Hoje Macau PolíticaJustiça | Vong Hin Fai quer Macau a seguir o Interior A delegação dos membros de Macau à Assembleia Popular Nacional (APN) visitou a cidade Wuyishan, em Fujian, para estudar os processos instaurados pelo Ministério Público contra crimes que atentam às políticas de protecção ambiental. Vong Hin Fai, um dos membros de Macau na APN, considerou que o território é uma cidade com património cultural pelo que deve acompanhar os exemplos do Interior, não só a pensar na área ambiental mas também de defesa do património cultural. Ouvido pelo jornal Ou Mun, o também deputado indicou que o Ministério Público de Wuyishan assume um papel importante ao instaurar processos que resultam na protecção ambiental, ao aplicar as leis, mas também com a divulgação das mesmas.
Hoje Macau PolíticaHengqin | Mercadorias isentas de impostos As mercadorias oriundas de Macau com destino a Hengqin passarão a estar isentas do pagamento de impostos, adiantou ontem o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, no âmbito de uma conferência de Promoção de Investimento Global em Hengqin, que contou com 300 participantes. Segundo a TDM Rádio Macau, o secretário referiu num discurso que a Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin apresenta “vários benefícios políticos” e económicos, constituindo um “terreno fértil para o investimento e empreendedorismo”.
Hoje Macau EventosAssociated Press distinguida com dois prémios Pulitzer A agência Associated Press (AP) foi distinguida com dois prémios Pulitzer de jornalismo, na segunda-feira, nas categorias de serviço público e fotorreportagem, relativos à guerra na Ucrânia, que incluem imagens surpreendentes do cerco russo a Mariupol. Os jornalistas da AP também estiveram entre os finalistas nas categorias de fotorreportagem, pela cobertura da crise política no Sri Lanka, e pelo impacto da invasão russa da Ucrânia nas pessoas idosas. Para o prémio do serviço público, o júri citou o trabalho do vídeojornalista Mstyslav Chernov, do fotógrafo Evgeniy Maloletka, da produtora de vídeo Vasilisa Stepanenko e da repórter Lori Hinnant. Durante quase três semanas, os únicos jornalistas estrangeiros em Mariupol eram da AP, que capturaram imagens notáveis de uma mulher grávida ferida a ser transportada para ter cuidados médicos e de soldados russos a dispararem sobre alvos civis. Outros distinguidos com o Pulitzer foram o AL.com, de Birmingham, no Estado do Alabama, pelo noticiário e comentário local, o Los Angeles Times, o New York Times e o Washington Post. Estes prémios distinguem o melhor no jornalismo em 2022, em 15 categorias, bem como em oito categorias artísticas, focadas em livros, música e teatro. O distinguido pelo serviço público recebe uma medalha de ouro, os outros, 15 mil dólares americanos. O vice-presidente da autarquia de Mariupol afirmou que o trabalho da AP suscitou a atenção internacional, que levou a pressões para os russos abrirem vias de retirada de pessoas, o que permitiu salvar milhares de vidas. “Informaram o mundo sobre o custo humano desta guerra nos seus primeiros dias”, disse a editora executiva da AP, Julie Pace, durante uma comemoração dos prémios, via Zoom. “Serviram de contrapeso da desinformação russa e ajudaram a abrir um corredor humanitário de saída de Mariupol com o seu trabalho”, realçou. A equipa de fotógrafos da AP distinguida com o prémio inclui, além de Maloletka, também Bernat Armangue, Emilio Morenatti, Felipe Dana, Nariman El-Mofty, Rodrigo Abd e Vadim Ghirda. “Estar lá foi provavelmente mais importante e crítico do que nunca”, disse o diretor de fotografia da AP, David Ake. The Atlantic premiada A revista The Atlantic ganhou um prémio na categoria de jornalismo explicativo, pela investigação, feita por Caitlin Dickerson, da política de Donald Trump de separar pais e filhos na fronteira. Premiados foram também o Wall Street Journal, pelas notícias sobre dirigentes públicos que possuíam acções de empresas que podiam beneficiar com as decisões políticas, e Anna Wolfe, do Mississippi Today, pela exposição de um antigo governador que dava dinheiros públicos a amigos e familiares. Andrew Long Chu, da revista New York, ganhou um Pulitzer por crítica, Nancy Ancrum, Amy Driscoll, Luisa Yanez, Isadora Rangell and Lauren Constantino, de Miami Herald, pelas prosas editoriais, Mona Chalabi, colaboradora do New York Times, pelas ilustrações de notícias e comentários, e o ‘staff’ da Gimlet Media, pelo noticiário radiofónico. Os prémios foram estabelecidos por vontade do editor Joseph Pulitzer e começaram a ser atribuídos em 1917.
Hoje Macau China / ÁsiaTurquia | Governo afasta-se de sanções à Rússia O ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Mevlut Cavusoglu, descartou ontem a possibilidade de Ancara vir a unir-se ao programa de sanções dos Estados Unidos e da União Europeia contra a Rússia por causa da invasão da Ucrânia. Cavusoglu disse que o Governo de Ancara não vai juntar-se às sanções “unilaterais” contra Moscovo, tentando manter a postura de neutralidade em relação ao assunto, disse o chefe da diplomacia turca à estação de televisão Lider Haber. Neste sentido, o ministro sublinhou que a Turquia vai continuar a “levar em consideração” os interesses do próprio país, valorizando a prosperidade da Turquia, que este mês vai a eleições. “Estamos a garantir o respeito pela Convenção de Montreux”, disse Cavusoglu, referindo-se ao acordo internacional sobre o movimento marítimo nos Estreitos do Bósforo e Dardanelos, que regula a navegação de navios de guerra estrangeiros. O chefe da diplomacia de Ancara criticou directamente os comentários do principal opositor turco, Kemal Kiliçdaroglu, que admitiu recentemente dar “prioridade às relações com o Ocidente e não com o Kremlin” em caso de vitória nas eleições do próximo dia 14 de Maio. Para Cavusoglu, trata-se de uma afirmação incoerente porque, Kemal Kiliçdaroglu, acusou o ministro, disse no passado “que nada iria fazer para ameaçar as relações entre a Turquia e a Rússia”. No dia 14 de Maio realizam-se eleições gerais e presidenciais na Turquia.
