Jovens Macaenses | Duarte Alves reeleito presidente da Associação

Duarte Alves foi reeleito presidente da Associação dos Jovens Macaenses para o triénio de 2022 a 2024, durante a Assembleia Geral que decorreu na sexta-feira passada. A informação foi divulgada no sábado, através de um comunicado. O presidente vai ser auxiliado por três vice-presidentes, José Chan Rodrigues, Luís Gabriel Sales Marques e Filipe Ferreira. Dinis Ka Chon Chan foi escolhido para secretário.

Quanto à comissão directora, António Monteiro foi eleito para a presidência, que conta com cinco vice-presidentes: Paula Carion, Duarte Rosário, José da Costa Giga, Mariana César de Sá e Delfino Gabriel. Adelina Chou Wai In é a secretaria, Ana Marisa Nunes a tesoureira, e Sérgio dos Santos Lai, Luís Manhão Sou e Carlos Esteves Ferreira vão ser os vogais.

A associação comemora este ano o 10.º aniversário e a assembleia serviu igualmente para a Comissão Directora apresentar as linhas de acção do programa para o corrente ano, propondo actividades para a promoção e preservação das tradições e usos e costumes da identidade cultural de Macau, promoção de actividades para a participação cívica dos associados nos assuntos de Macau, actividades de caridade, reforço da promoção institucional da AJM e criação de uma plataforma online destinada aos jovens de Macau.

4 Abr 2022

Stephen Morgan diz que USJ pode perder identidade sem alunos estrangeiros

A pandemia atrasou “dois, talvez três anos” o desenvolvimento da Universidade de São José (USJ), com o reitor Stephen Morgan a avisar que a instituição pode perder a identidade se Macau continuar fechada a alunos estrangeiros.

Desde Março de 2020 que Macau proíbe a entrada a não residentes vindos do estrangeiro, alegadamente por não ter espaço suficiente para cumprirem a quarentena obrigatória num hotel, actualmente fixada em 14 dias.

A única excepção prevista na proibição é por “motivo de interesse público” e o Governo “tem sido bastante mais flexível com o pessoal docente”, disse à Lusa Stephen Morgan.

Pelo contrário, lamentou o reitor, já há “estudantes, matriculados anteriormente [antes do início da pandemia], a assistir às aulas online, fora de Macau, porque não conseguem regressar”.

A impossibilidade de trazer alunos para a região, “particularmente, por exemplo, da África lusófona, mudou o carácter da USJ um bocadinho”, disse, referindo que estão “ansiosos por esse regresso”.

O próprio director do Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau, Fu Ziying, avisou que a USJ “tem de manter o seu caráter de universidade internacional”, recordou Stephen Morgan.

“Não seria nada bom se este sítio [a universidade] estivesse completamente cheio de pessoas de Macau e da China e de mais lado nenhum”, disse o reitor.

De acordo com o responsável, “a USJ ou é um local onde Portugal, o mundo lusófono e a China interagem ou não é nada. Não tem qualquer outra verdadeira identidade”.

“Mesmo que tudo mudasse hoje mesmo, seria já demasiado tarde para recrutar um lote completo de estudantes internacionais para o próximo ano. Ou seja, na prática, [a pandemia] atingiu quatro anos lectivos”, disse Stephen Morgan.

Abertura urgente

O reitor defendeu que Macau teria condições para permitir a entrada de estudantes vindos do estrangeiro que já tenham recebido pelo menos duas doses de uma vacina contra a covid-19. “Não vejo qualquer razão pela qual isso não pudesse acontecer já em Abril”, disse.

“É terrivelmente importante para nós podermos regressar aos países onde estávamos a recrutar fortemente, na Ásia, em África e na Europa e trazer estudantes para cá”, sublinhou o reitor.

O impacto da pandemia fez com que a USJ “perdesse provavelmente dois anos, talvez até três anos do seu plano desenvolvimento”, lamentou.

“Ficámos para trás no que toca à internacionalização, nas nossas colaborações com a Universidade Católica Portuguesa e no objectivo que tínhamos de desenvolver algumas boas ligações que temos no Brasil”, disse Stephen Morgan.

Neste contexto, a USJ inscreveu este semestre os primeiros estudantes da China continental, mas o reitor garantiu que Pequim não impôs quaisquer condições à liberdade académica.

Em Setembro, a USJ revelou ter recebido luz verde do Ministério da Educação chinês para receber alunos da China, numa fase experimental, para os programas de pós-graduação em Arquitectura, Administração Empresarial, Sistemas de Informação e Ciências.

“A autorização veio demasiado tarde para o nosso recrutamento no ano passado, mas este semestre já matriculámos três ou quatro estudantes [da China]”, disse à Lusa Stephen Morgan. Stephen Morgan garantiu que o Ministério da Educação chinês não fez qualquer exigência à USJ, que era a única universidade de Macau sem autorização para receber estudantes da China, devido à ligação com a Igreja Católica.

4 Abr 2022

Turismo | Passeios para residentes com novos percursos 

Este mês vão ser lançados novos percursos turísticos no âmbito do programa “Passeios, gastronomia e estadia para residentes de Macau”, e que decorrem na Vila de Nossa Senhora de Ká-Hó, a Vila de Pescadores de Coloane, o Museu Marítimo, o Templo de A-Má e o Quartel dos Mouros. Além disso, os residentes podem escolher, na Torre de Macau, o programa “Skywalk Flash”, podendo tirar fotografias a uma altitude de 233 metros.

O roteiro “inclui ainda uma apresentação da cultura marítima sino-portuguesa e visitas a pontos turísticos relacionados”.

Outro novo itinerário inclui visitas ao Templo de A-Má e ao Quartel dos Mouros, bem como ao Museu Marítimo para conhecer os barcos de pesca tradicionais e os métodos de pesca de Macau. Os participantes podem escolher entre duas opções de refeição, que passam pelo restaurante da Torre de Macau ou a obtenção de um cartão de refeição, no valor de 100 patacas.

Por outro lado, os itinerários já existentes ao Centro de Ciência de Macau e ao Museu Memorial Lin Zexu foram ajustados, permitindo aos participantes conhecer a ciência e recordar histórias de grandes individualidades. A Direcção dos Serviços de Turismo promete lançar, até Junho, novos roteiros.

4 Abr 2022

CPLP | Bancos de Macau vão propor aliança com bancos lusófonos

A Associação de Bancos de Macau (ABM) vai propor à Confederação Empresarial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CE-CPLP) a criação de uma aliança com os bancos dos países lusófonos.

O vice-presidente da ABM, Sam Tou, disse à agência Lusa que a associação vai aproveitar a próxima reunião online com a CE-CPLP, que deverá ocorrer “em meados de Abril”, para propor a aliança.

A ABM é um associado benemérito da CE-CPLP desde Junho de 2020 e teve em Fevereiro uma reunião ‘online’ com a confederação, sublinhou o também director executivo do Banco Nacional Ultramarino (BNU), que faz parte do grupo Caixa Geral de Depósitos.

A eventual criação da aliança bancária, “através da plataforma da CE-CPLP”, vai depender da resposta da direcção da confederação, disse Sam Tou. O executivo disse que a associação “tem estado a trabalhar activamente com as suas congéneres nos países de língua portuguesa e estabeleceu uma rede muito estreita de contactos e cooperação”.

Sam Tou lembrou ainda que a ABM assinou em Maio de 2019, em Macau, um acordo de cooperação com associações de bancos de Portugal, Moçambique, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe. O acordo previa a criação de uma aliança para apoiar o lançamento na China de produtos financeiros dos países de língua portuguesa e para oferecer serviços financeiros a empresas chinesas interessadas em investir em mercados lusófonos.

