Festival Fringe | Actividades para todos os gostos este fim-de-semana

Arrancou a 22.ª edição do Festival Fringe. Este fim-de-semana não faltam espectáculos e actividades para participar, como projectos de dança com idosos, teatro físico, que explora a relação com o corpo e com a inteligência artificial, ou ainda concertos com músicos locais em vários recantos do território

 

Realizado em vários pontos do mundo, a organização do festival Fringe em Macau já faz parte do cartaz cultural do território. A 22.ª edição arrancou esta semana e para os próximos dias estão agendados vários espectáculos que oferecem ao público diversas mensagens e expressões artísticas.

Um dos pontos de atracção desta edição do Fringe é a “Exposição de Arte para Todos” [Art Exhibition for All], onde os participantes são convidados a realizar obras de arte à sua escolha depois de uma inscrição prévia junto do Instituto Cultural. A organização do festival considera que “qualquer um é um artista único, podendo ser pintores, fotógrafos ou escultores”, sendo que “não há limite em termos de formatos ou temas, e a criatividade é a chave”.

A ideia é que os participantes realizem as suas obras nos locais de exposição. Numa primeira fase, a mostra com todos estes trabalhos pode ser vista na antiga Fábrica de Panchões Iec Long, na Taipa velha, até segunda-feira, passando depois, entre terça e o dia 28, para o Parque Urbano da Areia Preta, junto ao Centro de Saúde.

Até sexta-feira decorre, no espaço “Laika Land”, a actividade “Likewise”, entre as 11h e as 20h, repetindo-se depois no fim-de-semana, sábado e domingo, entre as 11h e as 22h. Os participantes são convidados a levarem os seus animais de estimação e a contar as suas histórias através da fotografia.

Com ligação a esta actividade acontece, até sábado, no “Laika Land”, às 20h30, o espectáculo de teatro, música ao vivo e multimédia “Goodbye, See You Soon”, com a actriz e autora Lei Sam I. Sobre este espectáculo, Lei Sam I descreve a história em torno da descoberta de Taro, um gato vadio. “Através da minha voz interior, quero partilhar a nossa história com o público.

A existência é como um raio de luz, cujo brilho por vezes partilhamos, e outras vezes recebemos quando nos falta o brilho. Quando a luz de Taro regressar finalmente à natureza, a sua sombra permanecerá no meu coração e continuará a fazer-me companhia, enquanto sigo em frente. Os animais de estimação têm uma vida curta, e nós somos o mundo aos seus olhos”, descreve-se no website do Fringe.

Depois de uma primeira sessão esta quarta-feira, decorre hoje a última sessão do espectáculo “25Pés” [25Feet], que mistura dança, teatro físico e interacção com o público. Trata-se de uma produção das equipas de “The100Hands”, da Holanda, com adaptação chinesa pela “More Production”, acontecendo às 19h45 no teatro Black Box II do Centro Cultural de Macau (CCM).

Trata-se de uma peça inteiramente falada em mandarim que explora os conceitos em torno de relações e sentimentos envolvidos. “Dois bailarinos vão transportar o público a explorar as noções de intimidade, individualidade e privacidade” num pequeno espaço, onde “acontece o contacto físico, a confrontação e a proximidade”.

O espectáculo “25Pés” terá corpos nus em palco, mostrando-se “a relação entre o espaço e o corpo humano”, sendo que a audiência será convidada a “jogar jogos” com os bailarinos. Haverá ainda um debate posterior ao espectáculo, protagonizado por Liao Shuyi e Wu Xiaobo.

Sonhos e danças

Com a assinatura de Su Wei-Chia, coreógrafa de Taiwan, chega-nos para esta edição do Fringe o espectáculo de dança “FreeSteps – Swinging Years”, que acontece amanhã às 20h no Teatro Caixa Preta I no CCM, numa sessão dedicada a escolas secundárias. Seguem-se dois espectáculos para o público em geral no sábado e domingo, primeiro às 20h e depois às 15h.