Hoje Macau EventosLivro do historiador Ivo Carneiro de Sousa apresentado hoje na FRC É hoje apresentado, a partir das 18h30, na Fundação Rui Cunha (FRC), o mais recente livro do historiador Ivo Carneiro de Sousa, intitulado “Memórias, Viagens e Viajantes Franceses por Macau (1609-1900)”, uma edição em quatro volumes do Instituto Cultural. A apresentação será feita por Joaquim Ramos de Carvalho, da Universidade Politécnica de Macau. Resultado de quase uma década de investigações primárias em bibliotecas e arquivos centrais, regionais e privados da França, esta obra publica e estuda uma colecção de 295 memórias textuais de Macau escritas entre 1609 e 1900. Produzidas pelos mais diferentes autores e editores, estendendo-se por prestigiados viajantes marítimos a missionários, militares, diplomatas, médicos da marinha, geógrafos, jornalistas, cientistas ou os primeiros assumidos turistas, estas memórias em viagem por Macau iluminam os mais diversos aspectos da vida social, económica, das gentes e dos espaços que tornaram Macau um território fundamental para o acesso da França ao grande império do meio. Descobrem-se volumes muito ocupados a editar com rigor estas memórias que, deslindando autorias e apurando os seus sentidos narrativos, oferecem também aos leitores vários outros capítulos em que se estuda sobretudo com as metódicas da história cultural a oceânica atenção intelectual, diplomática e política que aproximou sucessivamente a França de Macau, culminando até 1859 com a activa presença dos seus embaixadores nomeados para ministros plenipotenciários na China que transformaram a legação francesa na cidade num dos principais espaços de sociabilidade da elite e cosmopolita da época. Se entre 1857 e 1862 a ofensiva colonial francesa na Indochina e a sua participação militar na chamada segunda guerra do ópio ergueram mesmo um hospital militar em Macau, tratando mais de 2.000 feridos franceses, o profundo interesse da França pelo pequeno enclave do delta do rio das Pérolas mobilizava enorme atenção tanto da imprensa diária quanto de muitas revistas científicas e literárias que, a cruzar a esta biblioteca única de memórias, ajudam a perceber quanto a imaginação francesa da cidade, das suas pessoas e coisas contribuiu generosamente para escorar a representação cultural com que se foi seleccionando em textos e imagéticas o que se queria destacar como património e história de Macau. Carreira de mérito Ivo Carneiro de Sousa é professor associado no Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa na Universidade Politécnica de Macau (UPM). Foi professor catedrático e ‘Associate Dean’ na Universidade da Cidade de Macau entre 2012 e 2018, tendo sido aind vice-reitor, professor catedrático e “personal chair in History” na Universidade de São José, entre 2006 e 2012, além de possuir experiência académica na Europa, nomeadamente nas universidades do Porto, Salamanca e Nápoles. Doutor em Cultura Portuguesa, em 1993, e professor agregado em História, título obtido em 1999, é autor de 22 livros académicos, incluindo quatro títulos referenciais sobre história social, cultural e religiosa de Macau, e três obras importantes sobre história e antropologia cultural de Timor-Leste. Ivo Carneiro de Sousa publicou mais de 200 artigos científicos em diversas revistas científicas da especialidade, coordenou vários centros e projectos de investigação, encontrando-se desde 2011 a desenvolver ampla pesquisa sistemática em arquivos e bibliotecas públicas e privadas sobre memórias, viagens e viajantes estrangeiros em Macau, de finais do século XVI a 1900.
Hoje Macau China / ÁsiaEDP Renováveis | Concluído projecto solar para auto-consumo na China A EDP Renováveis (EDPR) concluiu a construção de um projecto de energia solar de geração distribuída para autoconsumo de 19 Megawatts-pico (MWp) no telhado de uma fábrica na província chinesa de Anhui, informou ontem a empresa, em comunicado. “A EDP Renováveis (EDPR) concluiu a construção de um projecto de energia solar de geração distribuída para autoconsumo de 19 Megawatts-pico (MWp) na província chinesa de Anhui”, lê-se na nota enviada à comunicação social, que refere ainda tratar-se do “maior parque solar de geração distribuída já concluído pelo grupo EDP nas instalações de um cliente”. O projecto, cuja construção começou no início do ano, foi instalado no telhado de uma fábrica de electrónica de consumo, tem um contrato de longo prazo a 20 anos e está estruturado com 35.000 painéis solares. Segundo a empresa, vai gerar mais de 22 Gigawatts-hora (GWh) de energia por ano, o que equivale a compensar cerca de 19.000 toneladas de emissões de carbono (utilizando o factor de emissão da China de 0,828 quilogramas de dióxido de carbono equivalente por Quilowatt-hora de eletricidade produzida (kg CO2e/kWh)). “Este projecto faz parte da capacidade instalada adicional de 150MWp de energia solar que a EDPR quer desenvolver na China e do compromisso em investir em projectos distribuídos e em centrais solares de larga escala, de forma a apoiar o objectivo do país de atingir emissões líquidas zero de carbono até 2060”, lê-se no comunicado. Através da aquisição da Sunseap em 2022, a EDPR tem mais de 730 Megawatts (MW) de capacidade solar nos mercados da região Ásia-Pacífico (APAC), representando atualmente 5 por cento do portfólio global de energias renováveis da empresa.
Hoje Macau China / ÁsiaIA | Polícia investiga notícias falsas geradas pelo Chat GPT A polícia chinesa lançou uma investigação a um portal de notícias que usava o popular programa de inteligência artificial ChatGPT para gerar e divulgar artigos falsos, com o objectivo de obter grandes quantidades de tráfego e lucro. Os agentes descobriram inicialmente um artigo na Internet que informava sobre o descarrilamento e incêndio de um comboio em Pingliang, na província ocidental de Gansu, que resultou em vários mortos. Após verificarem que se tratava de uma informação falsa, a polícia abriu uma investigação e descobriu que o artigo foi publicado por 21 contas do Baidu, o principal motor de buscas chinês, criadas por uma empresa com sede em Shenzhen, no sul da China. O representante legal da empresa, de sobrenome Hong, e o seu irmão mais novo são suspeitos de fabricar e espalhar boatos. Segundo a polícia, o irmão mais novo de Hong comprou um grande número de “contas Baijia”, um serviço fornecido pelo Baidu que permite aos utilizadores criar e difundir conteúdo original, e editou as notícias com recurso ao programa de inteligência artificial ChatGPT, que gera textos a partir de palavras-chave. O objectivo era obter uma grande quantidade de tráfego e lucro através da difusão de notícias sensacionalistas e falsas. A polícia prendeu o irmão mais novo e congelou as contas bancárias relacionadas ao caso. A investigação ainda está em andamento e as autoridades alertaram os internautas para não acreditarem ou espalharem boatos ‘online’. Nas últimas semanas, este tipo de ‘chatbots’ tem despertado grande interesse no país asiático, ao ponto de a imprensa oficial já ter alertado para uma possível “bolha” no mercado devido ao “excesso de entusiasmo” com esta tecnologia.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim alerta Comité Olímpico Internacional para “politização” do desporto A China expressou preocupação ao Comité Olímpico Internacional (COI) com a “politização de eventos desportivos”, após incidentes como o boicote diplomático liderado pelos Estados Unidos aos Jogos de Inverno de 2022 e erros na execução do hino chinês. A questão foi levantada durante a reunião entre o presidente do COI, Thomas Bach, em Pequim, este fim de semana, com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e o presidente do Comité Olímpico Chinês, Gao Zhidan, informou ontem a imprensa local. Li disse que a China “sempre atribuiu grande importância ao desenvolvimento do desporto, participou activamente nos assuntos olímpicos internacionais e teve uma cooperação frutífera com o COI”, de acordo com o jornal de Hong Kong South China Morning Post. O primeiro-ministro chinês também prometeu “trabalhar com o COI para se opor à politização do desporto e fazer mais contribuições para o movimento olímpico”. Bach prometeu “defender o espírito olímpico e opor-se à politização do desporto”, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua. Maus exemplos Entre os incidentes apontados pela China está o boicote diplomático dos Estados Unidos e alguns dos seus aliados aos Jogos Olímpicos de Inverno, que se realizaram em Pequim, em Fevereiro do ano passado, devido a alegados abusos dos Direitos Humanos de minorias étnicas de origem muçulmana em Xinjiang, no noroeste da China. Pequim negou as acusações e disse que se opõe a qualquer tentativa de politizar eventos desportivos. A China também apontou os erros na execução do hino chinês em competições internacionais envolvendo equipas de Hong Kong. Em Novembro passado, um voluntário tocou uma música ligada aos protestos antigovernamentais que abalaram a região semiautónoma, em 2019, em vez do hino nacional chinês, num torneio de rugby, na Coreia do Sul. Em Fevereiro, algo semelhante aconteceu no Campeonato Mundial de Hóquei no Gelo na Bósnia-Herzegovina. O Governo de Hong Kong emitiu directrizes para evitar a repetição de tais incidentes e pressionou o motor de buscas Google a tornar o hino nacional chinês como o principal resultado para pesquisas relacionadas. A China expressou ainda preocupação com o possível uso da bandeira e do hino de Taiwan em eventos desportivos internacionais. O COI permite que Taiwan compita sob o nome de “Taipé Chinês”, sem se apresentar como uma nação soberana, mas alertou a ilha de que poderia perder o direito de participar em eventos internacionais se mudasse o seu nome para Taiwan. Durante a visita, Bach felicitou ainda a China pelo sucesso e legado dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022, que registaram um excedente de 350 milhões de yuans, de acordo com dados divulgados pelas autoridades chinesas.