China / ÁsiaComércio | China e Alemanha querem “reforçar a coordenação macroeconómica” Hoje Macau - 19 Nov 2025 Numa reunião de alto nível em Pequim, as duas nações deram um novo impulso às relações bi-laterais e deram um sinal claro para ultrapassar os recentes atritos comerciais A China e a Alemanha comprometeram-se a “reforçar a coordenação macroeconómica”, “ampliar a abertura recíproca dos seus mercados” e “defender o sistema multilateral de comércio” durante uma reunião bilateral em Pequim co-presidida por altos representantes de ambos os países. Estas questões fazem parte do que foi acordado na segunda-feira durante a quarta edição do Diálogo Financeiro de Alto Nível entre a China e a Alemanha, realizado em Pequim e liderado pelo vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, e pelo ministro das Finanças alemão, Lars Klingbeil. Numa declaração conjunta divulgada após a reunião, ambos os Governos reiteraram que este mecanismo é uma “plataforma essencial” para abordar questões estratégicas em matéria fiscal e financeira, e asseguraram que continuarão a utilizá-lo para “favorecer a recuperação económica mundial, a estabilidade financeira global e o desenvolvimento sustentável”. A China e a Alemanha sublinharam a “importância central” de um comércio internacional baseado em regras e expressaram a sua rejeição ao unilateralismo e ao proteccionismo. Também defenderam o papel do G20 como o principal fórum de cooperação económica e comprometeram-se a implementar os consensos alcançados nas cúpulas do grupo, especialmente em áreas como a coordenação de políticas macroeconómicas ou a reforma das instituições financeiras internacionais. Avanços e compromissos Ambas as partes manifestaram apoio ao sistema comercial multilateral com a Organização Mundial do Comércio (OMC) como núcleo, e enfatizaram a necessidade de avançar na reforma da instituição para garantir um ambiente “aberto, justo, transparente, inclusivo e não discriminatório”. A declaração inclui compromissos adicionais em questões como a gestão da dívida de países de baixo e médio rendimento, o reforço da cooperação com o Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas, o combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, e a melhoria da transparência financeira. O diálogo ocorreu num contexto marcado por atritos comerciais e diplomáticos entre a China e a Alemanha, que chegou a adiar uma visita à China do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Johann Wadephul, embora já a tenha reactivado. Nas últimas semanas, Berlim também expressou preocupação com as restrições chinesas à exportação de componentes-chave para o fabrico de semicondutores, que afectaram empresas como a Volkswagen.