A aliança poderá “promover a cooperação entre bancos nos países de língua portuguesa e em Macau, o que poderia contribuir para o papel de Macau como uma plataforma comercial e de serviços entre a China” e os mercados lusófonos”, defendeu Sam Tou.

4 Abr 2022

Hospital das Ilhas | Formação de corpo clínico em estudo. 700 médicos a caminho

A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura apontou que o modelo de formação dos profissionais de saúde que vão integrar o novo Hospital das Ilhas está a ser delineado em conjunto com o Peking Union Medical College Hospital. Elsie Ao Ieong revelou ainda estar prevista a entrada de cerca de 700 médicos recém-licenciados no segundo semestre do ano

 

O Governo de Macau e o Peking Union Medical College Hospital estão a estudar o tipo de formação que vai receber o corpo clínico do novo Hospital das Ilhas, anunciou o Governo na passada sexta-feira.

“Estamos a dialogar com o Peking Union Medical College Hospital para ver como é que vamos formar esses médicos especialistas”, referiu a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong, numa sessão de interpelações dos deputados na Assembleia Legislativa (AL).

O Peking Union Medical College Hospital (PUMCH, Hospital da Faculdade de Medicina da União de Pequim) vai gerir o futuro hospital público das Ilhas, que, de acordo com os planos do Executivo de Macau, deverá entrar em funcionamento em 2023.

A formação do corpo médico, que fica a cargo desta instituição de Pequim, preocupa vários deputados de Macau, que questionaram as autoridades se será seguido o modelo académico de Macau ou de Pequim.

A deputada Wong Kit Cheng perguntou ao governo se os especialistas serão formados “para trabalharem no novo hospital ou em todo o sistema de saúde de Macau”.

“Actualmente, nos Serviços de Saúde de Macau também temos formação de médicos especialistas (…), será feito na nossa academia ou de acordo com o Peking Union Medical College Hospital”, perguntou a também enfermeira do hospital privado Kiang Wu.

“Tecnicamente, somos [os médicos de Macau e da China continental] praticamente idênticos”, embora haja “algumas áreas mais especiais, [em que] há que ter uma formação mais especializada”, respondeu a secretária, acrescentando: “Vamos ter de coordenar esse trabalho”.

Reforços a partir de Junho

Durante a reunião plenária, Elsie Ao Ieong admitiu também que “não há especialistas suficientes em Macau” e que o Peking Union Medical College, que “não tem a capacidade para formar todo o pessoal de saúde de Macau”, poderá “ajudar na contratação de médicos ao exterior”.

No que diz respeito à formação, a secretária referiu na ocasião que, este ano, “há cerca de 700 recém-graduados de Macau que frequentam cursos de medicina em Macau e no exterior”.

“De acordo com a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), prevê-se que, em 2022, há cerca de 700 recém-graduados de Macau que frequentam cursos de medicina em Macau e no exterior, deste modo o Conselho dos Profissionais de Saúde (CPS) irá organizar exames para a acreditação de 15 categorias profissionais no período previsto do segundo semestre deste ano, em consonância com as datas de graduação da maioria dos recém-graduados e providenciar estágios para pessoas qualificadas o mais rápido possível”, revelou a secretária.

Recorde-se que o PUMCH, com uma história de mais de 100 anos na China, vai ser responsável “pela gestão e prestação de serviços” do Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas, anunciou em Outubro de 2021, o coordenador do grupo de trabalho para a instalação do complexo, Lei Chin Ion, em conferência de imprensa.

Com uma área bruta de construção de 420 mil metros quadrados, sete edifícios e cerca de 1.100 camas, a construção do futuro hospital deverá estar concluída no quarto trimestre do próximo ano, prevendo as autoridades “uma entrada gradual em funcionamento em 2023”.

4 Abr 2022

Cimeira China-UE | Xi Jinping apela ao compromisso para travar a crise provocada pela guerra 

A 23.ª cimeira entre a China e líderes da União Europeia decorreu na sexta-feira e teve a guerra na Ucrânia como tema central. Xi Jinping apelou à sólida união com a União Europeia para “prevenir o alastramento da crise”. Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, alertou que uma ajuda à Rússia por parte da China poderá prolongar o conflito

 

Líderes da União Europeia (UE) e a China reuniram na sexta-feira numa cimeira que teve como tema principal o conflito que decorre na Ucrânia. Segundo a agência estatal chinesa Xinhua, Xi Jinping, Presidente chinês, disse que as origens da situação na Ucrânia prendem-se com as tensões em matéria de segurança regional que têm aumentado ao longo dos anos.

O Presidente chinês frisou que a China e a UE necessitam de se comprometer para manter “a situação sob controlo”, a fim de “prevenir o alastramento da crise”. Acima de tudo, o governante defendeu ser fundamental “manter o sistema, as regras e a estabilidade da economia mundial, com o objectivo de fomentar a confiança do público”.

Para Xi Jinping, a China e a UE devem actuar como “duas grandes forças” a fim de manter a ordem global e lidar com as “incertezas” vividas na diplomacia mundial, com base na estabilidade das relações entre o país e a UE.

Li Keqiang, primeiro-ministro chinês, declarou que “dentro das actuais circunstâncias, o diálogo e a cooperação mantêm-se as bases dominantes da relação entre a China e a UE, e os benefícios mútuos são a peça chave da cooperação”. Para o governante chinês, os dois lados devem apostar no fomento dos actuais mecanismos na resposta à covid-19, as alterações climáticas ou economia digital, além de buscarem novas áreas de cooperação.

Sobre a situação na Ucrânia, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, alertou que quaisquer tentativas para contornar as sanções da UE ou ajudar a Rússia só irão manter o conflito aceso.

Charles Michel salientou que “quaisquer tentativas para contornar as sanções ou fornecer ajuda à Rússia irão prolongar a guerra”, num recado a Pequim. Para o representante europeu, uma ajuda a Moscovo “irá levar a mais perdas de vidas e a um impacto económico ainda maior, o que não beneficia ninguém a longo prazo”.

A UE irá estar “alerta a qualquer tentativa de ajuda à Rússia, financeira ou militarmente”, sublinhou também. “Pedimos à China para ajudar a acabar com a guerra na Ucrânia, a China não pode fazer de conta que não vê a Rússia a violar a lei internacional”, acrescentou, salientando que quaisquer passos positivos que Pequim dê no sentido de ajudar para o fim do conflito “serão bem-vindos por todos os europeus e pela comunidade global”.

“Momento decisivo”

A par de Charles Michel, o bloco comunitário também esteve representado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell. A presidente da Comissão Europeia avisou a China para “não interferir” nas sanções da UE à Rússia nem apoiar militarmente o regime russo na guerra na Ucrânia, numa cimeira que ocorreu num “momento decisivo”.

“A cimeira não foi certamente como habitual [pois] realizou-se numa atmosfera muito sóbria e num contexto da guerra russa na Ucrânia e foi bom termos tido hoje (sexta-feira) um diálogo muito aberto e muito franco com o Presidente Xi e o primeiro-ministro Li” da China, afirmou Ursula von der Leyen.

A líder do Executivo comunitário acrescentou que “ficou claro que este não é apenas um momento decisivo para o continente [europeu], mas é também um momento decisivo para a relação [da UE] com o resto do mundo”, assim como “para a ordem global baseada em regras” pois “nada ficará como era antes da guerra”.

