Vistos | China isenta portugueses para turismo e negócios

A medida, anunciada na segunda-feira à tarde, em Pequim, quando se esperava que Portugal ficasse mais uma vez fora da lista de novos países abrangidos pelas isenções de visto, foi recebida com satisfação pela comunidade e autoridades portuguesas em Macau

 

A partir de 15 de Outubro, os cidadãos portugueses vão poder entrar no Interior, sem precisarem de visto. A informação foi divulgada na segunda-feira, e ao contrário da expectativa inicial, Portugal foi incluído no grupo mais recente de países da União Europeia, cujos cidadãos passam a poder entrar na China, sem necessidade de visto, para viagens de 15 dias para turismo, negócios ou trânsito.

Em Macau, o anúncio foi recebido com satisfação, como reconheceu o cônsul de Portugal em Macau e Hong Kong, Alexandre Leitão, em declarações ao Canal Macau. “É uma reacção de natural satisfação porque trabalhámos para isso, cada um à sua maneira e no local próprio. Vemos com muito gosto esta possibilidade que agora se abre aos cidadãos portugueses que não são residentes [permanentes] aqui, de poderem visitar a China”, afirmou Alexandre Leitão. “No fundo, é um visto de turismo e vai ao encontro de algo que é muito importante para nós e para o qual temos trabalhado, que é recuperar os fluxos turísticos entre Portugal e a China, para níveis anteriores aos da pandemia e até ultrapassá-los”, vincou.

Alexandre Leitão deixou também a esperança que com esta a medida, mais chineses visitem Portugal. “A nossa economia, em particular, tem um forte peso do turismo no seu produto [interno bruto] e entendemos isso como uma vontade das autoridades chinesas de equiparar Portugal à maioria dos países da União Europeia e de querer ver os nossos concidadãos a visitar a China. E nós queremos isso e queremos também o contrário, queremos cada vez mais cidadãos chineses a visitar Portugal”, destacou.

Fim do mal-estar

Por sua vez, a presidente da Casa de Portugal, Amélia António, reconheceu estar “muito contente” e admitiu que com a inclusão de Portugal no grupo de 17 países isentos de visto, chega ao fim uma situação que estava a causar um certo “mal-estar”.

“Fiquei muito contente, acho que já não era sem tempo. Estava a causar um certo mal-estar, vermos os países todos serem abrangidos pela medida, e Portugal, enfim com as relações amigáveis e de longa data, continuar de fora”, reconheceu. “Estou muito contente que finalmente esse quid por quo tenha sido resolvido”, sublinhou.

Também ao canal em língua portuguesa da emissora da RAEM, Carlos Cid Álvares, director do Banco Nacional Ultramarino, destacou o possível impacto para as ligações comerciais da medida.

“É com grande satisfação [que se recebe a medida], é importantíssimo para Portugal que os portugueses possam viajar apenas com o passaporte para a China”, afirmou o responsável pela instituição bancária. “Os portugueses de Macau de certeza que esperam por isto há muito tempo […] Acho que [a medida] só pode beneficiar as transacções comerciais, o que é importante, e também o turismo. É importante que as pessoas conheçam a China e a realidade do que está a acontecer na China nos últimos 25 anos, é realmente qualquer coisa que vale a pena conhecer”, destacou.

Subscrever
Notifique-me de
guest
0 Comentários
Mais Antigo
Mais Recente Mais Votado
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários