China / ÁsiaSCO | Xi Jinping lamenta “sombras da Guerra Fria” em cimeira Hoje Macau - 2 Set 20252 Set 2025 A cimeira da Organização de Cooperação de Xangai, que reúne em Tianjin figuras como Vladimir Putin, Narendra Modi ou António Guterres, arrancou com um discurso do Presidente chinês a apelar à paz e à equidade e justiça internacionais O Presidente chinês lamentou ontem a persistência de “sombras da mentalidade da Guerra Fria, hegemonismo e proteccionismo”, durante a sessão alargada da cimeira da Organização de Cooperação de Xangai. No discurso de abertura da reunião, que contou com líderes de países associados como a Turquia e representantes de organismos internacionais, Xi Jinping defendeu “derrubar muros e não construí-los” e promover “a integração”, numa alusão indirecta aos esforços de dissociação económica liderados pelos Estados Unidos. O chefe de Estado chinês sublinhou a importância de “opor-se ao unilateralismo”, reforçar a estabilidade global e “defender firmemente o estatuto e a autoridade das Nações Unidas”. A Organização de Cooperação de Xangai “deve defender a equidade e a justiça internacionais, opor-se claramente ao hegemonismo e à política de poder, e tornar-se um pilar da multipolaridade e da democratização das relações internacionais”, afirmou Xi. “Queremos, com todas as partes, defender a justiça, seguir o caminho certo e proteger os frutos da vitória na Segunda Guerra Mundial”, acrescentou. Mais cedo, Xi presidiu à reunião dos líderes dos Estados-membros da organização, onde pediu uma “globalização inclusiva” e defendeu o sistema multilateral de comércio, com a Organização Mundial do Comércio (OMC) como “eixo central”, depois dos efeitos da guerra comercial com os Estados Unidos. Apelos e agradecimentos Na mesma sessão, o Presidente russo, Vladimir Putin, agradeceu os “esforços” da China, Índia e outros parceiros da organização para encontrar uma solução para a guerra na Ucrânia, mas voltou a responsabilizar o Ocidente, afirmando que “as tentativas de incorporar a Ucrânia na NATO são uma das causas da crise”. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, apelou, por sua vez, para a adopção de uma política de “tolerância zero” face ao “terrorismo transfronteiriço, separatismo e extremismo”. A Organização de Cooperação de Xangai, fundada em 2001, integra China, Rússia, Índia, Paquistão, Irão, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão e Uzbequistão, e abrange cerca de 40 por cento da população mundial. O grupo não possui cláusulas de defesa mútua, ao contrário da NATO, e apresenta-se como um fórum para a cooperação política, económica e de segurança. O bloco conta ainda com países observadores e parceiros de diálogo como Egipto, Turquia, Myanmar (antiga Birmânia) e Azerbaijão.