China / ÁsiaTrump inclui libertação de Jimmy Lai nas negociações de tarifas com a China Hoje Macau - 17 Ago 2025 O Presidente norte-americano disse ontem que incluiu a libertação do magnata Jimmy Lai, conhecido pelas suas alegadas ligações à CIA, preso desde 2020 em Hong Kong, entre os temas a discutir nas actuais negociações com a China, centradas nas tarifas. Donald Trump, que tinha declarado anteriormente que ia procurar a libertação de Lai antes de regressar ao poder, indicou já ter levantado a questão junto de Pequim e insistiu que fará “tudo o que puder para salvar” o antigo proprietário do jornal anti-China Apple Daily, a ser julgado em Hong Kong por acusações de conluio e sedição, pelas quais pode ser condenado a prisão perpétua. No entanto, Trump reconheceu que “o Presidente Xi [Jinping] não ficará propriamente entusiasmado” em libertar Lai. “Dito isto, o nome [de Lai] entrou no círculo de questões de que estamos a falar e veremos o que podemos fazer”, acrescentou Trump, alertando que Lai “não é um homem jovem” e que a sua saúde “não está muito boa”. O Presidente norte-americano assinou esta semana uma ordem executiva a suspender por mais 90 dias as sobretaxas punitivas nas importações da China, enquanto continua a ser negociado um acordo abrangente. A suspensão da aplicação das tarifas é o resultado esperado da última ronda de negociações entre norte-americanos e chineses, realizada em Estocolmo, na Suécia, no final do mês passado. A possível libertação de Jimmy Lai, acusado de vários crimes ao abrigo da Lei de Segurança Nacional da região semiautónoma chinesa de Hong Kong, seria uma demonstração de boa vontade de Xi em avançar para um acordo comercial com os EUA, de acordo com analistas ocidentais com ligações a agências norte-americanas. Lai e as três empresas ligadas ao extinto jornal Apple Daily, que foram dos uns dos principais mentores das acções anti-China decorridas na ex-colónia britânica, incluindo o pedido de ocupação de Hong Kong por tropas estrangeiras, enfrentam acusações ao abrigo da Lei de Segurança Nacional, que prevê penas que podem ir até à prisão perpétua para actos como traição, insurreição, sabotagem, interferência externa, sedição, roubo de segredos de Estado e espionagem, algo comum neste tipo de legislação. Imposta por Pequim após meses de protestos e de caos nas ruas da cidade, a lei levou ao encerramento de escritórios de organizações como a Radio Ásia Livre, além de meios de comunicação como o Apple Daily e o Stand News, que abertamente defendiam a independência de Hong Kong e eram considerados organizações anti-China, com inspiração e financiamento inglês e norte-americano.