Timor-Leste | FMI prevê crescimento económico de 3,9% em 2025

As previsões do Fundo Monetário Internacional mantêm a antiga colónia portuguesa no rumo do desenvolvimento e aconselham o jovem país a investir mais nos sectores das infraestruturas, saúde e educação

 

O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou ontem que prevê um crescimento económico de 3,9 por cento para este ano em Timor-Leste e insistiu que o Governo deve dar prioridade a despesas de qualidade nos sectores das infraestruturas, saúde e educação.

“Espera-se que o crescimento se mantenha robusto, situando-se em 3,9 por cento em 2025, sustentado pela expansão fiscal e pelo forte crescimento do crédito, prevendo-se uma desaceleração para 3,3 por cento em 2026”, afirmou, em comunicado, Carrière-Swallow, que liderou a equipa do FMI, que terminou ontem uma visita ao país.

A equipa chegou ao país em 19 de Junho para realizar discussões ao abrigo do Artigo IV de 2025. “A inflação, que tinha caído acentuadamente no ano passado devido à descida dos preços globais dos alimentos e da energia, deverá aumentar moderadamente com a subida dos preços internacionais dos alimentos”, disse Carrière-Swallow. O FMI prevê que a inflação se situe em 0,9 por cento este ano e aumente para 1,8 por cento em 2026.

A organização financeira, que realizou encontros com as autoridades timorenses, sector privados, parceiros de desenvolvimento e sociedade civil, considera também que o Orçamento do Estado para 2026 deve dar prioridade a “despesas de qualidade nas áreas das infraestruturas físicas e de capital humano, incluindo a saúde e educação, ao mesmo tempo que controla os gastos recorrentes”.

“O Governo está, com razão, centrado na identificação de medidas para conter a massa salarial do sector público, que tem crescido acentuadamente nos últimos anos, e na implementação de um Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) a partir de Janeiro de 2027”, salienta Carrière-Swallow.

Reformar, é preciso

O FMI recomenda reformas estruturais e orçamentais a 10 anos para permitir que o Governo timorense apoie o desenvolvimento do sector privado através da redução gradual dos défices orçamentais para preservar a sustentabilidade da dívida.

“Para 2026, as reformas que propomos seriam compatíveis com um envelope de despesa de cerca de 1,85 mil milhões de dólares para o Governo central”, pode ler-se no comunicado. No comunicado, o FMI felicita o Governo pelos “progressos contínuos nas reformas do sector financeiro” ao nível da legislação, “cuja implementação apoiará o desenvolvimento do sector privado”.

“Recomendamos ainda a aceleração da emissão de títulos de propriedade e o estabelecimento de um sistema nacional de identificação digital, reformas cruciais para melhorar o acesso ao crédito, diversificar o sector privado e aumentar a eficiência da despesa pública”, acrescenta o FMI.

Despesa fixa

O Governo timorense fixou esta semana a despesa para o Orçamento Geral do Estado de 2026 em 1,85 mil milhões de dólares, uma redução significativa em relação ao de 2025. No final do ano passado, o parlamento timorense aprovou a proposta de Orçamento Geral do Estado para 2025 no valor de 2,6 mil milhões de dólares.

As previsões do Governo timorense apontam para um crescimento económico de 2,7 por cento em 2026 e de 4,3 por cento para este ano. Em relação à inflação, as previsões do Ministério das Finanças indicam que continuará a trajectória descendente em 2025, prevendo-se que atinja 1,8 por cento, e que estabilize em 2 por cento aos longo dos próximos cinco anos.

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