Suicídio | Ocorrências aumentam quase 5 por cento

Em comparação com o ano passado, houve mais três suicídios nos primeiros nove meses do ano, o que representa um aumento de quase 5 por cento. As mulheres são quem mais morre, no que revela uma alteração demográfica do fenómeno

 

Entre Janeiro e Setembro, os casos de suicídio em Macau registaram um crescimento de 4,8 por cento face ao ano passado, de acordo com os dados revelados ontem pelo secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, durante o balanço da criminalidade e dos trabalhos de execução da lei.

Nos primeiros meses deste ano, contabilizaram-se 65 suicídios, com os meses de Fevereiro, Maio e Setembro a serem os mais mortais, com 10 ocorrências, cada. Em comparação, no período homólogo, registaram-se 62 suicídios, sendo Janeiro o mês com mais ocorrências, um total de 13, apesar do Governo ter começado a levantar as restrições ligadas à pandemia da covid-19.

Até Setembro deste ano, a principal causa de suicídio foi a queda em altura, com 24 casos, seguida pelo enforcamento, com 17 ocorrências, e ainda os envenenamentos por monóxido de carbono através queima de carvão, num total de 12 casos. Houve ainda uma morte por corte de pulsos e 11 classificadas como “outras”.

Em relação à idade dos que cometem suicídio, houve uma alteração ao nível do grupo etário mais afectado. Entre Janeiro e Setembro deste ano, as pessoas com idades entre os 55 e 64 anos foram as que mais cometeram suicídio, num total de 13 registos. A segunda faixa etária mais propicia a terminar com a vida tinha entre 65 e 74 anos, com 11 ocorrências, seguida pelas faixas etárias entre 35 e 44 anos e 45 e 54 anos, cada uma com 10 casos.

Nos primeiros nove meses de 2023, o grupo com idades compreendidas entre os 35 e os 44 anos cometeu mais suicídios, com 15 ocorrências, seguido pelo grupo entre 45 e 54 anos com 12 ocorrências. O terceiro grupo mais afectado foi ocupado pelas pessoas com idades entre 55 e 64 anos e mais de 75 anos, com 10 ocorrências cada.

Os dados mostram ainda que há menos homens a suicidarem-se, uma redução de 37 casos para 31, mas que há mais mulheres a terminarem com a vida, num aumento de 25 para 34 ocorrências.

Menos tentativas

Apesar da maior mortalidade, os dados anunciados ontem pelas autoridades indicam que há menos pessoas a tentarem colocar um fim à sua vida, no que foi uma redução de 2,5 por cento. Nos primeiros nove meses deste ano houve 193 tentativas de suicídio, uma redução de cinco casos face aos 198 registados no período homólogo.

A ingestão de medicamentos foi a principal forma de tentativa de suicídio ao longo deste ano, com 70 casos, e zero mortes. O grupo dos jovens com idades entre os 15 e 24 anos foi aquele que mais tentou suicidar-se com 60 tentativas.

Entre Janeiro e Setembro do ano passado, a ingestão de medicamentos também foi o principal método de tentativa de suicídio, tendo resultado em zero mortes. À semelhança do que acontece este ano, também o grupo de jovens com idades entre os 15 e 24 anos foi o mais afectado, com 61 casos.

De acordo com as recomendações do Instituto de Acção Social, todos aqueles que estejam emocionalmente angustiados ou considerem que se encontram numa situação de desespero devem ligar para a Linha Aberta “Esperança de vida da Caritas” através do telefone n.º 28525222 de forma a obter serviços de aconselhamento emocional.

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