Numa altura em que a UE e os parceiros internacionais, num total de mais de 40 países, adoptaram sanções pesadas contra o regime russo, a responsável avisou: “Deixámos muito claro que a China deveria, senão apoiar, pelo menos não interferir com as nossas sanções”. “Discutimos isso e também o facto de que nenhum cidadão europeu compreenderia qualquer apoio à capacidade da Rússia para fazer a guerra e, além disso, isso levaria a um grande prejuízo para a reputação da China aqui na Europa”, alertou.

Para Ursula von der Leyen, “a China, como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, tem uma responsabilidade muito especial” em acabar com as hostilidades, dada a proximidade à Rússia.

“E foi isto que discutimos de uma forma muito franca e aberta. Nós, UE, estamos determinados a apoiar a ordem multilateral juntamente com os nossos parceiros internacionais”, vincou.

Insistindo nos “riscos de reputação” se Pequim apoiar o regime russo, Ursula von der Leyen lembrou os laços económicos entre o bloco comunitário e o chinês, já que “todos os dias a China e a UE transacionam quase dois mil milhões de euros de bens e serviços”.

“E o comércio entre a China e a Rússia é de apenas 330 milhões de euros por dia, portanto um prolongamento da guerra e as perturbações que esta traz à economia mundial não é do interesse de ninguém”, exemplificou.

A ideia da UE era usar este alto encontro diplomático para cooperação entre Ocidente e Oriente com vista ao fim da guerra na Ucrânia, exortando ainda a China a não apoiar a Rússia para ultrapassar as sanções financeiras aplicadas pela UE contra o regime russo, como o congelamento de bens.

EUA culpados

No mesmo dia da cimeira, a diplomacia chinesa acusou Washington de instigar a guerra na Ucrânia e disse que a NATO devia ter sido dissolvida após o colapso da União Soviética.

“Como culpados e principais instigadores da crise na Ucrânia, os Estados Unidos conduziram à expansão da NATO a leste, em cinco etapas, nas últimas duas décadas”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Zhao Lijian.

“O número de membros da NATO aumentou de 16 para 30, e [a Aliança] expandiu-se para leste, abrangendo mais 1.000 quilómetros, para locais perto da fronteira russa, encurralando a Rússia contra um muro, passo a passo”, acrescentou.

Embora a China diga que tem uma posição neutra no conflito em curso na Ucrânia, Pequim declarou uma parceria “sem limites” com Moscovo.

Pequim tem mantido uma posição ambígua em relação à invasão russa da Ucrânia, já que se recusou a condená-la, mas já tentou distanciar-se da guerra iniciada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, apelando ao diálogo e ao respeito pela soberania dos outros países.

Esta não foi, assim, uma cimeira dominada pelos laços económicos, como de costume, mas antes pela guerra na Ucrânia, em altura de aceso confronto armado devido à invasão russa do país no final de Fevereiro.

A UE exportou para a China bens num total de 223 mil milhões de euros e importou 472 mil milhões de euros mercadorias em 2021. Os dois blocos foram ainda os maiores parceiros no comércio de mercadorias do mundo, num total de 1,9 mil milhões de euros movimentados por dia.

4 Abr 2022

FRC | Exposição de pintura de Ada Zhang abre portas quarta-feira

“A Casa é onde o coração mora” é o nome da exposição da artista chinesa Ada Zhang que é inaugurada esta quarta-feira, às 18h30, na Fundação Rui Cunha. O público poderá ver um total de 35 obras que funcionam como um diário e um “documentário jornalístico de Macau”

 

Entre quarta-feira e o dia 14 de Abril pode ser vista, na Fundação Rui Cunha (FRC), a exposição “A Casa é onde o coração mora”, da autoria da artista chinesa Ada Zhang, residente em Macau há sete anos. A mostra reúne 35 obras que descrevem “a paisagem urbana e os costumes do território através do seu olhar de imigrante, rendida ao charme local”.

Recorrendo à aguarela, óleo, acrílico e técnica mista, Ada Zhang procura criar imagens cheias de conotações e significados. “Os residentes costumam esquecer-se de apreciar a beleza do que os rodeia e que vivenciam todos os dias. Por isso, as suas obras mostram muitos detalhes que ela descobriu em Macau numa perspectiva de forasteira. Cada uma das suas obras é como um diário pessoal e também um documentário jornalístico de Macau», revela a proposta expositiva.

Delia Jing, curadora desta mostra, acrescenta que Ada Zhang “considera Macau como a casa no fundo da sua alma, por causa do seu amor pelo lugar”. “Embora as pinturas da artista sobre as cenas de rua de Macau usem a aguarela como principal forma de expressão, no âmago do seu pensamento continua a estar a ideia do rolo de pergaminho chinês que ela exprime inconscientemente”, acrescentou.

Uma terra tolerante

Nas palavras da curadora da exposição, Ada Zhang encara Macau como “um lugar extremamente tolerante”. “Aqui, o tradicional Tudi Gong (土地公), o Deus da Terra, também abençoa os altos e belíssimos casinos e os barulhentos restaurantes, o Farol da Guia reflecte a trajectória das bênçãos de Mazu (媽祖), a majestosa Nezha (哪吒) vive ao lado do supremo deus ocidental. Todos os tipos de paisagem são harmoniosamente colocados juntos, como telas que se desdobram desde a antiguidade até ao presente, permitindo que as pessoas abandonem as suas crenças ou descrenças e simplesmente se concentrem em observar as pessoas, os prédios, um feixe de luz, flores na parede – pois são essas as obras-primas que nos encantam com a sua graciosidade”, aponta ainda Delia Jing.

Ada Zhang é natural de Sichuan e é especialista em aguarela, pintura a óleo, desenho e esboço. É membro da Associação de Artes de Macau, da Associação de Arte da Juventude de Macau, da Associação de Pintura de Macau e da Associação dos Artistas de Aguarela Contemporâneos de Macau. As suas obras ganharam o Prémio de Excelência do Concurso de Desenho Cheng Yang Bazhai em 2021 e foram seleccionadas para a Bienal de Aguarela da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau de 2021.

Delia Jing, curadora e amiga da artista, é natural da província de Jiangsu e licenciou-se pelo Departamento de Cultura Visual da Academia de Belas Artes da China em 2021. Actualmente estuda na Faculdade de Arte e Design da Universidade Politécnica de Macau (UPM) e interessa-se por história da arte e estudos culturais.

4 Abr 2022

Afeganistão | China reconhece Governo talibãs mediante “condições certas”

Depois de uma reunião em Tuxi, Wang Yi, ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, disse que a China irá reconhecer o Governo dos talibãs, no Afeganistão, “quando estiverem reunidas as condições certas”, defendendo que o país não deve ser afastado da diplomacia mundial

 

O Governo chinês disse na sexta-feira que o reconhecimento dos talibãs como Governo legítimo do Afeganistão vai ser feito “quando estiveram reunidas as condições certas”, sinalizando assim um futuro apoio aos fundamentalistas islâmicos, que assumiram o poder em Agosto passado.

A posição de Pequim foi transmitida num comunicado do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, emitido após uma reunião de dois dias entre representantes do Afeganistão, China, Rússia, Paquistão, Irão, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão, em Tunxi, no centro da China.

Wang Yi disse que o Afeganistão não deve ser excluído da comunidade internacional e não se deve tornar um Estado falhado. “O Afeganistão sofre com a guerra há muitos anos e não acompanhou o desenvolvimento mundial. Esta situação não se pode prolongar”

Para o governante chinês, o governo interino do Afeganistão mostrou uma “atitude positiva” em relação a outras nações, mas os seus países vizinhos esperam mais progressos no combate ao terrorismo, na reconciliação entre grupos étnicos, e na constituição de um governo inclusivo que proteja os direitos das mulheres e das crianças.

