Ragasa | Sam Hou Fai apela à prevenção para que Macau não fique entregue à sorte



O Governo reuniu ontem para discutir as operações de protecção civil devido ao super tufão Ragasa. Sam Hou Fai apelou à prevenção e Tai Kin Ip indicou que os casinos vão fechar hoje à tarde, quando for emitido o sinal 8. A CNN avançava ontem que, até agora, o Ragasa é a tempestade mais forte deste ano a nível mundial

 

Depois de ter tocado em terra ontem na ilha de Calyan nas Filipinas, o super tufão Ragasa avançou pelo Mar do Sul da China, seguindo uma trajectória que as autoridades de Macau estimam poder passar a penos de 100 quilómetros do território. A CNN indicava ontem que, até agora, esta era a pior tempestade este ano a nível global.

Por cá, a chegada do super tufão levou as autoridades a reunir ontem no Centro de Operações de Protecção Civil com o Chefe do Executivo. Sam Hoi Fai destacou a importância do trabalho preventivo, referindo que, com base nas análises das autoridades do Interior da China, Hong Kong, Taiwan, o Ragasa pode ser a tempestade mais forte a atingir a RAEM desde o Mangkhut, uma possibilidade que classificou como “muito alta”.

Segundo as previsões dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos, o Ragasa poderá passar a menos de 100 quilómetros de Macau entre a madrugada e a manhã de quarta-feira. 
Sam Hou Fai entende que a sociedade e todos os serviços governamentais têm de estar alerta, não devendo apenas “ter uma mentalidade contar com boa sorte”. “Diz-se muito que ‘Macau é uma terra abençoada’, mas isso pode resultar na negligência”, acrescentou.

O Chefe do Executivo explicou que o Ragasa pode provocar fenómenos de “storm surge” sobrepostos tal como ocorreu com o Mangkhut, originando inundações com um máximo de cinco metros de altura, ao nível do primeiro piso do Mercado Vermelho, por exemplo.

“O impacto poderá ser significativo. A preparação foi realizada com antecedência e comunicação interdepartamental, esperando que os prejuízos possam reduzir-se ao mínimo possível, a fim de garantir a segurança e estabilidade de toda a população. Apelo, de forma séria, a que todos os comerciantes, instituições públicas e privadas, e ainda associações, façam bem o trabalho de preparação contra a catástrofe com antecedência”, alertou.

Casinos podem fechar

À margem da mesma reunião, o secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip, disse que os casinos vão fechar portas caso seja içado o sinal 8 de tempestade, e que as autoridades irão transmitir esse cenário de forma antecipada, a fim de garantir a segurança pessoal de turistas e funcionários do sector do turismo. 
Wong Sio Chak, secretário para a Segurança, disse que a sua tutela reuniu com empresas e associações para coordenar os esforços de limpeza nas ruas, após a passagem do tufão. O secretário também apelou à evacuação, em primeiro lugar, dos residentes com idade mais avançada.

Por sua vez, a chefe do Departamento de Serviços Familiares e Comunitários do Instituto de Acção Social, Lei Lai Peng, apontou que o organismo preparou o lançamento do nível 2 do Mecanismo de Evacuação e Acolhimento de Emergência, sendo que os 17 centros de acolhimento de emergência disponíveis poderão estar abertos, com capacidade para receber 24 mil pessoas.

No que diz respeito à Ponte Macau, Raymond Tam, secretário para os Transportes e Obras Públicas, garantiu que a infra-estrutura vai estar encerrada ao trânsito durante a passagem do tufão, ainda que os anteriores resultados dos testes à circulação viária em altura de tempestade tenham sido positivos. 
O secretário justificou o encerramento da ponte dizendo que o Ragasa é um “super tufão” e que teve em conta o mau estado dos acessos à infra-estrutura.

Raymond Tam referiu também que caso as inundações sejam acima de um metro, vai considerar a possibilidade de suspender o fornecimento de electricidade nas zonas mais baixas do território, a fim de acelerar todo o processo de recuperação depois do tufão.

A partir das 15h desta tarde e até amanhã, entre 250 e 280 voos com destino ou partida do Aeroporto Internacional de Macau serão cancelados. 
Quanto ao regresso às aulas, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, O Lam, garantiu que o Governo vai analisar a situação com base nos dados oficiais sobre inundações e chuvas intensas ocorridos após o tufão, fornecidos pelos Serviços Meteorológicos e Geofísicos.

Será também analisado o estado das escolas e das estradas para decidir que existem condições de reabertura. Porém, O Lam indicou que as escolas têm flexibilidade para tratar de questões como a presença de alunos e o agendamento de testes.

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