Hoje Macau Grande PlanoOsaka 2025 | Arquitecto japonês Kengo Kuma considera IA amiga da arquitectura O arquitecto japonês Kengo Kuma afirma em entrevista à Lusa que quis mostrar a singularidade entre Portugal e o Japão no projecto do Pavilhão de Portugal na Expo 2025 Osaka e considera a IA (inteligência artificial) amiga da arquitectura. Questionado sobre se a inteligência artificial (IA) é amiga ou inimiga da arquitetura, Kengo Kuma opta pela primeira opção. “Sim, é uma amiga”, até porque na verdade no processo de design “estamos a trabalhar com a IA”. A inteligência artificial “é uma equipa muito forte entre nós” e “gostamos de trabalhar” com esta tecnologia, refere. “Quisemos mostrar a relação com o oceano em Portugal”, diz Kengo Kuma, quando questionado qual foi a inspiração do projecto. Portugal participa na Expo Osaka com o tema “Oceano, Diálogo Azul” e está situado na zona “Empowering Lives”, num lote com 1.836,75 metros quadrados, ficando perto do Pavilhão do Japão. O projecto de Kengo Kuma expressa a dinâmica do momento oceânico, utilizando 9.972 cabos suspensos que pesam mais de 60 toneladas, e redes recicladas para criar um efeito perene e exposto aos elementos naturais como o sol e o vento, de acordo com a organização. Ligações ao mar A vida de Portugal e do Japão está “muito ligada com o oceano”, no sentido em que “comemos peixe, viajamos muito pelos oceanos e a história e a vida estão intimamente ligadas ao oceano”, acrescenta o arquitecto. Há esta “singularidade de Portugal e do Japão e queremos mostrar” essa semelhança entre os dois países. O volume do Pavilhão de Portugal é caracterizado por uma instalação cénica que simboliza a praça superior suspensa como uma onda. “Este design é muito, muito novo para a história da arte. Há muito tempo tentamos usar linhas como um recurso para a navegação. Com essas linhas, tentamos mostrar a beleza dos fenómenos naturais”, no mar “vemos a luz natural e a brisa”, explica. “Tentámos trazer esse tipo de fenómeno natural para a Expo, talvez seja a primeira tentativa na história da Expo de trazer a própria natureza para o pavilhão”, sublinha o arquitecto. Sobre o que vai acontecer ao pavilhão depois de terminar a Expo, o arquitecto diz querer levar a diversidade do projecto (que inclui cabos de diversos diâmetros e comprimentos) para diferentes lugares. “Quero levar essa diversidade para diferentes lugares” e “agora estamos a planear trabalhar com alguns artistas” sobre isso. Kengo Kuma adianta que o projecto do Matadouro, no Porto, está a concluir-se e que tem mais dois projectos em Portugal. O arquitecto diz adorar o lado das grandes cidades em Portugal, mas também o lado montanhoso e o oceano do país. “Queremos desfrutar da diversidade de Portugal”, sublinha. Criar memórias Questionado como é que se pode tornar actualmente a arquitectura mais sustentável, Kengo Kuma considera que “o mais importante para a sustentabilidade é deixar a memória da arquitectura para sempre”. Ou seja, “a arquitectura, a vida, basicamente, não são tão permanentes”. Contudo, “podemos deixar a memória da arquitectura para sempre, que é a conexão entre arquitectura e humanidade” e isso “é o mais importante para a sustentabilidade”, remata. Instado a comentar a polémica à volta da sua escolha para projectar o Pavilhão Português, o arquitecto salienta que tem um escritório internacional que trabalha em Portugal. “Talvez seja por isso que fomos convidados”, conclui. Sobre os desafios que a arquitectura enfrenta actualmente, Kengo Kuma refere que o seu custo está a aumentar “drasticamente” e que todos querem reduzi-lo. “Mas, ao mesmo tempo, as pessoas querem criar um novo monumento” para este pilar. “E o custo e a monumentalidade devem andar juntos” na actualidade. A Expo 2025 decorre desde 13 de Abril e vai até 13 de Outubro na ilha artificial de Yumeshima, localizada na orla de Osaka, Kansai, no Japão.
Hoje Macau EventosVeneza recebe “Mundos Paralelos”, de Macau, na Bienal de Arquitectura Foi inaugurada na última quinta-feira, em Veneza, na 19.ª Bienal de Arquitectura, a mostra “Mundos Paralelos”, que representa Macau na Bienal e que se trata de um projecto levado a cabo pelo fotógrafo Iwan Baan com estudantes de arquitectura da Universidade de São José (USJ). A curadoria faz-se ainda com Wang Shu, o último prémio Pritzker, e Lu Wenyu. Trata-se de uma mostra que revela a coexistência de “mundos paralelos” em Macau, combinando “imagens da paisagem urbana de Macau captadas pelo famoso fotógrafo de arquitectura humanista Iwan Baan e instalações criadas pelos professores e alunos da Faculdade de Arquitectura da Academia de Artes da China e da Faculdade de Arquitectura e Design da Universidade de São José de Macau”. Desta forma, representa-se “o tecido urbano da cidade onde as culturas chinesa e ocidental, os estilos antigo e novo coexistem há mais de 400 anos”, destaca uma nota do Instituto Cultural (IC). Há, nesta mostra, quatro “mundos paralelos”, nomeadamente “o espaço profundo da cidade histórica, a arquitectura hoteleira que corporiza a fusão entre Oriente e Ocidente, a ordem geométrica da cidade moderna, representando o seu vibrante desenvolvimento; e a projecção futura de uma cidade digitalizada e intangível, que define uma visão inovadora para Macau”. Revelar o património Segundo o IC, “através da fotografia aérea e de uma perspectiva única, Iwan Baan demonstrou a relação entre a arquitectura, a paisagem urbana e o ambiente natural de Macau, sendo altamente envolvente e narrativa”. Já “os jovens das faculdades de arquitectura do interior da China e de Macau trouxeram para a exposição diversas instalações criativas que fornecem ideias para o futuro desenvolvimento da arquitectura urbana de Macau”. Leong Wai Man, presidente do IC, disse no seu discurso, em Veneza, que “o património cultural mundial com foco no Centro Histórico de Macau e os edifícios modernos espalhados pela cidade mostram a harmonia entre o passado e o presente, constituindo uma representação vívida da integração das culturas chinesa e ocidental”, sendo que esta exposição em Veneza “reflecte exactamente o precioso conteúdo cultural de Macau”. A exposição “Mundos Paralelos” pode ser vista até ao dia 23 de Novembro deste ano no Arsenale, Campo della Tana, Castello 2126/A, 30122, em Veneza.