“Resolver estes problemas requer esforços incessantes. Acreditamos que o reconhecimento diplomático do governo afegão virá quando estiverem reunidas as condições certas”, frisou Wang. “Esperamos que o governo interino afegão continue a dar passos sólidos e a fazer esforços concretos nessa direcção certa”, acrescentou.

Pequim ainda não reconheceu oficialmente os talibãs, mas foi uma das primeiras nações a estabelecer contactos com os fundamentalistas, após a retirada das tropas norte-americanas e internacionais. As autoridades chinesas descreveram o grupo como uma importante força militar e política no Afeganistão.

A reunião de dois dias em Tunxi, na província oriental de Anhui, foi realizada num período em que Pequim tenta reforçar a sua influência na região, face a renovadas tensões com vários países ocidentais.

Ucrânia em Tuxi

A invasão da Ucrânia pela Rússia colocou os laços de Pequim com Moscovo sob escrutínio. Wang Yi manteve conversas bilaterais com autoridades de outros países em Anhui nos últimos dois dias, durante as quais mencionou a crise na Ucrânia e alertou para um efeito de repercussão das sanções contra a Rússia.

Numa reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Afeganistão, Amir Khan Muttaqi, na quinta-feira, Wang Yi disse que a guerra na Ucrânia não significa que as necessidades do Afeganistão devem ser ignoradas. Muttaqi disse que nenhuma força estrangeira vai ter permissão para ocupar o Afeganistão e usar o Afeganistão para se opor a outras nações.

“Os Estados Unidos prejudicaram a soberania política e económica do Afeganistão durante muito tempo e destruíram instalações, durante a sua retirada apressada, fazendo com que o Afeganistão (enfrente hoje grandes dificuldades)”, disse Muttaqi, citado num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Uma declaração conjunta dos ministros dos Negócios Estrangeiros da China, Irão, Paquistão, Rússia, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão, após o encontro de dois dias, apelou aos “países principais responsáveis pela situação atual no Afeganistão” que cumpram os seus compromissos sobre a recuperação económica e o futuro desenvolvimento da nação devastada pela guerra.

A mesma nota apontou que o fornecimento de ajuda humanitária não deve ser politizado, mas também pediu ao Afeganistão que tome medidas mais visíveis para cortar laços com todo o tipo de forças terroristas.

4 Abr 2022

Imobiliário | Previsões de queda de valor das rendas e das casas 

Dois agentes imobiliários ouvidos pelo jornal Ou Mun defendem que os preços das rendas e do valor de compra e venda de casas podem sofrer quebras este ano. Ng Chao San, director da agência Centaline, disse que as transacções de imóveis estão a atravessar um período calmo, podendo os valores cair ainda durante o corrente ano.

O responsável adiantou que, em Fevereiro, as acções de compra e venda atingiram o valor mais baixo dos últimos dez anos, num total de 200. Mesmo com este cenário, Ng Chao San acredita que no segundo trimestre este valor pode ser ainda mais baixo, devido à situação pandémica nas situações vizinhas. O director da Centaline não acredita que possa haver uma recuperação do número de transacções no terceiro trimestre deste ano.

Relativamente às rendas, Ng Chao San prevê uma quebra de 30 por cento no valor, em termos gerais, ainda que haja uma maior procura por casas, uma vez que os alunos do Interior da China que estudam nas universidades locais começaram a procurar apartamentos em Março e os hotéis começaram a lançar um programa de alojamento mensal, para que os inquilinos tenham mais uma alternativa.

Ho Sio Hang, outro dos directores da agência Centaline, indicou que as rendas das lojas em zonas turísticas e nos casinos registaram uma queda entre 50 a 70 por cento, em comparação com o período anterior à pandemia. Quanto à compra e venda de casas, este responsável acredita que possam cair cerca de 30 por cento em termos trimestrais.

1 Abr 2022

Escolas | Ho Ion Sang pede planos para expansão

O deputado Ho Ion Sang, ligado aos Kaifong, questionou o Governo sobre os planos para expandir as escolas do ensino não-superior. A questão faz parte de uma interpelação divulgada ontem através do Jornal do Cidadão, em que o planeamento da Zona A dos Novos Aterros tem especial destaque.

Anteriormente, o Governo admitiu que nove escolas seriam alojadas nesta área, mas até hoje ainda não se conhecem as zonas escolhidas: “De forma a aumentar a área disponível para o ensino, será que as autoridades podem, no menor curto espaço de tempo possível, revelar o planeamento dos diferentes terrenos com fins educacionais?”, questionou.

Apesar do deputado não focar directamente a questão nas escolas, o plano da Zona A dos Novos Aterros assume especial importância para a Escola Portuguesa de Macau. Em 2019, na última visita do presidente da República Portuguesa ao território, Marcelo Rebelo de Sousa revelou que lhe tinha sido prometido que a EPM teria um novo polo na Zona A dos Novos Aterros. Contudo, este aspecto nunca mais teve desenvolvimento.

Em relação às escolas do ensino não-superior locais, Ho Ion Sang insistiu que é preciso fazer mais para que “as instalações e espaços disponíveis” consigam corresponder às expectativas da população. O deputado eleito pela via indirecta, pelo sector da educação, reconheceu que muito foi feito nos últimos anos, mas que ainda se tem de melhorar mais.

1 Abr 2022

Xi Jinping promete apoio ao Afeganistão em conferência regional

O Presidente chinês, Xi Jinping, assinalou ontem um forte apoio ao Afeganistão, numa conferência regional. Xi Jinping partilhou uma mensagem num encontro entre representantes do Afeganistão, China, Rússia, Paquistão, Irão, Tajiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão, que está a decorrer em Tunxi, no centro da China, e que destaca as aspirações de Pequim de desempenhar um papel de liderança no Afeganistão, após a retirada das forças dos Estados Unidos.

Um “Afeganistão pacífico, estável, desenvolvido e próspero” é o que os afegãos aspiram e o que “serve os interesses comuns dos países da região e da comunidade internacional”, disse o chefe de Estado chinês.

“A China sempre respeitou a soberania, a independência e a integridade territorial do Afeganistão, e está comprometida em apoiar o desenvolvimento pacífico e estável” do país da Ásia Central, acrescentou. O líder chinês não deu detalhes, embora a China já tenha enviado ajuda de emergência para o Afeganistão. Empresas chinesas estão também a estudar a possibilidade de minerarem cobre no país.

Reunião em Tunxi

Enviados especiais para o Afeganistão da China, Estados Unidos e Rússia, também estão reunidos, num grupo separado, em Tunxi. Embora não tenha reconhecido o governo talibã, a China agiu rapidamente para fortalecer os seus laços com o grupo islâmico. Um mês antes de os Talibã assumirem o poder, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, recebeu uma delegação de alto nível do grupo, na cidade portuária de Tianjin. Wang Yi referiu-se aos Talibã como uma força importante para a paz e reconstrução no Afeganistão.

Na semana passada, o ministro chinês também fez uma paragem surpresa em Cabul, para se encontrar com líderes Talibã, mesmo quando a comunidade internacional criticou a promessa quebrada pelo grupo, um dia antes, de abrir as escolas do ensino básico para meninas. A China teme que o Afeganistão se torne numa base para separatistas e extremistas uigures.

31 Mar 2022

China reforça presença em África nas áreas da defesa e segurança, defende analista

O militar e investigador Luís Bernardino afirmou ontem que a China está a aumentar a sua presença na defesa e segurança em África, com “uma estratégia muito mais activa e dinâmica”, actuando a nível bilateral, mas também das organizações.