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Pequim pede a embaixador dos EUA para “estabilizar as relações” A diplomacia chinesa continua a desenvolver esforços para que as relações entre as duas maiores economias mundiais alcancem uma plataforma de entendimento estável O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Qin Gang, garantiu ontem que “estabilizar as relações” com os Estados Unidos é uma “prioridade”, durante um encontro com o embaixador norte-americano em Pequim, Nicholas Burns. Segundo uma nota publicada pelo ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Qin lamentou que uma “série de acções erradas” de Washington estivessem a “minar o ímpeto positivo”, gerado pelo “consenso” alcançado entre os líderes dos Estados Unidos e China, Joe Biden e Xi Jinping, respectivamente, num encontro realizado na ilha de Bali, na Indonésia, em Novembro passado. Segundo Qin, as “acções equivocadas” dos Estados Unidos levaram à “ruptura da agenda acordada de diálogo e cooperação entre os dois lados” e ao “congelamento das relações”. O ministro chinês exortou Burns a evitar “incidentes” e que os laços entre Pequim e Washington “caiam numa espiral de deterioração” e pediu aos Estados Unidos que “corrijam a sua percepção da China”. Observando que Pequim “adere aos princípios do respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação” nas suas relações com Washington, Qin disse ter esperança de que os EUA “voltem à racionalidade”. Qin Gang afirmou ainda que os EUA “devem parar de esvaziar o conteúdo do princípio ‘Uma só China’” e “parar de apoiar as forças separatistas” em Taiwan. De mau a pior As relações entre Pequim e Washington deterioraram-se rapidamente, nos últimos anos, devido a uma guerra comercial e tecnológica, diferendos em questões de direitos humanos, o estatuto de Hong Kong e Taiwan ou a soberania do mar do Sul da China. Nos últimos meses as tensões foram renovadas por questões como o derrube em território norte-americano de um balão da China alegadamente usado para fins de espionagem, a posição de Pequim sobre a guerra na Ucrânia e a possível proibição nos EUA da aplicação de vídeo TikTok, desenvolvida pela empresa chinesa ByteDance. A nota da diplomacia chinesa não deu detalhes sobre as afirmações de Burns.
Hoje Macau SociedadePatrimónio | Governo acusado de falta de iniciativa O deputado Ron Lam U Tou queixa-se de que o Governo revela falta de iniciativa na protecção do património, lamentando que o estudo de avaliação patrimonial à concepção urbana na avenida dr. Rodrigo Rodrigues só foi encomendado para responder às exigências do comité do património mundial da UNESCO. Citado pelo Jornal do Cidadão, o deputado lembrou que a lei do planeamento urbanístico está em vigor desde 2013, mas, até à data, o Governo não elaborou o Plano de Salvaguarda e Gestão do Centro Histórico de Macau nem a respectiva legislação. Ron Lam U Tou entende que muitos dos conflitos existentes entre a construção e a preservação do património só podem ser resolvidos com legislação, o que permite que os problemas sejam resolvidos antes de serem mencionados pela UNESCO. O deputado destacou o caso do prédio na Calçada do Gaio, defendendo que a actual altura de 81,32 metros deve ser mantida, uma vez que já foi emitida a licença de obra e é um limite máximo de construção igual aos edifícios em redor.
Hoje Macau Manchete SociedadeBeyond Expo | Startups lusófonas procuram investimento em Macau Dez startups do Brasil e de Portugal vão participar na feira de tecnologia Beyond Expo 2023, que arranca em Macau amanhã. O organizador do evento, Jason Ho (filho do Chefe do Executivo), quer aproximar os investidores chineses dos mercados lusófonos Uma dezena de startups portuguesas e brasileiras vão marcar presença na Beyond Expo 2023, que decorre entre amanhã e sexta-feira no Centro de Convenções do Venetian, num evento que se propõe a fomentar contactos empresariais entre China e os países lusófonos. “Sendo Macau uma cidade onde se fala português, creio ser muito importante manter esta tradição e esperamos ajudar as startups lusófonas a conhecer melhor os mercados chinês e asiáticos”, disse o cofundador da Beyond Expo, Jason Ho Kin Tung, filho do Chefe do Executivo Ho Iat Seng, em declarações à Lusa. O programa da feira inclui, na quinta-feira, a segunda edição do Brazil-Portugal Innovation Company Roadshow (em português, Mostra de Empresas de Inovação Brasil-Portugal). A Beyond Expo vai contar com “pelo menos 60 grandes fundos de capital de risco”, incluindo o fundo soberano de Singapura, Temasek, para os quais os países lusófonos ainda estão “algo fora do radar”, disse Jason Ho. Apesar de admitir que “vai haver um período de aprendizagem”, o empresário acredita que vários grandes grupos financeiros chineses poderão investir em startups como um primeiro passo para entrar nos mercados de Portugal e Brasil. Jason Ho elogiou ainda “o espírito de aventura” das startups que tentam, através de Macau, dar o salto para a China, “um mercado imenso, com muito potencial, mas também com enorme competição”. Céu é o limite Quatro das dez startups foram distinguidas em concursos de inovação e empreendedorismo organizados em Macau para tecnológicas de Portugal e do Brasil, incluindo a Biosolvit, biotecnológica luso-brasileira na área da protecção ambiental que venceu em 2021 a primeira edição do concurso. Duas outras empresas distinguidas em 2021 vão participar: as brasileiras Bioo, que desenvolve soluções de saúde para diabéticos, e Pocket Clinic, que quer desenvolver uma seringa inteligente para doenças crónicas que requerem injecção contínua de medicamentos. A lista inclui ainda a vencedora da segunda edição do concurso, em 2022, a portuguesa Virtuleap, que combina neurociência e realidade virtual para ajudar a aumentar os níveis de atenção, no tratamento de doenças cognitivas e para retardar o início do declínio cognitivo. Após duas edições da Beyond Expo limitadas pela pandemia, Jason Ho disse que não foi possível convidar mais startups, porque Macau abriu as fronteiras a todos os estrangeiros “de forma tão repentina”, a 5 de Janeiro. O organizador disse esperar que em 2024 possa contar com mais projectos de países lusófonos além de Portugal e do Brasil, mercados onde “o ecossistema para startups já está mais maduro”. Mais de 600 empresas vão participar este ano na feira, mas Jason Ho não esconde uma ambição maior: “até 2026, queremos que, quando o mundo quiser conhecer a inovação tecnológica na Ásia, venha à Beyond Expo”.
Hoje Macau PolíticaAlimentação | IAM realiza visita a Jiangmen O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) realizou, no passado dia 26 de Abril, um encontro com representantes e empresas do sector alimentar de Jiangmen, na província de Guangdong, embora a informação só ontem tenha sido divulgada. A delegação do IAM foi composta por 29 pessoas que se reuniram com representantes da Administração de Regulação do Mercado de Guangdong, da Administração de Regulação do Mercado da cidade de Jiangmen e das empresas alimentares no local, tendo sido trocadas “opiniões quanto à situação da gestão de segurança alimentar das duas regiões”. Os representantes do sector que participaram neste intercâmbio são principalmente provenientes da Associação Industrial de Macau, da Associação da União dos Fornecedores de Macau, da União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau, da Associação das Pequenas e Médias Empresas de Restauração de Macau, da Associação de Gestão de Segurança Alimentar de Macau [Macau Food Safety Management Association] e ainda das empresas de produção alimentar do território. O IAM espera que, através da organização de visitas presenciais do sector alimentar local ao Interior da China, “se possa reforçar o intercâmbio entre os sectores alimentares dos dois lados, promovendo a inovação das técnicas de produção alimentar, e elevando o nível da segurança alimentar”.