Hoje Macau EventosTeatro MGM | Concerto sinfónico sobre o filme “Frozen”, da Disney, no final do mês O Teatro MGM acolhe, nos dias 31 de Maio e 1 de Junho, o concerto sinfónico inteiramente dedicado ao filme de animação da Disney “Frozen”, a pensar no Dia Mundial da Criança, que se celebra precisamente no primeiro dia de Junho. A música está a cargo da Orquestra de Macau Os mais pequenos e fãs do filme “Frozen”, da Disney, terão oportunidade de ver e ouvir um concerto inteiramente dedicado à história e personagens desta produção, tratando-se de uma iniciativa para celebrar o Dia Mundial da Criança, efeméride que se comemora a 1 de Junho. O concerto, acolhido pelo Teatro MGM nos dias 31 de Maio e 1 de Junho, decorre, respectivamente, às 20h e 15h. Com co-organização do Instituto Cultural (IC), trata-se, segundo uma nota deste organismo, de “um concerto encantador e fantástico, que combinará a música sinfónica ao vivo com a tecnologia cénica, levando crianças e amigos adultos de Macau ao mágico mundo gelado”. O som fica a cargo da Orquestra de Macau (OM), que interpretará ao vivo “várias músicas icónicas da banda sonora da animação, sincronizadas com imagens projectadas num ecrã ultra-HD gigante de 900 metros quadrados e 28 milhões de pixéis, instalado no teatro, com o sistema de som envolvente L-ISA de 19.1 canais”. Desta forma, com o uso da tecnologia, a “fusão de som e imagem criará uma experiência imersiva que transporta espectadores para um reino fascinante de gelo e neve”, verificando-se “a excelência dos equipamentos cénicos e audiovisuais de nível internacional” no espaço escolhido para os dois espectáculos, o Teatro MGM. Segundo a nota do IC, esta sala de espectáculos foi, no ano passado, reconhecida oficialmente pela Disney como espaço para realizar os concertos da Disney em Macau. Vozes e dobragens O concerto conta com um “elenco de excelência, reunindo músicos e cantores de topo provenientes de Macau e do exterior”, sendo dirigido pelo maestro assistente da OM, Tony Cheng-Te Yeh. Já as músicas da animação serão interpretadas pela OM e vários “cantores de renome internacional”, tais como Alyssa Fox, que interpretou Elsa na digressão norte-americana do musical da Broadway “Frozen”; Ray Liu, que dobra e canta a voz de Anna na versão mandarim da animação, RJ Woessner, que dá vida às personagens Kristoff e Hans e, CJ Tan como Olaf, bem como o grupo vocal SEMISCON Vocal Band. O filme “Frozen” estreou em 2013 e “conquistou o mundo”, tendo ganho o Óscar de Melhor Filme de Animação. Destaque para a canção, retirada da banda sonora do filme, “Let it Go”, que se tornou um sucesso à escala global. Há também outros grandes sucessos musicais que saíram do filme “Frozen”, como “Do You Want to Build a Snowman?” e “For the First Time in Forever”, que tiveram o poder de “cativar audiências de todas as idades”. “Let It Go” recebeu o Óscar de Melhor Canção Original na 86.ª edição dos Prémios da Academia e arrecadou três importantes galardões no 57.º Grammy Awards.
Hoje Macau SociedadeTelecomunicações | Licenças 3G terminam a 4 de Junho As licenças 3G de telecomunicações terminam já a 3 de Junho, depois do Governo ter prolongado a sua validade em 2022, por dois anos. Desta forma, a Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações (CTT) apela a que as quatro operadoras de serviços de telecomunicações móveis de Macau garantam uma transição suave das redes 3G para 4G ou 5G junto dos clientes. Segundo um comunicado dos CTT, foram já realizadas “várias rondas de reuniões com as operadoras”, tendo estas sido incentivadas a “elaborar planos para garantir uma transição tranquila dos utilizadores de 3G para os serviços 4G ou 5G”. Na mesma nota, “os CTT apelam aos cidadãos e comerciantes que ainda utilizam o serviço 3G para que contactem, com a maior brevidade possível, as respectivas operadoras, a fim de se informarem sobre as condições de transição para os serviços 4G ou 5G e escolherem o serviço mais adequado às suas necessidades”. Além disso, destacam os CTT, “é importante que os cidadãos e comerciantes confirmem se os seus telemóveis ou outros dispositivos terminais suportam a tecnologia 4G ou 5G, para a utilização de chamadas de voz, pois os equipamentos devem ser compatíveis com a funcionalidade VoLTE”, caso contrário, “após a cessação da rede 3G, deixará de ser possível utilizar o serviço de chamadas de voz”. “Os CTT continuarão a manter uma comunicação estreita com as operadoras, prestando aos utilizadores o apoio necessário para garantir uma transição tranquila”, lê-se ainda.
Hoje Macau SociedadeGalaxy | Eileen Lui nomeada directora-executiva Eileen Lui Wai Ling é a nova directora-executiva da Macau Galaxy Entertainment Group Ltd, foi anunciado na última sexta-feira, tendo também começado a exercer as funções nesse mesmo dia. Eileen Lui é irmã mais nova de Francis Lui, presidente da Galaxy, e de Paddy Tang Lui, director-executivo da operadora. A responsável entrou para o grupo ligado ao sector do jogo, hotelaria e entretenimento em 1993, ainda antes da entrada da Galaxy na área do jogo. Além do cargo de directora-executiva, Eileen Lui foi também nomeada membro do conselho executivo da empresa. Esta era, até à data, directora da área de recursos humanos e de administração da Galaxy. As informações constam no comunicado que a Galaxy enviou à Bolsa de Valores de Hong Kong e são citadas pelo portal GGRAsia. A empresa informou que Eileen Lui não foi nomeada para um mandato específico, sendo um cargo sujeito a “reforma por rotatividade e reeleição” nas assembleias gerais anuais da empresa.Irá ganhar 6,37 milhões de patacas por ano em salários e subsídios, incluindo comissões anuais e bónus. O pagamento é determinado consoante “as funções e responsabilidades na Galaxy Entertainment”, tendo ainda em conta “o desempenho e rentabilidade da empresa, política de remuneração e referência de mercado”, segundo o mesmo comunicado.
Hoje Macau SociedadeCrime | Detido por extorquir dinheiro a prostituta Um residente foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) por se fazer passar por um agente da autoridade para extorquir dinheiro a uma prostituta natural do Interior da China, tirando-lhe três mil patacas. Segundo o jornal Ou Mun, o caso ocorreu na quarta-feira, tendo a PJ interceptado a prostituta na zona do NAPE. Aí, durante a investigação, a mulher revelou que no dia em que foi apanhada pelas autoridades tinha sido antes extorquida por um agente da polícia, que lhe disse que ou pagava esse valor ou seria levada para a esquadra. Uma vez que o suspeito mostrou um cartão de identificação, a mulher deu-lhe o dinheiro, não tendo existido qualquer envolvimento sexual entre ambos. Depois de terem sido verificadas as câmaras de videovigilância situadas no local, a PJ percebeu que o cartão usado pelo suspeito remete para uma formação já feita na área da segurança ocupacional para a construção civil, nada tendo a ver com as autoridades policiais. A PJ percebeu que o suspeito, morador na zona do Patane, tinha antecedentes criminais por roubo e usurpação de funções. O caso foi agora encaminhado para o Ministério Público, estando o homem suspeito das práticas de extorsão e de usurpação de funções.
Hoje Macau Manchete PolíticaConsumo | “Grande Prémio” gera quase 700 milhões em compras O “Grande Prémio para o Consumo nas Zonas Comunitárias 2025”, criado para aumentar o comércio em zonas menos turísticas, já gerou quase 700 milhões de patacas em consumo local, destaca uma nota da Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT). A actividade, que já vai na sétima semana de funcionamento, tem tido números satisfatórios, segundo o Governo: o montante total de benefícios electrónicos emitidos foi de 180 milhões de patacas, dos quais 160 milhões foram utilizados, impulsionando o consumo em Macau no valor total de cerca de 640 milhões de patacas, explica a DSEDT. Além disso, até ao dia 4 de Maio, mais de 100 mil idosos carregaram os seus cartões “Macau Pass” para obter os benefícios de desconto imediato em lojas locais, dos quais já foram utilizados mais de 22 milhões de patacas, impulsionando assim, [o consumo] em, aproximadamente, 45 milhões de patacas, lê-se na mesma nota.
