Manchete SociedadeGP Consumo | Fim de iniciativa ameaça negócios João Santos Filipe e Nunu Wu - 18 Nov 2025 Com o programa de incentivo do consumo do Governo a chegar ao fim este mês, vários comerciantes admitem temer pelo impacto nas vendas, que em alguns casos pode atingir os 50 por cento Com o aproximar do fim da iniciativa “Grande Prémio para o Consumo nas Zonas Comunitárias”, os comerciantes temem perder até 50 por cento do volume actual de negócios. O cenário foi traçado por alguns comerciantes em declarações ao jornal Ou Mun. O esquema de incentivo ao consumo que atribui vales de desconto termina no final do mês, e, face a esta realidade, o responsável de um supermercado contou à publicação em língua chinesa que o estabelecimento se está a preparar para o pior. Na perspectiva do residente, que não foi identificado, espera-se uma redução de 50 por cento das compras no espaço. O responsável recordou que no passado os clientes utilizavam os cupões principalmente em compras de bens de primeira necessidade, por exemplo, gel de banho, papel higiénico ou carne congelada. No entanto, como na semana passada a distribuição envolveu cupões de valor mais elevado, o consumo de bens não essenciais, como brinquedos, snacks ou bebidas alcoólicas cresceu cerca de 50 por cento. Este aumento do volume de vendas tido como “repentino” foi atribuído ao pograma de incentivo ao consumo e acredita-se que vai desaparecer no final de Novembro. Por esta razão, o responsável aguarda a confirmação sobre a continuação de um apoio ao consumo semelhante, e defende a necessidade dos cupões de desconto serem de um valor superior, além de sugerir que a iniciativa abranja mais pessoas. Grandes males, grandes remédios O cenário traçado por um trabalhador de uma farmácia local foi muito semelhante, com a previsão de que as vendas venham a sofrer quebras de 30 a 40 por cento, com o final do programa. O funcionário recordou que na primeira semana desta ronda do grande prémio para o consumo houve vários clientes a visitar a farmácia para adquirirem artigos domésticos e produtos para bebé mais caros, o que levou a uma ruptura do stock de fraldas e de leite em pó. Os clientes confirmaram também que houve uma maior atribuição de cupões com os valores de 100 e 200 patacas, que só podem ser utilizados em compras no valor de 300 patacas e 600 patacas. O trabalhador da farmácia revelou ainda que muitos dos clientes preferem utilizar este dinheiro para guardarem nas contas pessoais naquela farmácia, que, mais tarde, pode ser utilizado para outras compras. O responsável de um salão de cabeleireiro revelou também que a situação de carregamento das contas pessoais na sua loja é comum, o que permite aos clientes utilizar o montante mais tarde. O responsável confessou que nunca tinha pensado em criar um sistema de contas pessoais para o seu negócio, mas que devido ao elevado número de solicitações dos clientes teve de se adaptar. O responsável revelou ainda que como a sua loja tem recursos limitados, as contas pessoais são guardadas num caderno escrito à mão. Todavia, se houver mais uma ronda do programa, admite adquirir um sistema informático.