Eleições em Portugal | Quem é quem no Círculo Fora da Europa

Depois do voto antecipado para as eleições legislativas portuguesas nos últimos dias de Fevereiro, os portugueses preparam-se para regressar às urnas este domingo. No Círculo Fora da Europa, existem 16 opções na lista de candidatos. Em Macau, a votação está marcada para o Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong no sábado e domingo

 

Portugal vai a votos este domingo para eleger o novo elenco da Assembleia da República (AR) e um novo Governo. Os emigrantes votam pelo Círculo da Europa e Fora da Europa para escolherem apenas quatro deputados de um total de 230 que compõem a AR, dois por cada círculo eleitoral, existindo ainda 20 círculos eleitorais respeitantes aos 18 distritos de Portugal e dos Açores e Madeira, as duas regiões autónomas.

Recorde-se que as autoridades portuguesas permitiram votar antecipadamente entre os dias 25 e 29 de Fevereiro, tendo cada embaixada e consulado enviado o voto dos cidadãos emigrados por correio para Lisboa. Este fim-de-semana, tanto nos círculos da Europa como Fora da Europa, a votação decorre entre as 8h e as 19h locais de sábado, e no domingo entre as 8h locais e as 20h de Lisboa, sem que se ultrapassem as 19h locais de votação.

Em Macau, como é habitual, a votação será no Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, no sábado e domingo, entre as 08h e as 19h.

Um total de 16 partidos concorrem nestas eleições, apresentando por cada círculo da emigração dois candidatos efectivos e dois suplentes. Recorde-se que o círculo eleitoral Fora da Europa ficou recentemente marcado pela polémica após o então deputado Maló de Abreu, eleito pelo Partido Social Democrata (PSD), ter anunciado a saída do partido e possível candidatura, pelo mesmo círculo eleitoral, para ingressar no Chega. Contudo, uma investigação jornalística que revelou irregularidades na sua declaração de residência e rendimentos levou este partido a retirar o convite ao médico de Coimbra. O HM apresenta a lista completa dos cabeças de lista por todos os partidos, consoante a ordem que consta nos boletins de voto.

 

Alternativa 21 MPT.A – Coligação Partido Aliança – MPT (Movimento Partido da Terra)

Nuno Durval, de 48 anos e técnico superior de educação, é o candidato pelo Círculo Fora da Europa, na lista liderada por José João Correia Nóbrega Ascenso. Esta coligação defende a criação de uma rede de Balcões do Cidadão, que funcione em território nacional e “junto das representações diplomáticas portuguesas acreditadas no estrangeiro, utilizando os recursos públicos já existentes”. O objectivo é proporcionar “serviços mais expeditos aos emigrantes que tenham assuntos a tratar em Portugal, mas que, por falta de tempo ou por dificuldades económicas, não se possam deslocar [ao país] para tratar de assuntos relacionados com questões fiscais, patrimoniais, serviços bancários e seguros, serviços postais, de luz, água e outros relativos às suas habitações”.

ADN – Alternativa Democrática Nacional

Paulo Nunes, cabeça de lista, saiu de Portugal há mais de 33 anos, vivendo actualmente no Brasil. O ADN descreve-o como “um reconhecido comunicador internacional e pastor evangélico”, falando ainda da “necessidade de proteger os direitos dos nossos emigrantes”, algo “vital” para que “a diáspora portuguesa não se sinta abandonada como tem sido nas últimas décadas”. O ADN acrescenta que “tem recebido o apoio de uma grande parte dos emigrantes que defendem os nossos valores, costumes e tradições”. Na lista de suplentes consta o nome de Fernando Caldeira da Silva, que actualmente reside na África do Sul, onde é professor universitário.

PCP – PEV – CDU – Coligação Democrática Unitária

Ana Frias de Oliveira é cabeça de lista por este círculo. Tem 34 anos e é economista, professora e investigadora. Segue-se Pedro Teixeira, de 42 anos e consultor em políticas públicas e de desenvolvimento, bem como, na lista de suplentes, Carla Silva educadora social, e Ildefonso Garcia, engenheiro civil de 81 anos. Todos os nomes foram propostos pelo PCP – Partido Comunista Português. No programa eleitoral, a coligação defende para os emigrantes “medidas que garantam o respeito dos direitos sociais e laborais em vigor nos países de acolhimento”, bem como a “promoção da cultura portuguesa”, o apoio “ao movimento associativo português” e ainda a aposta na “política de língua que promova a preservação e expansão do português enquanto língua materna aos lusodescendentes”.