Hoje Macau EntrevistaMahathir Bin Mohamad, antigo primeiro-ministro da Malásia: “Os ocidentais descartaram os seus valores” Enquanto as tensões entre a China e os EUA fervilham por causa da ilha de Taiwan e da crise na Ucrânia, o Sudeste Asiático mantém uma diplomacia proactiva. Mahathir bin Mohamad, antigo primeiro-ministro da Malásia, expressa as as suas opiniões sobre as relações entre a China e os EUA e ao impacto global da crise na Ucrânia. Mahathir ocupou um lugar muito especial na história da Malásia e foi um estadista influente no Sudeste Asiático Qual é a sua perspectiva para as relações entre a China e os EUA nos próximos 10 anos? Haverá um conflito entre os dois países, especialmente sobre a questão de Taiwan? Acho que os EUA gostam de provocar. Por exemplo, a visita do Presidente do Congresso a Taiwan é uma provocação. Antes disso, a relação entre a China continental e Taiwan era bastante calma. Existiam relações, não havia confrontos. Mas quando a presidente da Câmara dos Representantes dos EUA visitou Taiwan, a China continental respondeu mostrando que é contra a visita e insistiu que Taiwan faz parte da China. Desde então, há tensão por causa da visita. E quando há tensão, há preparação para a guerra. A China vai reforçar a sua capacidade militar. Taiwan também está a fazer o mesmo, mas Taiwan tem de comprar as armas à América. Isso significa que a América beneficia com o aumento das tensões. Sem tensões, os Estados Unidos não vendem armas a Taiwan. Por isso, espero que os americanos e os chineses compreendam que os confrontos e as ameaças de guerra não beneficiam nem a China nem os Estados Unidos. Devemos aprender a viver juntos porque o mundo está a ficar mais pequeno. Somos todos vizinhos uns dos outros. Se houver tensões, gastaremos o nosso tempo não a enriquecer e a desenvolver os nossos países, mas sim a gastar dinheiro em confrontos e na preparação para a guerra, o que não vai ajudar ninguém. Os países da ASEAN querem ser amigos de todos os países. Temos relações comerciais com a China. A China é o nosso maior parceiro comercial. Mas também temos grandes trocas comerciais com os EUA. Por isso, se houver paz, todos os países irão prosperar. Acha que a China e os EUA são capazes de gerir as suas diferenças ideológicas? É difícil, porque as ideologias são diferentes. Mas como a Malásia, por exemplo, queremos ser amigos de todas as nações do mundo, independentemente da ideologia. Não nos interessa se são socialistas, comunistas ou capitalistas, mas queremos negociar com eles. Isso é assunto interno deles. Não exportem a vossa ideologia e então haverá paz. Portanto, se os EUA não tentarem promover a democracia noutros países, o mundo estará em paz. Mas a ideia de que toda a gente quer ganhar apoio para a sua ideologia é uma ideia errada. As pessoas devem poder ter a sua própria forma de governo. Os ministros da ASEAN estão a discutir a redução da dependência do dólar americano. Qual é a sua opinião sobre o processo de desdolarização em curso em várias partes do mundo? Há muito tempo sugeri que uma moeda de troca fosse utilizada apenas para o comércio na região da ASEAN, bem como nos países do Nordeste Asiático. Isto é, o Japão, a Coreia do Sul e a China. Se utilizarmos a nossa própria moeda, é óbvio que não utilizaremos a moeda americana. Se não utilizarmos a moeda americana, não há procura de moeda americana. Isso significa que a moeda americana será desvalorizada. Os EUA beneficiam do facto de terem a moeda americana como moeda de troca. Por isso, quando sugerimos a sua substituição por uma moeda comercial da Ásia Oriental, os EUA não ficam satisfeitos e fazem campanha contra. Actualmente, muitos países estão a rejeitar a utilização da moeda americana no comércio. A Rússia, por exemplo, insiste em que o comércio deve ser efectuado em rublos, a moeda russa. E muitos outros países sentem que precisam de comprar moeda americana. E quando se compra a moeda americana, a moeda americana adquire um valor elevado. Por isso, se puderem utilizar a sua própria moeda ou outra, gostariam de o fazer. O sentimento do mundo actual está a mudar. Ao invés de aceitarem o Acordo de Bretton Woods, que diz que o comércio deve ser efectuado na moeda americana, muitos países querem agora utilizar outras moedas. A minha sugestão de que deveríamos ter uma moeda para o comércio na Ásia Oriental é agora algo que é aceitável para muitos países. Quando isso acontece, é possível avaliar as exportações em relação às importações. Se as importações forem maiores do que as exportações, só o país paga. Caso contrário, não paga. De certa forma, é um tipo de comércio melhor, em que não se trocam mercadorias, mas sim o valor das mercadorias com que se negoceia. Por exemplo, se a Malásia vender mais à China, no ano seguinte a China terá de aumentar as suas exportações para a Malásia para equilibrar a balança comercial. Caso contrário, a China terá de pagar à Malásia a diferença entre as exportações da Malásia. A diferença será numa moeda de troca especial. Como é que avalia as implicações da guerra da Ucrânia na ordem global? Sou contra a guerra. A guerra não resolve nada. Muitas pessoas serão mortas, muitos danos serão causados. No final, terão de encontrar uma solução. É preferível que falem uns com os outros, discutam, negociem, arbitrem ou recorram a um tribunal para resolver o seu problema. Penso que não há necessidade de os europeus se dividirem entre Leste e Oeste, porque estão sempre a confrontar-se, sempre a pensar em guerra uns contra os outros. Resolverão os problemas através da força militar, o que não é uma boa ideia, porque já travaram guerras antes. E mesmo que ganhem, continuam a perder muito. Por isso, a guerra não resolve os problemas. Na Europa, a Ucrânia esteve em tempos no bloco russo, mas a Rússia decidiu libertar a Ucrânia. Penso que a Europa deveria sentir-se muito feliz com isso, mas eles queriam que a Ucrânia fosse contra a Rússia para aderir à NATO. E quando isso acontece, a Rússia sente-se ameaçada. O convite à Ucrânia para aderir à NATO é uma provocação. De facto, se a Ucrânia não aderir à NATO, penso que a Rússia se sentirá menos ameaçada e não haverá confrontos. Mas assim que o processo for iniciado, a Rússia tomará medidas preventivas. Agora, há uma guerra entre a Rússia e a Ucrânia, mas as nações da NATO não estão envolvidas, porque a Ucrânia não é membro da NATO, por isso não têm de lutar com a Ucrânia. Mas a Ucrânia tem de lutar contra a Rússia, o que lhe está a causar muitas perdas. A China assumiu um novo papel que é invulgar, porque a China tornou-se agora um pacificador. A China está a tentar resolver os problemas entre a Ucrânia e a Rússia, instando-os a fazer a paz e a resolver os seus problemas. Este é um bom papel para a China. A China já foi muito bem sucedida como pacificadora. Por exemplo, o confronto entre o Irão e a Arábia Saudita dura há mais de 40 anos. Mas depois da intervenção da China, deixou de haver confrontos entre a Arábia Saudita e o Irão. Trata-se, portanto, de um grande êxito para a China. E a China deve continuar. Assim, a China será reconhecida como um país que quer ver a paz no mundo e promover o comércio e a prosperidade conjunta. Os EUA e a NATO não querem que a China desempenhe este papel, mas o facto é que a guerra não vai resolver o seu problema. Eles podem continuar a lutar e a matar. E talvez a Ucrânia seja totalmente destruída. E, no entanto, não há vitória nem para a Rússia nem para a Ucrânia. Haverá sempre confrontos entre eles. Qual é a probabilidade de a guerra evoluir para uma guerra mundial? Nós já fomos afectados. O resto do mundo é afectado. O custo de vida aumentou. O fornecimento de cereais, por exemplo, que vem da Ucrânia, é agora difícil de obter. Portanto, isto afecta todas as outras nações do mundo. Os EUA vão tentar que outros países se juntem à acção contra a Rússia, e a Rússia também terá de encontrar países amigos que a apoiem. Haverá um confronto entre o bloco oriental e o bloco ocidental. E isto vai escalar e tornar-se numa guerra mundial. Qual é a diferença entre os valores asiáticos e os “valores universais” apregoados pelo Ocidente? Vemos diferenças entre os valores asiáticos e os valores ocidentais. Por exemplo, actualmente, os ocidentais são muito liberais e já abandonaram muitos dos seus valores morais. O casamento já não é respeitado. Até as famílias são objecto de interpretações diferentes. Tudo gira em torno da liberdade. Muitos dos valores do Ocidente mudaram. Mas na Ásia, continuamos a abraçar os nossos próprios valores. Continuamos a pensar que os valores morais são muito importantes. Continuamos a respeitar as instituições do casamento e da família. A China, por exemplo, continua a ser guiada por pessoas como Confúcio. Mantemos os nossos próprios valores. Os ocidentais descartaram os seus valores. Para além disso, politicamente, o Ocidente quer que mudemos e nos tornemos uma democracia, que derrubemos o governo, que criemos novos regimes, e fazem-no de uma forma muito perturbadora. in Global Times
