Líderes dos países emergentes participam no fórum Faixa e Rota

Líderes de dezenas de países em desenvolvimento, incluindo Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe, vão participar esta semana, em Pequim, num fórum que assinala o 10º aniversário da Iniciativa Faixa e Rota.

O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, e ministros de Angola e São Tomé e Príncipe devem participar no fórum, segundo fontes diplomáticas. O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, e o Presidente do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe, aterraram ontem em Pequim, depois do Presidente do Chile, Gabriel Boric, e do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, terem achegado à capital chinesa, no domingo.

Também o secretário-geral da ONU, António Guterres, é esperado em Pequim. Os líderes do Egipto e Emirados Árabes Unidos cancelaram a participação, devido ao conflito entre Israel e o grupo islâmico Hamas. Orbán reuniu-se já com o líder chinês, Xi Jinping, e com o primeiro-ministro, Li Qiang, informou a agência noticiosa estatal húngara MTI.

Salto em frente

Designado por Xi como o “projecto do século”, a Iniciativa Faixa e Rota foi inicialmente apresentada no Cazaquistão como um novo corredor económico para a Eurásia, inspirado na antiga Rota da Seda. Na última década, no entanto, adquiriu dimensão global, à medida que mais de 150 países em todo o mundo aderiram ao programa.

As empresas chinesas construíram portos, estradas, linhas ferroviárias, centrais eléctricas e outras infra-estruturas em todo o mundo, numa tentativa de impulsionar o comércio e o crescimento económico.

O programa cimentou o estatuto da China como líder e credora entre os países em desenvolvimento. Segundo um estudo realizado pela AidData, unidade de pesquisa sobre financiamento internacional, com sede nos Estados Unidos, nos primeiros cinco anos desde o lançamento (2013-2017), a China financiou, em média, 83,5 mil milhões de dólares por ano em projectos de desenvolvimento no estrangeiro, cimentando a liderança como principal financiadora internacional.

O aumento líquido, de 31,3 mil milhões de dólares por ano, em relação aos cinco anos anteriores (2008-2012), é equivalente ao financiamento anual médio dos Estados Unidos, que ocupam a segunda posição, no período 2013-2017.

A dimensão da iniciativa causou, no entanto, excesso de endividamento em alguns países e resultou na construção de projectos comercialmente inviáveis, entre os quais alguns foram suspensos ou ficaram por terminar, devido a falta de liquidez.
Outros líderes de África, Sudeste Asiático, Ásia Central e Médio Oriente vão participar no fórum, cujos principais eventos se realizam na amanhã. O Presidente russo, Vladimir Putin, e representantes do governo talibã do Afeganistão são também esperados em Pequim.

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