Neste projecto, lançado em 2013, a coreógrafa decidiu “explorar novas possibilidades físicas e coreográficas”. “Usando puramente a dança física como material, Su explora uma relação entre a performance e o público na área da dança contemporânea, pretendendo revelar uma experiência visual alternativa”, lê-se na descrição do espectáculo. Depois de uma colaboração com cerca de 100 idosos numa versão do espectáculo de 2022, a coreógrafa traz de Taiwan dez idosos que vão dançar em palco, mostrando as histórias dos seus corpos. Convida-se o público a tirar os sapatos quando entrar na sala.

Também esta sexta-feira, mas na Casa do Mandarim, às 16h e 19h30, decorre o evento de dança “Let the Flower in Your Heart Bloom”, com coreografias de Stella Ho e Leong Iek Kei. A mensagem deste espectáculo, de apenas 35 minutos, é que “todos os momentos na vida são igualmente belos”. O espectáculo explora a vontade de dançar dos mais velhos que nunca tiveram essa oportunidade, levando-os a concretizar alguns dos seus sonhos. “Através desta nova experiência os participantes terão a oportunidade de expressar os sentimentos através da arte da dança.”

O espectáculo, com a participação de Kou Ngok Chun, Chan In, Choi Soi Chan, Chan Chi Oi, U Kit Fong, Chan Sio Mel, Cheng Ching Han, Lai Fong I, Fong Sin Man e Choi Weng Lai, conta com o apoio da associação Soda-City Experimental Workshop Arts. Com concepção e direcção de Stanley Ma, em colaboração com Cheang Hio Lam, apresenta-se ainda no Fringe a peça de teatro “Hello, Welcome, Goodbye!”, amanhã às 20h30 e no sábado às 14h30, 17h e 20h30, no espaço “2 Legit Ltd”.

Aqui explora-se, através dos cortes de cabelo, a relação entre a humanidade e a tecnologia, com a inteligência artificial a assumir um papel de destaque de forma experimental. Durante 45 minutos o público pode optar por participar no evento ou simplesmente observá-lo, existindo dois tipos de bilhetes à venda.

Explosões musicais

O cartaz do Fringe apresenta também, este fim-de-semana, a realização da exposição “At Your Doorstep”, patente no Pavilhão Branco do Jardim da Flora. Incluem-se ainda sessões musicais com o instrumento handpan este domingo, às 12h e 16h.

Esta exposição revela “os versos e letras incluídos em ‘Travelling at Your Doorstep’, espectáculo de dança e narração de voz que integra esta edição do Fringe, bem como pinturas e imagens criadas em conjunto por jardineiros e residentes”. Depois de cada performance artística, haverá uma sessão musical com o handpan, onde os participantes são convidados a mergulhar numa junção de arte com música. O conceito e coordenação deste evento são da autoria de Chole Lao.

“A City of Visible Music” é o nome da iniciativa artística e musical que também se realiza este fim-de-semana da autoria de Vincent Cheang, artista local, Guo Xiaohan e Kang Meow. No sábado o evento acontece às 12h e 14h junto à Ponte 16, seguindo-se a apresentação, às 16h, na praça junto ao anfiteatro romano na Doca dos Pescadores. Às 20h, o espectáculo decorre na Broadway Food Street, no empreendimento Broadway Macau, no Cotai.

Neste evento “três almas para sempre jovens encontram-se”, nomeadamente “uma rainha do punk, um influencer musical e uma estrela de rock local”. A ideia é que num só dia haja uma explosão de sonoridades musicais, com concertos ao vivo e música a tocar numa estação de rádio pop-up, em que o trio de artistas irá relacionar-se com a cultura local e as respectivas comunidades. Vários músicos locais participam, nomeadamente Ari Calangi às 12h, IronSon às 14h, Julio Acconci às 16h e Bye Bye Fish às 20h.

Os falantes de mandarim ou cantonês que queiram explorar outro tipo de actividade dentro do Fringe podem ainda, este domingo, participar na mesa-redonda em torno do tema “Dançando e Vivendo com o Corpo ao Longo dos Anos” [Dancing and Living with the Body Through the Years], que conta com artistas de Macau, Hong Kong e Taiwan que vão falar das suas ideias e processos criativos através do trabalho desenvolvido com idosos. O debate será moderado por Stella Ho e decorre domingo no auditório do Museu de Arte de Macau às 12h e 13h30. O cartaz do Fringe deste fim-de-semana completa-se com mais espectáculos.

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