Diplomacia | Xi defendeu junto de Trump a importância do regresso de Taiwan à China

Numa conversa telefónica entre os dois presidentes, Xi Jinping enfatizou a importância de manter as boas relações alcançadas após a reunião em Busan e aproveitou para voltar a sublinhar que o regresso de Taiwan à China é uma parte importante da ordem internacional

O Presidente chinês, Xi Jinping, defendeu junto do seu homólogo norte-americano a importância de o território de Taiwan voltar à China, que admite retomá-lo pela força, informou segunda-feira a agência de notícias chinesa Xinhua.

Numa conversa telefónica entre ambos, o Presidente chinês disse a Donald Trump que os dois países devem “manter a dinâmica das suas relações” após a reunião de Outubro na Coreia do Sul e “sublinhou que o regresso de Taiwan à China é uma parte importante da ordem internacional do pós-guerra”, segundo a Xinhua.

Xi também salientou que Pequim e Washington já “lutaram lado a lado contra o fascismo e o militarismo” e que agora “deviam salvaguardar conjuntamente os resultados vitoriosos da II Guerra Mundial”, de acordo com a agência chinesa.

Trump e Xi reuniram-se pela primeira vez desde 2019 em Outubro, em Busan, na Coreia do Sul, e mantiveram conversações que foram acompanhadas de perto, no meio de uma guerra comercial entre os dois países. A batalha entre as duas maiores economias do mundo, que abrange tudo, desde terras raras a soja e taxas alfandegárias, abalou os mercados e interrompeu as cadeias de abastecimento durante meses.

Xi também disse a Trump que a “bem-sucedida” reunião de Busan ajudou a “produzir impulso no movimento constante do gigantesco navio das relações sino-americanas”, de acordo com a agência de notícias France Presse (AFP). “Desde a reunião de Busan, as relações sino-americanas mantiveram-se estáveis e continuaram a melhorar, o que foi muito bem acolhido pelos dois países e pela comunidade internacional”, acrescentou Xi.

Ameaças nipónicas

Ainda na segunda-feira a China advertiu o Japão que o projecto de instalar mísseis perto de Taiwan é um desenvolvimento “extremamente perigoso”, depois de declarações da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, sobre a ilha nacionalista.

“A implantação de armas ofensivas pelo Japão nas ilhas do sudoeste vizinhas de Taiwan visa deliberadamente criar tensões regionais e provocar um confronto militar”, disse a porta-voz da diplomacia chinesa Mao Ning em Pequim. Mao reagia a declarações do ministro da Defesa do Japão, Shinjiro Koizumi, que afirmou no domingo que o objectivo de colocar mísseis terra-ar em Yonaguni, a ilha japonesa mais próxima de Taiwan, estava “no bom caminho”.

Os governos de Pequim e Tóquio estão envolvidos num clima de tensão desde que Takaichi afirmou em 07 de Novembro que operações armadas contra Taiwan podiam justificar uma intervenção militar japonesa para defender a ilha. Pequim, que reivindica Taiwan como parte do território da China, vê nas palavras de Takaichi uma provocação.

Visita em Abril

O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou segunda-feira uma visita a Pequim em Abril, que será retribuída com uma deslocação do seu homólogo aos Estados Unidos no final do próximo ano. Donald Trump fez o anúncio poucas horas depois de ter conversado com Xi por telefone, altura em que, segundo indicou, ambos discutiram assuntos como o conflito na Ucrânia, o combate ao opióide fentanil e o comércio de soja.

A chamada telefónica ocorreu quase um mês depois de ambos se terem encontrado na cidade sul-coreana de Busan. As autoridades chinesas confirmaram o telefonema, sem mencionar as visitas de estado dos dois líderes, relatando que os assuntos discutidos incluíram a Ucrânia, comércio e Taiwan. Após a conversa, o líder da Casa Branca considerou, numa mensagem na sua rede Truth Social, a relação com Pequim como “extremamente forte”, mas não fez referência à sensível questão de Taiwan.

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