“Há uma combinação de factores que nos levam a considerar que há uma estratégia mais activa para a presença chinesa em África na área da segurança e da defesa”, disse Luís Bernardino na 2.ª sessão das Conferências de Primavera 2022, promovida pelo Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM), evento dedicado à China, que decorre presencialmente e via ‘online’.

Esta estratégia que se desenvolve a nível bilateral e multilateral, ou seja, através de parcerias com os países, mas também “de uma maior intervenção ao nível das organizações, “nomeadamente dos Fóruns de Segurança da União Africana” e também da “presença em missões das Nações Unidas com maior visibilidade e maior impacto” nos países de África, na opinião do investigador do Centro de Estudos Internacionais (CEI) do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa já está a produzir os seus efeitos.

Deste modo, “é uma estratégia de baixo custo, baixo risco e alto rendimento, mas num quadro maior, com outras dinâmicas e outras dimensões, projetando aquilo que são os interesses chineses em África e como actor global”, reforçou.

Aposta no Jibuti

Luis Bernardino recordou que “em termos de segurança, a primeira base militar fora do espaço chinês com alguma relevância global foi [criada] no Jibuti”, mas hoje essa base “tem uma dinâmica crescente significativa e é a partir daí que se projecta o poder e influência [da China] para todo o resto do continente africano”.

Para o especialista em defesa, há um factor determinante para esta “mudança significativa”, é que os interesses económicos chineses, “essencialmente ligados à exploração dos minérios no continente africano”, cuja segurança era feita através dos países africanos onde estavam instalados “começou a correr mal, isto é, começaram a acontecer raptos e incidentes”.

“Começamos a ver uma presença maior militar chinesa, não só em termos da defesa dos interesses chineses, actuando muito à força de ‘companhias privadas’, porque são patrocinadas pela China, e inclusivamente grande parte dos militares que participam nestas empresas são das forças Armadas chinesas, que passaram à reserva, – porque [o país] tem reservas na ordem dos 10 a 12 milhões de militares – e que são destacados para estas operações, nomeadamente no continente africano”, acrescentou.

Através destas empresas de segurança, a China garante não só a segurança das suas explorações dos recursos no continente africano, mas também consegue “incrementar uma economia de Defesa”.

31 Mar 2022

Prejuízos de companhia aérea chinesa Air China aumentam face à pandemia

Os prejuízos da companhia aérea de bandeira da China, a Air China, aumentaram 15,5%, em termos homólogos, em 2021, fixando-se no equivalente a 2.346 milhões de euros, devido às restrições de viagens causadas pela pandemia.

Na declaração de resultados, enviada hoje à Bolsa de Valores de Hong Kong, a empresa assegurou que a sua situação não é única, já que a pandemia fez com que as “companhias aéreas de todo o mundo estejam a sofrer dificuldades operacionais”.

No entanto, em 2019, o último ano antes da pandemia, o lucro líquido da empresa já tinha caído 12,7%, em termos homólogos, devido à crescente concorrência que enfrenta nas suas rotas com a Europa e a América do Norte.

Em 2021, o volume de negócios total do grupo subiu 7,2%, para 74.532 milhões de yuans, embora se deva recordar que, no ano anterior, caiu 49%. A Air China transportou mais de 69 milhões de passageiros no ano passado, 0,5% a mais face a 2020, mas ainda quase 40% a menos do que no último exercício antes da pandemia.

O decréscimo significativo advém principalmente das rotas internacionais. Em 2021, a AirChina transportou apenas cerca de 301.000 passageiros a partir de e para a China. Isto representa uma redução de 86,6%, em termos homólogos, e de 98,2%, se comparado com os dados de 2019.

Os viajantes no continente chinês representaram 98,5% do total e, ao contrário dos viajantes internacionais, aumentaram 3,3%, em termos homólogos, em 2021.

A China mantém as suas fronteiras praticamente fechadas há dois anos, período em que limitou o tráfego aéreo internacional a aproximadamente 2% do que era antes da pandemia, o que resultou num aumento significativo nos preços dos bilhetes, que agora podem custar até onze vezes mais.

Mas o segmento de transporte de carga da Air China foi reforçado. Em 2021, a faturação aumentou 29,9%, em termos homólogos, para 11.113 milhões de yuans. Face a 2019, o aumento foi de quase 94%.

As despesas operacionais da companhia aérea cresceram 12,3%, para 95.465 milhões de yuans, principalmente devido à subida dos custos de combustível.

31 Mar 2022

Li Keqiang felicita António Costa pela tomada de posse do novo Governo em Portugal

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, felicitou esta quinta-feira o homólogo português, António Costa, pela tomada de posse do novo Governo de Portugal, numa conversa por telefone, segundo um comunicado difundido pela embaixada da China em Lisboa.

Na sua mensagem de felicitações, Li Keqiang disse que, nos últimos anos, devido aos “esforços conjuntos” de ambas as partes, a “cooperação pragmática” entre Portugal e a China em “vários domínios” alcançou novos resultados.

“Um novo capítulo foi escrito na amizade tradicional entre os dois países”, afirmou Li, segundo a nota da embaixada.

O primeiro-ministro chinês apontou que, como “parceiros de confiança e membros responsáveis” da comunidade internacional, China e Portugal devem consolidar ainda mais a confiança mútua, expandir a cooperação, promover o desenvolvimento da parceria estratégica abrangente China – Portugal e China – União Europeia, e contribuir ativamente para o bem-estar comum da China e Portugal.

O XXIII Governo Constitucional foi empossado, na quarta-feira, no Palácio Nacional da Ajuda.

Numa outra nota, o embaixador chinês em Lisboa, Zhao Bentang, disse que a China “espera trabalhar com o novo Governo português para consolidar ainda mais a confiança política mútua, enriquecer a parceria estratégica abrangente entre os dois países, fortalecer a cooperação mutuamente benéfica e impulsionar um novo e maior desenvolvimento das relações bilaterais”.

As declarações foram proferidas durante um seminário virtual, intitulado “Plano de Recuperação de Portugal e Oportunidades de Negócio”, para as empresas chinesas, que contou com a participação de representantes do Governo português, empresas e académicos dos dois países.

“Não só a China e Portugal têm conceitos de desenvolvimento altamente compatíveis, mas também enfrentam as tarefas comuns de combater a epidemia, estabilizar a economia, salvaguardar os meios de subsistência dos povos e transformar e melhorar a estrutura económica”, disse Zhao Bentang.

31 Mar 2022

Ilhas Salomão anunciam acordo de segurança com a China

As Ilhas Salomão anunciaram esta quinta-feira que vão assinar um acordo de segurança com Pequim, suscitando preocupação entre os seus aliados ocidentais, que temem que o tratado abra caminho para uma presença militar chinesa no sul do Pacífico.

“As autoridades das Ilhas Salomão e da República Popular da China rubricaram hoje os elementos de um quadro para a cooperação bilateral entre os dois países no âmbito da segurança”, disse o gabinete do primeiro-ministro das Ilhas Salomão, Manasseh Sogavare, em comunicado.

O esboço do acordo bilateral, que foi tornado público, na semana passada, prevê presença militar chinesa nas Ilhas Salomão, inclusive através de visitas de navios de guerra, para “realizar reabastecimento logístico e escalas”.

Sob este pacto, a polícia armada chinesa pode ser mobilizada a pedido das Ilhas Salomão para garantir a manutenção da “ordem social”.

As “forças chinesas” também vão ser autorizadas a proteger a “segurança do pessoal chinês” e os “principais projetos” no arquipélago.

Sem o consentimento escrito da outra parte, nenhuma das partes está autorizada a tornar públicas as missões decididas no âmbito do acordo.