Hoje Macau SociedadeAdvocacia | Cerca de 30 advogados deixam de exercer por ano Entre 20 a 30 advogados submetem anualmente à Associação dos Advogados de Macau pedidos para suspender a actividade e deixar de exercer advocacia, revelou o presidente da associação e deputado Vong Hin Fai. À margem de um evento desportivo organizado pela associação, o representante do sector explicou que parte destes profissionais que deixam de exercer na RAEM são oriundos de países de língua portuguesa. Muitos entregam o pedido de suspensão de actividade porque “pretendem deixar Macau”, afirmou Vong Hin Fai, citado pelo canal chinês da Rádio Macau. O presidente da associação revela ainda que, nos últimos anos, o número de profissionais a exercer advocacia em Macau tem ficado acima dos 400, destes cerca de um quarto são de países de língua portuguesa. No contexto regional, a associação dá conta de cerca de 80 advogados de Macau que estão registados para poder trabalhar na Grande Baía.
Hoje Macau PolíticaTransportes | Song Pek Kei exige melhoria do serviço nos feriados A deputada Song Pek Kei interpelou o Executivo sobre a necessidade de melhorar o serviço de transportes públicos nos dias feriados, nomeadamente no que diz respeito aos autocarros e táxis. A deputada, representante da comunidade de Fujian, recordou que durante a semana dourada do Dia do Trabalhador, 1.º de Maio, registaram-se grandes ajuntamentos de pessoas nas paragens de autocarros nos diversos postos fronteiriços de Macau e pontos turísticos da cidade, mesmo que as empresas tenham proporcionado maior oferta de transporte, com mais carreiras. “Durante os feriados, com o aumento do número de turistas, será que o Governo pode aumentar a frequência dos autocarros, para que haja uma melhor resposta no período de pico e se garanta um maior equilíbrio entre a oferta e procura por parte de residentes e turistas?”, questiona Song Pek Kei. A deputada pede ainda que as autoridades reforcem o combate ao abuso de tarifas por parte dos taxistas nos dias feriados, além de divulgar os resultados de um estudo elaborado sobre o futuro aumento do número de táxis no futuro.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia ameaça “resposta muito forte” contra qualquer novo ataque do Paquistão O ministro dos Negócios Estrangeiros indiano avisou ontem que um novo ataque do Paquistão provocará uma “resposta muito forte” da Índia, um dia depois do confronto militar mais violento das últimas duas décadas entre os dois países. “Não é nossa intenção provocar uma nova escalada” do conflito, disse Subrahmanyam Jaishankar, na abertura de um encontro com o homólogo iraniano, Abbas Araghchi. “Mas se formos atacados, não há dúvida de que responderemos com muita firmeza”, assegurou. A ameaça é feita um dia depois de o Paquistão ter garantido que vai vingar os mortos causados pelos ataques aéreos indianos que, segundo Nova Deli, foram uma resposta a um ataque em Caxemira. “Estamos empenhados em vingar cada gota de sangue destes mártires”, frisou o primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, num discurso à nação na quarta-feira à noite. Em crescendo Nas últimas duas semanas, a tensão entre a Índia e o Paquistão tem crescido, na sequência de um atentado, a 22 de Abril, em Pahalgam, uma cidade turística na parte indiana da região disputada de Caxemira, no qual morreram 26 pessoas. A Índia acusou o Paquistão de apoiar o grupo extremista que responsabilizou pelo ataque, uma acusação que Islamabade negou veementemente. Depois de várias medidas diplomáticas e uma série de incidentes ao longo da fronteira que separa os dois países em Caxemira, Nova Deli lançou, na terça-feira à noite, ataques contra três zonas do Paquistão, que, segundo o Governo indiano, constituíam “locais terroristas”, na província de Punjab. Poucas horas depois, o Governo paquistanês anunciou ter abatido vários aviões militares indianos e, na quarta-feira de manhã, uma sequência de bombardeamentos realizados por Islamabade e Nova Deli provocou pelo menos 38 mortos, no maior confronto dos últimos 20 anos. Ontem, a Índia anunciou que 13 civis morreram e 59 ficaram feridos na Caxemira em retaliação pelo ataque paquistanês lançado na quarta-feira sobre o seu território e o Paquistão afirmou que abateu um drone indiano em Lahore. O Irão ofereceu-se para mediar o conflito entre as duas potências nucleares, tendo o ministro responsável pela diplomacia de Teerão reunido com responsáveis do Governo paquistanês na segunda-feira. À chegada à Índia, Abbas Araghchi admitiu que espera que “as partes tenham moderação para evitar uma escalada de tensões na região”. O Irão mantém boas relações com a Índia e com o Paquistão, com o qual faz fronteira.
Hoje Macau EventosFundação Rui Cunha acolhe “Polifonia” até à próxima semana A Fundação Rui Cunha (FRC) acolhe até sábado da próxima semana, dia 17, a exposição colectiva “Polifonia”, com trabalhos do artista Gu Yue e de seis doutorandos da Faculdade de Humanidades e Artes da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST), co-organizadora do evento. O projecto dá a conhecer 20 obras que representam as formas e estilos do renomado artista e Professor Gu Yue e dos seus discípulos Luo Su, Zhu Zhaohui, Wang Kongbin, Ding Song, Guo Weiwei, e Wei Dongsheng. Segundo uma nota da FRC, esta exposição apresenta “um banquete visual que transcende a tradição e a contemporaneidade, o material e o digital, o local e o global, através da colisão de diversos media e da ressonância de ideias”. Os trabalhos abrangem diversas formas de arte, “como instalações, pinturas a óleo, pinturas em laca, pinturas de areia e trabalhos a pincel de detalhe, exibindo o ecossistema artístico único de Macau como um ponto de convergência cultural”, é referido. O nome da exposição tem origem “na terminologia musical, referindo-se à oposição e simbiose de múltiplas vozes”. A apresentação da mostra refere que “a missão da arte é criar desorientação cognitiva”, sendo que “através do confronto entre o artesanato tradicional e os novos media, e do entrosamento de genes culturais locais e questões globais, ela quebra a narrativa linear e convida o público a calibrar a sua cognição no ‘fosso entre o brilho e a sombra residual'”. Trabalho conjunto O professor Gu Yue alinha os seus trabalhos e a investigação com o tema principal da exposição. As criações dos seis estudantes de doutoramento “partem de experiências individuais e respondem a proposições como a identidade, o tempo e a memória na era do capital digital, formando também uma ressonância multi-voz do pensamento”. A exposição não é apenas uma exibição concentrada de realizações académicas, mas também uma experiência especulativa sobre a essência da arte. “Neste lugar culturalmente estratificado de Macau, a ‘polifonia’ tenta usar a arte como um prisma para reflectir as possibilidades simbióticas de múltiplas realidades”, descreve a equipa, citada pela mesma nota.