Hoje Macau EventosLusodescendentes do Sri Lanka com “interesse crescente” em salvar o crioulo A investigadora Patrícia Costa lançou um projeto para divulgar o crioulo de base portuguesa do Sri Lanka nas redes sociais porque considera que há “um interesse crescente” nas comunidades lusodescendentes em preservar a língua. “Há agora um conjunto de jovens que lançou, justamente em abril deste ano, aulas [de crioulo português] para jovens e crianças”, sublinhou Patrícia Costa, investigadora do Centro de Linguística da Universidade de Lisboa. O mesmo grupo tem também procurado dinamizar ações para promover a língua no Sri Lanka, onde “a maior parte da população desconhece totalmente que existe esta comunidade de euro-asiáticos e desconhece que há uma língua totalmente diferente”, referiu Costa. Um desses jovens, Derrick Keil, lançou em fevereiro uma versão moderna de uma canção tradicional em crioulo português, Minha Amor, após ter participado no programa de talentos The Voice Sri Lanka. “É um marco importante na história da comunidade, porque pela primeira vez temos uma música dirigida a audiências várias que tem o crioulo como língua”, disse Patrícia Costa. Curiosamente foi a comunidade de falantes do crioulo português que introduziu no Sri Lanka a “baila”, que pode ser considerada atualmente o género de música mais popular no país. Patrícia Costa e uma jovem falante da língua, Vyvonne Joseph, lançaram também, em 2020, o projeto Preserving Sri Lanka Portuguese, nas redes sociais Instagram e Facebook. A investigadora disse que a iniciativa pretende, por um lado, “dar a conhecer a audiências mais gerais, também fora do Sri Lanka a existência desta língua, porque mesmo em Portugal não há uma grande consciência de que estas comunidades crioulófonas existem”. Por outro lado, acrescentou Costa, o projeto quer “auxiliar, com materiais didáticos simples, aqueles que são membros da comunidade e que procuram aprender a língua”. O crioulo português do Sri Lanka “neste momento é uma língua definitivamente ameaçada. O número absoluto de falantes é bastante reduzido”, por volta de 1.300, sendo que a maioria são “pessoas mais velhas”, lamentou a académica. Para os jovens, “aprender o crioulo português não tem o valor instrumental” que as línguas oficiais do Sri Lanka, o cingalês e o tâmil, têm, no acesso à educação e ao emprego, referiu Costa. Além disso, disse a investigadora, alguns membros da comunidade “sentem que é uma língua obsoleta” ou têm “algumas conceções erradas” de que aprender o crioulo português em casa pode prejudicar a aprendizagem de outras línguas na escola. Mas Costa sublinhou que o eventual desaparecimento do crioulo português do Sri Lanka “não é uma fatalidade inescapável”. “É possível minimizar este perigo, com algumas ações e com a concertação de investigadores, ativistas e os próprios membros da comunidade”, acrescentou. A académica defendeu ainda que uma maior ligação com os países falantes de português “seria muitíssimo vantajoso para as comunidades crioulófonas, que teriam uma espécie de reconhecimento oficial da sua existência, da sua importância e da sua herança”. O crioulo português do Sri Lanka, antigo Ceilão, é uma herança da expansão marítima portuguesa no século XVI, quando nasceu como língua de contacto entre cingaleses e portugueses, os primeiros europeus a lá chegar. A colonização portuguesa da ilha não durou mais de 150 anos, mas, mais de meio século depois, este crioulo continua a ser falado no seio das comunidades burghers, tradicionalmente católicas. Estas comunidades identificam-se como burghers – palavra que significa “cidadãos” em holandês – e o termo passou a designar-se para todas as pessoas que tivessem uma ascendência euro-asiática incluindo os portugueses e também os holandeses, no Sri Lanka.
Hoje Macau EventosXangai | Restaurante português superou pandemia e prepara aniversário Há dez anos que existe na cosmopolita Xangai, sobreviveu ao duro período da pandemia e agora celebra o aniversário. Viva!, fundado por André Zhou, é um dos poucos restaurantes portugueses na cidade chinesa e ganhou este mês o prémio para o “melhor brunch” Foto: D.R. Um dos poucos restaurantes portugueses em Xangai foi este mês distinguido com o prémio de melhor ‘brunch’, por uma publicação local, e prepara-se para celebrar dez anos, após sobreviver aos bloqueios que abalaram a cidade devido à pandemia. “Foi um período muito difícil, mas não podemos perder tempo a lamentar-nos”, disse à agência Lusa André Zhou, proprietário do Viva!, que se prepara para celebrar uma década, depois de um ano marcado por bloqueios que paralisaram os negócios na capital económica da China. “Este foi o caminho que escolhi e vou seguir em frente”, assegurou. Em 2022, Xangai foi submetida a medidas de quarentena e bloqueio, no âmbito da estratégia de ‘zero casos’ de covid-19, que vigorou na China até Dezembro passado. A mais próspera e cosmopolita cidade chinesa foi particularmente afectada por um isolamento de dois meses, na primavera do ano passado, que ficou marcado por cenas de violência e escassez de alimentos e outros bens de primeira necessidade. O Viva! mudou, entretanto, de localização, para Wuding Lu, onde está concentrada a vida noturna da cidade, e quase triplicou o espaço, para 270 metros quadrados. Este mês, a That’s Shanghai, revista local em língua inglesa popular entre a comunidade de expatriados, atribuiu ao Viva! o prémio de melhor ‘brunch’, a refeição que combina pequeno-almoço e almoço. A publicação destacou o menu de domingo, composto por frango piri-piri na grelha, costeletinhas de porco ibérico e chouriço assado. “Num verdadeiro estilo português, a proteína ocupa um espaço central nas refeições de fim de semana”, descreveu a That’s Shanghai. “Mas, além de partilhar a cozinha portuguesa com os clientes, [André] apresenta a cultura e o ‘design’, a História e os sabores – e, claro, a célebre hospitalidade – para trazer a verdadeira essência de Portugal para Xangai”, lê-se. A mão de Paulo Quaresma Painéis de cortiça e de azulejo cobrem o tecto e as paredes do estabelecimento. Os pratos e os talheres são também ‘Made in Portugal’. “O paladar é importante, mas, no mundo de hoje, o aspecto visual é também muitíssimo importante”, afirmou o empresário. “No mercado de Xangai, o cliente, mais do que comer, quer viver uma boa experiência, e isso abrange a decoração e o conforto do espaço”, notou. O menu do Viva!, escolhido por Paulo Quaresma, ‘chef’ e consultor português radicado na China desde 2010, inclui ainda amêijoas à bulhão Pato, bacalhau à Brás, feijoada de polvo, arroz de pato ou francesinha, servida com ovo e batata frita e regada no molho especial, fiel à versão ‘tripeira’. A sapateira também sai bem: “É um prato bonito”, observou André Zhou. “Primeiro está o mercado local”, disse. “Nós escolhemos sempre os pratos que são adaptáveis ao paladar chinês”, contou. “Eu não vou escolher muitos pratos de bacalhau, porque o bacalhau é um prato muito salgado que o cliente local não vai gostar. Nós escolhemos pratos que têm molho de tomate, porque eles estão habituados ao molho de tomate. Os coentros, que são muito usados na cozinha chinesa. O marisco. [Os chineses] também gostam muito das nossas moelas”. A lista de sobremesas inclui serradura e mousses de chocolate ou de manga. Natural de Braga, André Zhou fala com sotaque do Norte e torce pelo Futebol Clube do Porto, mas considera-se “filho de dois mundos diferentes”. Os pais do empresário fazem parte da primeira geração de imigrantes chineses em Portugal: “Começaram por trabalhar em feiras, depois abriram uma loja e um restaurante”. Quando saía da escola, ele ia trabalhar “na caixa ou nas limpezas, a lavar copos, fritar crepes ou a servir à mesa”. “É um negócio que exige muita energia”, disse. “Mas já me está no ADN”. Depois de se licenciar em Economia pela Universidade do Minho, em 2008, André Zhou foi para Xangai estudar língua chinesa. Entretanto, passaram 16 anos: “Foi amor à primeira vista”. Os bloqueios altamente restritivos durante a pandemia, em Xangai, e fricções geopolíticas causaram uma queda abrupta no número de residentes estrangeiros na China. Mas André Zhou está decidido: “Estou aqui e não quero sair”. “Quero desenvolver a minha carreira e talvez também casar e ficar por cá”, assegurou. “As coisas aqui acontecem com muito mais rapidez”.
