Três grupos artísticos de Portugal no desfile internacional de Macau

Três grupos artísticos de Portugal vão participar na 11.ª edição do Desfile Internacional de Macau, que sai às ruas a 23 de Março, foi ontem anunciado.

A directora do Instituto Cultural de Macau (ICM), Leong Wai Man, destacou o “grupo de percussão jovem” Porbatuka e o projecto Portugal Artfusion, que “mistura fado, música contemporânea portuguesa e dança” no espectáculo “Saudade”. Em conferência de imprensa, o ICM revelou que o programa inclui ainda a companhia portuguesa Teatro Só, que vai apresentar o espectáculo “Sorriso”.

O desfile terá cerca de 1.800 artistas, incluindo 23 grupos convidados de 15 países e regiões, entre os quais Itália, Egipto, Polinésia, Marrocos, Espanha, Índia, França, China continental e Hong Kong.

O ICM destacou o espectáculo ‘The Gipsy Marionettist’ (O Marionetista Cigano), de Rašid Nikolić, um artista de etnia cigana nascido na Bósnia-Herzegovina, o grupo de dança folclórica argentina Argendance e um grupo alemão de circo.

O evento vai contar ainda com 60 grupos locais, escolhidos entre 90 candidatos, entre os quais vários de matriz lusófona, como a Associação Desportiva e Cultural de Capoeira de Macau, a Associação de Danças e Cantares Portuguesa ‘Macau no Coração’ e a Casa do Brasil em Macau.

Caretos em Macau

Leong destacou um dos grupos locais, a Casa de Portugal em Macau, que vai apresentar um espectáculo inspirado nos Caretos de Podence, que estiveram na região para a quinta edição do desfile, em 2015.

O desfile é um dos eventos internacionais organizados para marcar a nomeação de Macau como Cidade Cultural da Ásia Oriental 2025, uma iniciativa conjunta da China, Japão e Coreia do Sul. A iniciativa Cidade Cultural da Ásia Oriental distingue anualmente duas cidades chinesas, uma japonesa e uma sul-coreana. Além de Macau, este ano foram escolhidas Huzhou, no leste da China, Kamakura, no centro do Japão, e Anseong, no centro da Coreia do Sul.

Como tal, o desfile vai contar com um grupo que organiza cortejos de samurais em Kamakura, e com o grupo Namsadangnori, que preserva em Anseong um espectáculo tradicional sul-coreano que combina acrobacia, canto, dança e circo.

O evento começa nas Ruínas de São Paulo e, ao longo de três horas e meia, irá passar por vários edifícios do Centro Histórico de Macau, considerado Património Mundial pela UNESCO em 2005, incluindo a Igreja de São Domingos e o Largo do Senado. Antes do desfile, entre 16 e 22 de Março, os grupos irão participar numa série de oito actividades de rua e de arte na comunidade.

Segredos financeiros

Leong recusou-se a revelar o orçamento para este ano, alegando que é “informação confidencial”, uma vez que vai ser financiado na totalidade pelas seis concessionárias de casinos em Macau. O orçamento no ano passado foi de cerca de sete milhões de patacas, menos de um terço do que na última edição, em 2019 (23,3 milhões de patacas).

O orçamento inclui um subsídio entre 15 mil e 120 mil patacas para cada grupo, que poderá ainda receber oito prémios atribuídos pela organização, entre os quais melhor actuação, melhor tema e melhor criatividade.

Leong disse ter confiança que o desfile possa atrair 150 mil pessoas às ruas de Macau, e lembrou que o evento irá ser transmitido em directo em várias televisões locais e do exterior, com um potencial público alvo de 100 milhões de espectadores.

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