Hoje Macau DesportoPrimeira Taça do Mundo de F4 será em Macau A Federação Internacional do Automóvel (FIA), anunciou na tarde de quarta-feira que o Grande Prémio de Macau de 2025 contará no seu programa com a primeira edição da Taça do Mundo de Fórmula 4. O Conselho Mundial do Automobilismo aprovou por votação electrónica a criação desta Taça do Mundo de Fórmula 4 em Macau, juntamente com o regresso ao território da Taça do Mundo de Fórmula Regional, que em 2023 veio ocupar o lugar da Fórmula 3, e da Taça do Mundo de GT da FIA. O conceito da Fórmula 4 foi introduzido pela FIA há mais de uma década e tem sido uma das maiores histórias de sucesso do desporto motorizado de formação, existindo neste momento 13 campeonatos nacionais diferentes dentro do enquadramento técnico e desportivo da FIA. Esta será a quarta vez que a disciplina corre em Macau, tendo sido presença assídua de 2020 a 2023, tendo inclusive sido “cabeça de cartaz” nos três anos em que o mundo esteve mergulhado na pandemia. A FIA não disse como será feito a escolha dos pilotos, apenas referindo em comunicado que haverá “um rigoroso processo de selecção de pilotos, com apenas os jovens mais talentosos a serem autorizados a competir”. A federação internacional salientou igualmente que a empresa chinesa “Mintimes, organizadora do Campeonato Chinês de F4, será o Operador Único, juntamente com a FFSA (Fédération Française du Sport Automobile), responsável por fornecer o apoio técnico à Taça do Mundo de F4 da FIA”. Quer isto dizer que todos os concorrentes terão que utilizar monolugares Mygale M21-F4, recentemente rebaptizados como Ligier JS F422. Apoio de Paris O Presidente da Comissão de Monolugares da FIA, o italiano Emanuele Pirro, afirmou que “Macau é uma parte essencial da formação de um jovem piloto, e temos o dever de proteger o seu legado e futuro. Há tão poucos desafios como o Grande Prémio de Macau que sentimos que era o momento certo para introduzir a Taça do Mundo FIA de F4. Vai permitir que os melhores pilotos a nível nacional aprendam o que é necessário para conduzir no Circuito da Guia num carro de F4, que é um pouco mais permissivo do que um carro de Fórmula Regional, para que, quando regressarem daqui a um ou dois anos para a Taça do Mundo de FR, estejam preparados para mostrar verdadeiramente do que são capazes”. Emanuele Pirro, um ex-vencedor da Corrida da Guia e um entusiasta da prova da RAEM, disse também que “estamos também a trabalhar arduamente para garantir que aproveitamos esta oportunidade para inspirar e educar os jovens pilotos de karting da região. O potencial de crescimento e desenvolvimento na China e na região Ásia-Pacífico é enorme, à medida que impulsionamos a participação no desporto motorizado”. A pensar em Macau O longo comunicado da FIA também refere que esta iniciativa “pretende também trazer estudantes de academias de karting de Macau, da China e da região em geral para assistir ao evento de forma observacional, oferecendo-lhes a oportunidade de vivenciar uma prova de automobilismo e de obter conhecimentos valiosos para os próximos passos nas suas carreiras”. Sem entrar em detalhes, a federação internacional, a mesma que não permitiu que recusou a participação de equipas chinesas na Taça do Mundo de Fórmula Regional no ano passado, diz que “este grande passo beneficiará indiscutivelmente os pilotos locais de Macau, que terão acesso a um leque completo de eventos internacionais – Karting, Fórmula 4 e Fórmula Regional – em solo nacional”. Em comunicado Chong Coc Veng, Presidente da Associação Geral Automóvel de Macau-China, declarou: “Estamos felizes por ver a FIA realizar uma Taça do Mundo de F4 no Circuito da Guia em Macau, o que representa uma oportunidade para os jovens pilotos da região encontrarem o seu caminho de desenvolvimento desde os eventos internacionais de karting até aos monolugares de F4 e FR, e tornarem-se campeões mundiais no futuro”. A participação dos pilotos da RAEM nesta corrida ainda não foi oficialmente divulgado, mas poderá estar limitado em número.
Hoje Macau China / ÁsiaXangai | Legoland vai abrir em Julho maior parque temático do mundo A marca dinamarquesa LEGO, especializada em blocos de construção, vai inaugurar no próximo dia 05 de Julho o seu maior parque temático do mundo em Xangai, no leste da China, avançou ontem a imprensa local. O complexo, situado a cerca de 52 quilómetros a sudoeste do centro da cidade, contará com mais de 75 atracções e espectáculos distribuídos por oito zonas distintas, que incluem milhares de figuras construídas com cerca de 85 milhões de peças LEGO. Os visitantes poderão ainda ver filmes da LEGO numa sala de cinema 4D, bem como alojar-se num hotel temático com 250 quartos, decorados segundo cinco ambientes diferentes inspirados neste universo de brinquedos reconhecido à escala global. Actualmente, o parque encontra-se na fase final de construção: a entrada principal está concluída e as principais 24 atracções estão praticamente prontas. Cerca de mil colaboradores integrarão a equipa desde a abertura. O grande destaque do parque será a zona “Miniland”, uma recriação, construída integralmente com blocos LEGO – com um peso total superior a 45 toneladas – de algumas das áreas mais emblemáticas de Xangai, assim como de outros ícones culturais e turísticos da China. Entre os espetáculos previstos, destaca-se o primeiro espetáculo do mundo dedicado à série “Monkie Kid”, da LEGO, inspirada no Rei Macaco, da obra clássica chinesa Jornada ao Oeste. A Legoland Xangai já iniciou a venda de passes de temporada e bilhetes para visitas exclusivas, que incluem estadias no hotel temático. “Conhecemos bem este mercado e estamos entusiasmados com o seu potencial. Este complexo será uma referência e ponto de encontro para todos os fãs da LEGO na China”, afirmou Fiona Eastwood, diretora executiva da Merlin Entertainments, o grupo britânico responsável pela gestão dos parques Legoland. De acordo com a empresa, mais de 55 milhões de pessoas vivem a duas horas – ou menos – de carro da localização do novo parque.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | China controla “rigorosamente” exportação de bens de dupla utilização A China afirmou ontem que “controla rigorosamente” a exportação de bens de dupla utilização, face a suspeitas de que a Rússia está a utilizar dispositivos tecnológicos de uso civil para fins militares na Ucrânia. “A China aplica controlos rigorosos sobre a exportação de bens de dupla utilização”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, ao ser questionado sobre relatos de que comandos de jogos de vídeo exportados para a Rússia estão a ser utilizados para operar drones. Lin Jian também denunciou que qualquer “cooperação tecnológica normal” da China “torna-se um problema” quando há tentativas de “difamar o país com acusações infundadas e manipulações políticas de má-fé”. O porta-voz não esclareceu se a China está a considerar restrições adicionais às exportações de tecnologia, remetendo para as autoridades competentes. As declarações surgiram depois de a Ucrânia ter manifestado preocupação com o envolvimento de empresas e cidadãos chineses na produção militar russa, uma queixa formal que apresentou ao embaixador chinês em Kiev em Abril, alegando ter provas. Esta semana, a Comissão Europeia afirmou que a China “continua a ser um facilitador fundamental” do esforço de guerra da Rússia e que sem este apoio “Moscovo não podia continuar a guerra com a mesma força”. Pequim defendeu que a sua posição sobre o conflito tem sido “consistente e clara” e está empenhada em “promover o cessar-fogo, o desanuviamento e as negociações”, e garantiu nunca ter fornecido armas letais “a nenhuma das partes” envolvidas na guerra.
