EventosFotografia | “Outros Portos – Outros Olhares” para ver em Zhuhai Andreia Sofia Silva - 26 Set 2025 A mostra “Outros Portos – Outros Olhares” é inaugurada hoje em Zhuhai, no The Moment Art Space, depois de uma primeira passagem por Portugal. A exposição itinerante que reúne trabalhos de cinco fotógrafas chega a Macau em 2027, com curadoria conjunta entre Macau, com a designer Clara Brito, Portugal e Pequim O The Moment Art Space, em Zhuhai, prepara-se para receber hoje, a partir das 18h30, a mostra de fotografia que vai passar por vários locais da Grande Baía, depois de uma primeira apresentação em Portugal. Trata-se de “Outros Portos – Outros Olhares”, patente na vizinha Zhuhai até 17 de Novembro, revelando ao público “um olhar feminista sobre identidade, resistência e transformação cultural”. A exposição “reúne uma narrativa visual de obras fotográficas de cinco artistas mulheres oriundas de Macau, de Portugal e da China Continental”, nomeadamente Mina Ao, Margarida Gouveia, Ting Song, Xing Danwen e O Zhang. Segundo os organizadores da exposição, cada fotógrafa “traz uma abordagem visual própria para reflectir sobre o papel da mulher na sociedade e na cultura, explorando temas como identidade, resistência e transformação dentro do pensamento feminista contemporâneo”. Propõe-se, assim, com “Outros Portos – Outros Olhares” uma “narrativa visual intensa e diversificada, construída através de registos documentais, reflexão pessoal e crítica cultural”. Nesta exposição, as “artistas envolvidas questionam ideias fixas sobre o que é ser mulher e desafiam os discursos predominantes nas suas sociedades”. No próximo mês a exposição estará patente em Shenzhen, encerrando-se depois em Macau em 2027. Os talentos de cada uma Na equipa de curadores está a designer Clara Brito, ligada a Macau e Portugal, e representante da Associação Cultural +853, sediada na RAEM. A designer está também ligada ao grupo “Tomorrow’s Heritage”. De Pequim, Gu Zhenqing colabora também na curadoria. Olhando para o rol de artistas, Ting Song “destaca-se como pioneira na arte digital” e “a primeira criptoartista a integrar o acervo de um museu nacional na China, tendo criado as primeiras obras chinesas com inteligência artificial e NFT vendidas em leilão”. A mostra da sua autoria “The Counter-Cyborg Cathedral and Bazaar” marcou “a primeira colaboração asiática entre humanos e inteligência artificial baseada em blockchain”. Ting Song já foi inclusivamente destacada nas listas “Forbes 30 Under 30” e “Gen.T Asia”, tendo participado na campanha “Dare”, da Chanel. “A sua obra combina tecnologia de ponta com estética tradicional para explorar a feminilidade digital e a construção da identidade, trazendo à exposição uma voz ousada, inovadora e profundamente actual”, destaca a organização da mostra. Quanto a Xing Danwen, Mina Ao e Margarida Gouveia, as suas imagens remetem para “formas de violência simbólica e material, oferecendo reflexões profundamente pessoais sobre autonomia e identidade”. Já O Zhang documenta “o legado das políticas de adopção na China, centrando-se na vida de mais de 55.000 meninas chinesas adoptadas por famílias americanas, levantando questões comoventes sobre pertença, troca cultural e identidade feminina”. Hoje haverá ainda uma mesa-redonda, com sessão de perguntas e respostas, moderada por Clara Brito, e que conta com a participação de curadores convidados e artistas da exposição.