu que “a China sofre do facto de ter sido sempre, por excelência, o repositório de todos os sonhos impossíveis do Ocidente, pois este tem no Oriente a sua noite.” (2001, p. 11-13)). De certa forma, podemos dizer que Macau foi o travesseiro onde alguns escritores portugueses sonharam uma narrativa diferente. Este será o caso de Duarte Braga em Salitre, seu livro mais recente (2021), publicado em Macau pela Capítulo Oriental. Diz-se que a criação é uma dor e que o autor (re)constrói-se através da sua obra. Este é o mistério do texto literário, que resiste a ser desvendado, como se fosse uma gruta de segredos que só ganha significado quando se consegue entrar nela. E o acto de ler é o “abre-te sésamo” que só se completa, só é eficaz, quando se consegue ver “o não escrito”, como diz Guimarães Rosa (Ed. 10, O Sindicato, 1999), e tocar a nudez do texto. Assim o leitor tem de olhar para o livro, Salitre de seu título, como a gruta do poeta, onde este se confronta consigo mesmo e com os seus fantasmas. É nesta solidão quase iniciática, que, umas vezes o ouvimos murmurar palavras leves de que só apanhamos a sombra; outras vezes, palavras pesadas de água que nos encharcam. Em Salitre, Duarte Braga vai-se mostrando na confissão das emoções, aflorando a velha arte de trovar escárnios e maldizeres, uma pegada antiga, deixada na cidade que neste livro tem lugar central. É uma metáfora de Macau, uma acumulação de sinais, a maior parte deles muito familiares aos seus habitantes, como o bolor, o mofo, o próprio salitre, mas que, neste contexto, exigem uma outra leitura. Aqui o autor reinventa-se na personagem principal do poema, salgando a carne dos seus próprios versos. Apresenta uma identidade subterrânea e traça um perfil líquido, impreciso, uma espécie de biografia esfumada. Aparentes contradições perturbam uma leitura menos atenta e exemplo disso é o poeta afirmar que se sentiu perdido num deserto interior que depressa se ampliou em outro deserto, quando o que o sufoca permanentemente é a humidade. Porém, a nebulosidade constante não o impede de observar o que o cerca, olhar as pessoas que passam, ouvir a língua que falam, a escrita que desenham… Afinal, a pátria sínica chega até ali, está em todo o lado, ao virar da rua, ao dobrar da esquina. E tenta chegar-lhe, tocá-la com cuidado como se fosse uma antiga porcelana, interpretar-lhe os sinais. Mas não é empreendimento fácil. É como se pretendesse descodificar a tatuagem das folhas que as árvores deixam cair sobre a face turva do tempo. Por isso tem vontade de vir a “ser poeta da natureza” para “ler os nomes das árvores”, confessa. Mas desilude-se depressa pois só consegue ver magros calígrafos que recolhem lírios e os depositam nos “rodapés dos dicionários”. Incomoda-o este conhecimento de nota de pé-de-página e, ao que parece, resta-lhe esperar na varanda dos dias e depois juntar-se aos demais, aos outros, no “pátio da harmonia irrefutável”, para se deliciar com “gomos da felicidade”. O “poeta é um fingidor”, já dizia Pessoa, e fingir a dor que deveras sente, é assumir que esta faz parte da matéria-prima da criação, seja ela de que área artística for, da pintura à poesia. Neste caso, o autor, através do texto, (d)escreve o que não é dito ou ouvido. Como diz Catherine David “Pedacinhos da realidade, fragmentos de luz, estas experiências minúsculas participam no silêncio da realidade, como as pinceladas de Cézanne participam na montanha” (Catherine David – La Beauté du geste [A beleza do gesto], Actes Sud, Babel, 2006). Salitre é apenas um dos pedacinhos dessa realidade complexa que é Macau, uma pincelada literária e perturbada, uma gota de tinta grossa na tela da escrita, versos de salitre no corpo do poema. E o poeta, “com o rosto a arder no escuro”, recolhe à cidade eternamente sitiada, conservando, contudo, o cheiro ao alecrim das janelas de sacada que guarnecem a calçada de Santana, em Lisboa; acompanha-o um vendilhão de sonhos e de azulejos da Praia Grande, a de S. Luís do Maranhão e a da cidade do Nome de Deus de Macau. É o sujeito de uma aventura com o gosto acre das laranjas agras que decoram as cidades velhas e sitiadas, “pequenas lisboas de troca e insalubridade jogadas pelos trópicos”, onde o poeta se recolhe, confessando, contudo, que as ama. Em Salitre constrói-se uma utopia de pernas para o ar, denunciando-se o lugar onde os bons poetas escrevem maus poemas e o próprio autor quer acreditar encontrar-se preso num haiku de Pound ou numa ostra encontrada nos tintins. E neste passo do bailado da escrita, o poeta deixa um legado patético, um “molho de imagens” e um tropel de sugestões. O salitre que corrói as paredes é o que brilha nas palavras e envenena a língua. Assim o poema nasce como o nenúfar num pântano e a apoteose é o grande aquário, de onde se retiram peixes dourados, mortos, secos ao sol e convenientemente salgados, enquanto ao longe, veem-se “barcos de flores a chegar e partir entre felácios e rosas (os lábios do carmim desflora)”. A poesia é, afinal, uma fuga… não da realidade, mas para a realidade, como diria o poeta brasileiro, Mário Quintana. (Gabriel Perissé – As experiências reversíveis […]. Dispon. em: < http://www.hottopos.com/convenit4/perisse.htm >). Salitre não é de leitura fácil e dócil. O seu autor não se deixou ir na corrente literária mais em voga, antes preferiu ser disruptivo em relação a ela, o que torna o texto diferente, tanto em termos de conteúdo, como a nível estético e conceptual. Por tudo isto, não será de estranhar que Salitre possa vir a ter um lugar especial enquanto criação literária.