China / ÁsiaBangladesh | HRW pede que país que aceite investigar desaparecimentos Hoje Macau - 30 Ago 2023 Segundo a organização não governamental, as forças de segurança do Bangladesh estariam envolvidas em mais de 600 desaparecimentos forçados desde 2009. Mais de 100 continuam sem paradeiro. As autoridades negam o envolvimento e afirmam que os desaparecidos estão apenas escondidos A Human Rigts Watch pediu ontem ao Bangladesh que aceite a oferta da ONU para apoiar uma comissão independente sobre os desaparecimentos forçados no país, no Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimentos Forçados. De acordo com a organização não-governamental (ONG), as autoridades negam repetidamente que as forças de segurança do Bangladesh estejam envolvidas em desaparecimentos forçados, afirmando que estas vítimas estariam apenas escondidas. Segundo os activistas dos direitos humanos do Bangladesh, as forças de segurança estariam envolvidas em mais de 600 desaparecimentos forçados desde 2009. A HRW referiu que, embora algumas pessoas tenham sido posteriormente libertadas, apresentadas em tribunal ou tenham morrido durante confrontos armados com as forças de segurança, perto de 100 pessoas continuam desaparecidas. O Governo bangladeshiano recusou a oferta das Nações Unidas para estabelecer um mecanismo especializado para investigar estes desaparecimentos forçados, em conformidade com os padrões internacionais. “As autoridades do Bangladesh não enganam ninguém ao continuar a negar a realidade dos desaparecimentos forçados e, em vez disto, estão a prolongar o sofrimento das famílias que estão desesperadas para saber o paradeiro dos seus entes queridos”, afirmou Julia Bleckner, investigadora sénior para a Ásia da Human Rights Watch. “O Governo deve demonstrar um compromisso genuíno em abordar os abusos, cooperando com a ONU para abrir uma comissão independente de inquérito sobre desaparecimentos forçados”, sublinhou a investigadora da ONG. Ouvidos moucos Em 10 de Dezembro de 2021, o Governo dos Estados Unidos aplicou sanções contra o Batalhão de Acção Rápida (RAB) do Bangladesh e os principais comandantes implicados em abusos, particularmente desaparecimentos forçados e execuções extrajudiciais. No entanto, ao invés de investigarem de forma independente e transparente as alegações de desaparecimentos forçados, as autoridades do Bangladesh estão a perseguir e a intimidar as famílias das vítimas. Segundo a HRW, o Bangladesh tem repetidamente ignorado os apelos dos governos doadores, da ONU, das organizações de direitos humanos e da sociedade civil para abordar de forma significativa os desaparecimentos forçados pelas suas forças de segurança. O Bangladesh é signatário de todos os principais tratados de direitos humanos da ONU, excepto o tratado sobre desaparecimentos forçados.