China / ÁsiaJapão quer aumentar orçamento de defesa em 56% Hoje Macau - 7 Dez 2022 DR O Japão planeia aumentar o seu investimento militar para 43 biliões de ienes (300 mil milhões de euros) entre 2023 e 2027, um aumento de 56 por cento em relação ao total dos últimos cinco anos, anunciou ontem o Governo nipónico. O país asiático procura aumentar de forma drástica as suas capacidades de defesa para fazer face às crescentes ameaças que sente nas suas fronteiras, desde a Coreia do Norte à China passando pela Rússia após a invasão da Ucrânia. O montante de 43 biliões de ienes para 2023-2027 foi anunciado ontem em Tóquio pelo ministro da Defesa, Yasukazu Hamada, após uma reunião com o primeiro-ministro, Fumio Kishida, e o ministro das Finanças, Shunichi Suzuki. “Com este nível [de investimento] seremos capazes de atingir o nosso objectivo de fortalecer as nossas capacidades de defesa”, disse à imprensa Hamada. O anúncio surge uma semana após a decisão de Kishida de aumentar o orçamento anual de defesa para atingir 2 por cento do PIB nacional até 2027, de um máximo de 1 por cento até agora. Pouco pacífico Mesmo que o Japão estivesse apenas a imitar um princípio há muito estabelecido entre os Estados-membros da NATO, tal objectivo é controverso no país, que tem uma Constituição pacifista desde 1947, o que limita muito os meios e as missões das suas “Forças de Autodefesa”. De acordo com a imprensa local, um dos objectivos do investimento militar adicional seria adquirir uma capacidade de “contra-ataque” com armas que pudessem atingir os lugares de lançamento de mísseis inimigos, mas que ainda seriam consideradas pelo Governo japonês como defensivas. O Japão também corre o risco de ter de fazer duras concessões fiscais noutros sectores, se quiser aumentar os seus gastos militares sem aumentar os impostos, enquanto o seu nível de dívida pública já é o mais alto entre os principais países industrializados, que se situa atualmente em mais de 260 por cento do seu produto interno bruto (PIB), segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).