China / ÁsiaCoreia do Sul | Seul tenta repatriar seis cidadãos detidos no Norte Hoje Macau - 5 Dez 2025 As autoridades sul-coreanas tentam voltar ao diálogo com o regime de Kim-jong Un na tentativa de resgatar seis cidadãos acusados de espionagem O Governo sul-coreano comprometeu-se ontem a procurar a repatriação de seis cidadãos detidos por espionagem e outras acusações na Coreia do Norte entre 2013 e 2016, ainda que Pyongyang recuse o diálogo com Seul. “Resolveremos o problema esforçando-nos para retomar rapidamente o diálogo inter-coreano com base no consenso nacional”, afirmou o gabinete presidencial, numa resposta que ficou pendente na quarta-feira numa conferência de imprensa do Presidente sul-coreano, Lee Jae-myung, na qual o chefe de Estado reconheceu não estar a par do assunto. Os seis cidadãos incluem três norte-coreanos que desertaram para a Coreia do Sul. Os outros três são missionários detidos pelas autoridades norte-coreanas entre 2013 e 2014, nomeadamente Kim Jung-wook, Kim Kook-kie e Choi Chun-gil. O gabinete presidencial não revelou a identidade dos três desertores norte-coreanos para proteger a segurança das famílias no Norte e evitar que sofram sanções por associação, normalmente aplicadas por Pyongyang. “Como as conversações e os intercâmbios inter-coreanos estão suspensos há muito tempo, o sofrimento do nosso povo continua e a questão precisa de ser resolvida com urgência”, acrescenta o comunicado, citado pelo The Korea Herald. Seul solicitou a libertação dos missionários em Março, ainda sob a vigência do Governo sul-coreano anterior, a pedido do Ministério da Unificação, depois de um grupo de trabalho das Nações Unidas ter classificado as detenções como ilegais. Conversas antigas A última vez que o tema dos sul-coreanos detidos foi discutido abertamente entre as duas partes foi no âmbito da cimeira intercoreana de 2018, entre o então presidente sul-coreano Moon Jae-in e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e nas conversações de alto nível realizadas no mesmo ano. “Como resultado, chegou-se a um ponto muito próximo da libertação [dos detidos]. Kim Jong-un chegou mesmo a prometer ao então presidente Moon: “Farei tudo o que estiver ao meu alcance para [a libertação dos detidos]”, recordou ontem o deputado Yoon Geon-young, que na altura época era director da Sala de Situação presidencial sul-coreana. Kim explicou que, após a cimeira fracassada de Hanói entre Pyongyang e Washington, em 2019, e a pandemia da Covid-19, as relações intercoreanas deterioraram-se, “por isso não foi possível obter um resultado”. “A razão pela qual não pudemos informar publicamente os cidadãos sobre esta situação naquele momento era simples: em assuntos como a libertação de detidos, se o processo for tornado público, pode afectar negativamente o resultado, dependendo do caso”, acrescentou.