Hoje Macau China / ÁsiaMoscovo | Xi saúda aprofundamento da confiança entre China e Rússia Xi encontra-se em Moscovo para participar nas celebrações do aniversário do Dia da Vitória sobre a Alemanha nazi na II Guerra Mundial O Presidente chinês, Xi Jinping, saudou ontem o aprofundamento da confiança entre a China e a Rússia, no início do encontro no Kremlin com o homólogo russo, Vladimir Putin, em Moscovo. “A confiança política mútua entre a China e a Rússia está a aprofundar-se e os laços de cooperação pragmática estão a tornar-se mais fortes”, disse o Presidente chinês, que se encontra em Moscovo para as comemorações do 80.º aniversário da vitória sobre a Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial. Xi salientou que “perante a tendência internacional de unilateralismo e de comportamento de intimidação hegemónica, a China vai trabalhar com a Rússia para assumir as responsabilidades especiais das principais potências mundiais”. “Estou muito feliz com esta nova reunião”, disse Vladimir Putin no início do encontro com Xi, transmitido em directo pela televisão russa. O líder russo expressou gratidão por Xi ter decidido comparecer, em Moscovo, às comemorações dos 80 anos da vitória sobre a Alemanha nazi, tal como tinha acontecido no 70.º aniversário. O chefe de Estado russo lembrou que a antiga União Soviética (URSS) perdeu cerca de 27 milhões de pessoas na guerra, enquanto na China o número de mortos foi de 37 milhões, incluindo soldados e civis. Laços benéficos Putin disse que uma guarda de honra chinesa vai marchar na Praça Vermelha na sexta-feira, integrada no desfile militar, e prometeu comparecer às comemorações da vitória da China sobre o Japão, a 03 de Setembro. Para Putin, os laços entre a Rússia e a China são “mutuamente benéficos” e não se opõem a nenhum país terceiro. O chefe de Estado russo disse ainda que os dois países pretendem defender em conjunto a “verdade histórica” sobre a Segunda Guerra Mundial, com Putin a acusar o Ocidente de a tentar distorcer. “Juntamente com os nossos amigos chineses, defendemos firmemente a verdade histórica, protegemos a memória dos acontecimentos dos anos de guerra e lutamos contra as manifestações modernas de neonazismo e militarismo”, referiu Putin. De acordo com a Presidência russa, os líderes vão realizar reuniões em formatos pequeno e grande e adoptar duas declarações conjuntas. Novos acordos O Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou ontem a assinatura de um novo acordo de promoção e protecção de investimentos, no âmbito das negociações com o homólogo chinês, Xi Jinping. Na abertura de uma reunião no Kremlin, Putin estimou em mais de 200 mil milhões de dólares o montante dos projectos de investimento tratados pela comissão intergovernamental. Manifestou também a convicção de que este acordo vai contribuir positivamente para a criação de uma atmosfera “mais favorável” e constituir “um importante impulso” para o desenvolvimento da cooperação económica, indicou o líder russo. Putin sublinhou que o actual intercâmbio comercial, que ascendeu a quase 245 mil milhões de dólares no ano passado, “está longe” do limite máximo para os dois países.
Hoje Macau Via do MeioInterpretar Confúcio: a volta estética e os seus desafios (continuação) Em contraste com a abordagem de Fang, Ni trata os Analectos como o texto primário e principal para a compreensão de Confúcio e usa-o como base para a sua interpretação de Confúcio; quando Ni recorre a outros textos, ele o faz apenas medida em que reforça a sua leitura gongfu de Confúcio. Na interpretação de Ni, os Analectos dão o tom para a compreensão de Confúcio. Ni e Fang representam duas abordagens diferentes para entender Confúcio. Essas duas abordagens apresentam dois retratos variados de Confúcio para nós. Qual deles é o verdadeiro Confúcio? Ou, mais precisamente, qual abordagem nos ajuda a entender melhor Confúcio? Se ambas são fundamentadas de alguma forma, qual é a relação entre elas? Permitam-me agora que examine uma outra relação a que aludi anteriormente, a relação entre Confúcio, “o homem”, como sublinhado no subtítulo do livro de Ni, por um lado, e o confucionismo, por outro. O livro de Ni trata principalmente de Confúcio, o homem, o professor e o pensador. Mas também estende o seu argumento ao confucionismo, a tradição filosófica que moldou em grande parte a cultura chinesa. Ni escreve: “Através da lente da perspectiva do gongfu, perceberemos ainda que, como forma de gongfu, os ensinamentos de Confúcio têm como objetivo final não regras morais para constranger as pessoas, mas sim fornecer orientação para permitir que as pessoas vivam vidas boas e artísticas. Por outras palavras, o confucionismo é mais do que moralista” (xiii). A afirmação de Ni de que o confucionismo é mais estético do que moralista é mais radical do que afirmar que devemos ler Confúcio nos Analectos de forma estética do que moralista. Contraria diretamente a opinião comum de que a filosofia confucionista é sobretudo uma filosofia moral. Para mim, tal afirmação parece-me, de um modo geral, totalmente implausível. No entanto, é uma questão demasiado vasta para ser abordada neste pequeno artigo. Aqui vou argumentar que, tecnicamente, a mudança de Ni de “Confúcio” para “Confucionismo” é problemática. A lacuna entre “Confúcio” e “Confucionismo” é muito maior do que pode ser encoberta por uma afirmação rápida. Se dissermos que há duas versões diferentes de Confúcio nas interpretações de Ni e Fang, respetivamente, também há versões variadas de confucionismo. A questão é: qual versão do confucionismo permitiria a Ni fazer um movimento legítimo de uma afirmação sobre Confúcio para a do confucionismo. Noutro lugar, observei que “filosofia de Confúcio” e “filosofia confuciana” (儒家哲学) não são o mesmo conceito.7 Enquanto a “filosofia de Confúcio” sem dúvida denotava a filosofia de Confúcio, o “homem”, “filosofia confuciana” refere-se à filosofia do confucionismo, incluindo as filosofias de Mencius, Xunzi e muitos outros. O termo “confucionismo” foi cunhado no Ocidente do século XIX depois de “Confúcio”, o nome latinizado que os missionários jesuítas do século XVI deram a Kongzi (“Kong Fuzi”),8 para designar a tradição cultural e a filosofia chinesas comummente designadas por “Rujia 儒家”, como a contraparte chinesa do cristianismo no Ocidente. O termo chinês “Rujia”, ou a “Escola do Ru”, não leva o nome de Confúcio, que é Kong Qiu 孔丘. “Rujia” tem sido usado na China para designar a tradição associada a Confúcio e seus seguidores. Por isso, a palavra inglesa “Confucionismo” significa “Ruismo.”9 Muitos dos ideais e ideias filosóficas promovidos por esta escola, no entanto, não foram inventados por Confúcio ou pelos seus seguidores. Confúcio evidentemente levou a sério a tradição Rujia que ele herdou. Ele disse: “Os Zhou olharam para baixo, para as duas dinastias anteriores. Quão rica e bem desenvolvida é a cultura deles! Eu sigo os Zhou”, e ele afirmou explicitamente que estava “transmitindo em vez de inventando (述而不作)” uma filosofia (Analectos 7.1). A tradição “transmitida” inclui não apenas o grande repertório dos ritos Zhou, mas também rituais como a observância do luto de três anos pelos pais falecidos.11Confúcio, sem dúvida, contribuiu muito para a transformação, o renascimento, o desenvolvimento e a operacionalização da tradição Ru. Considerado desta forma, o “Confucionismo” é mais análogo ao “Protestantismo” do que ao “Aristotelismo”. Embora todos os protestantes acreditem em Jesus como o seu Deus (na Trindade), as doutrinas específicas de cada uma das suas denominações, Baptistas, Calvinistas, Luteranos e Metodistas, são atribuíveis a diferentes figuras