O chefe de operações conjuntas da Austrália, o tenente-general Greg Bilton, disse hoje que o pacto, que ainda não foi assinado, levaria a uma mudança nas intervenções do seu país no Pacífico.

Os Estados Unidos e a Austrália há muito que expressam preocupação com a possibilidade de a China construir uma base naval no Pacífico Sul, o que permitiria projetar a sua marinha muito além das suas fronteiras.

Qualquer presença militar chinesa poderia forçar Camberra e Washington a alterar a sua postura militar na região.

Sogavare disse, na terça-feira, que “não tem intenção (…) de pedir à China que construa uma base militar” no arquipélago.

“Somos sensíveis à infeliz perceção de muitos líderes, de que a segurança da região está a ser ameaçada pela presença da China”, apontou o primeiro-ministro.

“Isso é um absurdo total. Acho muito insultuoso (…) ser rotulado como incapaz de administrar os nossos assuntos soberanos”, afirmou.

Poucas horas antes do anúncio do pacto de segurança, o Presidente dos Estados Federados da Micronésia, David Panuelo, apelou a Sogavare que reconsidere o acordo.

Panuelo expressou “profundas preocupações de segurança”, citando o aumento das tensões entre Pequim e Washington.

“O meu medo é que nós, as Ilhas do Pacífico, nos tornemos o epicentro de um futuro conflito entre estas grandes potências”, afirmou.

Ele pediu ao líder das Ilhas Salomão que considere as consequências a longo prazo “para toda a região do Pacífico, e mesmo para o mundo inteiro”, da assinatura do pacto.

As Ilhas Salomão, onde vivem cerca de 700.000 pessoas, romperam, em 2019, os laços diplomáticos com Taiwan, passando a reconhecer Pequim como o único governo legítimo de toda a China.

A decisão contribuiu para tumultos em novembro. A polícia australiana está na capital do país, Honiara, para ajudar a manter a paz, sob um tratado de segurança bilateral estabelecido em 2017.

Este tratado fornece uma base legal para o rápido destacamento da polícia australiana, tropas e civis, no caso de um grande desafio à segurança do país.

A Austrália liderou uma força constituída por polícias e tropas das Ilhas do Pacífico, sob a Missão de Assistência Regional às Ilhas Salomão, entre 2003 e 2017.

31 Mar 2022

Pequim vai manter posição sobre conflito na Ucrânia, diz analista

Pequim não vai alinhar em sanções contra Moscovo ou opor-se abertamente ao conflito na Ucrânia, apesar da eventual pressão das autoridades europeias nesse sentido durante a cimeira União Europeia–China, na sexta-feira, disse à Lusa um analista chinês.

Pequim tem mantido uma posição ambígua em relação à invasão russa da Ucrânia. Por um lado, defendeu que a soberania e a integridade territorial de todas as nações devem ser respeitadas – um princípio de longa data da política externa chinesa e que pressupõe uma postura contra qualquer invasão -, mas ao mesmo tempo opôs-se às sanções impostas contra a Rússia e apontou a expansão da NATO para o leste da Europa como a raiz do problema.

Gao Zhikai, que serviu como intérprete do antigo líder chinês Deng Xiaoping e é atualmente um dos mais conhecidos comentadores da televisão chinesa, disse à Lusa que “não é realista” esperar que Pequim prejudique os laços comerciais com Moscovo.

“A China é um grande comprador do petróleo e gás russos. Existem oleodutos para o petróleo e para o gás. Os dois países partilham uma fronteira comum com mais de 4.000 quilómetros, e o intercâmbio humano é muito dinâmico”, descreveu.

Segundo o embaixador da UE na China, Nicolas Chapuis, a questão da invasão Ucrânia pela Rússia deve pesar fortemente sobre a cimeira, que se vai realizar por videoconferência.

O foco “em primeiro lugar” dos europeus vai ser reunir o “máximo de apoio possível da China”, para “ajudar a Europa a parar com a guerra na Ucrânia”, declarou Chapuis há duas semanas, salientando: “Nesta guerra, não pode haver a chamada neutralidade”.

O comércio entre a China e a Rússia subiu 35,9%, em 2021, em termos homólogos, para um valor recorde de 146,9 mil milhões de dólares (cerca de 132 mil milhões de euros), segundo dados da Administração Geral das Alfândegas da China.

Para o analista chinês, Pequim está do “lado certo da História”, ao “encorajar as negociações, em vez de estimular uma guerra mais prolongada na Ucrânia”.

“As sanções não funcionarão”, previu.

“Certamente, vão ser muito dolorosas para a Rússia, mas não vão encurralar a Rússia ao ponto de a subordinar à Europa ou aos Estados Unidos”, disse, adiantando que “apenas tornarão a Rússia mais resiliente e mais resoluta na luta por qualquer propósito que tenha estabelecido”.

Gao sugeriu antes que as preocupações de segurança da Rússia sejam consideradas.

“Não vai haver paz duradoura na Europa, enquanto a Rússia for excluída”, disse. “Como é possível haver paz, estabilidade e crescimento na Europa, sem contar com o maior país do mundo, que tem um dos maiores arsenais nucleares, situado ali ao lado”, questionou.

Outro ponto-chave da cimeira é o Acordo Compreensivo de Investimento (CAI) UE–China, cuja ratificação pelo Parlamento Europeu ficou ‘congelada’, depois de Pequim ter imposto sanções retaliatórias contra eurodeputados.

Pequim avançou com sanções depois de a UE, Reino Unido, Canadá e Estados Unidos terem imposto sanções coordenadas contra as autoridades chinesas por abusos dos Direitos Humanos na região de Xinjiang, no extremo oeste do país.

As tensões agravaram-se depois de a Lituânia ter aprovado a abertura de um escritório de representação de Taiwan, território que Pequim considera como uma província sua.

A decisão da Lituânia é vista por Pequim como uma provocação, principalmente porque esta representação é designada ‘Escritório de Representação de Taiwan’, ao invés de Taipé, o nome da capital da ilha, pressupondo o reconhecimento de Taiwan como entidade política soberana.

“Isto acontece porque há certos membros do Parlamento Europeu que realmente se envolveram em atividades que são percebidas, do ponto de vista chinês, como interferência e violação do princípio ‘Uma só China’”, explicou Gao.

O reconhecimento daquele princípio é visto por Pequim como uma garantia de que Taiwan é parte do seu território. “Se esse princípio é violado, a China não tem outra escolha senão retaliar”, apontou.

31 Mar 2022

Fórum Macau | Reunião Ministerial agendada para 10 de Abril

Depois de um longo interregno sem conferências ministeriais devido à pandemia da covid-19, o Fórum Macau vai finalmente decidir os objectivos para os próximos anos na Reunião Ministerial agendada para 10 de Abril, domingo. Segundo uma nota de imprensa ontem divulgada, esta conferência será realizada online, tendo como tema principal “Um Mundo sem Pandemia, Um Desenvolvimento Comum”.

Na cerimónia de inauguração serão exibidos, por videoconferência, os discursos de políticos dos governos dos países integrantes do Fórum de Macau. No encontro, os ministros que tutelam os assuntos do Fórum de Macau dos países integrantes do mesmo “irão proferir as suas intervenções sobre o reforço do intercâmbio na prevenção pandémica entre a China e os Países de Língua Portuguesa e a promoção conjunta da recuperação económica no período pós-pandémico”.

Após a reunião, será assinada uma declaração conjunta que define os planos de acção com as metas económicas e comerciais que devem ser alcançadas na ligação entre a China e os países de língua portuguesa, tendo Macau como plataforma. O último plano de acção, assinado na 5ª Conferência Ministerial, definiu os objectivos a cumprir entre 2017 e 2019.

