China / ÁsiaUcrânia | China defende participação da Europa nas negociações de paz Hoje Macau - 19 Fev 2025 Pequim defende a participação de representantes do continente europeu nas conversações para pôr fim à guerra na Ucrânia. Delegações da Rússia e dos EUA reuniram ontem em Riade O representante permanente da China na ONU, Fu Cong, disse ontem que Pequim saúda o acordo entre Estados Unidos e Rússia para iniciar conversações de paz sobre a Ucrânia, mas considerou imperativo que a Europa participe. “Esperamos que todas as partes envolvidas na crise na Ucrânia se empenhem no processo de diálogo de paz e cheguem a um acordo justo, duradouro e vinculativo aceite por todos”, disse Fu, durante uma sessão dedicada ao assunto, no Conselho de Segurança da ONU, cuja presidência rotativa é ocupada pela China em Fevereiro. As declarações de Fu, divulgadas ontem pela imprensa estatal, são as primeiras de um representante chinês sobre o acordo entre EUA e Rússia. O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, reuniram-se em Riade, num encontro que poderá conduzir a uma cimeira entre os Presidentes Donald Trump e Vladimir Putin. Assunto próximo O diplomata chinês espera que as partes “abordem as causas profundas desta crise através da negociação e encontrem um quadro de segurança equilibrado, eficaz e sustentável para alcançar uma estabilidade duradoura na região”. Fu considerou, no entanto, ser imperativa a participação da Europa nas negociações, já que o conflito “ocorre em solo europeu”. “A China tem defendido consistentemente a resolução pacífica de disputas e conflitos globais através do diálogo e da consulta”, algo que “se aplica ao problema da Ucrânia”, no qual Pequim “tem estado ativamente envolvida através da mediação diplomática”, mantendo contactos com todas as partes, afirmou. Defendeu também a proposta apresentada pela China há dois anos, uma iniciativa de 12 pontos que defendia o respeito pela soberania e integridade territorial de todas as nações, mas que também tinha em conta as “preocupações legítimas de segurança” dos países. Esta proposta foi recebida com cepticismo pelo Ocidente devido à ambiguidade demonstrada pelo país asiático durante o conflito e a sua aproximação a Moscovo. “A evolução da situação demonstrou que a proposta da China é objectiva, justa, racional e pragmática, reflectindo o amplo consenso da comunidade internacional”, defendeu o diplomata chinês.