históricas. Embora o Confucionismo não esteja explicitamente dividido em várias denominações como o Protestantismo, não é atribuído a um único pensador como o Aristotelismo é atribuído a Aristóteles. Historicamente, Rujia tem sido entendida como a filosofia que se manifesta num conjunto de obras clássicas. O corpus dos clássicos confucionistas evoluiu ao longo do tempo. De acordo com o autor do Zhuangzi e dos Registos Históricos de Sima Qian, Confúcio estudou e editou os “Seis Clássicos”, ou seja, o Livro da Poesia, o Livro da História, o Livro dos Rituais, o Livro das Mutações e o Livro da Música e Os Anais da primavera e do outono (Chen 1983: 389; Sima 1959: 1936). Ao editar esses textos ortodoxos transmitidos pela dinastia Zhou, Confúcio fez deles as obras clássicas da tradição associada ao seu nome. Independentemente da precisão registos, não há dúvida de que, durante o período Han Ocidental (202 a.C. – 9 d.C.), os “Cinco Clássicos” (sem o agora perdido Livro da Música) foram considerados os textos confucionistas oficiais quando o governo elevou o confucionismo a filosofia ortodoxa e estabeleceu o cargo oficial de “Mestre Académico dos Cinco Clássicos (五经博士)”. Os Analectos de Confúcio e, em menor grau, o Mencius, provavelmente já eram influentes durante a dinastia Han, mas nenhum deles fez parte da lista dos clássicos ortodoxos (jing) do confucionismo, e nenhum deles foi coberto pelas descrições de cargos do “Mestre Estudioso dos Cinco Clássicos”. O número de textos canónicos confucionistas aumentou gradualmente durante a dinastia Tang (618-902) e as cinco dinastias subsequentes (907-960), para nove, para onze, depois para doze e, durante dinastia Song (960-1279), para treze, que persistiram até aos nossos dias, vulgarmente conhecidos como os “Treze Clássicos.”12Durante um longo período de tempo, os Analectos não foram o mais proeminente dos Treze Clássicos confucionistas. Por isso, quando interpretamos o confucionismo como tradição filosófica, devemos ter em consideração toda a gama de textos clássicos que lhe estão associados. Com base nessas evidências históricas, não podemos equiparar a “filosofia de Confúcio” à “filosofia confuciana”, ou equiparar o “ismo de Confúcio” – se é que podemos cunhar tal termo – ao “confucionismo”. O uso de “confucionismo” para a tradição Rujia é infeliz, particularmente no contexto da erudição ocidental que tem sido fortemente influenciada pelo individualismo, segundo o qual os académicos tendem a atribuir as ideias filosóficas a determinados pensadores individuais e para organizar sistemas filosóficos em conformidade. Por exemplo, o respeitado filósofo novo-confucionista Liu Shu-hsien afirmou que: “A mensagem confucionista deve ser rastreada até Confúcio, tal como a mensagem cristã deve ser rastreada até Jesus Cristo… É através do estudo dos ideais que Confúcio encarnou que podemos esperar encontrar a continuidade entre o neo-confucionismo e o confucionismo clássico”.13 Presumo que por “confucionista” de “mensagem confucionista” Liu queira dizer “Rujia” em vez de “de Confúcio”, pois de outra forma ele estaria afirmando uma tautologia sem sentido (“a mensagem de Confúcio deve ser rastreada até Confúcio”). Mas se ele quer dizer que a mensagem da tradição confuciana (Rujia) deve ser rastreada até a pessoa Confúcio, então a legitimidade da afirmação de Liu não é de forma alguma indiscutível. Por um lado, a mensagem “espiritual” do sistema ritual na tradição é rastreável até a era Zhou pré-Confúcio. Pelo relato do próprio Confúcio, a tradição que chamamos de “Rujia” (“confucionista”) é anterior a Confúcio, o homem, embora sua contribuição tenha moldado muito a tradição 14. Se o meu argumento for válido, mesmo que admitamos que a interpretação de Ni de Confúcio é válida em geral, ainda assim não se segue que essa interpretação se aplique à nossa compreensão do confucionismo sem qualificações. A este respeito, é esclarecedor comparar a abordagem de Ni à interpretação do confucionismo com a de alguns outros académicos, como Yong Huang. Na recente obra de Huang, Why Be Moral?: Learning from the Neo-Confucian Cheng Brothers,15ele opta por discutir ideias selecionadas dos irmãos Cheng que são consideradas “filosóficas” nas tradições ocidentais. Um projeto deste tipo não teria sido possível se Huang tivesse optado por se concentrar nos Analectos de Confúcio, pois tanto Huang como Ni concordariam provavelmente que não há muito de “filosófico” nesse sentido. No entanto, é negar que o trabalho de Huang é sobre o confucionismo e que o confucionismo tem coisas importantes a dizer sobre questões que são normalmente consideradas filosóficas no Ocidente. A minha abordagem pessoal é ver vários textos confucionistas clássicos como abrangendo (ou enfatizando) diferentes dimensões da filosofia confucionista. Evidentemente, os Analectos de Confúcio tratam principalmente, embora não exclusivamente, de se tornar uma boa pessoa e viver uma boa vida, como Ni demonstrou abundantemente no seu livro. O Yijing apresenta uma visão cosmológica do universo confuciano e como os padrões desse universo devem ou deveriam influenciar a sociedade humana e as vidas humanas. Se estudarmos o Yijing e o capítulo Zhongyong do Liji, por exemplo, não podemos deixar de aceitar que a harmonia é um conceito-chave que não se trata apenas de viver uma vida artística, mas também de compreender o padrão cósmico do mundo inteiro. Talvez, em vez de inferir de uma interpretação “estética” de Confúcio para a mesma leitura do confucionismo como um todo, devêssemos abraçar uma compreensão mais holística e inclusiva de Confúcio e do confucionismo. Confúcio e o confucionismo têm, de facto, uma dimensão “estética”, que é particularmente saliente em Confúcio e nos Analectos. No entanto, os ensinamentos de Confúcio também têm dimensões teóricas e filosóficas, embora estas dimensões sejam mais salientes noutros textos clássicos de Confúcio do que nos Analectos. Como filosofia abrangente, o confucionismo é muito mais do que ensinar-nos a viver artisticamente as nossas vidas. Contribui também para o conhecimento humano sobre metafísica, epistemologia, filosofia social e política, bem como sobre a vida ética. Temos agradecer a Peimin Ni pelo seu trabalho de chamar a atenção para um aspecto há muito negligenciado e a visão estética de Ni não deve ser tomada como uma ruptura com a leitura mais comum de Confúcio e do confucionismo. Pelo contrário, é um acréscimo valioso e um enriquecimento significativo da mesma.
Hoje Macau SociedadeSaúde | Residente em estado crítico devido a infecção bacteriana Um residente de 65 anos de idade está em estado crítico e necessita de ventilador para o auxiliar na respiração na sequência de uma infecção de vibrio vulnificus. Na tarde de 29 de Abril, o homem foi acidentalmente picado no dedo mindinho da mão direita enquanto manuseava camarões em casa. Na madrugada seguinte, surgiu no local da picada “inchaço e dor, que depois se alastrou para a palma da mão direita e antebraço direito”, indicaram ontem os Serviços de Saúde. O residente, que tem antecedentes de doenças crónicas, foi ao Centro Hospitalar Conde de São Januário, onde foi “diagnosticado com fascite necrosante do membro superior direito com choque séptico”. Os Serviços de Saúde informam que a vibrio vulnificus é uma bactéria que vive naturalmente em água quente do mar e as infecções podem acontecer quando alguém tem feridas abertas expostas à água do mar com vibrio vulnificus ou quando come marisco contaminado. As pessoas com fascite necrosante podem ter de proceder à amputação para salvar as suas vidas, e em cerca de 20 a 30 por cento dos casos, a infecção é fatal.