Nós! Cidadãos!

Mikael Fernandes e Maria Alina Carvalho lideram a lista pelo círculo Fora da Europa, seguindo-se, como candidatos suplentes, Cláudia Silva e Vítor Manuel Saraiva. Para a área da emigração, o partido acredita que “o papel do Instituto Camões deve ser reforçado”, além de que, através da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, “devem ser implementadas políticas de reforço do ensino da nossa língua, nalguns países ainda muito deficitária, bem como as trocas de produtos culturais no espaço lusófono, ainda muito condicionadas por excessivas barreiras alfandegárias”.

PPD/PSD.CDS-PP.PPM – Aliança Democrática

O regresso da AD (Aliança Democrática) faz-se com três partidos da Direita portuguesa e apresenta, para o Círculo de Fora da Europa o social-democrata José Cesário que regressa, assim, a um círculo eleitoral que tão bem conhece. Cesário, natural de Viseu e com 65 anos de idade, foi, além de deputado pela emigração, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas. Além de José Cesário, constam na lista da AD Flávio Martins, Paula Medeiros e Carolina Araújo.

R.I.R. – Reagir, Incluir, Reciclar

Maria Alexandra Grilo Belo Amaro, Wilmer Cecil Miller, Octávio Manuel da Silva Moita e Sofia Catraia Pinto são os nomes escolhidos por este partido para o círculo Fora da Europa. Partido que tem na figura de Tino de Rans, candidato a deputado e ex-candidato à Presidência da República, o rosto mais conhecido. Entre as propostas do partido destaque para a “facilitação do voto, especialmente dos portugueses emigrados, nomeadamente com a testagem do voto electrónico”.

BE – Bloco de Esquerda

Pelo BE concorrem, neste círculo, Miguel Luís Delgado Heleno, Juliana Couras Fernandes Silva, Pedro Vaz Felizes e Maria do Sameiro da Silva Mendes. Com um capítulo inteiramente dedicado às comunidades portuguesas no estrangeiro, o BE defende que “a relação do Estado com a comunidade portuguesa no estrangeiro tem sido desastrosa”, devido aos “tempos de espera enormes nos consulados”. O BE destaca ainda a saída dos cidadãos emigrados do Serviço Nacional de Saúde, medida que demonstra que o Governo “considera as e os portugueses no estrangeiro como cidadãos de segunda”. Assim, o BE quer “estreitar a relação com as e os portugueses no estrangeiro, reforçando o número de consulados, garantindo a gratuidade do ensino do português e revogando as infames alterações ao registo nacional de utentes”.

IL – Iniciativa Liberal

Pelo partido liberal concorrem na emigração Teresa Vaz Antunes, Pavel Elizarov, Maria da Graça Simões e Flávio Kawakami. O programa eleitoral, “Por um Portugal com Futuro”, defende um menor peso do Estado em várias áreas que passam pelos impostos, saúde ou habitação, defendendo a “descentralização político-administrativa do país” e uma reforma do sistema eleitoral, através da introdução de um “círculo nacional de compensação”.

JPP – Juntos Pelo Povo

Os candidatos deste partido são José de Caires da Mata, Catarina Lambaz, Paulino Spínola e Anita de Sousa Nunes. Criado na ilha da Madeira em 2009, este partido diz orientar-se por uma “matriz social, basista e plural”, pretendendo ser “um instrumento de diálogo político para o eleitorado português, cujo descontentamento perante a situação actual do país tem sido sistematicamente sub-representado pelo modelo de actuação dos partidos políticos tradicionais”. O JPP diz querer “representar todos os cidadãos portugueses no território nacional e na diáspora”.

E – Ergue-te!

Por este partido concorrem, para o círculo da emigração, Jorge Cameirão de Almeida, Isabel Matos Correia, Valdemar Cardoso Couto e Ana Maria Oliveira. Conotado com a extrema-direita, o Ergue-te! fala de uma “solução nacionalista” que é “indispensável e cada vez mais urgente para devolver o Estado ao serviço da Nação e à defesa dos seus interesses”.

