CAM | Guerra comercial ameaça transporte de mercadorias

A CAM – Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau admite que a “situação geopolítica” e a “instabilidade económica mundial” estão a afectar o transporte de mercadorias e que as estimativas anteriores podem não ser atingidas

 

A companhia gestora do Aeroporto Internacional de Macau admitiu na quinta-feira que poderá falhar as metas de passageiros e carga fixadas para 2025, devido à “situação geopolítica e à instabilidade económica mundial”.

A CAM – Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau revelou que cerca de 1,83 milhões de passageiros passaram pela infra-estrutura nos primeiros três meses do ano, mais 2,2 por cento do que em igual período de 2024. Num comunicado, a empresa sublinhou que o aeroporto processou cerca de 14 mil voos de passageiros, mais 1,6 por cento do que entre Janeiro e Março do ano passado.

Pelo contrário, o volume de carga que passou pela infra-estrutura, situada na Taipa, caiu 9,5 por cento no primeiro trimestre, em termos anuais. A CAM admitiu que o aeroporto teve “um desempenho não tão bom como o esperado. A situação geopolítica e a instabilidade económica mundial têm imposto desafios ao desenvolvimento das rotas”.

“O aumento dos custos operacionais para as companhias aéreas restringiu ainda mais a sua capacidade, levando a mudanças perceptíveis na estrutura do mercado e tendo um impacto significativo nas operações de passageiros e carga”, referiu a empresa. “Prevê-se que o volume de passageiros e de carga em 2025 não esteja alinhado com a meta prevista no início do ano”, admitiu a CAM.

Objectivo de 113 mil toneladas

Em Fevereiro, o presidente da CAM, Simon Chan Weng Hong, previu para 2025 um movimento superior a oito milhões de passageiros – o que seria um aumento de 8 por cento -, 65 mil movimentos de voo e um volume de carga de 113 mil toneladas.

A 3 de Abril, a companhia Ethiopian Airlines lançou a primeira rota de carga de longo curso a partir de Macau, com destino à capital espanhola, Madrid, com duas viagens de ida e volta por semana, a pensar em mercadorias de comércio electrónico transfronteiriço. No comunicado de sexta-feira, a CAM revelou que a companhia de baixo custo AirAsia vai iniciar voos ‘charter’ para Tawau, na Malásia, no início de Maio.

No mesmo mês, Macau deverá ter uma nova rota para Jeju, no sul da Coreia do Sul, operada pela Jeju Air, companhia aérea ‘low cost’ que também planeia começar a voar a partir de Cheongju, no centro do país.

O aeroporto de Macau tem actualmente voos regulares de passageiros operados por 27 companhias aéreas para 41 destinos na China continental, Taiwan, Sudeste Asiático, Japão e Coreia do Sul, de acordo com o portal da CAM.

Em Janeiro, a empresa prometeu, em conjunto com o Governo, “explorar mais mercados internacionais com companhias aéreas estrangeiras e locais, para promover (…) o desenvolvimento de rotas em 2025”.

Em Junho de 2023, a directora dos Serviços de Turismo, Maria Helena de Senna Fernandes, descreveu o lançamento de voos directos entre Macau e Portugal como “um sonho”, mas lembrou também ser possível trabalhar com os aeroportos vizinhos de Hong Kong, Cantão e Shenzhen.

A CAM revelou que a companhia de baixo custo AirAsia vai iniciar voos ‘charter’ para Tawau, na Malásia, no início de Maio.

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