Hoje Macau PolíticaSaúde | Alvis Lo vinca aposta na competitividade profissional O director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo, considera que o plano do Governo para aumentar o valor dos vales de saúde e lançar um programa de rastreio de doenças crónicas vai aperfeiçoar o sistema e acesso à saúde no território. A posição foi tomada durante a mais recente reunião do Conselho para os Assuntos Médicos. Para aumentar a competitividade dos profissionais de saúde, Alvis Lo indicou que o Executivo vai “proporcionar uma série de programas de formação, incluindo a criação de uma base de formação de medicina familiar” assim como disponibilizar “formação sistemática aos médicos das instituições públicas e privadas”. Para os médicos que pretendem focar-se numa especialidade, os SS prometeram abrir de forma permanente os concursos para o preenchimento de vagas de internato complementar, além de optimizar procedimentos e “encurtar o tempo” necessário para os concursos. Além disso, Alvis Lo destacou que o Centro Médico de Macau do Peking Union Medical College Hospital tem como objectivo tornar-se numa instituição de “formação de alto nível em Macau”, pelo que nos próximos tempos deverão começar a ser enviados para Pequim médicos, enfermeiros e outros técnicos clínicos para receber formação. Nesta fase, existe também a possibilidade de as formações não se limitarem à capital chinesa. Seguindo a tendência de levar a população a deixar Macau, Alvis Lo indicou que o Governo vai apoiar a integração no desenvolvimento nacional, o que deve começar com a ida dos profissionais para Grande Baía e para a Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, por serem considerados “pontos de partida mais fáceis e maduros”.
Hoje Macau PolíticaPatane | Centro de Comidas recebeu 300 mil clientes em 11 meses Entre Abril de 2024 e Março deste ano, o Centro de Comidas do Patane atraiu 300 mil residentes e turistas. Os dados foram divulgados pelo Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), em resposta a uma interpelação do deputado Leong Hong Sai, dos Moradores. Contudo, o IAM afirma que vai continuar a promover o espaço, que fica situado no Mercado do Patane, com a colocação de um anúncio gigante na zona: “Presentemente, as vias em redor do Mercado do Patane já dispõem de placas indicativas e também foram colocadas tabuletas luminosas no acesso ao rés-do-chão do mercado”, foi indicado por Chao Wai Ieng, presidente o organismo. “Em paralelo, o IAM planeia a colocação de um reclamo de grande dimensão na fachada do Complexo do Mercado do Patane, com vista a atrair mais residentes e turistas para comerem naquele Centro de Comidas”, foi acrescentado. O IAM também prometeu continuar a “elevar a competitividade e atractividade” do espaço de restauração ao instalar “decorações” durante os feriados e festividades, assim como “o lançamento de troca de prémios com pontos obtidos e o convite aos meios de comunicação social para filmagem e promoção”. O IAM diz ainda que incentiva “os operadores das bancas a reforçarem a promoção” dos espaços, através da “inovação” e de “actividades de marketing online e offline”, com cupões de descontos.
Hoje Macau PolíticaWong Kit Cheng pede mais medidas de incentivo à natalidade A deputada Wong Kit Cheng considera que o Governo deve criar medidas complementares de incentivo à natalidade além do subsídio de assistência à infância anunciado nas Linhas de Acção Governativa (LAG) para este ano, e que visa a concessão de 1.500 patacas mensais para crianças até um limite máximo de três anos de idade. Segundo o Jornal do Cidadão, Wong Kit Cheng acredita que os incentivos à natalidade não dependem apenas de apoios financeiros, mas também de medidas que tenham em conta todas as necessidades enfrentadas pelas famílias locais. A deputada afirmou que são necessários mais esforços em áreas como a saúde, habitação, educação e instalações sociais para apoiar os casais com filhos. Tendo em conta que, na sua visão, os departamentos públicos não têm uma coordenação suficiente entre si, deveria ser criado um departamento próprio para a promoção de políticas de incentivo à natalidade de forma permanente. No tocante à área da saúde, a deputada, vice-presidente da direcção da União Geral das Mulheres de Macau, defende uma maior especialização nos cuidados a grávidas, nomeadamente ao nível de uma maior abrangência de exames de despistagem de doenças genéticas. Wong Kit Cheng pede ainda mais avanços ao nível dos cuidados de saúde pediátricos e novas medidas quanto à realização de partos sem dor. No que diz respeito ao programa de vacinação gratuita, a deputada pede que mais vacinas possam estar abrangidas. Casas para todos Outro ponto destacado pela deputada, prende-se com a política habitacional, que segundo Wong Kit Cheng deve dar resposta às necessidades das famílias em fases diferentes, ou seja, desde a infância até ao crescimento dos filhos. Esta referiu que o modelo de habitação social e económica tem um sistema de pontuação que dá prioridade às famílias, mas que deveria ser estudada a hipótese de troca de casas, para que as famílias possam mudar de habitação consoante o número de filhos que vão tendo. Para a legisladora, existe ainda necessidade de rever o planeamento das instalações de lazer para os mais novos. A deputada frisou que o número de instalações públicas deve estar ligado à densidade populacional de cada zona e ao número de crianças aí residentes.
Hoje Macau SociedadeMGM Resorts International alerta para apostas no Japão e Tailândia Um operador de casinos em Macau afirmou ontem que a abertura de casinos no Japão e a potencial legalização do jogo na Tailândia vão aumentar a concorrência no que toca aos apostadores asiáticos. O director para o desenvolvimento global da empresa norte-americana MGM Resorts International, que opera dois casinos em Macau, disse que as novas concessões de jogo aceleraram a transição de um modelo baseado em grandes apostadores para “uma economia de turismo e entretenimento mais diversificada”. Os seis operadores de jogo de Macau assinaram acordos de concessão de 10 anos em Dezembro de 2022, comprometendo-se a investir 108,7 mil milhões de patacas no turismo e na diversificação da economia. “O reforço das atracções culturais, do entretenimento para famílias (…) ajudou a atrair grupos demográficos mais vastos do que os tradicionais apostadores”, defendeu Ed Bowers. Mas o executivo alertou que “a competição está a intensificar-se nos mercados asiáticos, particularmente com o Japão e, potencialmente, a Tailândia”. A MGM arrancou em 24 de Abril com a construção do primeiro empreendimento integrado com um casino do Japão, em Osaka, com abertura prevista para 2030. O Governo da Tailândia apresentou uma proposta para legalizar o jogo. “Isto são excelentes notícias para pessoal do desenvolvimento de casinos como eu”, referiu Bowers, que recordou que a Tailândia “já beneficia de uma forte infraestrutura turística”. Mas a discussão da proposta no parlamento foi adiada, no início de Abril, “provavelmente devido ao aumento da oposição política” à ideia, admitiu o executivo. Outras apostas Bowers falava durante a Global Gaming Expo Asia, o maior evento da indústria do jogo realizado em Macau, que vai decorrer até sexta-feira. Numa outra sessão do mesmo evento, especialistas defenderam que, face à maior concorrência regional, a aposta em atracções não relacionadas com o jogo, como concertos, parques temáticos e gastronomia podem trazer mais pessoas aos casinos. “Construímos tudo isso para apoiar o nosso casino, o casino é o nosso motor financeiro”, afirmou Wade Howk, director de operações do Inspire Entertainment Resort, uma estância integrada na Coreia do Sul, com um casino exclusivo para estrangeiros. A sessão centrou-se na diversificação da economia de Macau, onde os impostos sobre os casinos representaram 88,4 por cento das receitas correntes da região nos primeiros três meses do ano. Mas as autoridades pretendem que o sector não relacionado com o jogo represente 60 por cento do Produto Interno Bruto de Macau até 2028. Como exemplo, Wade Howk frisou que o Inspire Entertainment construiu um espaço de entretenimento com 15 mil lugares sentados, a única arena cultural polivalente na Coreia do Sul, para aumentar o número de visitantes. “Estamos a ver enormes resultados com isso agora, e depois construímos um parque aquático coberto (…), apenas para nos certificarmos de que poderíamos impulsionar o tráfego para apoiar toda a propriedade, (…) e que isso poderia ser utilizado para apoiar o casino”, explicou Howk. Jeffrey Kiang, um analista do grupo de investimento CLSA, sublinhou que as componentes não relacionadas com o jogo devem “criar sinergias e complementar o negócio” dos casinos. Kiang observou um aumento do número de concertos realizados em Macau nos últimos dois anos e afirmou que os operadores dos casinos seleccionam cuidadosamente os eventos ou artistas que atraem os apostadores.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Nintendo com novo recorde de capitalização bolsista A Nintendo, fabricante e distribuidora japonesa de jogos de vídeo, registou um novo recorde de capitalização bolsista de aproximadamente 15,36 mil milhões de ienes (94.831 milhões de euros), ultrapassando pela primeira vez a Fast Retailing. No início de Maio, apenas a empresa automóvel Toyota, a multinacional tecnológica Sony, o banco Mitsubishi UFJ e a empresa de electrónica Hitachi tinham uma capitalização bolsista superior à da Nintendo, de acordo com os dados do operador da bolsa japonesa, Japan Exchange. A empresa com sede em Kioto já vendeu mais de 150 milhões de unidades da consola Switch em todo o mundo e cerca de 1,36 mil milhões de cópias de jogos para a plataforma. As ações da Nintendo subiram 1,77 por cento nas negociações de sexta-feira para um preço de fecho recorde 12.360 ienes (de 76,09 euros), em antecipação do lançamento, em 05 de Junho, da sucessora da consola, Switch 2, que já esgotou no Japão. O mercado da bolsa japonês esteve encerrado na segunda e terça-feira, dias feriados, e teve uma abertura volátil na quarta-feira, com os investidores a assimilar as novas ameaças tarifárias do Presidente dos EUA, Donald Trump, às indústrias cinematográfica e farmacêutica. Após os 20 primeiros minutos de negociação, a Nintendo continuava a registar níveis recorde, com uma subida de quase 0,3 por cento A empresa fechou a negociação com uma ligeira descida de 0,08 por cento, após a volatilidade que caracterizou as negociações.
