Cerca de 95% dos doentes renais recebem diálise gratuita

Do universo de 990 pacientes que receberam tratamentos de diálise em Macau em 2023, “cerca de 95 por cento dos doentes são pessoas que usufruem de cuidados de saúde gratuitos ou que estão isentas do pagamento das despesas de diálise devido à assistência médica”, indicou o director dos Serviços de Saúde (SS), Alvis Lo, em resposta a uma interpelação escrita de Ron Lam.

Alvis Lo recorda que os tratamentos médicos de diálise não são gratuitos, mas que existe um mecanismo de assistência médica para os doentes com menores posses financeiras, que requer a avaliação do património do agregado familiar e rendimentos.

Segundo os dados avançados pelo director dos SS, dos 990 doentes que receberam tratamento de diálise, apenas cerca de 50 tiveram de pagar os custos.

Na interpelação escrita, Ron Lam indicou que a taxa de hemodiálise cobrada aos residentes de Macau no Centro Hospitalar Conde de S. Januário é de 700 patacas por cada consulta e no hospital privado atinge as 2 ou 3 mil patacas. Valores que, tendo em conta que a hemodiálise é feita três vezes por semana, “constitui uma grande pressão económica” para os doentes e as suas famílias.

Além disso, o deputado citou queixas de residentes em relação ao aumento do rigor na apreciação de pedidos para isenção de custos de tratamentos nos últimos anos, apesar de a lei não ter sido alterada. Ron Lam afirma ter recebido pedidos de apoio de residentes que não receberam assistência médica devido ao rendimento “per capita” e o património do agregado familiar do doente ser superior aos critérios de carência económica definidos pelo Instituto de Acção Social. O Governo não respondeu a esta alegação de aperto do rigor na apreciação de pedidos de isenção.

Colheita interior

Em relação à possibilidade de transplante renal, Alvis Lo afirma que os pacientes interessados no transplante renal, após a realização de exames, podem ser “encaminhados para as unidades médicas do Interior da China através do regime de serviços médicos no exterior”.

A intervenção pressupõe a inscrição no sistema estatal de distribuição e partilha de órgãos humanos e numa lista de espera para transplantes. Neste aspecto, o deputado Ron Lam havia salientado que quem se submete a transplante no Interior da China tem “de se preparar para pagar centenas de milhares de patacas”, situação que não foi endereçada por Alvis Lo.

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