China / ÁsiaTóquio pede a Pequim que proteja os seus cidadãos no aniversário do Massacre de Nanjing Hoje Macau - 13 Dez 2024 O Japão instou ontem a China a reforçar a segurança dos seus cidadãos que vivem e visitam o país, especialmente no contexto do aniversário do Massacre de Nanjing, uma data historicamente sensível para Pequim. A embaixada do Japão na China emitiu um comunicado a alertar os cidadãos japoneses para o aumento do sentimento anti-japonês em dias como este, na sequência de uma série de ataques recentes a cidadãos japoneses, incluindo menores. O Massacre de Nanjing foi um dos episódios mais negros da Segunda Guerra Mundial. Na sua mensagem, a embaixada sublinhou a necessidade de “exercer extrema cautela, evitar comportamentos conspícuos e ser discreto em locais públicos”. No aniversário do massacre, recordam-se os crimes cometidos entre Dezembro de 1937 e Janeiro de 1938, quando as tropas japonesas ocuparam a cidade chinesa com o mesmo nome, matando centenas de milhares de civis e soldados desarmados. Pequim afirma que o número de mortos ultrapassou os 300.000, enquanto os números oficiais japoneses são consideravelmente inferiores, o que deu origem a tensões e controvérsia. Cautela máxima Entre as medidas preventivas recomendadas, o Japão pediu às autoridades chinesas que protegessem as escolas, as empresas e os locais ligados à sua comunidade. As aulas também foram temporariamente suspensas em várias instituições japonesas na China, optando-se por modalidades ‘online’, para garantir a segurança, informou a agência noticiosa japonesa Kyodo. O comunicado da embaixada sublinhou ainda a importância de “respeitar os costumes locais”, “moderar a linguagem e o comportamento em público”, “evitar usar roupas ou transportar objectos que identifiquem o viajante como japonês”, “manter-se alerta em locais com muita gente” e “afastar-se imediatamente de indivíduos ou grupos suspeitos”. “Nos dias relacionados com acontecimentos históricos entre a China e o Japão, é necessário usar de extrema cautela. É essencial estar mais vigilante do que nunca no que diz respeito à segurança ao sair de casa”, lê-se no texto. O aviso do Japão aos seus cidadãos surge na sequência de incidentes violentos registados este ano na China. Em Junho passado, uma mulher japonesa e a sua filha foram esfaqueadas em Suzhou, num incidente que resultou na morte de uma cidadã chinesa que tentou defendê-las, enquanto em Setembro um rapaz japonês foi morto em Shenzhen, durante o aniversário do Incidente de Mukden, um ataque a comboios japoneses provocado por Tóquio em 1931 como pretexto para defender a sua invasão do país vizinho.