Hoje Macau China / ÁsiaEspecialista timorense considera urgente domínio do português para coesão nacional O linguista timorense Benjamim Corte Real considerou ontem que a língua portuguesa é um factor de coesão em Timor-Leste e que é uma “urgência nacional” que os todos os cidadãos a passem a dominar. Benjamim Corte Real falava no seminário sobre “Políticas Linguísticas e Desenvolvimento da Língua Portuguesa em Timor-Leste: Desafios e Perspectivas”, organizado pela Universidade Nacional de Timor-Leste, no âmbito do seu 25.º aniversário e das celebrações do Dia Mundial da Língua Portuguesa, que se assinalou em 05 de Maio. Na sua intervenção, o professor lembrou que antes da chegada dos portugueses, os timorenses estavam dispersos por grupos tribais, que falavam a sua própria língua, e que as comunidades viviam isoladas umas das outras, também por causa do relevo montanhoso da região. “A chegada dos portugueses vem trazer uma novidade que é a introdução de um elemento que vai precisamente diluir essa nossa situação anterior de isolamento de comunidades. Desde que a língua portuguesa entrou em Timor, entrou a servir esse propósito de unir os timorenses comunicativamente”, salientou Benjamim Corte Real. E, segundo o linguista, apesar de não ter sido introduzida da mesma forma que a língua indonésia, cuja aprendizagem era uma questão de sobrevivência, os timorenses, principalmente os líderes, perceberam que para unificar o país e consolidar uma independência nacional a “língua portuguesa era imprescindível”. Urgência nacional Outra razão apontada por Benjamim Corte Real para a importância do português para a “coesão nacional” é o facto de as línguas maternas ou locais não terem “desenvoltura suficiente para absorver a prática administrativa, para a produção legislativa para o ordenamento do território”. Hoje, salientou, apesar da coesão nacional não ter sido alcançada em termos de domínio generalizado da língua portuguesa, já se começou a perceber que o Estado deve caminhar nesse sentido e fazer um esforço “mais propositado” para que o português seja dominado por todos. “Isto é uma urgência nacional. Portanto, nós estamos aqui a apelar para todas as instâncias operadoras da educação em todo o território que assumam a sua responsabilidade e cumpram as leis e façam cumprir as leis em torno da implementação do ensino da língua portuguesa e do ensino através da língua portuguesa”, disse Benjamim Corte Real. “Não podemos falar de uma sociedade harmonizada, unificada, sem investirmos na língua que é comum a todos nós. Devemos fazer isso por obrigação, vocação nacional, e, sobretudo, também por mandato constitucional”, insistiu.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia / Paquistão | Comunidade internacional pede contenção O ataque da Índia de terça-feira à noite contra três zonas do Paquistão fez escalar perigosamente o conflito entre as duas potências nucleares A comunidade internacional pediu ontem à Índia e ao Paquistão para terem contenção militar após a escalada do confronto entre as duas potências nucleares, que já causou dezenas de mortos civis em ambos os países. China, Rússia, França e Alemanha pediram contenção e mostraram preocupados com a escalada das tensões, destacando a necessidade de evitar situações de confronto e de proteger os civis. Também a Turquia manifestou preocupação e alertou para o “risco de uma guerra total” entre a Índia e o Paquistão. “O ataque da Índia na noite passada representa o risco de uma guerra total. Condenamos esta atitude provocadora e os ataques contra civis e infraestruturas civis”, disse, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco. Da mesma forma, o Irão manifestou “profunda preocupação” com o confronto entre a Índia e o Paquistão, país com quem faz fronteira. Antes, os Estados Unidos lamentaram a situação, tendo o Presidente, Donald Trump, considerado que o reinício dos confrontos “foi uma pena” e adiantado esperar que “pare muito rapidamente”. O líder da diplomacia norte-americana, Marc Rubio, exortou ainda os líderes dos dois Estados a abrirem um canal de diálogo para evitar uma maior escalada do conflito. “O mundo não se pode dar ao luxo de um confronto militar” entre a Índia e o Paquistão, afirmou, por seu lado, o secretário-geral da ONU, António Guterres, referindo-se aos ataques das últimas horas, os mais graves das últimas duas décadas entre estes Estados. Numa reacção mais assertiva, o Reino Unido também pediu calma aos dois países, mas assumiu estar pronto para intervir caso seja necessário. A Índia e o Paquistão têm “interesse na estabilidade regional”, disse o secretário do Comércio britânico, Jonathan Reynolds, acrescentando que o Governo britânico fará “tudo o que puder em termos de diálogo para reduzir a tensão”. Mortos e feridos Os dois exércitos trocaram tiros de artilharia ao longo da fronteira disputada em Caxemira após ataques indianos em solo paquistanês em retaliação por um atentado, a 22 de Abril, na Caxemira controlada pela Índia, que matou 26 pessoas. A tensão entre a Índia e o Paquistão reacendeu-se a 22 de Abril, quando homens armados atacaram a região turística de Pahalgam, na Caxemira indiana, matando 26 civis. O ataque foi atribuído à organização Lashkar-e-Taiba e as relações deterioram-se ainda mais entre estes países vizinhos, rivais desde que se tornaram independentes do Reino Unido, em 1947. Os dois governos ordenaram a saída dos seus territórios de cidadãos do Estado vizinho e, ao longo dos dias, foram-se registando incidentes nas fronteiras, com tiros disparados na chamada Linha de Controlo em Caxemira. Na terça-feira à noite, Nova Deli lançou ataques contra três zonas do Paquistão, que, segundo o Governo indiano, constituíam “locais terroristas”, na província de Punjab. Poucas horas depois, o Governo paquistanês anunciou ter abatido vários aviões militares indianos e, ontem de manhã, uma sequência de bombardeamentos levados a cabo por Islamabade e Nova Deli provocou pelo menos 38 mortos, no maior confronto dos últimos 20 anos.