31 Mar 2022

Hengqin | Governo estuda ordenamento jurídico na Zona de Cooperação

André Cheong, secretário para a Administração e Justiça, adiantou que o Governo está a estudar, “de forma activa”, a “inovação do ordenamento jurídico da Zona de Cooperação Aprofundada”, bem como o aperfeiçoamento dos diplomas legais que possam “facilitar a vida dos residentes de Macau” na Zona de Cooperação.

Estas declarações foram proferidas no âmbito da realização da 32ª sessão plenária do Conselho Consultivo da Reforma Jurídica (CCRJ), que serviu também para analisar o plano legislativo do Governo para este ano. André Cheong participou na qualidade de presidente do CCRJ, juntamente com representantes da Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça.

Ainda sobre a Zona de Cooperação Aprofundada, André Cheong referiu que a melhoria dos trabalhos jurídicos visa “oferecer garantias institucionais para o seu desenvolvimento a longo prazo”.

Na qualidade de secretário, André Cheong disse que o Executivo “tem reforçado constantemente a coordenação legislativa”, tendo sido concluídos, nos últimos dois anos, os trabalhos de elaboração das propostas de lei ou os de consulta previstos no plano legislativo. Além disso, “no corrente ano serão também concluídas as iniciativas definidas de acordo com o plano”, apontou. No corrente ano, também serão concluídas as iniciativas definidas, de acordo com o plano, concluiu.

31 Mar 2022

Venetian Theatre acolhe espectáculo solidário de apoio a Eddy Murphy

É já no próximo dia 16 de Abril que decorre no The Venetian Theatre um concerto com o grupo Macau4Eddy, um espectáculo solidário de apoio ao mestre de capoeira brasileiro Eddy Murphy, que vive em Macau há vários anos e que foi diagnosticado com cancro, necessitando de apoios financeiros para pagar os tratamentos. Uma vez que Eddy Murphy é trabalhador não residente, necessita de pagar a totalidade das contas hospitalares, que neste momento são de quase 1,2 milhões de patacas, relativas aos meses de Maio de 2021 a Março deste ano.

Uma nota de imprensa dá conta que a medicação de Eddy Murphy vem dos Estados Unidos, além de que “muitos exames têm de ser feitos no estrangeiro devido à falta de equipamentos ou de especialistas na região”. Até à data, “os tratamentos têm decorrido com sucesso”.

O objectivo desta iniciativa é atingir a fasquia dos dois milhões de patacas, sendo que o dinheiro remanescente que for adquirido será doado à Associação Anti-Cancro de Macau-China.

O espectáculo, que começa às 19h, reúne músicos do território por esta causa, tal como os membros do grupo da Casa de Portugal em Macau, Billy Chan e a sua banda ou a cantora brasileira Jandira Silva, entre outros. Victor Kumar, bailarino e professor de yoga, irá ainda apresentar um espectáculo de Bollywood. Os bilhetes custam 300 patacas e estão à venda no website www.macau4eddy.com. Além desta iniciativa, também se aceitam donativos através da conta BNU número 9008318078, ou através desta plataforma de crowdfunding: https://fundrazr.com/81xt55?ref=ab_3YEqUonzASu3YEqUonzASu

31 Mar 2022

Sergei Lavrov anuncia em Pequim uma nova ordem mundial em parceria com a China

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, anunciou hoje uma ordem mundial “mais justa”, em parceria com a China, durante a sua primeira visita ao país desde a invasão da Ucrânia pela Rússia. “Estamos a viver uma fase muito séria na história das relações internacionais”, disse o chefe da diplomacia do Kremlin, no início de um encontro bilateral com o seu homólogo chinês, Wang Yi.

“Estou convencido de que no final desta etapa, a situação internacional ficará muito mais clara, e que nós, juntamente com vocês e com os nossos apoiantes, caminharemos para uma ordem mundial multipolar, justa e democrática”, afirmou Lavrov. Pequim recusou-se a condenar a invasão russa da Ucrânia, desencadeada a 24 de Fevereiro, preferindo denunciar as sanções ocidentais contra a Rússia.

No início de Março, Wang Yi enalteceu mesmo a amizade “sólida” entre Pequim e Moscovo e defendeu as preocupações “razoáveis” da Rússia com a sua segurança. Poucas semanas antes da guerra na Ucrânia, o Presidente russo, Vladimir Putin, foi calorosamente recebido em Pequim pelo homólogo chinês, Xi Jinping. Os dois países celebraram então uma amizade “sem limites” e denunciaram o “alargamento” da NATO.

Sergei Lavrov está na China para um encontro de dois dias, dedicado não à Ucrânia, mas ao Afeganistão. O diplomata russo deve estar lado a lado com um colega norte-americano.

O encontro, organizado em Tunxi, leste da China, reúne sete países vizinhos do Afeganistão. Além da Rússia e da China, vão estar representantes do Paquistão, Irão, Tajiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão. O chefe da diplomacia dos talibãs, Amir Khan Muttaqi, também é esperado, segundo a imprensa estatal chinesa.

Em simultâneo, deve ser realizada a reunião de um “mecanismo de consulta” sobre o Afeganistão, com a participação de diplomatas da China, Rússia, Paquistão e também dos Estados Unidos, anunciou Pequim.

Estas reuniões ocorrem uma semana após a visita do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês a Cabul, pela primeira vez desde que os fundamentalistas islâmicos chegaram ao poder, em Agosto passado. A China compartilha uma pequena fronteira de 76 quilómetros com o Afeganistão. Pequim teme que o país vizinho se torne uma base de apoio para separatistas e extremistas islâmicos uigures.

30 Mar 2022

Covid-19 | China tenta reduzir impacto económico de confinamento de Xangai

As autoridades de Xangai avançam com apoios fiscais, medidas de estabilização do emprego e de “optimização dos negócios” para travar efeitos negativos de um novo confinamento da cidade

 

As autoridades de Xangai, que está sob confinamento, prometeram ontem reduzir impostos para comerciantes e manter o porto da cidade, o mais movimentado do mundo, a operar, visando limitar as interrupções na indústria e comércio.

A paralisação da maioria das actividades na cidade, para conter surtos do novo coronavírus, abalou os mercados financeiros, já apreensivos com a guerra na Ucrânia, a subida das taxas de juros nos Estados Unidos, e a desaceleração da economia chinesa.

O governo de Xangai anunciou cortes nos impostos, redução dos preços do aluguer de espaços comerciais e empréstimos com taxas reduzidas para as pequenas empresas. Uma declaração do Governo emitida ontem prometeu também “estabilizar os empregos” e “optimizar o ambiente de negócios”.

No porto de Xangai, as operações continuaram com normalidade e os responsáveis fizeram esforços extra para garantir que os navios “possam fazer descargas normalmente”, informou a televisão estatal chinesa. O porto serve o delta do rio Yangtsé, uma das regiões industriais mais movimentadas do mundo, concentrando fabricantes de telemóveis, componentes para automóveis e outros produtos.

As operações nos aeroportos e estações ferroviárias de Xangai decorriam ontem com normalidade, de acordo com o jornal The Paper.

O serviço de autocarros de e para a cidade de 26 milhões de habitantes foi suspenso anteriormente. Os visitantes são obrigados a mostrar um teste negativo para a covid-19. Para o resto do mundo, o maior impacto potencial virá da queda do consumo interno na China, devido às medidas de confinamento.

Difíceis previsões

As previsões de crescimento económico já apontavam para um abrandamento, em relação à taxa de crescimento de 8,1 por cento alcançada no ano passado, devido a uma campanha do governo para reduzir a dívida no sector imobiliário e outros desafios não relacionados com a pandemia.

