China / ÁsiaASEAN | Malásia apela a maior união face a tarifas dos EUA Hoje Macau - 26 Mai 2025 O sudeste asiático deve acelerar a integração económica, diversificar os mercados e manter-se unido face às perturbações no comércio global resultantes das tarifas dos Estados Unidos, disse ontem o chefe da diplomacia da Malásia. O ministro dos Negócios Estrangeiros malaio, Mohamad Hasan, falava durante a abertura da primeira cimeira anual de chefes de Estado e de Governo da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), em Kuala Lumpur. “Os países da ASEAN estão entre os mais afectados pelas tarifas impostas pelos EUA. A guerra comercial entre os EUA e a China está a perturbar drasticamente os padrões de produção e comércio em todo o mundo”, disse Mohamad. O diplomata admitiu mesmo que “é provável que ocorra uma desaceleração económica global”. “Devemos aproveitar este momento para aprofundar a integração económica regional, para que possamos proteger melhor a nossa região de choques externos,” acrescentou Mohamad. Os países da ASEAN, muitos dos quais dependem das exportações para os EUA, estão a sofrer com tarifas que variam entre 10 por cento e 49 por cento. Seis dos dez países membros da associação estavam entre os mais afectados, com tarifas que variavam entre 32 por cento e 49 por cento. A ASEAN tentou, sem sucesso, marcar uma reunião inicial com os EUA como um bloco. A unidade da ASEAN é crucial, uma vez que a região lida com os impactos das alterações climáticas e com a perturbação causada pelo uso da inteligência artificial e de outras tecnologias não regulamentadas para fins criminosos, disse Mohamad. O diplomata acrescentou que a ASEAN, cuja presidência rotativa pertence à Malásia, será testada pela pressão externa, incluindo uma rivalidade entre superpotências. “As pressões externas estão a aumentar, e o âmbito dos desafios nunca foi tão grande”, disse Mohamad. “Portanto, é crucial que reforcemos os laços que nos unem, para que não se desfaçam sob pressões externas. Para a ASEAN, a unidade é agora mais importante do que nunca”, sublinhou.