PS – Partido Socialista

Da lista dos quatro candidatos ao círculo Fora da Europa destaca-se o de Augusto Santos Silva, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, da Defesa e dos Assuntos Parlamentares, actual deputado por este círculo e presidente da AR. O PS, que tem uma representação de cariz associativo em Macau, tal como o PSD, tem actualmente como secretário-geral Pedro Nuno Santos e pretende, de entre várias medidas propostas, “reformar os procedimentos eleitorais de forma a assegurar a qualidade e condições de igualdade da participação dos cidadãos residentes no estrangeiro nos actos eleitorais, com maior conforto, segurança e proximidade dos locais de voto”.

Chega

Por este partido, liderado por André Ventura, concorrem pelo círculo Fora da Europa Manuel Magno Alves, João Baptista da Silva, Ana Viegas Mendes e Paula Lima Teixeira. Também com um capítulo unicamente destinado às comunidades portuguesas, este partido, também conotado com a extrema-direita, quer “defender os interesses das comunidades portuguesas promovendo a sua plena integração no todo nacional” além de criar e gerir “a rede de lojas do cidadão adequadas às comunidades”. Pretende-se também “criar os mecanismos necessários para uma plena participação das comunidades nos diversos processos eleitorais”.

Nova Direita

Liderado por Ossanda Líber, este partido recentemente instituído em Portugal tem como candidatos pelo círculo Fora da Europa Mário João Bolacha Guterres, Nzinga das Dores da Costa Bento Pires, Helena Cristina Monteiro Gonçalves e José Augusto dos Santos Dias. Mário Guterres, com 43 anos, é gestor de empresas privadas ligadas à construção e manutenção no sector petrolífero, com operações em Portugal e nos PALOP.

VP – Volt Portugal

Leandro Damasceno, Ana Rita Carvalho, Frederico Coelho e Kátia Sofia Fernandes Silva são os candidatos por Fora da Europa deste partido que tem como lema eleitoral “Paixão pelo Bom Senso”. Na área dos “direitos da diáspora portuguesa” pede-se o “alargamento da rede de ensino da língua portuguesa, presencial e online, de inscrição tendencialmente gratuita”, bem como a “promoção de um bom funcionamento dos consulados, com equipas funcionais conhecedoras do sistema legal português e do país em que estão inseridos”.

Livre

O Livre, liderado por Rui Tavares, ex-deputado europeu, tem no círculo Fora da Europa Nurin Mirzan Mansurally, Marco Craveiro, Sofia Oliveira Santos e Tiago Villa de Brito. “Contrato com o Futuro”, o slogan do programa eleitoral, fala na “defesa e empoderamento” da diáspora portuguesa, com a reforma “do Conselho das Comunidades Portuguesas de forma mais ambiciosa do que até agora, ao nível das suas competências, organização e funcionamento”. As propostas do Livre incluem “tornar vinculativa a consulta deste conselho em qualquer matéria que diga respeito às Comunidades Portuguesas no estrangeiro e torná-lo afecto à Presidência do Conselho de Ministros em matéria especializada”. O Livre quer também reforçar “o serviço do Consulado Virtual e a rede consular, facilitando o contacto e o apoio da Direcção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas às associações portuguesas da diáspora”.

PAN – Pessoas, Animais, Natureza

Nelson Correia Abreu, Carla Porfírio, André Oliveira e Maria Figueiredo Malhão concorrem por este partido ligado à defesa dos direitos dos animais e do ambiente pelo círculo Fora da Europa. Liderado por Inês Sousa Real, neste momento a única representante dopartido na AR, o PAN pretende “introduzir melhorias ao processo eleitoral nos círculos da emigração no âmbito das eleições para a AR, designadamente modernizando o voto postal dos eleitores residentes no estrangeiro e adequando-o às especificidades de cada país”.

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Coutinho
Coutinho
9 Mar 2024 15:04

Extrema direita extrema esquerda ou outros partidos nenhum ouviu os portugueses fora de Portugal.