A meta oficial de crescimento económico para este ano é de “cerca de 5,5 por cento”, mas os analistas dizem que vai ser difícil atingi-la. “A China é o maior consumidor de praticamente tudo”, disse Rob Carnell, economista-chefe para a Ásia do grupo de serviços financeiros ING. “Se o consumo na China abrandar devido aos surtos de covid-19, isso afectará as cadeias de fornecimento e os países da região”, explicou.

Louis Kuijs, economista-chefe para a região da Ásia – Pacífico do S&P Global Ratings, disse que as autoridades chinesas estão a tentar garantir que as mercadorias chegam aos clientes e as cadeias de fornecimento são salvaguardadas.

De acordo com o economista, em paralisações anteriores, as fábricas fizeram horas extra para atenderem aos pedidos. Apesar dos receios de que os bloqueios na China podem atrasar a recuperação das cadeias de fornecimento globais, “o impacto não é tão grande quanto muitos observadores externos temem”, disse Kuijs.

“Essas restrições tendem a ter um impacto maior nos gastos e do lado da procura interna na China”, frisou. O impacto em Xangai deve ser “relativamente reduzido”, se a cidade contiver o seu surto, assim como fez Shenzhen, disse Carnell.

Funcionários do sector financeiro podem trabalhar a partir de casa. No sector manufatureiro, as empresas puseram os operários a viver nas fábricas, num “sistema de circuito fechado”, isolando-os do contacto com o exterior.

As fabricantes General Motors Co. e Volkswagen AG disseram que as suas fábricas em Xangai estão a operar normalmente. Milhares de funcionários de empresas do sector financeiro dormem nos escritórios, para evitar contacto com pessoas de fora, informou o jornal Daily Economic News.

A Bolsa de Valores de Xangai está a funcionar normalmente, com uma equipa reduzida, num “escritório fechado”. A maioria dos restaurantes na cidade só tem permissão para servir os clientes através de entregas ao domicílio. Nos centros comerciais, os visitantes são obrigados a usar máscara e a registar a entrada com os seus dados pessoais, através de uma aplicação.

Porto, a grande ameaça

A ameaça maior para a indústria e o comércio seria uma interrupção no porto de Xangai, que movimenta 140.000 contentores de carga por dia. No ano passado, as interrupções ao longo de um mês no porto de Yantian, em Shenzhen, atrasou a descarga e saída de milhares de contentores, causando ondas de choque nas cadeias de fornecimento globais.

Em Xangai, os motoristas de camião que entregam mercadorias são obrigados a apresentar um teste negativo para o vírus, realizado nas últimas 48 horas, e um “recibo de entrega” electrónico.

A volatilidade registada nos mercados, no início da semana, pode ter sido uma “reacção exagerada”, que não reflecte a “verdadeira realidade da situação”, mas os investidores já estavam inquietos com a China e a economia global, disse Michael Every, do banco holandês Rabobank. “Temos vários problemas com os quais nos preocupar. Este é apenas um entre muitos”, disse Every.

30 Mar 2022

Economia | Reserva financeira com perda de 12,68 mil milhões

A reserva financeira de Macau perdeu 12,68 mil milhões de patacas em Janeiro, segundo dados divulgados ontem pelas autoridades. Esta A cifrou-se em 630,49 mil milhões de patacas no final de Janeiro, segundo informação publicada no Boletim Oficial pela Autoridade Monetária de Macau. O valor da reserva básica – equivalente a 150 por cento do orçamento público de Macau para 2022 – era de 145 mil milhões de patacas e a reserva extraordinária 490,67 mil milhões de patacas.

A reserva financeira é maioritariamente composta por depósitos e contas correntes no valor de 277,2 mil milhões de patacas, títulos de crédito no montante de 170,4 mil milhões de patacas e até 182,2 mil milhões de patacas em investimentos subcontratados.

A reserva financeira de Macau cresceu em 2020 e 2021, apesar da crise económica criada pela pandemia da covid-19. Em 2020, o Governo de Macau injectou dinheiro da Reserva Financeira no Orçamento para suportar a despesa extraordinária com o pacote de estímulos à economia e que se traduziu num plano de ajuda e benefícios fiscais dirigido à população e às pequenas e médias empresas.

30 Mar 2022

Cathay Pacific planeia voo mais longo do mundo para ligar Hong Kong a Nova Iorque

A companhia aérea Cathay Pacific planeia operar o voo de passageiros mais longo do mundo, numa rota que sobrevoará o oceano Atlântico em vez do Ártico para ligar Hong Kong a Nova Iorque e evitar a Rússia.

A ligação será de “pouco menos de nove mil milhas náuticas”, mais de 16 mil quilómetros, a percorrer em cerca de 17 horas e 50 minutos, disse a companhia aérea de Hong Kong à agência de notícias France-Presse (AFP), na terça-feira.

O voo será mais longo em distância, mas não em tempo, do que o voo da Singapore Airlines, entre a cidade-Estado asiática e Nova Iorque, num percurso de mais de 15 mil quilómetros em 18 horas.

Muitas companhias aéreas têm cancelado voos para cidades russas ou evitado o espaço aéreo russo desde a invasão da Ucrânia.

No mês passado, a Rússia também fechou o espaço aéreo a vários países europeus e a todos os voos ligados ao Reino Unido, em resposta a uma proibição semelhante imposta por estas nações.

A opção transatlântica é mais favorável do que a rota habitual devido aos “fortes ventos traseiros sazonais nesta altura do ano”, justificou a companhia.

Antes da pandemia da covid-19, a Cathay operava três viagens diárias de ida e volta entre as duas cidades.

Os voos para Hong Kong enfrentam agora cancelamentos frequentes devido às rigorosas medidas sanitárias da cidade e à falta de passageiros.

Os aviões provenientes dos Estados Unidos e de mais oito países vão poder aterrar novamente em Hong Kong, a partir de sexta-feira, graças a uma flexibilização das regras contra a covid-19.

Na terça-feira à noite, a Cathay anunciou um voo direto Nova Iorque-Hong Kong, em 03 de abril.

30 Mar 2022

Investimento chinês chega a Portugal através de subsidiárias no Luxemburgo e Hong Kong

O investimento direto estrangeiro feito pela China chega a Portugal sobretudo através de subsidiárias detidas no Luxemburgo e em Hong Kong, divulgou ontem o Banco de Portugal (BdP).

Segundo os dados do BdP, em 2021, apenas 28% do investimento chinês em Portugal chegou diretamente da China, sem utilizar países terceiros, enquanto 41% da posição de investimento direto em Portugal era detida através do Luxemburgo, 22% através de Hong Kong, 4% através de Espanha e 5% de outros.

Por setor de atividade económica, observa-se que 38% do investimento direto realizado no setor da eletricidade, gás e água provinha da China.

O regulador publicou hoje novas estatísticas de posições de investimento direto por investidor final, que permite aferir a origem do investimento, isto é, “o país da contraparte final ou o investidor final e, deste modo, reconhecer em que país reside quem, em última análise, detém ou controla o investimento, usufrui do rendimento e assume o risco”.

Com a atualização da metodologia, a China torna-se o 5.º país de residência dos detentores finais com maiores posições de investimento direto em Portugal, quando anteriormente – antes de considerar o investidor final – era o 9.º lugar.

A China representa, assim, 6,8% do total do investimento direto estrangeiro em Portugal.

Em 2021, Espanha era o país de residência dos detentores finais com maiores posições de investimento direto em Portugal. Seguiam-se Portugal, França, Reino Unido e China.

30 Mar 2022