China / ÁsiaPartido Comunista Chinês ultrapassa os 100 milhões de membros Hoje Macau - 1 Jul 2025 O Partido Comunista Chinês (PCC) ultrapassou no final de 2024 os 100 milhões de membros, segundo um relatório ontem divulgado, num contexto marcado por mais de uma década de campanha contra a corrupção entre os seus quadros. O número de filiados ascende a 100,27 milhões – num país com cerca de 1.400 milhões de habitantes -, um aumento de 2,13 milhões face ao final de 2023, indicou o Departamento de Organização do Comité Central do PCC, por ocasião do 104.º aniversário da fundação do partido, que se assinala na terça-feira. “A afiliação ao PCC tem aumentado de forma contínua, ao mesmo tempo que a sua estrutura continua a melhorar e as organizações de base – atualmente em 5,2 milhões – se reforçam”, refere o relatório, citado pela imprensa estatal. O perfil educacional dos membros também tem evoluído: quase 57 por cento possuem formação universitária ou superior, revelou o documento. O número de mulheres continua a crescer, totalizando 31 milhões de filiadas (30,9 por cento), e a idade média dos novos membros tem diminuído, com 83,7 por cento das adesões em 2024 a corresponderem a pessoas com 35 anos ou menos. O relatório indica ainda que a proporção de membros oriundos de minorias étnicas se manteve nos 7,7 por cento registados no ano anterior. O partido sublinhou que mantém o foco na supervisão interna e na autogovernação, aplicando “o espírito de reforma e padrões rigorosos”, e registou um aumento de 16,5 por cento no número de quadros que receberam formação específica em 2024. Maior do mundo Fundado na clandestinidade, o PCC é hoje considerado o maior partido do mundo e exerce uma influência transversal sobre a vida política, económica e social da China, com conteúdos patrióticos ligados à sua história a surgirem inclusivamente nos exames nacionais de acesso à universidade. O secretário-geral do partido e Presidente da China, Xi Jinping, presidiu ontem a uma reunião do Politburo do Comité Central, na qual foram debatidas novas normas para “melhorar” o funcionamento dos organismos de deliberação, coordenação e tomada de decisão. “Na reunião, foi sublinhada a importância de evitar o formalismo e a burocratização, com vista a alcançar resultados concretos”, informou a agência noticiosa oficial Xinhua. Estes princípios juntam-se aos reiterados apelos à austeridade por parte da liderança do partido, no âmbito da campanha anticorrupção lançada por Xi Jinping em 2012, que já resultou na condenação de dezenas de responsáveis por corrupção, incluindo antigos ministros e dirigentes de empresas e organismos estatais. Em Janeiro, Xi voltou a pedir uma “vitória resoluta na dura e prolongada batalha contra a corrupção”, que classificou como “a maior ameaça” ao partido.