Mário Guterres
Mário Guterres
Responder a  Coutinho
16 Mar 2024 00:59

Estimado Coutinho,
o meu nome é Mário Guterres, fui candidato pelo NovaDireita. Posso confirmar que fui escolhido precisamente por passar muito tempo nos CPLP. O NovaDireita é um partido recente mas pretende dar voz a muito portugueses que não têm tido representação. Na preparação desta campanha, tive oportunidade de estar em Cabo Verde, Moçambique e Angola. Em Macau já estive noutras circunstâncias profissionais.
No caso de desejar ser ouvido pelo NovaDireita deixo o meu email:

Cheang Siu Chau
Cheang Siu Chau
9 Mar 2024 17:20

O que o comentário acima disse, de repente, mas coincidentemente, me lembra sobre aqueles macaenses que vão a Portugal todos os anos por volta da Primavera só para falar mal de Macau e do nosso governo. Para mim só há uma palavra para descrever o comportamento deles: Traição. Como diz um provérbio popular: Pendurar a cabeça da ovelha só para vender carne de cachorro. Lá em Portugal existe um centro, apoiado por alguns macaenses e por algumas das nossas universidades, que estuda e fala sobre Macau, e sobre a nossa história, cultura e muito mais, cientificamente. Se este centro ainda… Ler mais »

Coutinho
Coutinho
Responder a  Cheang Siu Chau
10 Mar 2024 13:59

Sim há umas partes macaenses e portugueses falam mau governo mas não significa todos fala mau governo, é como há umas partes chineses fala mau do Governo não significa todos.

Cheang Siu Chau
Cheang Siu Chau
10 Mar 2024 16:45

É tão bom ter um pouco de discussão aqui nos jornais, pois uma vez disse que a maioria das pessoas em Macau não escreve realmente, seja nos jornais, seja em qualquer outro lugar, como consequência da falta de compromisso e envolvimento cívico. Ninguém disse todas as pessoas quando se trata do que comentei acima. Obviamente não disse que todos os macaenses iam falar mal do nosso governo da região especial. Na verdade, sei que há macaenses fantásticos e talentosos na nossa assembleia legislativa, e eles são muito dedicados há tanto tempo como funcionários públicos de alto nível ao mais alto… Ler mais »

Cheang Siu Chau
Cheang Siu Chau
10 Mar 2024 17:15

“Em tempo”: O uso do tempo presente na escrita de algum parágrafo foi intencional, para que o leitor se envolvesse mais facilmente nas comparações.

Pedro G.
Pedro G.
11 Mar 2024 05:11

Viva o viver juntos mundo bom. Um abraço a todos os amigos do mete o narriz onde tens interesses.

Coutinho
Coutinho
11 Mar 2024 09:49

Estou referir Eleições Presidenciais ou Deputados Assembleia legislativa é assuntos interno portugal, o povo tem direito e liberdade questionar expremir problemas em Macau relacionados como por exemplos : demora tempo pedir renovações passaporte e documentos cidadão e funcionamento consular, portanto nunca referir assuntos interna governo macau, secalhar esse senhor foi mau entendido ou secalhar pensou demais.

Cheang Siu Chau
Cheang Siu Chau
11 Mar 2024 17:48

Como diabos? Primeiro, ter pensado demais ou ter se enganado só é provável em circunstâncias como comprar uma calcinha para sua parceira. E colocar o nariz no que você gosta seria uma recomendação para quem dissesse primeiro. Até aqui, estamos bem cientes do que diabos estamos discutindo. Não vamos nos enganar. E para quem de propósito distorce o jeito de escrever português só para fingir, vai escovar o cabelo no banheiro.

Cheang Siu Chau
Cheang Siu Chau
11 Mar 2024 20:06

Quem tem meio cérebro poderia descobrir as comparações que tento ajudar você a descobrir, sem explicar diretamente o que quis dizer. Mas um pouco de ajuda ajudaria você a ter uma imagem clara: Aqueles macaenses que vão a Portugal falar mal de Macau e do nosso governo da região especial todos os anos por volta da Primavera, disfarçando-se e usando meios como estudar a nossa história e culturas, são todos idiotas e carregam as suas mentes sujas com uma pequena esperança de governar Macau um dia no futuro, na menor oportunidade que desejarem, esperando que o pior aconteça conosco e… Ler mais »