Arte Macau | Artistas portugueses em mostra no Armazém do Boi

O Consulado-geral de Portugal em Macau apresenta, entre 1 de Agosto e 11 de Outubro, no Armazém do Boi, a mostra “A Metafísica da Sorte e a Ciência do Azar”. Inserida na “Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau”, a exposição exibe obras de grandes artistas portugueses da colecção da Fundação Bienal de Arte de Cerveira

 

Trabalhos de grandes nomes da arte portuguesa contemporânea, podem ser vistos a partir da próxima terça-feira, até 11 de Outubro, no Armazém do Boi. A exposição, que reúne um total de 27 obras, intitula-se “A Metafísica da Sorte e a Ciência do Azar”, é promovida pelo Consulado-geral de Portugal e Macau e co-produzida pelo Instituto Português do Oriente (IPOR).

Com curadoria de Helena Mendes Pereira e Mafalda Santos, a mostra integra o cartaz da edição deste ano da “Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau”, sendo também uma representação da colecção da Fundação Bienal de Arte de Cerveira (FBAC).

O Armazém do Boi vai exibir trabalhos de artistas de oito países e quatro continentes, de diferentes gerações, entre eles Ana Hatherly, Ana Maria Pintora, Ana Vidigal, Ana Wever, Ângelo de Sousa, Gerardo Burmester, Helena Almeida, Henrique Silva, Inez Wijnhorst, Jaime Isidoro, Jayme Reis, João Gonçalves, José Rodrigues, Jusa, Kyria Oliveira, Mafalda Santos, Manuel Baptista, Manuel Dias, Nuno Nunes-Ferreira, Pedro Cabrita Reis, Pedro Calapez, Scoditti, Tales Frey, Tchelo, Tiago Estrada, Zadok Ben-David e Zulmiro de Carvalho.

“A Metafísica da Sorte e a Ciência do Azar” conta ainda com a colaboração da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira e do Turismo do Porto e Norte de Portugal. O IPOR descreve o evento como “um desafio colocado pelas autoridades da RAEM com uma participação portuguesa de elevada qualidade que permitirá, também, assinalar a realização da edição de 2024 da famosa Bienal de Cerveira”.

A Bienal Internacional de Arte de Macau deste ano conta com a curadoria de Qiu Zhijie e centra-se no tema “A Estatística da Fortuna”, visando explorar a correlação entre ciência e religião através da exibição de obras artísticas de mais de 200 artistas de 20 países e territórios, em 30 mostras espalhadas pela cidade.

Geração das artes

Falecida em 2018, Helena Almeida é um dos mais conhecidos nomes da arte contemporânea portuguesa feita no feminino. Nascida em Lisboa em 1934, estudou na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e em 1967, ainda no período do Estado Novo, expôs pela primeira vez, a título individual, na Galeria Buchholz, na sua cidade.

Apostando desde cedo na arte conceptual, Helena Almeida levou a sua própria identidade e corpo para os trabalhos que criou, tendo explorado géneros artísticos como o desenho, a pintura, a escultura e a performance. Ainda assim, a fotografia acabou por ser central no seu trabalho. A sua constitui uma tomada de posição, chamando a atenção para o papel e o lugar da mulher.

Pedro Cabrita Reis, pintor e artista plástico, é outro dos nomes bem conhecidos da arte portuguesa, tendo exposto pela primeira vez, em nome individual, em 1981. Desde então, tem apostado numa obra complexa que explora uma série de estilos artísticos, que passam não apenas pela pintura, mas também pelo desenho, escultura ou instalação. A expressão artística de Pedro Cabrita Reis costuma materializar-se em obras de grande dimensão que retratam objectos do dia-a-dia inseridos em ambientes enigmáticos.

Natural de Lisboa, Pedro Cabrita Reis desenvolveu ainda diversos trabalhos de cenografia para teatro e intervenções, tendo sido responsável, por exemplo, pela decoração do “Frágil”, antigo bar lisboeta situado no Bairro Alto. O artista participou em exposições em todo o mundo, tendo sido distinguido em 2000 com o prémio de artes plásticas atribuído pela Associação Internacional de Críticos de Arte. De frisar que o trabalho de Pedro Cabrita Reis já integrou uma mostra colectiva em Xangai, em 2010, no Rockbund Art Museum.

Ana Vidigal, igualmente pintora e artista plástica, nascida na década de 1960, já expôs em Macau, em 1993, na Galeria de Exposições Temporárias do Leal Senado.

Formada em pintura, tal como grande parte dos artistas da sua geração, na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, em 1984, Ana Vidigal foi entre 1985 e 1987 bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian. Além dos trabalhos a título individual, Ana Vidigal tem-se dedicado a projectos públicos, como é o caso da execução dos painéis de azulejos para as estações do Metro de Lisboa de Alvalade e Alfornelos.

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