China | Antigo vice-ministro da Justiça detido após anúncio de “inspecções disciplinares”

A China anunciou ontem que o antigo vice-ministro da Justiça Liu Zhiqiang foi detido por alegadamente ter aceitado subornos, dias após Pequim lançar nova ronda de “inspecções disciplinares” no seio do Partido Comunista e do Estado.

O caso de Liu Zhiqiang (2016-2023) está agora nas mãos da Procuradoria Popular Suprema, para ser examinado e subsequentemente processado, depois de a Comissão Nacional de Supervisão – o principal organismo estatal anticorrupção da China – ter concluído a investigação, informou a instituição num breve comunicado.

A Procuradoria Popular Suprema também comunicou na quarta-feira a detenção do antigo vice-presidente da Câmara Municipal de Pequim, Gao Peng, por suspeita de suborno e negligência no exercício das suas funções.

Ambas as detenções ocorreram depois de o Comité Central do Partido Comunista Chinês (PCC), a liderança máxima do partido, ter lançado nova ronda de “inspecções disciplinares de rotina”, que irá examinar as práticas de 34 departamentos centrais do PCC e do Estado.

De acordo com a agência de notícias oficial Xinhua, os inquéritos vão centrar-se no “desempenho das funções” das organizações do Partido, em particular na implementação de “planos de reforma”, na prevenção e mitigação de “grandes riscos” e na promoção de uma governação interna “rigorosa e abrangente”.

Os inspectores permanecerão nos departamentos acima mencionados durante cerca de dois meses, período durante o qual serão criadas linhas telefónicas e caixas de correio “para receber relatórios sobre violações disciplinares e outros problemas envolvendo funcionários do partido”, disse a Xinhua.

Plano de limpeza

Após ascender ao poder em 2012, o actual Presidente da China e secretário-geral do Partido Comunista, Xi Jinping, lançou uma campanha anticorrupção que resultou na condenação de milhares de altos funcionários chineses, tanto institucionais como de empresas públicas.

A 9 de janeiro, o Presidente instou o PCC a avançar com a “auto-reforma” e a redobrar a luta contra a corrupção, que, segundo ele, continua a representar uma situação “grave e complexa”.

Cerca de 470.000 casos de corrupção foram investigados pelas agências de supervisão e disciplinares do país nos primeiros nove meses de 2023 e resultaram em acusações contra 45 funcionários do Comité Central do PCC, o número mais elevado dos últimos dez anos.

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