Hengqin | Detido suspeito de espionagem contra a China

A televisão estatal chinesa CCTV noticiou esta quarta-feira a detenção de um homem por suspeitas de espionagem e de roubar informação sobre a Zona de Cooperação entre Macau e Guangdong em Hengqin. A denúncia foi feita às autoridades por uma funcionária pública de Macau, de apelido Lei, de quem o suspeito terá tentado extorquir informações

 

Um estrangeiro é suspeito de roubar informação e levar a cabo actividades de espionagem em Hengqin, informou na quarta-feira a televisão estatal chinesa CCTV. O suspeito, que aparece, em imagens transmitidas pelo canal, de costas a ser interrogado, aparenta ser do sexo masculino. No entanto, a nacionalidade não foi revelada.

A denunciante é uma funcionária pública de Macau, de apelido Lei, que trabalha na Zona de Cooperação Aprofundada Guangdong-Macau em Hengqin. A mulher, referiu a CCTV, conheceu o suspeito, que trabalha para um departamento governamental de um país estrangeiro, numa recepção no trabalho.

“O suspeito convidou-a [à denunciante] para jantares e reuniões privadas, para participar em actividades culturais organizadas por embaixadas dos países [estrangeiros] na China e até se ofereceu para patrocinar para que esta estude no estrangeiro”, declarou uma funcionária da agência para a segurança nacional chinesa à CCTV, que não foi identificada pela estação.

“Ao mesmo tempo, esta pessoa também lhe perguntava activamente sobre a investigação e implementação da política de Hengqin e da Zona de Cooperação, e pedia-lhe frequentemente informações internas sob o pretexto de realizar inquéritos e investigações”, acrescentou a responsável.

Viagens recorrentes

Ainda segundo avançou a CCTV, as autoridades de segurança nacional descobriram que o homem costumava cruzar a fronteira com regularidade na zona de cooperação, aberta 24 horas, “para entrar frequentemente no país, para realizar actividades de espionagem”, além de “aliciar os residentes de Macau em Hengqin para, através de uma rede, tirarem fotografias ilegais”, o que representava “um perigo real para a segurança nacional”.

Foi ainda referido pelo Ministério da Segurança do Estado que as acções policiais puseram, com sucesso, um ponto final às conspirações perpetradas pelas forças estrangeiras anti-China numa tentativa de infiltração e sabotagem.

A Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin é um projecto lançado por Pequim em 2021, gerido pela província de Guangdong e Macau, com uma área de cerca de 106 quilómetros quadrados e uma população de mais de 53 mil habitantes.

De acordo com a CCTV, trata-se de “uma zona portuária de importância nacional e um relevante centro de entrada para a área da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, onde alguns espiões estrangeiros e agências de serviços secretos têm tentado estender as actividades de espionagem e roubo para o continente através da Zona”.

No ano passado, Macau aprovou a revisão da lei de segurança nacional, com o Governo a declarar que a segurança do Estado e o combate contra “forças hostis” e “indivíduos anti-China” são prioridades do Executivo.

O Gabinete de Ligação do Governo Central chinês em Macau alertou, em Abril de 2022, que a cidade “continua a enfrentar muitos desafios na defesa da segurança do Estado”, ao mesmo tempo que “continuam a existir interferências e infiltrações de forças externas”.

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