China / ÁsiaQingdao | Reunião da Organização de Cooperação de Xangai arranca Hoje Macau - 26 Jun 2025 O encontro dos ministros da Defesa de países asiáticos representativos de 40% da população mundial acontece ao mesmo tempo que em Haia decorre a cimeira da Nato A reunião de ministros da Defesa da Organização de Cooperação de Xangai, por vezes apelidada de “NATO asiática”, arrancou ontem na cidade de Qingdao, nordeste da China, decorrendo em paralelo à cimeira da aliança transatlântica, em Haia, que se prevê dará luz verde ao pedido de Trump para que os países europeus aumentem para 5 por cento a sua contribuição financeira para a aliança militar. O evento visa “consolidar e aprofundar a confiança mútua em matéria militar” e promover “a cooperação prática entre os Estados-membros”, afirmou o Ministério da Defesa da China, num comunicado. Segundo a mesma nota, a reunião, que termina hoje, contribuirá para “a manutenção da paz e estabilidade mundiais e regionais” e para “o desenvolvimento e prosperidade comuns”. Entre os objectivos destacados está também o “reforço da capacidade da organização para combater o terrorismo regional”. Está prevista uma intervenção do ministro da Defesa chinês, Dong Jun, dado que a China exerce actualmente a presidência rotativa da organização. A atenção estará também virada para a eventual participação do ministro da Defesa iraniano, Hosein Dehgán, depois de o Irão ter aceitado um cessar-fogo com Israel nas últimas horas. A reunião em Qingdao ocorre num contexto de agravamento das tensões no Médio Oriente nas últimas semanas. Após o ataque dos Estados Unidos a instalações nucleares iranianas, no fim de semana, a Organização de Cooperação de Xangai condenou a operação e manifestou “grave preocupação”, considerando que esta representou “uma violação grave do Direito internacional” e teve “um impacto negativo na paz e segurança globais”. Russos à mesa Está também prevista a presença do ministro da Defesa da Rússia, Andréi Beloussov. Moscovo e Pequim têm aprofundado os seus laços na área da Defesa nos últimos anos, ao mesmo tempo que a China mantém uma posição ambígua face à guerra na Ucrânia. Dehgán e Beloussov reuniram-se na segunda-feira, tendo ambos condenado os ataques dos EUA e de Israel contra o Irão. O ministro russo expressou ainda o seu apoio a Teerão e classificou as exigências ocidentais no domínio nuclear como um “pretexto” para enfraquecer o país. Cobertura gigantesca A organização inclui como membros a China, Rússia, Índia, Irão, Cazaquistão, Quirguistão, Paquistão, Tajiquistão, Bielorrússia e Usbequistão, sendo considerada a maior organização regional do mundo em termos de cobertura geográfica e população, abrangendo cerca de 40 por cento da população mundial. Apesar de os seus membros afirmarem que não se trata de uma aliança militar e que o objectivo principal é proteger os Estados-membros de ameaças como o terrorismo, separatismo e extremismo, analistas consideram que o bloco visa sobretudo contrariar a influência da NATO.