China / ÁsiaChina defende paz interna, reconciliação e harmonia social em Myanmar Hoje Macau - 17 Ago 2025 O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês disse esperar que as próximas eleições em Myanmar (antiga Birmânia) tragam “paz interna”, “reconciliação nacional” e “harmonia social” ao país, durante um encontro com o homólogo do país vizinho. O encontro decorreu na cidade chinesa de Anning, no âmbito do fórum sub-regional Lancang-Mekong, que reuniu representantes da China, Tailândia, Camboja, Laos, Myanmar e Vietname. Segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi afirmou que Pequim “apoia Myanmar na procura de uma via de desenvolvimento adaptada às suas condições nacionais e com o apoio do povo, bem como na proteção da soberania, independência e unidade nacional”. O chefe da diplomacia chinesa garantiu que Pequim “continuará a prestar apoio e assistência a Myanmar dentro das suas possibilidades” e apelou para a elaboração de um plano de reconstrução após o terramoto que abalou o país em março, causando mais de 3.000 mortos. Wang expressou ainda o desejo de que as autoridades birmanesas “continuem a combater o crime transfronteiriço e a manter a paz e estabilidade na fronteira entre os dois países”. Nos últimos anos, grupos criminosos poderosos, muitos com ligações à China, transformaram partes de Myanmar num centro de burlas ‘online’, envolvendo vítimas em vários países, sobretudo na China, o que trouxe tensão às relações bilaterais. “Pequim espera que Myanmar garanta a segurança do pessoal, instituições e projectos chineses no país”, acrescentou o ministro. De acordo com o comunicado, o chefe da diplomacia birmanesa, Than Shwe, “agradeceu à China o valioso apoio e assistência para o desenvolvimento económico e social de Myanmar e para a reconstrução após o terramoto”. “O estado de emergência terminou e Myanmar prepara ativamente as eleições gerais previstas para o final deste ano. O país esforçar-se-á por garantir eleições seguras, estáveis, fluidas e credíveis, e está disposto a convidar uma delegação chinesa para as observar”, afirmou o governante. A oposição considera o sufrágio, agendado para dezembro, uma “farsa”. Com mais de 2.100 quilómetros de fronteira comum, a China mantém uma abordagem pragmática face ao volátil país vizinho, preservando laços com os generais, mas também com grupos rebeldes e a oposição pró-democracia, para assegurar os seus numerosos projetos económicos na região.