China / ÁsiaDesemprego juvenil na China atinge máximo de dois anos em Agosto Hoje Macau - 19 Set 2025 A taxa de desemprego juvenil na China atingiu em Agosto o nível mais alto dos últimos dois anos, devido à desaceleração económica e às dificuldades de acesso ao mercado laboral, segundo dados oficiais divulgados ontem. A taxa de desemprego entre jovens de 16 a 24 anos – excluindo estudantes – fixou-se em 18,9 por cento em Agosto, mais 1,1 pontos percentuais do que em Julho e acima dos 18,8 por cento registados no mesmo mês do ano passado, informou o Gabinete Nacional de Estatísticas. No grupo etário dos 25 aos 29 anos, também sem incluir estudantes, a taxa subiu de 6,9 por cento em Julho para 7,2 por cento em Agosto. O South China Morning Post sublinhou que cerca de 12,2 milhões de universitários chineses, um número recorde, terminaram os estudos este Verão, enfrentando um mercado de trabalho marcado por tendências deflacionistas, pela desaceleração do crescimento económico e pela incerteza externa ligada, entre outros factores, à guerra comercial. Muitos recém-licenciados enfrentam dificuldades em encontrar empregos adequados à sua área e nível de formação, optando alguns por prolongar os estudos com pós-graduações para se diferenciarem, enquanto outros têm sido forçados a aceitar empregos de baixa qualificação, como o de estafeta. “Muitas gerações sofreram e trabalharam em excesso. O que caracteriza os jovens de hoje é o seu nível de educação e a percepção de que o esforço não será recompensado numa economia em dificuldades”, afirmou Barclay Bram, do Center for China Analysis, da Asia Society, num relatório recente. Pequim deixou de publicar dados de desemprego juvenil em Julho de 2023, depois de estes atingirem o recorde de 21,3 por cento. A divulgação foi retomada em Dezembro, com um novo método de cálculo que exclui os estudantes, justificando que a procura de trabalho “não era prioritária” para este grupo.