Música | Cabo-verdiano Tito Paris actua com a Orquestra Chinesa de Macau

Tito Paris actua no Centro Cultural de Macau a 15 de Novembro com a Orquestra Chinesa de Macau, num espectáculo que promete juntar estilos musicais. O evento faz parte do Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa

 

O grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) acolhe no dia 15 de Novembro, a partir das 20h, um espectáculo integrado no 6.º Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Trata-se de Tito Paris, conhecido cantor e compositor cabo-verdiano, que irá subir ao palco acompanhado pela Orquestra Chinesa de Macau (OCM). Os bilhetes foram ontem postos à venda e custam entre 200 e 400 patacas.

Tito Paris nasceu numa família de músicos e construiu uma carreira em torno das músicas tradicionais de Cabo Verde, como as mornas, funanás e coladeiras, juntando-as ao jazz, rock, salsa ou flamenco.

A voz rouca do cantor oferece ao público melodias em crioulo cabo-verdiano, cativando audiências ao longo de mais de 40 anos de uma carreira cheia de êxitos.

No espectáculo em Macau, será dirigido pelo maestro Zhang Lie, director musical e maestro principal da OCM. O Instituto Cultural (IC) indica que Zhang Lie é um “maestro de primeira classe a nível nacional e compositor de renome”, tendo liderado “diversas orquestras em digressões internacionais, alcançando amplo sucesso”.

Nesta adaptação às canções de Tito Paris, espera-se a aplicação de “uma técnica apurada e uma delicada sonoridade chinesa”, numa “fusão harmoniosa entre estilos musicais chineses e lusófonos cabo-verdianos”.

De S. Vicente para o mundo

Cabo Verde é uma terra de músicos que, aos poucos, foram conquistando o seu legado fora dos limites do arquipélago. Cesária Évora é um dos nomes que surge de imediato neste léxico musical cabo-verdiano, mas o de Tito Paris também. Nascido em 1963 no Mindelo, na ilha de São Vicente, Tito Paris já tocava guitarra aos sete anos de idade. Aos 12 anos criou o primeiro grupo, cantando em bares durante a adolescência. Foi aí que começou a dar nas vistas, colaborando mais tarde com músicos como Jack Monteiro, Luís Morais, Chico Serra e Valdemar Lopes Silva.

Só com 19 anos partiria para a antiga metrópole, Portugal, mais concretamente Lisboa, já com planos de construir uma carreira musical, integrando o conjunto “Voz de Cabo Verde” influenciado por um outro cantor cabo-verdiano, Bana.

Tito Paris ficou por Lisboa, deixou o grupo e decidiu apostar numa carreira a solo, tocando para Dany Silva, cantor que o fez agarrar-se à guitarra. O primeiro álbum em nome próprio surgiu em 1985, mas foi só com “Dança Mi Criola”, de 1994, que chegou ao estrelato, actuando em vários palcos internacionais.

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