Hoje Macau SociedadeInvestimento além-jogo não assusta SJM que quer mais intercâmbio com Portugal A directora executiva da operadora de casinos SJM disse que a aposta no segmento não-jogo, imposta pelo Governo, “não é necessariamente um problema” e que o intercâmbio cultural com Portugal faz parte dos planos. A aposta em elementos não-jogo e visitantes estrangeiros são duas das exigências estabelecidas no concurso público para a atribuição de licenças de jogo pelas autoridades de Macau, que esperam assim diversificar a economia do território, fortemente dependente das receitas dos casinos. “Isto não é necessariamente um problema para as operadoras de resorts integrados que podem acrescentar actividades não-jogo para explorar o que ainda é um mercado de potencial enorme”, disse à Lusa a directora executiva da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), Daisy Ho. Em resposta a uma entrevista por escrito, a empresária e filha do magnata do jogo Stanley Ho afirmou ser esperado que o segmento não-jogo “cresça mais rápido do que o do jogo, devido à política reguladora e à dinâmica do mercado”. A SJM antecipou em Dezembro um investimento de 14,03 mil milhões de patacas para os próximos dez anos – prazo das concessões -, sendo que cerca de 12 mil milhões se destinam a actividades fora do casino. Pelas mãos da SJM vão nascer três espaços museológicos: um sobre a história do Hotel Lisboa, propriedade da empresa, outro sobre a história do jogo em Macau e ainda um espaço que versa sobre a cultura do jogo local – este último no antigo casino flutuante Palácio de Macau, que será restaurado e transformado num projecto que une restauração, compras, jogos e exposições culturais. A SJM vai apostar ainda na revitalização da zona do Porto Interior e da avenida Almeida Ribeiro, no centro histórico de Macau, além da organização de eventos desportivos e abertura de novos estabelecimentos de restauração para “ampliar a liderança” da empresa neste setor. Do Lisboa a Lisboa Nos planos da mais antiga concessionária de jogo de Macau, salientou Daisy Ho à Lusa, está ainda “a promoção de mais intercâmbios entre Portugal e Macau”, nomeadamente “trazendo actuações culturais e exposições artísticas a Macau”. “Também estamos empenhados em promover o ensino da língua portuguesa na China [continental] e patrocinámos o programa de língua portuguesa organizado pelo Instituto Camões”, frisou. Neste âmbito, o primeiro protocolo foi assinado em 2019, altura em que a Sociedade de Jogos de Macau se tornou na primeira empresa na Ásia com o estatuto de Empresa Promotora da Língua Portuguesa. Em Março deste ano, as duas partes renovaram o acordo por mais quatro anos. Já no que diz respeito ao investimento em Portugal, Daisy Ho notou que este cabe à empresa mãe, a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau. “O nosso foco, no presente, é Macau”, afirmou. Em relação ao futuro, notou a responsável, “com o passar da pandemia”, o crescimento económico do território “vai continuar a ser extremamente elevado”. E acrescentou: “Nos próximos um ou dois anos, esperamos que, à medida que o nível de actividade económica alcance o estado pré-pandémico, as taxas de crescimento estabilizem a uma escala moderada e saudável”
Hoje Macau EventosGastronomia | SoSabi, o único espaço que serve comida indo-portuguesa em Macau Chama-se SoSabi e é um espaço de restauração da Associação para a Promoção Gastronómica de Países Africanos que serve comida indiana e, ao mesmo tempo, portuguesa, dos territórios de Goa, Damão e Diu. Este é o único espaço em Macau que, actualmente, serve estes pratos com um sabor único O SoSabi, espaço da Associação para a Promoção Gastronómica de Países Africanos, é o único local de Macau a confeccionar pratos da culinária indo-portuguesa “que só se encontram em casa de amigos”, disse o promotor da iniciativa. Sarapatel, xacuti de frango, balchão de porco ou caril de camarão. Referências da identidade culinária de Goa, Damão e Diu que, em Macau, já não existem só em almoços de família, mas agora também no espaço público. A iniciativa é de Elias Colaço, natural de Damão, que explorou até Fevereiro um quiosque no largo do Lilau, entre a colina da Penha e a Barra, com petiscos portugueses e daquelas regiões indianas, mas que “esteve encerrado por causa da pandemia” da covid-19. “Fui convidado por um dos parceiros do projecto da associação de divulgação da gastronomia africana para juntar a gastronomia de origem do antigo Estado Português da Índia, Goa Damão e Diu. Claro que aceitei de imediato”, disse à Lusa. Na rua Formosa, no centro histórico de Macau, Colaço apresenta pratos “desconhecidos da generalidade das pessoas”, mas confia que “os chineses são curiosos e atentos à novidade”. “É, efectivamente, o único local em Macau onde se pode comer comida de origem de Goa, Damão e Diu. Não sendo culinária indiana, os restaurantes indianos em Macau não a confeccionam”, apontou. Novas experiências Mas este é também lugar para novas explorações na cozinha. Elias Colaço fez “numa de brincadeira” uma francesinha “com toque de Goa”, em que substituiu a linguiça por chouriço da região. Os pratos são, na maioria, preparados fora e, no caso da francesinha, “tem o suporte de um chefe de cozinha do norte de Portugal”. “Não mexi no molho que sei ser factor importante na francesinha e, como não quero desvirtuar a mesma, o molho segue os critérios observados pelo chefe (…). Para já, está aprovada pelo mesmo e [atraiu] a curiosidade da Confraria da Francesinha de Macau que já marcou um jantar”, disse. O SoSabi – termo crioulo utilizado em vários contextos, que pode traduzir um estado de “alegria, satisfação, festa” ou significar “tudo saboroso” – abriu em Fevereiro de 2022, com o objectivo de divulgar a gastronomia africana, “tão apreciada”, mas “sem nenhum espaço de divulgação” em Macau, contou Elias Colaço, um dos quatro elementos à frente do projecto. Cachupa de Cabo Verde, Caldo de Mancarra da Guiné-Bissau, Moamba de Angola e Matapa de Moçambique são algumas das iguarias disponíveis no espaço da Associação para a Promoção Gastronómica de Países Africanos, que esteve encerrado vários meses durante à pandemia e reabriu apenas em Março, “já com nova equipa e a inclusão da gastronomia de Goa, Damão e Diu”. Para a pequena comunidade indo-portuguesa a residir em Macau, este novo projecto, lançado em Fevereiro, é uma “luz ao fundo do túnel”, reagiu à Lusa o presidente do Núcleo de Animação Cultural de Goa, Damão e Diu. “Infelizmente nunca