GP | FIA afina regras da Fórmula Regional

A Federação Internacional do Automóvel (FIA) aproveitou a realização, em Macau, das Assembleias Gerais Extraordinárias e da sua conferência anual para publicar o regulamento do Grande Prémio de Macau – Taça do Mundo de Fórmula Regional da FIA de 2025. Não são muitas as alterações em relação a 2024, mas as mudanças introduzidas visam colmatar lacunas da primeira edição desta competição em Macau

As doze bandeiras vermelhas durante a sessão de qualificação do ano passado colocaram em causa o nível dos pilotos presentes no Circuito da Guia, naquela que foi a estreia da Taça do Mundo de Fórmula Regional da FIA em Macau. Isto aconteceu após a controversa decisão da FIA de considerar que a Fórmula 3 já não era adequada ao traçado citadino de Macau.

Sem surpresa, o regulamento desportivo deixa agora claro que, para competir na Taça do Mundo de Fórmula Regional da FIA, “todos os pilotos devem ter participado num mínimo de 3 competições com um monolugar que tenha sido projectado e/ou construído para atingir uma relação peso/potência superior a 3,0 kg/cv.”

Emanuele Pirro, ex-piloto de F1, vencedor da Corrida da Guia e presidente da Comissão de Monolugares da FIA, afirmou ainda durante o fim de semana da 71.ª edição que, no futuro, a FIA será mais exigente quanto à disciplina em pista. Assim, a partir de agora, “qualquer piloto que, na opinião dos Comissários Desportivos, seja o único responsável pela exibição de uma bandeira vermelha durante a sessão de treinos de qualificação, não poderá continuar a participar nessa sessão e o seu melhor tempo de volta poderá ser anulado.” O novo regulamento também determina que “se uma sessão de treinos de qualificação for interrompida com menos de quatro minutos restantes, não será reiniciada.”

Por outro lado, a FIA mantém o limite na participação de pilotos mais experientes, sendo excepção apenas os “pilotos que tenham participado num máximo de 3 competições do Campeonato FIA F2 de 2025.” Esta medida vai um pouco contra o espírito e história do Grande Prémio, que sempre reuniu pilotos oriundos de categorias superiores na sua prova principal. Aliás, esta foi uma questão debatida fervorosamente entre Macau e a federação internacional em duas ocasiões anteriores.

Em 1985, Alfredo César Torres, então responsável pelo automobilismo português, convenceu Jean-Marie Balestre, contra a sua vontade, a permitir a participação de pilotos da F1 na Taça Intercontinental FIA de F3, em nome da viabilidade económica da prova. Em 2016, a polémica voltou com o veto da FIA à participação de Nelsinho Piquet, decisão mal recebida pelas equipas e pelo então co-coordenador Barry Bland, que acabaria por abandonar a co-organização da prova um ano mais tarde.

Aposta na continuidade

Em termos desportivos, as inscrições para esta segunda edição da Taça do Mundo de Fórmula Regional da FIA permanecerão abertas até 30 de Julho. A grelha poderá incluir um máximo de 27 monolugares Tatuus Formula Regional, todos equipados com motores Alfa Romeo construídos pela italiana Autotecnica. A Pirelli será, uma vez mais, a fornecedora oficial de pneus.

As identidades das equipas convidadas ainda não foram reveladas, mas são esperadas algumas novidades neste campo em relação a 2024. Para evitar eventuais disputas nos bastidores, ficou já definido que “a posição na via das boxes para as equipas que participam no Grande Prémio de Macau será baseada na classificação do ano anterior” e, por sua vez, “a posição na via das boxes para novas equipas será atribuída com base na ordem de finalização da candidatura.”

Prémios iguais e publicidade mais restrita

Os valores dos prémios monetários mantêm-se inalterados este ano, com um total de 68.500 dólares americanos a distribuir, o equivalente a pouco mais de 550 mil patacas, à taxa de câmbio atual. O vencedor da corrida receberá 12 mil dólares americanos, valor que, ainda assim, está longe de cobrir os custos de participação numa prova desta natureza.

Por outro lado, o regulamento desportivo introduz duas novas proibições em matéria de publicidade nos monolugares. Para além da já existente proibição de publicidade a jogos de fortuna ou azar, tabaco ou pornografia, passa também a ser interdita a promoção de cigarros eletrónicos e bebidas alcoólicas – uma medida que segue a legislação em vigor no território.

O 72.º Grande Prémio de Macau, o maior evento desportivo internacional da RAEM, terá lugar entre os dias 13 e 16 de novembro de 2025.

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