Ásia 2022 | Economias emergentes vão crescer mais que a China

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O crescimento da economia chinesa em 2022 será superado pelos países em desenvolvimento da Ásia, pela primeira vez em 30 anos, disse ontem o Banco Asiático de Desenvolvimento. Num relatório, o banco prevê que a economia da China cresça 3,3 por cento este ano, uma revisão em baixa da previsão de 5 por cento feita em Abril, devido às políticas implementadas por Pequim para combater surtos de covid-19.

O Banco Asiático de Desenvolvimento (ADB, na sigla em inglês), cuja sede fica na capital das Filipinas, Manila, reviu também em baixa a previsão para o crescimento da economia chinesa para 2023, de 4,8 por cento para 4,3 por cento.

A China, a segunda maior economia do mundo e o principal motor económico da Ásia, verá o seu crescimento superado por países emergentes, como Índia (7 por cento), Filipinas (6,5 por cento), Vietname (6,5 por cento), Paquistão (6 por cento), Malásia (6 por cento) e Indonésia (5,4 por cento).

As causas

Ao abrigo da estratégia de “zero casos” de covid-19, a China tem apostado na testagem em massa da população e em confinamentos para evitar a propagação de casos de Ómicron, a variante dominante do novo coronavírus, considerada muito contagiosa. Essas medidas, juntamente com o aperto das políticas monetárias da maioria dos bancos centrais mundiais para combater a inflação e os efeitos económicos da guerra na Ucrânia, irão afectar o crescimento da China, previu o ADB.

“O crescimento na China enfrenta desafios vindos dos confinamentos recorrentes e de um fraco sector imobiliário”, disse o economista-sénior do banco Albert Park, num comunicado. Um especialista para a China do ADB Hao Zhang disse que os confinamentos decretados por Pequim “reduziram drasticamente” o crescimento, embora espere uma recuperação na segunda metade do ano, “com a melhoria dos serviços e da procura de casas”.

Park advertiu que “os riscos estão à espreita” para os países em desenvolvimento da Ásia, porque “uma desaceleração significativa na economia global prejudicará gravemente a procura pelas exportações da região”. “Um ajuste monetário mais forte do que o esperado nas economias desenvolvidas poderá levar a uma instabilidade financeira”, disse.

O ADB previu ainda que a inflação na China atinja 2,3 por cento, enquanto nas economias em desenvolvimento da Ásia atingirá uma média de 4,5 por cento.

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