tivemos, que eu saiba, em Macau, um restaurante goês. Os próprios goeses conviviam entre eles e hoje era na casa de um, amanhã na casa de outro, e cada um confecionava as suas iguarias e compartilhava os poucos momentos de um sítio próprio, digno de uma casa goesa. E tem sido assim em Macau nos últimos 50 anos”, frisou Vicente Pereira Coutinho, que espera agora que a população local possa “aderir e experimentar as iguarias” do SoSabi. A comunidade de Goa, Damão e Diu a residir em Macau é composta por cerca de 80 a 90 elementos, admite o responsável, notando que a presença na região também se foi diluindo ao longo dos tempos com os membros a casarem localmente. Por volta dos anos 50 do século passado, “já existiria em Macau uma comunidade goesa, damanense e diuense”, sendo que “desde a chamada liberação de Goa”, houve “muitos mais goeses” a mudarem-se para o território. “Nos anos 1970-1980 foi um período muito grosso. Aliás, até 1969 havia missões ultramarinas em que o pessoal de Goa vinha a Macau, fazia cá compras, como malas de cânfora. Muita unidade fabril de Macau exportava para colónias portuguesas”, lembrou.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Casa Branca autoriza companhias aéreas chinesas a aumentarem voos para o país O governo do Presidente dos EUA, Joe Biden, vai autorizar as companhias aéreas chinesas a fazerem mais voos para os EUA para equiparar o número de voos que a China autoriza às transportadoras dos EUA. O Departamento dos Transportes avançou que iria autorizar as transportadoras aéreas chinesas a aumentar de oito para 12 as ligações semanais com os EUA. Esta é uma fracção menor dos voos que estavam autorizados entre os dois países antes da pandemia. O Departamento dos Transportes informou na passada quinta-feira que estava a agir em resposta ao anúncio chinês, feito no final de Dezembro, e iria reduzir algumas restrições aos voos internacionais de passageiros. A decisão chinesa tinha autorizado a American Airlines a fazer mais dois voos semanais em Março, entre o aeroporto internacional Fort Worth, em Dallas, e Xangai, o que elevou o total de viagens semanais das transportadoras norte-americanas para a China para 12. A China anunciou em Março que, depois de três anos, está a reabrir as suas fronteiras para reavivar o turismo e estimular a economia. As transportadoras norte-americanas American, United Airlines e Delta Air Lines são as que têm voos para a China.
Hoje Macau China / ÁsiaAfeganistão | Paquistão e China querem garantir estabilidade O ministro dos Negócios Estrangeiros do Paquistão, Bilawal Bhutto, salientou no sábado, numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo chinês, Qin Gang, a importância de se garantir a paz e a estabilidade no Afeganistão. “A paz e a estabilidade no Afeganistão continuam vitais para o desenvolvimento socioeconómico, a conectividade e a prosperidade na região”, disse Bhutto após o encontro bilateral com Qin. Paquistão e China têm sido protagonistas relevantes para a procura de estabilidade no Afeganistão, sobretudo depois da saída das tropas norte-americanas deste país, em 2021. Os dois chefes de diplomacia voltaram a sublinhar “a necessidade de comunicação interna para fornecer assistência e apoio contínuos ao Afeganistão, nomeadamente através do descongelamento dos activos financeiros deste país no exterior”, de acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Paquistão. Ambos os países comprometeram-se com o desenvolvimento do projecto de infra-estrutura do Corredor Económico China-Paquistão (CPEC), rota comercial que ligará a cidade chinesa de Kasghar ao porto paquistanês de Gwadar (sudoeste), proporcionando a Pequim uma importante rota no mar da Arábia. “Este projecto de corredor continua a ser uma iniciativa económica aberta a investidores de todo o mundo”, prometeu Bhutto. Nesse sentido, tanto o Paquistão como a China demonstraram interesse em incluir o vizinho Afeganistão nesse projecto, que promove o comércio e a conectividade na região asiática. “As partes concordaram em continuar a assistência humanitária e económica para o povo afegão e melhorar a cooperação para o desenvolvimento no Afeganistão”, assegurou a diplomacia do Paquistão.
Hoje Macau China / ÁsiaEspaço | Encontrados vestígios de água em estado líquido em Marte A explorar o planeta vermelho há dois anos, o robôt chinês Zhurong detectou agora marcas significativas da presença de água líquida na superfície de Marte Cientistas chineses revelaram na passada sexta-feira a descoberta de indícios da existência de água líquida na superfície de Marte, através dos dados recolhidos pelo robô Zhurong, que explora o planeta vermelho desde 2021. Os especialistas, que publicaram as suas descobertas na revista científica “Advances in Science and Research”, garantiram que o Zhurong detectou crostas, rachaduras, granulações e outras marcas criadas pela água na superfície marciana. As análises indicaram que, nas dunas de Marte, abundam minerais que contêm água, como sulfatos hidratados, pedras proteicas e óxidos de ferro hidratados. “Acreditamos que a evidência sobre a existência de água não teve origem em águas subterrâneas mas sim na queda de neve ou geada”, afirmou o autor do estudo Qin Xiaoguang, citado pelo jornal oficial Global Times. Pistas de vida A existência de água em estado líquido no planeta vermelho tem sido alvo de vários estudos, pois, se confirmada, serviria para entender melhor a evolução do clima marciano e para sustentar uma possível migração humana para o planeta no futuro. De acordo com o jornal local Science and Technology Daily, a água líquida em Marte pode também indicar a existência de vida. Investigações anteriores mostraram que água em estado líquido já existiu na superfície marciana, mas que desapareceu devido às mudanças meteorológicas experimentadas pelo planeta. Este estudo revelou que Marte ainda pode abrigar algumas zonas húmidas em áreas de baixa altitude e relativamente quentes, segundo os cientistas. Em Setembro passado, especialistas chineses, também com base nos dados recolhidos pelo Zhurong, detectaram camadas de terreno de Marte moldadas pela actividade da água há cerca de 3,3 mil milhões de anos. O Zhurong faz parte da missão Tianwen-1, que também inclui uma nave orbital e um módulo de pouso. A Tianwen-1 é a primeira missão de exploração chinesa a Marte e visa encontrar mais indícios da existência de água ou gelo no planeta e realizar pesquisas sobre a composição material da sua superfície e as características do clima.
Hoje Macau SociedadeCPSP | Agente ilibado pelo MP foi punido com multa Um agente do Corpo de Polícia de Segurança Pública foi punido com uma multa, no âmbito de um processo disciplinar, depois de ter sido ilibado da prática de crime pelo Ministério Público (MP). O anúncio da sanção aplicada internamente prende-se com o facto de o agente ter “emprestado” uma quota de contratação de um trabalhador não-residente a um terceiro. O caso começou a 14 de Março de 2018, quando o CPSP investigava um caso suspeito de emprego falso. Nessa altura, foi descoberto que o empregador era um agente da polícia. Todavia, o caso acabou arquivado por não haver provas da prática de crime. “O Ministério Público comunicou que após efectuada a investigação deste caso, em vários aspectos, não se encontraram indícios suficientes de que o referido agente tivesse praticado o ‘crime de falsificação de documentos’, pelo que proferiu, no dia 8 de Julho de 2022, um despacho de arquivamento do inquérito”, foi reconhecido, pelo gabinete do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, que anunciou a pena de multa. “Tendo em consideração os factos apurados, o empréstimo pelo referido agente da sua quota de trabalhador não-residente a terceiros para estes a utilizarem, constata-se que a conduta em causa viola a lei e não cumpre as normas éticas a que os agentes das forças de segurança devem obedecer, violando, assim, o dever de aprumo previsto no Estatuto dos Militarizados das Forças de Segurança de Macau”, foi justificado. A pena aplicada ao agente é a segunda mais leve no âmbito de processos disciplinares.
Hoje Macau SociedadeSuspeitos de burla aguardam julgamento em prisão preventiva Quatro suspeitos de burla, que alegadamente se fizeram passar por agentes policiais, vão aguardar julgamento em prisão preventiva. A informação foi divulgada na sexta-feira pelo Ministério Público (MP), através de um comunicado. De acordo com as informações apresentadas, os quatro são “suspeitos de prestar apoio a um grupo criminoso transfronteiriço, instalando equipamentos de comunicação em rede em Macau” que permitiram aos criminosos passarem-se por “por funcionários de serviços públicos, polícia, Ministério Público, tribunais e fornecedores de telecomunicações”. A mesma fonte aponta que um dos detidos é suspeito de ser um dos membros do grupo principal criminoso que terá burlado 45 pessoas num valor aproximado de 24 milhões de patacas. Os quatro indivíduos estão indiciados pela prática dos crimes de “utilização de dispositivo informático para simular estação de serviços de telecomunicações móveis”, punido com uma pena que pode chegar aos cinco anos de prisão, “crime de burla informática” (pena de prisão que pode chegar a 10 anos), “branqueamento de capitais” (até oito anos de prisão) e ainda de “burla e de burla de valor consideravelmente elevado” (até 10 anos de prisão). O suspeito de fazer parte de uma associação criminosa enfrenta ainda a acusação de crime de associação criminosa, que acarreta uma pena que pode chegar a 10 anos de prisão. Vender a bexiga Além dos quatro detidos por burlas telefónicas, foram igualmente detidas outras duas pessoas que as autoridades suspeitam estarem envolvidas em burlas com a venda de bexiga de peixe (ictiocolas) ao que o Ministério Público admite serem “lojas de comércio paralelo” e “indivíduos que exercem actividades de comércio paralelo”. Além de ser comestível, a bexiga de peixe pode ter vários usos, inclusive na cerveja, para lhe dar uma cor mais clara. Segundo o MP, os dois indivíduos apresentaram as ictiocolas como sendo um produto de luxo aos interessados, quando na realidade eram um produto sem grande valor. Estes dois arguidos ficam a aguardar julgamento em liberdade. Os dois sujeitos estão indiciados pelos crimes de burla. De acordo com o MP, entre Janeiro de 2022 e Abril de 2023, foram autuados 2015 inquéritos e deduzidas 508 acusações pela prática do crime de burla.
Hoje Macau SociedadeAMCM | Depósitos aumentaram em Março Em Março, os depósitos de residentes cresceram 1,6 por cento em comparação com o mês anterior, tendo atingido 706,0 mil milhões de patacas. Os números foram revelados na sexta-feira pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM), com a publicação das estatísticas monetárias e financeiras. Por sua vez, os depósitos de não-residentes cresceram 3,4 por cento em Março, tendo atingido 299,2 mil milhões de patacas. Por outro lado, os depósitos do sector público na actividade bancária caíram 0,8 por cento para 228,1 mil milhões de patacas. Como resultado das alterações de Março, o total dos depósitos da actividade bancária registou um crescimento de 1,6 por cento face a Fevereiro, com o dinheiro guardado nos bancos locais a atingir 1.233,3 mil milhões de patacas. Entre este montante, a maior parte estava em dólares de Hong Kong (45,5 por cento), seguido por dólares americanos (23 por cento), patacas (20,4 por cento) e yuans (8,8 por cento). Também os empréstimos internos ao sector privado cresceram 0,6 por cento em relação ao mês anterior, tendo atingido 569,8 mil milhões de patacas. No primeiro trimestre deste ano, os empréstimos bancários relacionados com indústrias transformadoras e construção e obras públicas aumentaram 4 por cento e 3,1 por cento, respectivamente, face ao último trimestre do ano passado. Os empréstimos concedidos ao sector da restauração, hotéis e similares e do comércio por grosso e a retalho registaram quedas de 3,8 por cento e 1,8 por cento, respectivamente.
Hoje Macau Manchete Sociedade1º de Maio | Aeroporto a 50% dos níveis pré-pandemia Durante a Semana Dourada do 1º de Maio, o Aeroporto Internacional de Macau recebeu quase 66 mil passageiros. Em cinco dias, foram registados 572 movimentos de aeronaves, numa média diária de 144 voos Quase 66 mil passageiros passaram pelo Aeroporto Internacional de Macau durante os cinco dias da Semana Dourada do 1.º de Maio, um dos picos turísticos do Interior, o que representa cerca de 50 por cento dos níveis antes da pandemia. De acordo com um comunicado divulgado pela entidade que gere o aeroporto, a infra-estrutura realizou um total de 572 voos entre 29 de Abril e 3 de Maio, equivalente a 53 por cento do registado em igual período de 2019. O aeroporto registou uma média de cerca de 144 voos e 13.178 passageiros por dia durante a Semana Dourada, referiu na quinta-feira a CAM – Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau. O comunicado sublinhou que os passageiros vindos ou tendo como destino a China continental representaram dois terços do total, seguidos do Sudeste Asiático (24 por cento) e de Taiwan (10 por cento). A CAM lembrou que em Abril foram retomadas ligações aéreas que estiveram suspensas durante a pandemia da covid-19, nomeadamente para Seul, na Coreia do Sul, e para as Filipinas. O regresso do tigre A companhia aérea ‘low-cost’ Tigerair Taiwan vai retomar voos entre Macau e a ilha em Julho, revelou a operadora do aeroporto. A empresa garantiu estar a “activamente explorar a retoma de serviços aéreos para destinos na China continental e a expansão do mercado aéreo do Sudeste Asiático”. A 14 de Abril, o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, admitiu insuficiências no aeroporto ao nível de recursos humanos e capacidade, que limitam a chegada de turistas estrangeiros, prioridade do Governo para reduzir a dependência do mercado chinês. A ocupação hoteleira durante a Semana Dourada do 1º de Maio foi de 85 por cento, um aumento de 26,5 pontos percentuais em relação a igual período de 2022, tendo atingido um pico de 93,2 por cento em 30 de Abril, revelou a Direcção dos Serviços de Turismo (DST). Num comunicado, a DST destacou ainda que o preço médio de um quarto de hotel em Macau durante os feriados ultrapassou 1.804 patacas (201 euros), mais do dobro do registado no mesmo período do ano passado. Macau recebeu perto de meio milhão de visitantes durante a Semana Dourada, de acordo com dados divulgados pelo Corpo da Polícia de Segurança Pública. A média diária de turistas ficou perto de 100 mil, mais de três vezes maior do que em igual período de 2022, altura em que algumas das principais cidades chinesas, incluindo Pequim e Xangai, enfrentavam confinamentos devido a surtos de covid-19.